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(CETEP) CENTRO DE ESTUDOS

E TERAPIAS E PSICANÁLISE

MÓDULO: COMPLEXO DE ÉDIPO

CURITIBA - PR
OUTUBRO DE 2023
(CETEP) CENTRO DE ESTUDOS
E TERAPIAS E PSICANÁLISE

ALUNO: VALDECIR PEREIRA DO NASCIMENTO

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“É absolutamente normal e inevitável que a criança faça dos pais o objeto da primeira escolha
amorosa. Porém a libido não permanece fixo neste primeiro objeto: posteriormente o tomará
apenas como modelo, passando dele para pessoas estranhas, na ocasião da escolha
definitiva. Desprender dos pais a criança torna-se, portanto, uma obrigação inelutável, sob
pena de graves ameaças para a função social do jovem”.
(Sigmund Freud)

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COMPLEXO DE ÉDIPO

Resumo:

A denominação desse termo é retirada da peça de Sófocles intitulada “Édipo Rei”. Na peça, o
personagem Édipo “acidentalmente” mata o seu próprio pai (Laio) e acaba se casando com a
sua própria mãe (Jocasta).
A peça “Édipo Rei” de Sófocles faz parte de uma trilogia, que inclui também as obras
“Antígona” e “Édipo em Colono”. No enredo de Édipo Rei, o rei de Tebas (Laio) é advertido
pelo oráculo para que não tenha filho, pois, se o tivesse, este filho mataria o próprio pai (o rei
Laio).
Laio não acata o conselho: tem um filho. Depois, temendo a profecia, Laio se arrepende e
ordena que o filho seja sacrificado.
Então, um servo do rei Laio, deixa o bebê tebano para morrer no Monte Citerão, entre Tebas e
Corinto, amarrando o bebê pelos calcanhares, em uma árvore. Entretanto, um pastor coríntio
salva o bebê e o leva para sua cidade, onde o bebê é adotado pelo rei Pólibo.
Ao bebê, os pais adotivos dão o nome de Édipo, que costuma ser traduzido como “aquele que
tem os pés furados” ou “aquele que foi pendurado pelos pés”.
Já jovem, ao consultar o oráculo de Delfos para saber sobre a sua origem, Édipo ouve uma
terrível profecia. A de que o seu destino é matar o seu pai e desposar a sua própria mãe. Para
supostamente fugir desta profecia, Édipo abandona Corinto, acreditando que Pólibo é seu
verdadeiro pai.
Uma marca das tragédias é o fato de que o destino apresenta “coincidências” e que estas
coincidências são inescapáveis, por mais que os personagens tentem fugir delas. E assim será
com Édipo, envolto em uma trama inescapável.
Em suas andanças, Édipo encontra por uma estrada um homem idoso (que estava
acompanhado de uma comitiva), com quem Édipo acaba discutindo. Então, Édipo mata esse
homem e quase toda a sua comitiva, restando apenas um sobrevivente da comitiva.
Quando Édipo chega a Tebas, a Esfinge que afligia a cidade com grandes castigos propõe a
Édipo (como a qualquer outro que tentasse entrar na cidade) um enigma: “qual animal tem
quatro patas de manhã, duas patas à tarde e três à noite”?
Édipo desvenda o enigma da Esfinge: a resposta é o homem. No início da vida o ser humano
engatinha (4 patas), na idade adulta caminha sobre duas pernas (patas) e, idoso, caminha com
duas pernas mais uma bengala (3 patas). Manhã, tarde e noite representariam as fases da vida
humana.
Ao responder o enigma, Édipo salva a sua vida e a da cidade: pois a Esfinge se suicida.
Como recompensa pela destruição da Esfinge, Édipo é nomeado rei de Tebas e desposa a
irmã do então rei Creonte. Esta esposa de Édipo é Jocasta, viúva de Laio, que fora
assassinado.
Após 15 anos, uma peste assola Tebas. O oráculo de Delfos é perguntado sobre o que deve
ser feito para salvar a cidade. O oráculo responde que o assassino do rei Laio deve ser punido,
só assim a peste seria interrompida. Então, o cego Tirésias diz a Édipo que o assassino de
Laio está mais perto do que todos imaginariam. Nesse momento, um mensageiro de Corinto

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chega a Tebas e revela que o rei de lá falecera e diz que Édipo é filho legítimo do rei Laio.
Também é quando aparece o sobrevivente da comitiva de Laio. Quem, por sinal, é o mesmo
homem que abandonara o bebê no Monte Citerão.
O jovem que agora está diante dele é o rei de Tebas, Édipo. Assim, revela-se que Édipo:
matou o pai (Laio) e casou-se com a mãe (Jocasta).
E fez as duas coisas “sem saber” que Laio era seu pai e que Jocasta era sua mãe.
Após essa descoberta, Édipo fica desolado. Fura os próprios olhos e, cego, passa a
perambular sem destino pelo mundo, como seu castigo. A rainha Jocasta comete suicídio.
Édipo é uma obra teatral trágica atribuída ao Grego Sófocles. É uma obra de ficção, embora
seja polêmico se haveria uma base de personagens reais (ao menos em parte). Isso porque
história, filosofia e arte se misturavam na antiguidade clássica. Mas, obviamente, muito (se não
tudo) disso tem a dimensão ficcional.

Ainda assim, entendia-se na tradição clássica e na Poética (Aristóteles) que o teatro era forma
de conhecimento, por mobilizar:
Pathos: a emoção, os sentimentos, a catarse;
Ethos: a conduta ética e moral, ou seja, o julgamento do certo e o errado;
Logos: a lógica e o conhecimento.

COMPLEXO DE ÉDIPO:

O Complexo de Édipo é um termo psicanalítico criado por Sigmund Freud para explicar o
vínculo triangular entre mãe, pai e filho, na fase que vai aproximadamente dos 4 anos de idade
da criança até o início da puberdade. Freud cunhou esse termo em sua teoria de estágios
psicossexuais do desenvolvimento ou teoria da sexualidade.
O Complexo de Édipo é um termo basicamente usado para descrever os sentimentos de um
menino à sua mãe (atração) e ao seu pai (repulsa). Isto é, o desejo do menino pela mãe e o
consequente ciúme que ele sente do pai. É como se o filho visse o pai como um rival, ao
querer a atenção e afeto de sua mãe.
Afinal, a criança antes se confundia com a própria mãe durante a gestação. Depois, na fase de
amamentação e nos primeiros meses de vida, a criança começa a se diferenciar da mãe, mas
continua tendo da mãe um grande foco de atenção. Gradativamente, a criança sente que a
mãe lhe diminui a atenção, e percebe a existência do pai como uma suposta causa.
Freud, em sua teoria do desenvolvimento psicossexual infantil, afirmou que a origem da vida
psicossexual se divide em fases, das quais se destacam:

Fase Oral: do nascimento até aproximadamente dois anos de idade.


Fase Anal: de cerca dos dois anos de idade até cerca de três ou quatro anos de idade.
Fase Fálica: dos três ou quatro anos até aproximadamente seis anos de idade, normalmente
quando surgiria o Complexo de Édipo.
Fase de Latência: dos seis anos de idade até o início da puberdade, quando tende a se
declinar ou se dissolver o Complexo de Édipo.
De acordo com Freud, o complexo de Édipo tem um papel muito importante na fase fálica do
desenvolvimento psicossexual. A conclusão bem resolvida desta etapa envolveria a
identificação do menino com o pai, isto é, o menino deixar de rivalizar-se com o pai e passar a

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aceitar a impossibilidade do incesto. E isso contribuiria para o desenvolvimento de uma


identidade sexual madura e independente.

COMO IDENTIFICAR A SINDROME DE ÉDIPO?

As características do complexo de Édipo podem ser notadas a partir dos 3 anos de idade. As
principais características são:

Sentimento de grande afeto à mãe;


Sentimentos negativos em relação ao pai, podendo haver sentimento de ódio;
Maior interesse pelo órgão sexual;
Ciúme excessivo quando os pais estão juntos;
Atitudes agressivas em relação ao pai, já que o enxerga como rival.
Essas características podem desaparecer naturalmente à medida que a criança se desenvolve,
isso porque percebe que a mãe não responde aos seus sentimentos da forma como gostaria,
passando a se comportar de forma semelhante ao pai.

Para identificar o complexo de Édipo, é importante observar as características acima. No


entanto, é importante lembrar que essas características podem ser confundidas com outras
questões emocionais e comportamentais. Por isso, é importante buscar ajuda profissional para
um diagnóstico preciso.

Normalmente o paciente irá apresentar os sintomas abaixo:

 Grande afeto à mãe, ou pai;


 Sentimentos negativos em relação ao pai, ou a mãe;
 Ciúmes ao ver pai e mãe juntos;
 Atitudes agressivas em relação ao pai ou mãe;
 Maior interesse pelo órgão sexual (descoberta do órgão sexual).

Consequências do complexo de Édipo mal resolvido:

Quando esse complexo é mal resolvido, poderá influenciar diretamente na vida adulta do (a)
paciente. Portanto, como consequência, dificuldades de amadurecimento, de se sentir
insuficiente por dependência emocional na mãe (no caso dos homens), o (a) paciente poderá
apresentar dificuldades de relacionamento e de se manter em relações.
Além disso, poderá haver dificuldades no desenvolvimento social, em metas e objetivos a
serem alcançados devido à dependência.
É possível se curar do complexo de édipo mal resolvido. Com auxílio de psicoterapia, o
paciente passa a desenvolver habilidades e se autoconhecer, enfrentando diretamente todas
as situações que lhe causam dependência, e desenvolvendo autonomia e autoconfiança.

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