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UNIVERSIDADE DE RIO VERDE - UNIRV

FACULDADE DE PSICOLOGIA - FAPSI

COMPLEXO DE ÉDIPO

LUCILENE GOMES DOS SANTOS


NÁTHALE VICTORIA DOS SANTOS BALDUINO
Professor: MESTRE RENATTO CESAR
MARCONDES

Artigo apresentado à Faculdade de Psicologia


da UniRV - Universidade de Rio Verde, como
parte das exigências para obtenção da
primeira nota.

RIO VERDE - GO
2022
Muitos temas são abordados ao longo da disciplina de psicanálise, e um que nos chamou a
atenção, mesmo tendo sido pouco abordado foi a temática do Complexo de Édipo, tema esse dentro
da psicanálise que ainda causa várias discussões, por isso abordaremos um pouco sobre os
conceitos, abordagem e a importância do entendimento deste para a Psicanálise e Psicologia atual;
O complexo de Édipo é um conceito cunhado pelo neurocientista, pai da psicanálise e
fundador da psicologia analítica Sigmund Freud, fazendo questionamentos sobre funcionamento
inconsciente e consciente, sexualidade e relações parentais.
O verbete de Laplanche e Pontalis (1991, p. 77), conceitua o complexo de Édipo como:
Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente em relação aos pais.
Sob a sua forma dita positiva, o complexo apresenta-se como na história de Édipo-Rei:
desejo da morte do rival que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela
personagem do sexo oposto. Sob a sua forma negativa, apresenta-se de modo inverso: amor
pelo progenitor do mesmo sexo e ódio ciumento ao progenitor do sexo oposto. Na realidade,
essas duas formas encontram-se em graus diversos na chamada forma completa do
complexo de Édipo.
Freud teorizou o complexo de édipo como sendo o primeiro momento de conflito que os
homens vivenciam na primeira infância e está diretamente relacionado com as relações familiares
que formamos desde a infância.
Para isto Freud baseou sua teoria na tragédia de Sófocles: Édipo Rei. Na mitologia, Sófocles
conta a história de Édipo, que foi condenado à terrível sentença de casar com a mãe e matar o pai,
já tocando em temas como incesto e conflitos de amor e ódio com os pais. Conforme Freud
desenvolveu sua teoria, ele explicou Édipo em três estágios. A primeira trata dos momentos iniciais
em que a criança é muito apegada à mãe, vendo-a como espelho e extensão de seu próprio corpo,
e reconhecendo-se como único objeto de desejo dela - fantasiando sobre o desejo incestuoso pela
mãe.
Já no segundo tempo, Freud explica que o pai se torna para a criança uma figura de restrição,
aquele que tem o poder de tirar ela do contato com a mãe, como aquele que tem o poder também
de restringir nas outras atividades desenvolvidas em seu dia-a-dia em frase ditas pela mãe, tais
como “Não faz, isso, seu pai vai brigar com você! ”, e “vou chamar o seu pai para falar com você”.
Agora quando a criança vai crescendo e ganhando maturidade, o pai já aparece como uma
figura de identificação, sendo este o terceiro estágio. Neste período o pai, após convivência com a
criança e diante de seu reconhecimento vai se tornando uma pessoa comum, e assim o complexo
se dissolve.
Analisando, isto Freud traz a teoria do que acontece se o complexo de édipo durante estes
estágios for mal resolvido.
Para Freud segundo Laplanche (1991) a fase que se dava o complexo de édipo era dos três
aos cinco anos. É o tempo que vai se dando a maturação cognitiva e emocional da criança. E neste
período a criança se vê em conflito, ao perceber que não é mais o centro da atenção dos pais, e
também começa a perceber os mesmos como figuras distintas que pode lhe oferecer amor, carinho
e cuidado, mas também aquele que pode lhe oferecer limites, lhe trazendo as frustações de
estabelecer limites ao proibir comportamentos e atitudes.
Diante disto entendemos que compreender o complexo de Édipo é importante porque nos
permite ter sustentação teórica como futuros psicólogos para analisar o dia a dia das pessoas e
desenvolver uma psicoterapia de qualidade, visto que ao conhecer as fases do complexo, nos
fornece uma melhor compreensão da realidade, sobretudo familiar e sexual, pois entendemos que
Freud desenvolveu essa teoria como uma maneira de explicar porque os adultos agem da forma
que agem. Em outras palavras, por meio das vivências do sujeito é possível entender as atitudes
que são tomadas no dia-a-dia, tanto dos adolescentes quanto dos adultos.
Isso acontece porque segundo Freud, durante os três tempos vividos, o menino deve se
identificar com a figura paterna e reconhecer na figura materna as qualidades femininas que serão
buscadas em um futuro relacionamento na fase adulta. Por isso, dependendo de como cada sujeito
vive o seu complexo, algumas consequências negativas podem acontecer, como: ciúme excessivo,
submissão, forte dependência afetiva, opressão e violência contra o gênero oposto.
Compreendemos também que o complexo de Édipo tem algumas funções muito
necessárias, sendo uma das principais o reconhecimento das limitações da vida. Porque embora
seja um tema que cinge muito a sexualidade, Freud compreende que não se restringe somente a
isso e trabalha questões como a dificuldade de lidar com as frustrações a partir do período edipiano.
Ou seja, explicando de uma forma mais clara, quando o menino percebe que o seu objeto
de desejo (a mãe), não pode ser seu objeto de amor, ele deve entender e lhe dar com a sua frustação,
para que então, identificar como ele desejará uma mulher em sua fase adulta. E também reconhecer,
ao olhar para o pai, reconhece quem ele quer ser no futuro, consolidando sua masculinidade.
De forma que esse período permite a ele a descoberta do objeto de seu desejo, a aceitação
de suas limitações e as imposições que a vida traz, identificando um modelo a ser seguido.
Freud (1924), no seu livro O Ego e o ID e outros trabalhos em que ele contou sobre a
dissolução do complexo de Édipo e seus reflexos durante a vida. Embora seja um tema bastante
complexo, é possível entender a dissolução como um momento de fixação inconsciente do período
edipiano.
Isso quer dizer que o menino irá introjetar tudo aquilo que foi vivido durante os três tempos,
buscando seu objeto de desejo e mantendo como referência de masculinidade o seu pai.
Percebemos então como é fundamental entender o Complexo de Édipo, para que possamos
compreender e pensar em vários ângulos na experiência de vida de nosso futuro paciente, sendo
possível compreender se ele teve uma dissolução resoluta das fases quando criança, ou se ele
carrega algum trauma de estágios mal resolvidos durante a vivência das fases.
REFERÊNCIAS:
Freud, S. (1996). O ego e o id. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas
completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol. 19, pp. 13-80). Rio de Janeiro: Imago.
(Trabalho original publicado em 1923)
Laplanche, Jean. Vocabulário da psicanálise/Laplanche e Pontalis. Sob a direção de Daniel
Lagache (P. Tamen, trad.). São Paulo: Martins Fontes,1991.

https://www.stoodi.com.br/blog/filosofia/complexo-de-edipo/

https://beduka.com/blog/materias/o-que-e-complexo-de-edipo/#1

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