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Clínica do Adolescente
EMENTA
O adolescente no discurso analítico.
A clínica com adolescentes.
A adolescência nos “Três ensaios sobre a sexualidade”.
A questão do pai, real, simbólico e imaginário.
O adolescente e o outro.
A família para o adolescente.
Delinqüência, drogas e lei.
OBJETIVO
Esta disciplina visa a discussão sobre as especificidades da clínica com
adolescentes a partir dos ensinamentos de Freud e Lacan.
Programa detalhado da disciplina
Unidade I – O adolescente no discurso analítico
- Freud e o estatuto de sujeito do adolescente;
-Puberdade, sexualidade e adolescência;
- A dissolução do complexo de Édipo
-A clinica com adolescente e sua especificidade.
Unidade II – Lacan e o adolescente
- A metáfora paterna;
-Os três tempos do Édipo;
- Adolescência e estágio do espelho;
-A família para o adolescente;
- A questão da lei.
Unidade III – A clínica com adolescentes
-A partilha dos sexos;
-A escolha da neurose ou da psicose;
-A função do significante na construção do caso clínico.
METODOLOGIA DE ENSINO
Aulas expositivas; Debates após exibição de filmes; Estudo dirigido
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALBERTI, S. O Adolescente e O Outro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
FREUD S. [1905] Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Obras completas V. VII 1996. Rio de
Janeiro:Imago
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALBERTI, S. Esse Sujeito Adolescente . Rio de Janeiro: Contra Capa, 1999.
RASSIAL, J. J. O adolescente e o psicanalista. Rio de Janeiro: Companhia de Freud,1999.
SADALA, M.G.S. O sexo e o mal-estar na adolescência. In: A sexualidade na aurora do século XXI.
Organização Sonia Alberti, Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.
GARRITANO, E.J, 2008, “O adolescente e a cultura do corpo”, dissertação de mestrado, programa de pós-
graduação da Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro.
COSTA – MOURA, F. Função ética do erotismo e adolescência. In: A sexualidade na aurora do século XXI.
Organização Sonia Alberti. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.
WEDEKIND, Frank “O despertar da primavera” (1891) -
http://pt.scribd.com/doc/49408555/O-Despertar-Da-Primavera-Frank-Wedekind
Filme: Beleza Americana
Pais e filhos, uma difícil relação
O primeiro Outro
O estádio do espelho
O que é a adolescência para a psicanálise?
A adolescência uma crise psíquica a ser atravessada,
diferindo-se, portanto, de uma perspectiva
cronológica. A psicanálise irá tratar desse sujeito do
inconsciente que não tem idade o que confere uma
especificidade quando falamos de uma adolescência
como momento próximo ao que Freud estudou como
o de desenvolvimento biológico chamado de
puberdade. A adolescência para o contexto social é
uma fase de desenvolvimento, mas para a psicanálise
é um tempo lógico relativo ao inconsciente.
A função dos pais para a adolescência dos
filhos
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A passagem pela adolescência permite uma
tomada de posição do sujeito diante do
postulado lacaniano de "servir-se do pai para
prescindir dele" (Lacan, 1992).
Segundo, Flanzer (2009), estes pais, outrora plenos, lhe parecem
falhos, insuficientes, deficitários. O adolescente se depara com o
aspecto enganador da antiga e já descumprida promessa de um
gozo absoluto.
Ou seja, se na infância, pela passagem pelo Complexo de Édipo
vivenciou a castração do Outro materno tendo que aceitar as
interdições e proibições, o sujeito adolescentes é convocado a
responder ao real da puberdade e ali verifica que os pais "não são
fundadores, mas transmissores" (Rassial, 1997, p. 49).
O QUE SÃO OS PAIS PARA OS FILHOS?
Ao contrário do que alguns imaginam, o sujeito adolescente precisa
muito de seus pais. De uma forma um pouco paradoxal à primeira vista,
a presença dos pais junto ao adolescente é fundamental, antes de mais
nada, para que ele possa desempenhar sua função de separação. É
porque os pais estão ali, presentes, atentos, é que o adolescente pode
escolher, fazer suas opções, separar-se dos pais. Então, a adolescência é
um grande trabalho de elaboração de escolhas e um longo trabalho de
elaboração da falta no Outro.
A presença dos pais junto aos filhos adolescentes é fundamental.
Só assim poderão vivenciar na adolescência:
1- elaborar suas próprias escolhas;
2- elaborar a falta no Outro.
Vemos, na clínica, uma extensão da seguinte problemática: infâncias
interrompidas prematuramente, antes mesmo de qualquer assunção
corporal efetiva, acompanhadas de todas as crises, como adolescências
que se prolongam muito. São sujeitos que cada vez mais tardiamente se
deparam de forma verdadeira com as questões que circulam em torno do
que Freud conceituou como conflito psíquico: estão em suspensão,
evitam os confrontos com as diferenças de gerações, por exemplo. Não
descolam de seus pais, seja por manter com estes uma relação de
dependência, acomodação, seja, ao contrário, por portarem uma postura
de revolta e rebeldia (o que clinicamente parece dar no mesmo,
tratando-se, em ambos os casos, de uma dificuldade de poder agir em
nome próprio).
Em outros casos, observamos que o adolescente supõe poder agir em
nome próprio, mas na condição de prescindir do pai, abrir mão dele.
Ele presume que as atitudes que viriam a confirmar seu lugar no
mundo dependem de que ele o dispense. É comum escutarmos um
adolescente dizer que quer realizar seus empreendimentos de forma
distinta de seus pais, de que é somente desta maneira que alguma
individualidade lhe seria garantida.