Você está na página 1de 2

Tendência universal a depreciação na esfera do amor.

Texto em que Freud se propõe pensar naquilo que até o momento vinha sendo tratado apenas
pelos escritores, pelos poetas, romancistas que é a questão do amor, do erostimo, da vivencia
cotidiana da sexualidade, da afetividade, do amor. Freud se propões a tratar de alguns temas
nessa esfera e nesse texto ele estava tratando de uma particularidade que ele observava em
paciente homens e que depois no decorrer do texto ele extrapola isso para a vivencia erótica
masculina de forma geral e com algumas repercussões também na sexualidade feminina que é
tendência em depreciar o objeto sexual como condição para poder deseja-lo sexualmente.
Freud observou e observamos até hoje situações muito parecidas em que alguns homens só
conseguem desejar sexualidade, sentir tesão por uma mulher se essa mulher não for a mulher
da vida dele, que não for a mulher que ele ama. Por outro lado a mulher que ele ama não
consegue sentir desejo sexual por ela, sente ternura e respeito mas não consegue sentir tesão.
Ele precisa de uma mulher e essa mulher para ser desejável sexualmente precisa ser rebaixada
aos olhos dele, precisa ser uma mulher a quem ele não respeita.

Ele observa que homens sofrem importencia sexual diante dessas mulheres que ama mas não
consegue sentir tesão por elas, porque essas mulheres estão em alto conta pra ele, são
releváveis pra eles e só conseguem sentir tesão àquela mulher rebaixada a seus olhos.

Um trecho desse artigo em que Freud faz um comentário que não está relacionado a essa
temática mas que é importante. Pagina 195 “a psicanalise revelou-nos que quando o objeto
original de um impulso desejoso se perde em consequência da repressão, ou seja, quando o
objeto que eu desejo, que invisto minha libido é recalcado, esse objeto se representa
frequentemente por uma sucessão infindável de objetos substitutos, nenhum dos quais no
entanto proporciona satisfação completa”. O que Freud diz é que os substitutos desse objeto
que foi reprimido, por mais que eles estejam ali representando o objeto para o sujeito, eles
não proporcionam uma satisfação completa justamente porque eles são apenas
representantes, não são de fato o objeto desejado, porque o objeto desejado está no
inconsciente, foi alvo de recalque e repressão. Freud coloca isso no contexto de uma tentativa
de responder “Porque será que na nossa vida sexual temos necessidade de novidade? Porque
o nosso desejo tende a ir se desintegrando, diminuindo em função da convivência com o
mesmo objeto de desejo, porque a gente precisa desse “anseio pela estimulação”, porque
precisamos de objetos novos no campo da sexualidade?” ele faz essa pergunta porque ele
compara a situação da sexualidade com a situação da bebida. Ele diz “uma pessoa que gosta
de beber vinho ela não precisa ficar mudando de vinho a todo momento, ela não precisa fazer
longas viagens para encontrar outro vinhos, rótulos que nunca experimentou, no caso da
sexualidade, o que percebemos é o que o desejo se intensifica com o objeto novo, com a
existência de uma proibição, uma existência de dificuldade, barreira” e Freud se pergunta
porque isso, ele diz “no fundo da sexualidade o que estamos buscando? Não estamos
buscando aquele objeto, aquela pessoa que desejamos concretamente, no final o que
buscamos é o nosso primeiro objeto que é o objeto materno. Estamos em busca dos nossos
objetos sexuais, estamos tentando reencontrar aquele objeto que é materno, mas é apenas
um representante dele, então por mais que no início a gente se encante e pensamos que
finalmente conseguimos encontrar a pessoa que nos fazer feliz que nos fará plenamente
satisfeitos, logo aquele objeto se revela apenas mais um substituto. Mais um objeto que não é
o objeto, aquela coisa lá de trás, aquele objeto primordial com o qual nos experimentamos
pela primeira vez a vivencia de satisfação e que agora serve para gente como um referencial
de busca que será fadada ao fracasso pois é um objeto que não será mais encontrado, ele foi
reprimido e ficou no passado, isso que está na origem dessa nossa insatisfação constante de
ter um novo objeto, mais uma coisa diferente, mais uma novidade.

Você também pode gostar