Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Portugal
Origem
Aumento da EMV (esperança de vida à nascença)
Envelhecimento da população
Diminuição da natalidade
Situação de dependência
Doenças cronicas incapacitantes
Alterações nas famílias
Objetivos
Prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada,
independentemente da idade, a pessoas em dependência, na sequência de episódio de
doença aguda ou necessidade de prevenção de agravamento de doenças crónicas
Melhoria das condições de vida e bem-estar
Acompanhamento de pessoas no domicílio
Apoio aos familiares/cuidadores
Articulação e coordenação em rede dos cuidados em diferentes serviços, setores e níveis
de diferenciação.
Missão: Conjunto de intervenções de saúde e/ou de apoio social que visa promover a
autonomia, melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência através
da sua reabilitação, readaptação e reintegração familiar e social.
Características
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) é formada por um
conjunto de instituições, tanto privadas como públicas, que prestam ou poderão vir a
prestar cuidados continuados de saúde e de apoio social a pessoas que,
independentemente da sua idade, se encontrem dependentes de outras, quer nas suas
próprias casas, quer nas instalações em que se encontram (Administração Regional de
Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, 2018).
Coordenação
ECR – Equipas coordenadoras regionais – NORTE, CENTRO, LISBOA E VALE DO
TEJO, ALENTEJO, ALGARVE
ECL – Equipas coordenadoras locais – ACES (equipas multidisciplinares de segurança
social e de saúde)
Princípios
- Prioridade em aumentar a autonomia e independência do utente
- Articulação com os familiares e equipas multidisciplinares – interdisciplinar
- Equidade no acesso a estas unidades – pagamento de acordo com rendimentos do
agregado familiar (comparticipação da segurança social).
Equipa
Os cuidados continuados podem ser prestados quer em instituições quer em ambiente
domiciliário, são assegurados por:
- Unidades de internamento;
- Unidades de ambulatório;
Relativamente às Unidades de Ambulatório, estas não requerem internamento do utente.
Dentro destas, existe a Unidade de Dia e de Promoção da Autonomia, que é integrada
por pessoas que possuem níveis distintos de dependência, que requerem a prestação de
cuidados integrados de saúde e de apoio social, e que possam deslocar-se facilmente de
forma a recebê-los adequadamente (Serviço Nacional de Saúde, 2017).
- Unidade de dia e de promoção da autonomia
- Equipas hospitalares
- Equipas domiciliárias (ECCI)
São destinados a pessoas que se encontram em situação de dependência funcional ou de
doença terminal, mas, no entanto, não é necessário proceder ao internamento destes
utentes (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, 2018), pois tem
condições no domicílio que permitem a prestação dos cuidados.
- Gestor de caso – responsável pelo acompanhamento individual e realiza a
comunicação com os demais intervenientes nas prestações de cuidados.
- Educação para a saúde e treino aos doentes, familiares e cuidadores informais.
O internamento em ECCI não tem qualquer custo para os utentes.
A referenciação é efetuada pela Equipa de Gestão Altas e pelas equipas das unidades
funcionais do ACES – Unidades de Saúde Familiar/Unidades de Cuidados de Saúde
Personalizados, mas precisa sempre da validação por parte de uma Equipa
Coordenadora Local (ECL).
Uma equipa multidisciplinar: médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas,
terapeutas da fala e ocupacionais, técnicos de diagnostico e terapia, animadores
socioculturais, nutricionistas, auxiliares de ação medica e psicólogos.
Unidades de Internamento
Unidade de Convalescença (1 mês)
A Unidade de Convalescença está designada para pessoas que estiveram internadas num
hospital devido a uma doença súbita, ou ao agravamento de uma doença ou deficiência
crónica. No entanto, estas mesmas pessoas já não necessitam de cuidados hospitalares
agudos, mas continuam a precisar de cuidados de saúde que não podem ser prestados no
domicílio (Administração Regional de Saúde do Norte, 2016).
- Reabilitação funcional intensiva.
Unidade de Média duração e Reabilitação (3 meses) - UMDR
A Unidade de Média Duração e Reabilitação está reservada para as pessoas que
perderam de forma temporária a sua independência, mas que existe a possibilidade de a
recuperarem e de se reabilitarem. Neste sentido, as pessoas que se encontravam nesta
unidade, necessitam de cuidados de saúde, de apoio social e de reabilitação (Segurança
Social, 2017).
- Reabilitação funcional.
Unidade de Longa duração e Manutenção (6 meses) - ULDM
A Unidade de Longa Duração e Manutenção é designada para pessoas que possuem
doenças crónicas com diversos tipos de dependência e níveis de complexidade. Os
indivíduos não possuem as condições adequadas de forma a que lhe sejam prestados os
devidos cuidados nas suas próprias casas ou nas instituições em que se encontram. Esta
unidade permite prestar o apoio social necessário, bem como os devidos cuidados de
saúde de manutenção aos utentes. É possível assim contribuir para a prevenção do
agravamento da dependência que o utente possui, melhorando assim a sua qualidade de
vida (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima: Apoios Sociais e de Saúde, 2013).
Pode proporcionar internamento de situações temporárias, por causa de dificuldades de
apoio familiar ou necessidade de descanso do principal cuidador, ate 90 dias por ano.
- Reabilitação funcional de manutenção.
- Atividades de manutenção e de estimulação.
Unidade de Cuidados Paliativos
Na Unidade de Cuidados Paliativos não existe um limite de período de internamento do
utente. Esta unidade destina-se aos doentes que se encontram numa situação clínica
complicada e com muito sofrimento, devido a uma doença grave, sem cura e
progressiva (Serviço Nacional de Saúde, 2016). Objetivo de promover o bem-estar e
qualidade de vida destes utentes.
A ECCI é uma equipa multidisciplinar da responsabilidade dos CSP e das entidades de
apoio social, para a prestação de serviços domiciliários, decorrentes da avaliação
integral, de cuidados médicos, de enfermagem, de reabilitação e de apoio social, ou
outros, a pessoas em situação de dependência funcional, doença terminal, ou em
processo de convalescença, com rede de suporte social, cuja situação não requer
internamento, mas que não podem deslocar-se de forma autónoma. (cf. Artigo 27.º do
DL 101/2006, de 6 de Junho)
As ECCI deverão ser de constituição obrigatória em todos os CS, recomendando-se a
sua imediata organização, ainda que o processo de reconfiguração dos actuais CS não
esteja iniciado, como forma de aumentar a capacidade às necessidades dos utentes e,
essencialmente, dotar a RNCCI da estrutura de apoio domiciliário conforme previsto na
legislação.
A implementação deste processo é da responsabilidade dos CS, em articulação com as
ECL e ECR, respectivas.
A prestação de cuidados continuados integrados domiciliários é desenvolvida,
maioritariamente, por profissionais dos CSP, designadamente por enfermeiros e médicos
de família, como equipa nuclear. Estes profissionais articulam com outros técnicos do
ACES, designadamente assistentes sociais, fisioterapeutas, entre outros, apoiados por
profissionais administrativos.
Prevenção de Quedas
As quedas podem minorar-se através de:
Programas de exercício com o objetivo de aumentar o tónus muscular e
melhorar e equilíbrio;
Evitar medicação que afete o equilíbrio;
Eventual utilização de auxiliares de marcha ou outros dispositivos;
Intervenção na área Cognitiva e Emocional, que se podem relacionar com o
medo de cair;
Intervenção multidisciplinar e multifatorial para minimizar riscos de saúde e
ambientais. A promoção de um ambiente físico seguro, inclui entre outras
dimensões, a existência de pavimento não escorregadio, e ausência de
desníveis, assim como um acesso fácil a instalações sanitárias e a dispositivos
de apoio ao banho, e variabilidade de altura das camas de acordo com a
situação.
Promoção da cognição e estado emocional
Na área da cognição e estado emocional deve, entre outros:
Existir avaliação pró-activa de risco de delírio;
Promover-se o controlo da dor;
Implementar-se medidas para prevenir o declínio da função cognitiva, entre
outras;
Encorajar atividades que promovam estimulação cognitiva;
Encorajar atividade física;
Rever a medicação;
Otimizar estimulação ambiental;
Incluir família e cuidador informal nos cuidados prestados;
Implementar medidas para a promoção de bem-estar e equilíbrio emocional: -
promover estratégias de desenvolvimento de sensação de autocontrolo,
segurança interna e externa - promoção da autoconfiança e autoestima -
estimular rotinas positivas e gratificantes
Alimentação e Hidratação
Deve encorajar-se a alimentação e hidratação autónomas. Para tal deve:
o Verificar-se se as gengivas têm áreas inflamadas – as próteses dentárias
podem não se adaptar corretamente e provocar dor na mastigação;
o Disponibilizar-se instrumentos necessários como talheres ou copos adaptados;
o Disponibilizar-se alimentos fáceis de comer sem talheres;
o Se o doente tiver alterações da visão deverão colocar-se os utensílios e a
comida em lugares fixos. O método do relógio para localizar a comida pode
ajudar; por exemplo: “a sua carne está às nove, a sua batata está às doze e a
sua cenoura está às três”;
o Adequar-se atitudes que estimulem autoconfiança sempre que for necessário
alimentar um doente dependente.