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da Emoção
Os Bastidores da Mente Humana
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Os Bastidores da Mente Humana
Objetivo
• Conhecer os principais fenômenos psíquicos envolvidos na construção dos pensamentos,
os papéis consciente e inconsciente da memória e a formação e intervenção do Eu como
líder de si mesmo, frente às armadilhas da mente.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Os Bastidores da Mente Humana
Contextualização
Se considerarmos a personalidade humana como um grande edifício, a maioria dos
seres humanos nunca saiu do piso térreo, da sala de recepção. A maioria jamais entrou
no subsolo da sua mente nem nos andares mais elevados da sua inteligência. São des-
conhecidos de si próprios.
Um indivíduo que poderia ser um exímio profissional por ser capaz de alavancar a
carreira, pode tornar-se seu próprio inimigo por conta de algumas convicções e emo-
ções tóxicas.
Outras vezes, deixamos de aprender lições importantes com uma pessoa, simplesmen-
te, porque sentimos antipatia por ela. Na maior parte das vezes, não questionamos as
nossas emoções e pensamentos. Nós nos deixamos dominar por eles, permitindo que
se tornem grandes entraves em nossos relacionamentos ou na nossa carreira profissional.
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Introdução
A Teoria da Inteligência Multifocal engloba a Psicologia Multifocal (o funcionamento
da mente, o desenvolvimento da personalidade, a construção de pensamentos e a for-
mação do Eu), a Sociologia Multifocal (o processo de construção das relações sociais), a
Psicopedagogia Multifocal (o processo de aprendizagem e de formação de pensadores),
a Filosofia Multifocal (o processo de interpretação e a lógica do conhecimento).
Quem não tem alguns desses defeitos, ainda que minimamente? Que psiquiatra, psi-
cólogo ou médico não tem avarias em seu arcabouço psíquico?
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O Processo de Interpretação
Querido(a) aluno(a), para iniciarmos nossa jornada, peço que observe fixamente a
imagem a seguir e responda se ela está parada ou em movimento.
Figura 1
Fonte: plato.stanford.edu
Sabemos que está parada, mas nosso cérebro interpreta como se ela estivesse em
movimento. Trata-se de uma ilusão de ótica.
Veja o vídeo a seguir e responda se o trem está indo ou vindo em sua direção?
Ilusiotrem. Disponível em: https://youtu.be/7Rg9CCqYuPY
Se você vê o trem indo, você está certo. Mas se você vê o trem vindo, você também
está certo.
Nossa mente possui limitações de percepção e nosso corpo possui limitações físicas,
não conseguimos captar a complexidade da realidade com nossos órgãos sensoriais.
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E como isso pode impactar nosso dia a dia?
Nossos relacionamentos?
Tudo o que eu e você pensamos sobre nós mesmos e sobre os outros não é real,
mas fruto de um sofisticado sistema de interpretação. E toda interpretação é passível de
inúmeras distorções devido a:
• Fatores internos, por nossos modelos mentais, conceitos e preconceitos, crenças
e valores, isto é, por todas as Janelas da Memória arquivadas durante toda a nos-
sa existência;
• Fatores externos, como na imagem acima, por ilusão de ótica.
O estudo foi aplicado com 320 pessoas que relatavam suas impressões após ouvir às
gravações de diferentes indivíduos dizendo “olá”, com base em dez critérios.
Outro estudo, conduzido para Empresa de cosméticos Dollar Shave Club, com 2 mil
americanos, revelou que a primeira impressão sobre as pessoas é formada em menos de
30 segundos, sem ao menos conversar com a pessoa.
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A Memória Humana
A memória é uma das estruturas mais misteriosas e fundamentais da inteligên-
cia humana.
Aqui, estudaremos algo mais importante do que sua anatomia: seus papéis e o supor-
te na construção do mundo intelectual.
Áreas da Memória
O conceito global de Inteligência Multifocal retrata três grandes áreas. As duas pri-
meiras são inconscientes e a última, consciente.
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A primeira e a segunda grande áreas formam a terceira área, que corresponde aos
comportamentos perceptíveis do ser humano, capazes de serem analisados, avaliados
e aferidos, tais como a rapidez de raciocínio, o nível de tolerância e a capacidade de
gerenciamento do Eu.
Fenômenos inconscientes
– RAM
– Janela da Memória
– Gatilho da Memória
– Autofluxo
Comportamentos observados
analisados e aferidos
Variáveis
– Intraorgânica: carga genética
– Intrapsíquica: Quem sou?
Como estou? Como atuo na
gestão psíquica?
– Extrapsíquica: Onde estou?
Com quem estou?
Figura 2
Fonte: Adaptado de CURY, 2006
Figura 3
Fonte: Getty Images
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Tipos de Memória
Segundo a Teoria da Inteligência Multifocal, existem três grandes tipos de memória:
• a Memória Genética (MG);
• a Memória de Uso Contínuo (MUC);
• a Memória Existencial (ME).
Nessa metáfora, a Memória Genética (MG), herdada dos nossos pais biológicos, re-
presenta o solo da cidade. É única para cada ser humano, tanto na construção do bioti-
po, expresso pelo tamanho, forma, peso, altura, cor da pele, quanto na construção da
complexa fisiologia, expressa pelo metabolismo, hormônios, neurotransmissores cere-
brais e anticorpos.
Cada uma das características genéticas para o comportamento pode produzir uma
reação em cadeia, que influenciará o processo de interpretação e as experiências emo-
cionais do feto, do bebê, da criança, do adolescente e do adulto. O solo e o clima da
cidade da memória, ou seja, a carga genética, influenciam os alicerces, a estrutura, o
padrão de segurança e a acessibilidade de casas e edifícios que representam as informa-
ções e as experiências arquivadas na MUC e ME, ao longo da existência.
Fobias, humor depressivo, ansiedade, reações impulsivas, inseguranças que não sa-
bemos de onde vêm ou por que vieram, foram emanadas da ME.
Quem forma a ME é a MUC. Todos os registros são feitos na MUC e a partir daí
serão lidos continuamente. Com o passar do tempo, os registros que deixam de ser utili-
zados de maneira diretiva e constante são, aos poucos, deslocados da MUC para a ME.
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MG
ME
MUC
Figura 4
Fonte: Adaptado de Getty Images
Se hoje passou por uma angústia, uma situação de medo, uma crise de agressividade,
tenha certeza de que tudo isso está registrado em sua memória.
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Enquanto o leitor está lendo esses textos, ele está detonando milhares de vezes o
Gatilho da Memória para abrir as janelas, checar as informações que possui e realizar
o processo de assimilação e de entendimento. Sem o Gatilho da Memória, o EU ficaria
completamente confuso, desorientado, pois não entenderíamos milhares de estímulos
captados pelos sentidos.
Por meio da leitura das Janelas da Memória é que podemos nos localizar no tempo-
-espaço e resolver questões práticas no dia a dia. É pela leitura das Janelas da memória
que vemos, agimos e reagimos no mundo. Existem três tipos de Janelas em nossa
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memória, que são registradas conforme o impacto emocional: Janelas Neutra, Ligth
e Killer.
As Janelas Light, que significa, na língua inglesa, luz ou leve, são as experiências que
nos causam prazer, alegria, serenidade, coerência, sentimentos positivos e que, por isso
mesmo, ampliam nossa capacidade de reflexão e autoconsciência, tornam-nos flexíveis
e elásticos para as interpretações.
As Janelas Killer, do inglês assassina, são as experiências que nos causaram dor e
tristeza e, se não forem trabalhadas e ressignificadas, causam tensão e limitação em
nossa capacidade de dar respostas inteligentes diante da realidade.
Quanto maior o impacto emocional, maior será o registro, formando as Janelas Du-
plo P, que ficam no epicentro da memória. É por isso que nos lembramos de alguns
episódios com clareza e outros caem no esquecimento.
As Janelas Duplo P têm duplo poder: de atrair e de agregar Janelas rapidamente, for-
mando plataformas de Janelas. Quando essas Janelas poderosíssimas são do tipo Light,
representam experiências que tiveram altíssimo impacto emocional positivo e financiam
as características de personalidade mais saudáveis como o altruísmo, a generosidade, ou
são os registros daquelas experiências mais fantásticas que ficaram cravadas em nosso
inconsciente, como o nascimento de um filho, aquela viagem especial e a formatura,
entre outras.
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A partir desse território, o Autofluxo faz a leitura da história intrapsíquica que, por
sua vez, gera emoções intensamente ansiosas e pensamentos qualitativamente mórbidos
que, canalizados para o córtex cerebral, gerarão uma série de sintomas psicossomáticos.
A Teoria da Inteligência Multifocal nos alerta a respeito de que é a emoção que de-
termina a qualidade do registro. Quanto maior o volume emocional envolvido em uma
experiência, mais o registro será privilegiado e mais chance terá de ser lido.
Você registra milhões de experiências por ano, mas resgata frequentemente as ex-
periências com maior conteúdo emocional, como as que envolveram perdas, alegrias,
elogios, medos e frustrações. Portanto, quando não há emoção, a transmissão das in-
formações, seja na sala de aula, seja em qualquer outro ambiente, seja com crianças,
jovens ou adultos, gera dispersão, em vez de prazer e concentração e, provavelmente,
esses registros passarão rapidamente da MUC para a ME.
Convido-o, agora, caro aluno, a fazer uma retrospectiva na época de sua educação
formal. Quais os conhecimentos que consegue resgatar de sua memória?
Se queremos nossos alunos atentos e ávidos pelo que podemos transmitir, temos de
mudar nossas estratégias, buscar formas de fazer sentido para a vida do aluno. Ensinamos
mais por quem somos, por nossa postura diante do outro, do que pelo que sabemos.
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Circuito Fechado da Memória
A memória humana, diferentemente dos computadores, não se abre integralmente,
mas por territórios. O ideal é abrirmos o maior número de Janelas possível, para ampliar
nossas interpretações e reflexões. Contudo, de acordo com o ambiente em que estamos
e do estado emocional em que nos encontramos, abriremos mais ou menos Janelas.
O Circuito Fechado da Memória é uma forma de pensar, que encarcera nossas pos-
sibilidades emocionais e as funções mais nobres de nossa inteligência para enxergarmos
e realizarmos uma intervenção de forma diferente.
Pensamos, sentimos e agimos pela leitura viciada de apenas uma área da memória.
Temos um raciocínio limitado, unifocal, que não analisa nem o problema nem os
nossos pensamentos, emoções e atitudes por múltiplos ângulos e, consequentemente,
nos deixa cegos diante dos desafios e experiências. Com isso, alimentamos padrões de
pensamentos limitadores, agindo de forma unifocal.
De acordo com a Teoria da Inteligência Multifocal, podemos ser encarcerados pela Sín-
drome do Circuito Fechados da Memória Psicoadaptativa (SIFE-P), fruto de nossas cren-
ças e valores limitantes e a Síndrome do Circuito Fechado Tensional ou Killer (CIFE-T),
fruto das Janelas traumáticas.
A repetição do mesmo elogio, da mesma ofensa, mesma paisagem… faz com que a
emoção se psicoadapte e perca a capacidade de reação. Nesses casos, podemos buscar
novos estímulos, buscar melhorias em nossa vida. Por exemplo, escultores, pintores e
escritores que se psicoadaptam aos mesmos estímulos, aos traços, a descobertas e a
estilos da sua época.
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Por meio desse fenômeno, uma mãe que perde seu filho, por exemplo, consegue
psicoadaptar-se à perda, diminuindo o processo de aceleração do pensamento e impe-
dindo a usurpação do fenômeno do Autofluxo para que o Eu possa assumir o controle.
Contudo, a psicoadaptação também pode ser destrutiva, quando contribui para gerar
no palco da psique humana experiências de tédio, rotina, mesmice e solidão extrema, ou
quando nos psicoadaptamos a ambientes violentos, que levam as pessoas a perderem a
capacidade de se colocar no lugar do outro, promovendo o ciclo da violência.
Para muitas pessoas, a fama pode se tornar uma das maiores armadilhas da emoção.
Gradativamente, psicoadaptam-se aos aplausos, aos assédios e aos holofotes.
A emoção começa a ter uma necessidade inconsciente cada vez maior de grandes
estímulos para sentir um pouco de prazer. O mesmo princípio ocorre com as drogas
psicotrópicas. Doses cada vez maiores são necessárias para se ter um pouco de emo-
ção. Muitos famosos perdem as raízes das coisas simples, esfacelam seu prazer de viver,
entram em crises depressivas e ansiosas.
Figura 5
Fonte: Getty Images
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Achamos natural pensar como pensamos e vamos construindo padrões mentais, tais como:
• Sucesso: cada Sociedade e cultura tem um padrão específico do que é sucesso:
ter mais dinheiro, cargo de poder ou influência, entre outros. O que é considerado
sucesso para a Sociedade realmente traduz o sentido de sucesso para todas as pes-
soas? O fato de não ser rico ou trabalhar como operário em uma Empresa em que
sou valorizado e sou feliz significa não ser um profissional de sucesso?;
• Relacionamentos: muitas pessoas não se sentem amadas porque esperam um
relacionamento de acordo com seus padrões. Cobramos do outro o mesmo nível
de afeto e cuidado que damos. Se uma pessoa não demonstra amor de acordo com
nosso padrão mental, não significa que não nos ama;
• Beleza: a Sociedade define o peso e estatura ideais, tipo de cabelo, a necessidade
de medidas invasivas para esconder a idade ou ficar mais parecida com determi-
nados estilos considerados belos. Assim, criamos Plataformas de Janelas do que é
belo e deixamos de ver a beleza única que existe em cada ser humano, inclusive em
nós mesmos.
Todos esses padrões (Plataformas de Janelas) são construídos ao longo de uma his-
tória existencial e pautam a nossa existência. Muitas mulheres e homens sofrem do que
a Teoria da Inteligência Multifocal identificou como Síndrome do Padrão Inalcançável de
Beleza (PIB), como resultado de uma vasta difusão de padrões irreais de beleza.
Precisamos aprender a questionar nossas crenças e valores que nos limitam e sabo-
tam nossos relacionamentos, conosco e com outros. Assim, é possível reeditar e recons-
truir nossa vida pautada em escolhas mais saudáveis, não permitindo que nossa mente
seja controlada por “verdades” que não se inspiram em valores de saúde emocional e
social. Porém, é importante entender que o desejo de mudança não provoca mudanças.
Precisamos entender que Janelas Solitárias, ou seja, sozinhas, que não formam
Plataformas de Janelas, não têm poder de enfrentamento suficiente para lidar com
Plataformas de Janelas Traumáticas.
Muitas pessoas têm somente a intenção de mudar e, por isso, não conseguem realizar
o processo de mudança. Se não houver tensão emocional, ou seja, vontade com atitudes
provocadas pelo Eu, para transformar o simples desejo em Janelas Duplo P, não será
possível construir, na psique, Plataformas de Janelas Light para expandir o território
psíquico e financiar o raciocínio complexo, tendo, assim, atitudes inteligentes.
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Por exemplo:
Não faço
Você fez tudo
nada certo!
errado! errado!
Sou
incompetente!
Figura 6
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Frente ao estímulo externo, a fala do chefe, o registro é feito de forma privilegiada
pelo fenômeno RAM, abrindo uma Janela Killer na sua psique.
O Autofluxo fará a leitura dessa janela e produzirá outras janelas, aumentando a pla-
taforma e formando um núcleo doentio.
Esse núcleo poderá pautar a forma como a personagem percebe a si mesma e, con-
sequentemente, sua forma de agir e reagir no meio no qual vive.
Pessoas que têm ataques de pânico, transtornos obsessivos, fobia de avião, claustro-
fobia, fobia social ou que têm grandes preocupações com doenças, com o futuro e com
a opinião dos outros detonam o Gatilho da Memória para áreas traumáticas, saem de
um ambiente confortável para um “mar” de águas turbulentas.
Tudo é tão rápido que o Eu não tem sequer tempo para pensar.
Armadilha do Conformismo
O conformismo é a arte de se acomodar, de não reagir e de aceitar passivamente as
dificuldades psíquicas, os eventos sociais e as barreiras físicas.
Armadilha do Coitadista
Falar da armadilha do Coitadismo é falar de uma postura de vitimista. Os coitadis-
tas bloqueiam seu psiquismo, aprisionando suas mentes nas tramas da autopiedade e
da mesmice.
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O(a) Coitadista vai além do convencimento de que não é capaz, entra na esfera da
propaganda do sentimento de incapacidade. O coitadismo faz marketing de suas cren-
ças irreais, impotências, limitações: “Sou desafortunado!; “Sou um derrotado!”; “Nada
que faço dá certo!; “Ninguém gosta de mim!”; “Nada dá certo em minha vida!”.
São pessoas com notável potencial, mas que o jogam no lixo. Incorporam o papel
dramático e autopunitivo e estão programadas para serem fracassadas.
Viver como adulto também não vem com manual. A vida é feita de muitas provas.
A matemática existencial é diferente da matemática tradicional.
Na existencial, perder pode ser ganhar, dividir pode ser multiplicar e, no processo da
experimentação e do erro, nós nos tornamos brilhantes, especialistas e plenos de expe-
riência, pois foi o processo que mais valeu na excelência profissional, e não a obra final.
Todos sabemos que errar é humano, mas insistimos em ser deuses, temos a necessi-
dade neurótica de sermos perfeitos. O medo de errar pode nos fazer regredir do ponto
de vista da criatividade, da inovação e do aprender a aprender.
O medo da rejeição, da crítica, não permite que exploremos nossos potenciais, pois
como em toda exploração e aprendizado, provavelmente, vamos falhar no início.
O problema é nossa obsessão com a perfeição que nos deixa aprisionados, e não o
erro em si. Tornar-se um sujeito de excelência pessoal e profissional significa se aventurar
no caminho de aprender a aprender. E aprender a aprender significa errar muitas vezes.
Você conhecia essas armadilhas? Consegue identificar situações em sua vida nas
quais ficou preso em algumas delas?
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Armadilha do Consumismo
Em uma sociedade extremamente capitalista como a nossa, que dissimina a felicidade
ligada exclusivamente aos valores materiais, é preciso muita cautela, pois muitas pesso-
as focam em ter pois não sabem ser. Pessoas que não se amam, não estão satisfeitas
consigo, com sua vida, tendem a projetar sua felicidade no ter, em tudo o que o dinheiro
pode comprar.
Atuação do Eu no Processo
de Construção do Pensamento
No processo de construção de pensamentos e atitudes, o Eu não pode impedir ou
intervir na atuação dos fenômenos inconscientes.
Não podemos deixar de registrar o que é captado pelos sentidos, nem impedir a
Gatilho, a Âncora ou o Autofluxo de agirem. Mas o Eu pode atuar na leitura e na inter-
pretação das Janelas da Memória, em três momentos:
1. O Eu tem 5 segundos para intervir na redução do impacto emocional, protegen-
do sua emoção;
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Crenças: caminhos para saúde e o bem-estar
DILTS, R. et al. Crenças: caminhos para a saúde e o bem estar. Summus, 1993.
Vídeos
Vida Maria
Vida Maria, um projeto premiado no 3º. PRÊMIO CEARÁ DE CINEMA E VÍDEO. Neste
curta, é possível identificar como Maria fica presa no Circuito fechado da Memória Psi-
coadaptativa, pelas crenças culturais passadas de geração em geração.
https://youtu.be/yFpoG_htum4
Filmes
Adolescência: O cérebro em transformação
Nittas Vídeo, 2009.
Os Croods
Retrata a história de uma família da era pré-histórica, que vive escondida na maior parte
do tempo dentro de uma caverna para sobreviver aos grandes perigos externos. A fa-
mília se psicoadaptou a viver desse jeito, acreditando estar segura, mas um membro da
família não se contenta com esse estilo de vida e começa a quebrar vários paradigmas.
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Referências
CURY, A. Ansiedade: como enfrentar o mal do século. São Paulo: Saraiva, 2013.
________. A Fascinante Construção do EU. São Paulo: Planeta do Brasil Ltda., 2011.
Sites visitados
CEREBRO Dividido Cortometraje Animado. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=Q7BqXLE1iqM>. Acesso em: 28 out. 2019.
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