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MAERIAL DE ASPOSTILA DE SUBTIPOS

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INTRODUÇÃO AOS SUBTIPOS

A visão psicológica do Eneagrama, bem como o 4º Caminho (desde a


Mesopotâmia e os Magos do Deserto) reconhecem 3 instintos básicos no Ser
Humano:
O Conservacional ou de Autopreservação representado no corpo pelo
estômago,
O Sexual ou de Sintonia (órgãos sexuais) e
O Social (língua) e pele segundo Naranjo.

Há autores que relacionam 38 instintos e outros dizem que o Ser Humano não
tem instintos (ambas visões, exageradas).

Freud e a Psicanálise reconhecem apenas 2 instintos (Sexual e Conservacional).


O Social não é denominado instinto por ser pouco comum aos animais,
aparecendo neles como o instinto de rebanho (exceto um pouco mais no
cachorro e no macaco). Contudo, parece que mesmo os animais dedicam uma
parte de seu tempo a relacionar-se, pelo gosto do contato sem outra finalidade.

Os instintos são originalmente uma força sã, mas que foram contaminados pelas
paixões se colocando a serviço do ego. Os instintos, enquanto livres, são partes
da Essência, mas ao terem seu território invadido pelas paixões, se tornam
desequilibrados e, nesta situação, fazem parte também da Personalidade.

Segundo Oscar Ichazo e Claudio Naranjo, à nível da Personalidade, cada pessoa


tem um instinto que predomina sobre os demais. O instinto Conservacional está
dirigido para a busca da sobrevivência física, o Social para os relacionamentos
com pessoas e com os grupos sociais, e o Sexual para os relacionamentos íntimos
e à necessidade de estar sintonizado com os demais. De fato, uma destas áreas
ou setor da vida se tornou o foco da busca da satisfação. Ficamos sensíveis a uma
área da vida na qual nos sentimos mais vulneráveis e. para nos proteger ou
equilibrar-nos, investimos aí muita energia.

Assim, os instintos para serem liberados de sua passionalidade e retornarem à


sua condição original, precisam ser reequilibrados. A invasão gerou um
desequilíbrio na atuação de cada um deles e, aquele mais atingido ficou doente,
com paixão por uma área, que foi priorizada para compensar o desequilíbrio.
Dito de outra forma, em cada pessoa um instinto básico (ou uma área de sua
vida) foi mais ferido (ou atingida), se tornando prioritário sua defesa (ou
proteção), como uma maneira dela tentar compensar o desequilíbrio originado.

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O Instinto cuja defesa se tornou prioritária, ou aquele ao qual se deu mais
alimento, passa a ser o dominante.

Quando uma pessoa tem o seu instinto dominante assegurado (aquele que foi
mais ferido), ela fica mais tranqüila e satisfeita (um ganho secundário), daí a
grande dificuldade de se conseguir o equilíbrio com os demais instintos básicos.

A Paixão, quando invade os instintos, cria certas nuances, que dão origem aos
subtipos do Eneagrama, diferenciando os integrantes de cada tipo. Por exemplo,
no caso do tipo 2, a invasão do Orgulho no instinto social dá origem a um subtipo
que ambiciona o sucesso social, seduzindo, para isto, as multidões (como fazia
Napoleão Bonaparte); se a invasão ocorre no instinto sexual, origina outro
subtipo, que utiliza a sedução sexual para conseguir o parceiro; finalmente, se a
ferida ocorre na área conservacional, dá origem ao terceiro subtipo, que seduz
os pais inicialmente, e depois outras pessoas para obter privilégios e proteção.

Assim, cada um dos 9 tipos do Eneagrama possui três subtipos, que indicam as
diferentes áreas, onde estão concentrados os seus interesses específicos, ou que
motivam os seus comportamentos: área conservacional (proteção do indivíduo),
área social (relacionamento entre os indivíduos) e área sexual (preservação da
espécie).
O subtipo de uma pessoa mostra a área em que ocorrem mais problemas e que
ela priorizou para se defender. Se nada for feito, é nesta área que continuarão a
ocorrer os maiores problemas.
Todas as pessoas têm os três instintos (ou características dos três subtipos), mas
houve uma motivação (inconsciente) para buscar uma compensação, gerando a
predominância de um deles. Desta forma, há sempre no homem ordinário,
instintos reprimidos ou pouco utilizados, e instintos que são utilizados com
exagero, ou em lugar dos reprimidos. Assim, os instintos – sabedoria natural do
animal – ficam em desequilíbrio. Um dos resultados, das terapias e dos trabalhos
sobre as dificuldades, é a obtenção de uma adequação e um equilíbrio dos
instintos pela ativação dos reprimidos e a pacificação do utilizado
exageradamente.

Segundo Claudio Naranjo, os subtipos (paixões satélites) são fundamentais para


a localização da ferida neurótica (principal necessidade neurótica): o dever pode
ser tão importante quanto o medo, e a ambição tão apaixonante quanto o
orgulho. O que determina os subtipos é a área onde se localiza a ferida neurótica
principal, provocando a necessidade de uma compensação (como a busca da
chave por Nasrudin, onde há mais luz, onde é mais fácil procurá-la, mas onde ela
não se encontra).

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As palavras fornecidas por Oscar Ichazo (“preocupação” para o 1 conservacional,
“confiança” para o 5 sexual, “dever” para o 6 social, etc.) têm que ver com os
núcleos da neurose, sendo assim chaves para o entendimento da passionalidade
que assola cada subtipo, mesmo que, muitas vezes, seja demandada uma longa
e profunda observação, para que se consiga ter o seu entendimento preciso. Tal
palavra ou expressão, de alguma forma, resume o estilo e a preocupação central
de cada subtipo.

O que falta a todas as crianças é o amor, mas elas acreditam ser segurança
(dando origem aos subtipos Conservacionais), participação (aos Sociais) e o
prazer (aos Sexuais).

Os subtipos Conservacionais buscam obter e manter sua segurança e confortos


físicos. Quando crianças, possivelmente sentiram falta de proteção e
insegurança. Para eles a prova de amor era que fossem cuidados, protegidos e
acompanhados (levados pelas mãos). Isto os levou a uma preocupação excessiva
por tudo que representasse previsão e segurança. Alimentação, vestuário,
dinheiro, concretude, saúde, moradia, proteção contra riscos, reservas, bem
estar, etc., passou a constituir-se a maior preocupação e, sua dedicação para
obtê-los e assegurá-los, pode deixar outros itens em segundo plano. Assim, se
preocupam em manter provisões, os locais onde moram e trabalham seguros e
confortáveis, um equilibrado fluxo de entradas e saídas de recursos, e ter um
bom plano de saúde para si e para a família. Estas são áreas e atividades
prioritárias em que colocam parte significativa de sua energia.

Contudo, os subtipos Conservacionais menos saudáveis (quando o instinto é


totalmente subjugado pelo ego) podem agir ao contrário, não se cuidando
adequadamente (o instinto se voltando contra si mesmo): alimentando pouco
ou em demasia, se descuidando da saúde ou se preocupando excessivamente
com ela, estocando provisões exageradamente e gastando ou poupando em
excesso.

Os subtipos Sociais, por terem tido dificultado sua necessidade de participação,


buscam prioritariamente os relacionamentos, ou seja, manter contatos. Serem
aceitos e necessários pelos demais é básico. Podem viver sem grandes
dedicações às relações com parceiros ou à conservação, mas se identificam com
o amor ao social. Para isto se interagem e se envolvem com o maior número de
pessoas, isto indo além do “instinto humano fundamental de convivência”.
Assim, são suas prioridades: comunicar e fazer contatos, ajudar, obter e dar
compensações, o aplauso, ter sucesso e glória, honraria e liderança e atuar em
atividades que gerem muitos relacionamentos, ou os faça se sentir aceitos.

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Quando a paixão invade este instinto, a pessoa se transforma num escravo de
que a vejam e reconheçam.

Os subtipos Sociais menos saudáveis podem se tornar extremamente anti-


sociais, fugindo dos contatos e se isolando.

Quando crianças ou subtipos Sexuais, possivelmente ao sentirem falta de


atenção, cuidado e amor, e percebendo a sexualidade existente entre os pais,
concluem que aquilo é o que lhes faltam, e os tornariam felizes. Assim buscam
no sexo o reconhecimento e a aceitação. Isto gera uma preocupação exagerada
na busca de sintonia, conexões, vibração e prazer. Passam a ter atitudes de
domínio e poder, bem como grande atração por experiências intensas, não
apenas sexuais (esportes perigosos, filmes com grande carga emocional,
conversas sérias e com conteúdo, etc.). Há neles uma abordagem exploratória
da vida e dificuldades de perceber suas verdadeiras necessidades e prioridades.
É comum apresentarem dificuldades para concluir seus projetos, e cuidarem
bem de si, parecendo estar sempre esperando a pessoa que os completará.

Quando menos saudáveis podem apresentar-se dispersivos e sem concentração,


além de obsessivos quando encontram uma pessoa, que imaginam ser a certa
para eles. Na área sexual podem manifestar promiscuidade, ou evitar totalmente
as relações.

Informações Complementares sobre Os Instintos e os Subtipos:

Toda pessoa tem um fio condutor predominante que indica qual é o seu subtipo,
apesar de que em alguns períodos da vida, características de um ou de outro
subtipo, podem aparecer com mais evidência. A melhor forma de se chegar
corretamente ao subtipo, sanando possíveis dúvidas, é olhar o que veio primeiro
na vida, recordar-se como se era desde criança.

A pessoa pode, via um trabalho constante sobre suas dificuldades, estar


caminhando para um equilíbrio. Quando há um trabalho sobre si, pelo esforço
de tentar equilibrar os instintos, a área mais ferida que provocou a necessidade
de uma compensação, ou seja, “como se é atualmente”, fica camuflada. As
terapias e outros trabalhos de auto-conhecimento evidenciam o instinto que
está em segundo lugar e, não se estando atento ou observando como se era
originalmente, pode ser instalada uma confusão sobre qual é o subtipo
dominante. Por outro lado, o encontro do subtipo correto pode ajudar no
enquadramento, quando há dúvida sobre o tipo.

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À medida que há crescimento, a necessidade de priorizar um instinto vai
diminuindo, e aqueles menos feridos aparecem. Devido a isto, as pessoas
costumam dizer ter sido um subtipo no passado, e no momento ser outro (na
realidade o subtipo não muda). O tipo 1 conservacional pode ficar mais raivoso
(e achar que é sexual), por perceber a compulsão de “ser bonzinho” para negar
sua ira (um tabu para ele).

Outra forma de saber o subtipo, ou qual instinto é o dominante, é examinar


como reparte seu tempo no dia-a-dia.

Os subtipos Sociais parecem tender para o intelecto, os Sexuais para a emoção


e, os Conservacionais, para a ação. Assim, pode-se dizer que há uma
potencialização do intelecto nos subtipos Sociais dos tipos 5, 6 e 7; da emoção
nos subtipos Sexuais dos tipos 2, 3 e 4 e, da ação, nos subtipos Conservacionais
dos tipos 8, 9 e 1.

Todos os tipos parecem ter um subtipo que tende a negar a paixão, sendo mais
evidente no tipo 6 contrafóbico (Sexual) e no tipo 4 contradependente
(Conservacional). Nos demais (exceto o tipo1, que tem 2 subtipos –
Conservacional e Social que não expressam a raiva), são os seguintes, os subtipos
que tendem a negar a paixão:

2 – Conservacional (menos orgulhoso e menos arrogante);


3 – Conservacional (cuja maior vaidade é não ser vaidoso);
5 – Sexual (mais forte, emotivo e expressivo);
7 – Social (mais sincero, menos guloso e preocupado com os demais);
8 – Social (diplomata e polido e, às vezes, moralista);
9 – Social (mais vaidoso, brigão, extrovertido e assertivo).

Vem sendo constatado nos grupos que trabalham o Eneagrama,


que há pessoas, cujos instintos estão melhor distribuídos (não significando
equilíbrio ou liberdade), e outras que têm dois instintos preponderantes, e um
terceiro pouco atuante, gerando diferenças significativas entre os
representantes do mesmo tipo. Contudo, parece que há nos subtipos que negam
os tipos, um único instinto preponderante, caso contrário, não conseguiriam
negá-los. De uma forma geral pode-se dizer que cada tipo pode originar 6
subtipos, dependendo de qual instinto está em segundo lugar.

Quando as paixões contaminam os instintos, dando origem aos subtipos,


aparecem certas dificuldades específicas. Por exemplo, no tipo 6 aparecem:
Medo + conservação = fragilidade (busca da proteção pela docilidade);
Medo + sexual = braveza (busca da proteção pela intimidação);

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Medo + social = frieza e rigidez (busca da proteção pelo uso de normas,
regras e sistemas estruturados).

Há em todos os tipos certas polaridades (um subtipo falante e outro calado; um


agressivo e outro cálido). O terceiro costuma estar no meio.

As pessoas pertencentes ao mesmo subtipo, mesmo de tipos diversos,


compartilham certos valores, o que pode “facilitar” o seu relacionamento. Da
mesma forma os casais de instintos diversos tendem a ter mais conflitos, devido
a seus valores mais importantes (preocupações e prioridades) serem tão
diversos.

O assunto dos subtipos tem bastante semelhança com o dos tipos, isto além de
ser um detalhamento ou um afunilamento ou ir mais ao cerne da questão. São
motivações voltadas para o preenchimento de um vazio, para formas de
deficiências ao invés de formas de abundâncias.

Ao invés de viver abundantemente por estar em contato com o Ser, tenta-se


preencher esta falta com substitutos. No caso dos tipos, com luxúria ou mais
intensidade (tipo 8), com aplausos ou vaidade (tipo 3), com gula ou mais
variedades (tipo 7). No caso dos subtipos, com satisfação / cumplicidade / posse
ou entrega (tipo 8), com segurança / prestígio ou exibicionismo / clichês de
masculinidade ou de feminilidade (tipo 3), com autoproteção nos agrupamentos
ou proteção das “suas famílias”/ idealização do sagrado / sugestionabilidade do
outro ou de si (tipo 7).

O instinto predominante em cada pessoa pode ser reconhecido, observando-se


a área (autoproteção, social, sexual) em que a paixão associada ao tipo é mais
forte, ou aparece mais em sua vida.

ALGUNS EXERCÍCIOS PARA TRABALHAR AS QUESTÕES DOS INSTINTOS E DOS


SUBTIPOS

1. Exercício Inicial em Tríades (10 minutos para cada participante):


– “Se sou Ira, Orgulho, etc., minha Ira, meu Orgulho, etc. se dá a nível
conservacional (não ter proteção, dinheiro, saúde, comida, etc.) ou a
nível sexual (não ser reconhecido pelo parceiro, ser traído, ver minha
parceira ser cantada, etc.) ou a nível social (não ser reconhecido pelo
grupo, não ter sucesso, não alcançar a glória, etc.) ”.

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2. Exercício para clarear os subtipos (30 minutos): Distribuição em grupos
de tipos para serem verificadas as semelhanças e diferenças, as nuanças
para clarear os subtipos.

3. Exercício de Duplas:

- Pensar em uma cena de ... (palavra chave do subtipo);

- Qual foi a motivação que o levou para agir assim?

- Pensar em outra cena de ... (idem);

-Qual foi a motivação?

Obs.: O exercício pode ser feito com os 2 subtipos mais prováveis, e com
palavras diferentes das dadas pelo facilitador, mas que fazem mais
sentido para o participante;

Antes de descrever as características, comportamentos e formas de atuar


de cada um dos subtipos, serão apresentados os diagramas contendo
as palavras-chaves de cada subtipo.

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ÁREAS ONDE OS SUBTIPOS TÊM SUAS MAIORES PREOCUPAÇÕES

Os subtipos conservacionais buscam obter e manter sua segurança e confortos


físicos. Quando crianças, possivelmente sentiram falta de proteção e
insegurança. Para eles, a prova de amor era que fossem cuidados, protegidos e
acompanhados (levados pelas mãos). Isto os levou a uma preocupação excessiva
por tudo que representasse previsão e segurança. Alimentação, vestuários,
dinheiro, concretitude, saúde, moradia, proteção contra riscos, reservas, bem
estar, etc., passou a constituir-se a maior preocupação e, sua dedicação para
obtê-los e assegurá-los, pode deixar outros itens em segundo plano. Assim, se
preocupam em manter provisões, os locais onde moram, e trabalham seguros e
confortáveis; um equilibrado fluxo de entradas e saídas de recursos, e ter um
bom plano de saúde para si e para a família. Estas são áreas e atividades
prioritárias em que colocam parte significativa de sua energia.

Os subtipos Sociais, por terem tido dificultado sua necessidade de participação,


buscam prioritariamente os relacionamentos, ou seja, manter contatos. Serem
aceitos e necessários pelos demais é básico. Podem viver sem grandes
dedicações às relações com parceiros ou à conservação, mas se identificam com
o amor ao social. Para isto, se interagem e se envolvem com o maior número de
pessoas, isto, indo além do “instinto humano fundamental de convivência”.
Assim, são suas prioridades: comunicar e fazer contato, ajudar, obter e dar
compensações, o aplauso, ter sucesso e glória, honraria e liderança e atuar em
atividades que gerem muitos relacionamentos, ou os faça se sentirem aceitos.
Quando a paixão invade este instinto, a pessoa se transforma em escravo de
que a vejam e a reconheçam.

Os subtipos sexuais, quando crianças, possivelmente ao sentirem falta de


atenção, cuidado e amor, e percebendo a sexualidade existente entre os pais,
concluem que aquilo é o que lhes faltam e os tornariam felizes. Assim, buscam
no sexo, o reconhecimento e a aceitação. Isto gera uma preocupação exagerada
na busca de sintonia, conexões, vibração e prazer. Passam a ter atitudes de
domínio e poder, bem como grande atração por experiências intensas, não
apenas sexuais (esportes perigosos, filmes com grande carga emocional,
conversas sérias e com conteúdo, etc.). Há neles uma abordagem exploratória
da vida e dificuldades de perceber suas verdadeiras necessidades e prioridades.

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É comum apresentarem dificuldades para concluir seus projetos, e cuidarem
bem de si, parecendo estar sempre esperando a pessoa que os completará.

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