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Depressão na Bíblia

A Bíblia tem casos de pessoas fiéis a Deus que passaram por grande
tristeza, apresentando sintomas de depressão:

Noemi – sogra de Rute, ela ficou muito deprimida quando seu marido e
seus filhos morreram, perdendo toda a alegria de viver; o luto se
transformou em depressão – Rute 1:20-21

Elias – ele ficou muito deprimido porque Jezabel o queria matar e ele se
sentia só; Elias pediu a morte a Deus e mesmo depois de quarenta dias
sendo sustentado por Deus ainda estava em baixo quando falou com
Deus no monte – 1 Reis 19:3-4

Jeremias – foi muito maltratado por obedecer a Deus e profetizar contra


Jerusalém; ele sentiu muita depressão e desejou nunca ter nascido – veja
aqui a história de Jeremias

Paulo – mesmo sendo um grande otimista, Paulo teve ocasiões em que


ficou abatido com todo seu sofrimento – 2 Coríntios 4:8-9

Muitos Salmos também contam sobre tempos de depressão e refletem


sentimentos depressivos de pessoas que confiam e creem em Deus. Jesus
avisou que seus seguidores passariam por muito sofrimento (João 16:33).
Uma pessoa crente não está imune à tristeza e à depressão.

Deus é nosso Consolador. Ele não condena quem tem depressão.


Jesus passou por muito sofrimento e entende como é difícil. Ele
quer e pode ajudar a sair da depressão. Jesus pode restaurar a
alegria perdida e a motivação para viver (Isaías 61:1-3).

Os seguintes seis fatos serão universalmente verdadeiros sobre nossas


igrejas:

Alguém teve um problema em nossa igreja esta semana.

Nós temos tudo o que precisamos no evangelho para ajudar essa pessoa
com aquele problema. (2Pe 1.3).

As pessoas procuram apoio de membros da família, amigos e pastores


antes de procurarem assistência de profissionais de saúde a respeito de
seus problemas pessoais.
As pessoas não obtiveram nenhum auxílio ou obtiveram auxílio
inadequado ou obtiveram auxílio bíblico.

Se não receberem apoio significativo, elas irão procurar em outro lugar,


ou sofrerão sozinhas.

Qualquer ajuda que as pessoas recebam, elas costumam oferecer a


outras. Portanto, como ajudamos e o que dizemos produzirá
consequências boas ou ruins.

Muitos cristãos vivem com o que é conhecido como lacuna no evangelho.


Isto é, eles conhecem as verdades da fé, admitem crer nas verdades da
nossa esperança futura do que está por vir, mas estão perdendo a
experiência pessoal de conectar essas verdades, a fim de que possam
viver uma vida de esperança no presente. Muitos de nós conhecemos as
grandes verdades da Bíblia, mas encontramos pouquíssimo significado
verdadeiro nelas para a vida cotidiana e suas preocupações. Então, como
podemos ajudar aqueles que dentre nós sofrem de todos os tipos de
depressão e outros problemas de saúde mental? Aqui estão algumas
dicas (esta não é uma lista exaustiva):

Tente obter o máximo de conhecimento possível sobre o tópico em


questão. Aqui estão alguns bons livros. “Crente também tem depressão”
por David Murray. “Depressão: a Tenebrosa noite da alma” por Ed Welch.
Artigos relevantes aqui e em conselhobiblico.com.

Não presuma que isso seja causado por um pecado pessoal específico –
essa é uma reação comum. Nós não presumimos o mesmo quando as
pessoas têm câncer ou outra doença. Não presuma pecado pessoal
quando as pessoas estão deprimidas. Pessoas muito piedosas (inclusive
muitos pastores), frequentemente, têm depressão. Às vezes, pode ser
ataque demoníaco.

Verifique a profundidade, dimensão e extensão dos sintomas. Sentir-se


para baixo e ter um dia ruim não é o mesmo que estar deprimido. Separe
tempo para ouvir a pessoa e não faça julgamentos precipitados.

Não corra para o medicamento e não o exclua – muitas vezes, oferecemos


recomendações rápido demais. O mundo inteiro prescreve e nós não
deveríamos nos apressar em fazê-lo. Isso deveria ser cuidadosamente
pensado e discutido. Às vezes, o medicamento pode ser um bom
estabilizador, abrir uma janela para o aconselhamento e ajudar, mas
antidepressivos não são a solução definitiva.
Esteja aberto a diferentes abordagens, tanto para a causa quanto para a
cura. Não há somente uma abordagem de assistência. Algumas pessoas
precisam apenas ajustar um pouco o seu estilo de vida; outras podem
necessitar de cuidados médicos sérios.

Dê esperança, estenda a esperança do evangelho. Isso é algo bíblico.


Cristãos sofrem neste mundo caído. Quase todo mundo melhora.
Permaneça com a pessoa e ofereça encorajamento. Deus pode ser
glorificado mesmo nos momentos mais sombrios (Salmo 27.13-14).

Envolva família e amigos sempre que possível – garanta que a pessoa


tenha uma rede de apoio em torno dela, rotina, relaxamento, recreação,
descanso e redefinição de prioridades.

Restabeleça disciplinas espirituais. Normalmente, a pessoa não consegue


se beneficiar da leitura da Bíblia. Comece aos poucos, um versículo e
orações curtas dizendo como ela se sente. Leve-a às verdades objetivas
que não são afetadas pela forma como nos sentimos em determinado dia.

Nós precisamos trazer de volta para Terra o conceito de aconselhamento


bíblico. Não é só para profissionais. Nós podemos falar palavras de
sabedoria uns dos outros. Hebreus 3:12-13. As palavras tencionam
“encorajar e exortar”. Como o autor de Hebreus faz isso? Como ele
encoraja os cristãos em sofrimento? Ele lhes mostra Jesus em 1.1-4.
Lembra-os do sofrimento do redentor em 5.8. Quanto do que falamos aos
outros está centrado em Cristo? Quanto é da nossa própria sabedoria?
Hebreus lembra aos que sofrem para se apegarem as promessas de Deus,
apesar de não terem aparentemente respostas e estarem esperando
indefinidamente que alguma coisa aconteça. Nós devemos manter nossos
olhos fitos em Jesus. Hebreus 12:1-2 nos lembra:

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem
de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que
tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos
está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono
de Deus.”

Quem Deus está chamando para fazer isso? Todos nós. Com que
frequência? Diariamente. Não profissionais. Todos nós, vivendo em
comunidade. O aconselhamento é um evento de vida, e não uma hora de
encontro por semana. Simplesmente, estar com pessoas, sendo amigo,
encorajando, admoestando, corrigindo. Temos que dar permissão uns
aos outros para podermos agir assim. Não apenas se encontrar para um
café e reforçar os nossos preconceitos contra o mundo e outras pessoas.
Nós não devemos ficar com medo de abordar as pessoas quando elas
estão pecando. Estar deprimido não é um passe livre para nos
comportarmos como quisermos. A sabedoria e o amor determinam que
devemos confrontar uns ao outros, quando nossa visão de mundo ou da
vida se torna distorcida e inútil. Sempre leve as pessoas de volta à
verdade da Palavra. Não as deixe afundar. Vamos encorajar uns aos
outros com 2 Coríntios 4:16-18:

“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem
exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia
em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas
coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem
são temporais, e as que se não vêem são eternas.”

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