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UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS

Instrumento de Trabalho SAD


Plano Individual de Cuidados

“Existe um lugar onde pode viver de uma forma feliz, a sua própria casa”
(Autor desconhecido)

O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) contribui diariamente para gerar condições


propiciadoras da autonomia possível de cada cidadão, para a participação familiar, de
vizinhança e social conforme o interesse e o costume da pessoa apoiada.

Deste modo, o SAD deve elaborar, em colaboração com o utente e respectiva família,
mediante as necessidades expressas por estes e a avaliação de cada situação, um plano
de cuidados individualizado, do qual constem os recursos humanos e instrumentais,
designadamente ajudas técnicas.

O SAD deve, sempre que possível, assegurar a continuidade do relacionamento por


parte do prestador de cuidados com o utente, de forma a permitir um contacto mais
personalizado, mais próximo e mais afectivo.

Objectivo:

Estabelecer as regras gerais para a gestão dos cuidados de higiene e imagem, saúde e
reabilitação dos utentes em SAD.

Campo de Aplicação:

1. Higiene e imagem – feita no domicílio e com a participação do próprio utente ou


um familiar sempre que possível;
2. Alimentação;
3. Limpeza habitacional;
4. Tratamento de roupas;
5. Adaptação do Espaço e Reparações no Domicílio;

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6. Acompanhamento ao Exterior e Aquisição de Bens e Serviços
7. Cuidados Médicos e de Reabilitação;
8. Cuidados de enfermagem;
9. Assistência Medicamentosa.

GLOSSÁRIO:

- Serviço de Apoio Domiciliário: é uma resposta social que consiste na prestação de

cuidados individualizados no domicilio a indivíduos e famílias quando, por motivo de


doença, deficiência, velhice ou outro impedimento, estes não possam assegurar
temporariamente ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou
actividades da vida diária.

- Cuidados Pessoais: Consistem na prestação de serviços directos ao utente ao nível da


higiene e imagem, alimentação limpeza habitacional, tratamento de roupas, adaptação
do espaço e reparações no domicílio, acompanhamento ao exterior, e cuidados médicos
e de reabilitação, cuidados de enfermagem e assistência medicamentosa.

- Cuidador: é a pessoa que ajuda alguém doente, deficiente, idoso ou com outra
característica que a faça necessitar de cuidados. Tanto pode ser uma pessoa com a qual
há laços de consanguinidade ou afinidade legal, como alguém amigo com o qual é
estabelecida uma relação de responsabilidade de ajuda e de cuidado. A ajuda tanto pode
ser a prestação de serviços, tais como o auxílio na lida ou governo da casa, suporte
financeiro, gestão de outros serviços; como pode ser a prestação de cuidados directos,
por ex. suporte emocional, apoio na toma de medicação, alimentação ou outros.

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 REGRAS GERAIS

- Os colaboradores quando se encontram a prestar um serviço devem dirigir-se ao utente pelo seu nome;

- Todos os cuidados de higiene e imagem são registados, datados, assinados e integrados no Processo Individual do utente;

- Em situações problemáticas (por ex. suspeita de alergias, desarranjos intestinais, etc), ou quando uma tarefa ou acção não é realizada como o
previsto, deve-se também registar o facto, descrevendo a situação, o motivo e as acções tomadas ou a tomar.

- Importante a articulação com a pessoa mais próxima do utente, nomeadamente em situações de dependência, etc.

- Os colaboradores do SAD devem, informar ou formar, sempre que necessário, a pessoa mais próxima do utente para a importância da higiene e
boa situação oral do utente, o controle de esfíncteres, a existência de ajudas técnicas, as técnicas de apoio à prestação de cuidados de higiene,
estratégias promotoras de uma maior autonomia dos utentes, entre outras.

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1. CUIDADOS DE HIGIENE PESSOAL

- Os cuidados de higiene exigem uma atitude integra e globalizadora que valorize as condições físicas, psicológicas, sociais e funcionais de cada
utente.

- Quando os colaboradores apoiam os utentes nos cuidados de higiene devem proceder de forma tranquila e calma, procurando efectuá-los no
mesmo horário e seguindo os mesmos procedimentos por ordem sequencial.

- Os colaboradores devem garantir, pelo menos, os cuidados essenciais de higiene, tentando sempre que possível adequá-las aos hábitos e rotinas
dos utentes.

- Os utentes devem ser incentivados ao auto-cuidado ou sempre que necessário apoiados na sua execução, nomeadamente quanto a:

 Preparar os utensílios e instrumentos de suporte à acção, como por ex., escolha da roupa a vestir, as toalhas e esponja a utilizar, entre
outras;
 Lavar as mãos e os dentes (incentivar o utente a lavar diariamente a cara ao levantar e deitar e antes e após as refeições, sempre que
necessário assim como as mãos, depois de ir ao W.C.; relativamente aos cuidados orais, o utente deve ser incentivado a escovar
diariamente os dentes, pelo menos duas vezes. Em caso do uso de prótese dentária, esta deve ser devidamente cuidada);
 Pentear o cabelo;

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 Trocar de roupa sempre que a mesma se suje;


 Lavar o cabelo, pelo menos uma vez por semana, secando com uma toalha e/ou com o secador a temperatura adequada;
 Despir/vestir;
 Tomar banho ou duche, pelo menos dia sim, dia não, sendo que no caso de pessoas acamadas, o mesmo deve ser diário;
 Entrar e sair da banheira/duche para evitar possíveis quedas;
 Após o banho:
 Aplicar creme hidratante pelo corpo;
 Limpar bem as pregas da pele que requerem mais cuidado (pescoço, axilas, virilhas, espaços entre os dedos, especialmente os pés;
regiões retroauricular, sub-mamária infra-abdominal, interglútea.
 Vestir roupa limpa, confortável, adequada aos gostos pessoais do utente e à época do ano;
 No caso de pessoas acamadas, aproveitar para mudar a roupa de cama (troca de lençol e resguardo descartável)

 Para utentes afectados por demência ou têm graves problemas de mobilidade (dependência), é imprescindível que a instalação sanitária
esteja adaptada para a diminuição de dificuldades do utente e, para além disso, seguir as seguintes indicações:
 Preparar previamente todos os equipamentos, instrumentos e utensílios necessários que suportam a tarefa do banho: tapetes
antiderrapantes, toalhas, esponjas, sabonetes, pentes, luvas descartáveis, balde de plástico e saco do lixo, etc.;
 Convidar a pessoa a tomar banho ou duche conversando com ela calmamente;
 Em situação de demência, escolher o momento do dia em que o utente está menos confuso, respeitando ao máximo os seus hábitos
anteriores;

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 Verificar a adequabilidade da temperatura da instalação sanitária e da água na banheira/poliban.

 Os utentes devem ser incentivados ou apoiados a lavarem as mãos várias vezes ao dia, pelo menos, depois de ir ao W.C, ao levantar, antes
e após as refeições. Para além disso, é preciso ter em conta as seguintes regras:
 Em caso de pessoas totalmente dependentes, deve-se lavar as mãos, esfregando-as entre si várias vezes, bem como os antebraços e
secar os mesmos prestando especial cuidado às pregas entre os dedos;
 Evitar os anéis ou pulseiras apertadas que impeçam a limpeza ou dificultem a circulação do sangue;
 Se a pele das mãos está seca deve aplicar-se um creme hidratante.

 O cuidado dos pés é essencial, sobretudo nas pessoas diabéticas, devendo ser prestados cuidados, pelo menos semanais. Nas acções e/ ou
tarefas relativas aos cuidados com os pés, alguns procedimentos devem ser levados em consideração, a saber:
 As unhas devem ser cortadas regularmente. Como endurecem, é aconselhável serem cortadas depois do banho e limadas;
 Aproveitar o momento da limpeza para inspeccionar a pele, a fim de detectar pequenos cortes, equimoses ou alterações de cor;
 Aplicar creme hidratante;
 Aconselhar o utente a ir ao podologista regularmente.

 Utentes que têm problemas de incontinência urinária e/ou fecal, devem ser incentivados a usar cuecas protectoras ou fraldas. Em caso de
resistência, o SAD deverá accionar um programa de acompanhamento psicológico. No caso dos utentes usarem fralda, deve-se
(colaboradores):

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 Verificar a necessidade de mudança de fralda quando entram e saem do domicílio, aproveitando a ocasião para observar o estado da
pele;
 Mudá-la tantas vezes quantas necessárias, sempre que se encontram no domicílio.

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1.1 CUIDADOS DE IMAGEM

 Os cuidados de imagem são fundamentais para a promoção da auto-estima dos utentes;


 Alguns cuidados para os quais o SAD poderá ter de planear um conjunto de acções para prestar o serviço ou apoiar para que outros o
prestem, a saber:
 Ter a barba ou bigode feitos;
 Ter as patilhas, pêlos do nariz/ouvidos arranjados;
 Estar maquilhado;
 Estar perfumado;
 Ter a depilação feita;
 Ter as unhas das mãos e dos pés arranjadas;
 Ter o cabelo arranjado (cortar, pintar, entre outras);
 Estar sempre vestido com roupa limpa e adequada à estação;
 Ter acessórios (brincos, colar, entre outros);
 Entre outros.

 No caso de utentes estarem acamados e com elevado grau de dependência, deve-se incentivá-lo e/ou pessoa(s) próxima(s) ao uso de roupa
aberta atrás, uma vez que facilita a sua mudança e evita as rugas de roupa que podem causar úlceras de pressão (escaras).

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 Deve-se recomendar a adaptação da roupa do utente, como por exemplo: abrir os pijamas, camisas de noite e incluir apenas os fechos ou
laços que os permitam fechar.

 REGRAS RELATIVAS AOS CUIDADOS DE HIGIENE E IMAGEM DOS COLABORADORES

 Os colaboradores devem manter uma higiene pessoal e imagem cuidada, lavando as mãos como rotina (por ex. depois da muda de fralda,
antes e depois de apoiar ou prestar a higiene diária ao utente, maquiar, apoio na alimentação, entre outras).
 Devem usar vestuário e calçado, adequados e confortáveis à realização das actividades com o utente.
 Por razoes de higiene e segurança, os colaboradores na prestação de cuidados de higiene ao utente devem:
 Ter uma apresentação sóbria, ou seja não podem estar excessivamente maquilhados;
 Ter o cabelo apanhado, caso o tenham comprido;
 Estar sem acessórios pessoais, tais como, colares, anéis ou pulseiras;
 Usar sempre luvas descartáveis, tal como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), sempre que se entre em contacto com
sangue, urina, fezes, suor ou outros fluidos corporais. As luvas não devem ser reutilizáveis;
 Explicar ao utente e/ou pessoa (s) próxima (s) (familiar ou outro) a razão de determinados procedimentos de higiene, como por
exemplo o uso das luvas, máscara, entre outros.

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 REGRAS RELATIVAS AOS CUIDADOS DE HIGIENE E LIMPEZA DO ESPAÇO E UTENSÍLIOS

 Manter os vários espaços domiciliários limpos e arrumados, após a finalização das várias tarefas dos cuidados de higiene e imagem ao
utente.
 Mudar a roupa da cama do utente, conforme o planeado/contratualizado e/ou sempre que necessário.
 Os utensílios e instrumentos utilizados na higiene do utente devem ser limpos diária ou semanalmente (por ex., escova de pentear, escova
dos dentes, bacio, ou outros) e arrumados no local definido após a sua utilização.
 Alguns dos utensílios devem ser desinfectados depois de utilizados ou sempre que necessário, como por exemplo os instrumentos de
arranjar as unhas dos pés, entre outros.

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2. ALIMENTAÇÃO

 ENTREGA E APOIO NA REFEIÇÃO

 As refeições devem ser sempre entregues pessoalmente ao utente e/ou pessoa próxima que esteja a apoiar na actividade.
 As refeições devem ser momentos de prazer e dadas com segurança ao utente. A sua entrega é dos momentos privilegiados para lembrar o
utente de beber líquidos com frequência ao longo do dia.
 O responsável pelo processo deve definir as regras para o apoio na alimentação, segurança e promoção da autonomia dos utentes. As
regras definidas, deverão considerar as diversas necessidades e tipos de utentes.

 Sempre que o utente se encontre incapacitado para tomar uma refeição, os colaboradores do SAD, devem:
 Preparar cuidadosamente o espaço de refeição;
 Promover a autonomia do utente e respeitar as suas preferências e necessidades individuais;
 Aquecer os alimentos que não se encontrem à temperatura indicada ou que não satisfaça o utente;
 Garantir, nas situações de utentes acamados, que este se encontra num posicionamento correcto (90º), isto é, sentado para tomar a
refeição, para que este não se engasgue ou sufoque;
 Apoiar, se necessário, na toma dos alimentos. Nesta tarefa, o colaborador deve possuir uma atitude calma e pausada, não apressar a
refeição e colocar pouca comida no garfo ou colher para salvaguardar uma boa mastigação e deglutização dos alimentos.
 Limpar a boca do utente, sempre que necessário, e posicionar-se de frente para o utente, mantendo uma conversa permanente;

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 Socorrer-se de ajudas técnicas/instrumentos de apoio para alimentar o utente, sempre que necessário;
 Aumentar a consistência dos líquidos (por ex. chá, café, sumos, sopas, etc.) sempre que o utente tenha dificuldade em engolir, através
de espessantes, ou seja de produtos de preparação fácil e instantânea, sem paladar e que mantenham a espessura dos líquidos ao longo do
tempo, não lhe retirando o seu aspecto atractivo;
 Apoiar o utente após a refeição na higiene básica (por ex. limpar mãos e cara, …) e na higiene oral, assim como garantir que este
permaneça sentado pelo menos 30 minutos.

 Quando a alimentação é feita por sonda naso-gástrica, normalmente indicada no caso de doentes com incapacidade de ingestão ou
assimilação de alimentos, para que a sonda não se entupa, deve-se introduzir água na mesma antes e após cada refeição. Também nesta
situação, a administração da refeição deve ser feita de forma calma e conversando-se com o utente.

 O gestor do processo deve também definir a forma de actuação dos colaboradores em situações de emergência, relativas à ingestão de
alimentos, como por ex. Intoxicações alimentares, mau estar, ingestão, engasgamento, entre outros.
 As actividades desenvolvidas no apoio nas refeições e promoção da autonomia dos utentes devem ser monitorizadas semanalmente, bem
como avaliadas mensalmente. O utente e/ou pessoa próxima devem ser envolvidos na avaliação.
 Os resultados da avaliação devem ser do conhecimento do utente e/ou pessoa próxima sendo registados, datados e arquivados no Processo
Individual do mesmo.

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3. HIGIENE HABITACIONAL

 CONDIÇÕES GERAIS

 A higiene e limpeza do domicílio é um serviço que visa promover o bem-estar, conforto e qualidade de vida do utente.
 O SAD pode assumir a higiene e limpeza no domicílio, sempre que o utente o solicite, devendo dar especial prioridade nas situações em
que este, independentemente da causa, se veja impossibilitado de assegurar tal actividade.
 O gestor do processo deve assegurar que a prestação do serviço cumpre e respeita:
 O Plano acordado com o utente, assim como a sua privacidade, confidencialidade, propriedade, necessidades, hábitos, preferências e
expectativas;
 As normas e regras em vigor relativas à higiene, limpeza e segurança habitacional;

 Sempre que o SAD recorra a serviços externos, o gestor do processo é responsável pela supervisão da qualidade dos serviços
subcontratados.
 Deverá ser elaborado um programa de higiene e limpeza do domicílio do utente, no qual devem constar, pelo menos os seguintes
elementos:
 O âmbito, espaços de limpeza e arranjo da casa, e respectivas tarefas e periodicidade;
 Responsáveis pela execução e supervisão;
 Horários diários de prestação do serviço;

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 Recursos necessários, por ex. Utensílios/instrumento de apoio às acções e/ou tarefa produtos de limpeza ambiental, entre outros;
 Participação e grau de implicação do utente e/ou pessoa próxima nalgumas tarefas. O Programa de higiene e limpeza no domicilio
do utente deve estar adequado às necessidades e expectativas dos utentes, respeitar os serviços contratualizados com o utente e/ou família,
assim como a privacidade, hábitos, confidencialidade e segurança do utente.

 Poderão fazer parte da actividade de higiene e limpeza no domicilio, entre outras, as seguintes acções e/ou tarefas:
 Limpar e higienizar: varrer, aspirar, limpar o pó, limpar bancadas, vidros, espelhos, lavar sanitários, paredes, azulejos,
electrodomésticos, janelas, polir superfícies e objectos que o exijam, instalações sanitárias e cozinha, remover manchas simples das
instalações sanitárias ou demais espaços habitacionais.
 Arrumar: Arejar a casa; mudar a roupa e fazer a cama, recolher e deitar o lixo fora, mudar e repor peças de roupa, por ex. toalhas na(s)
instalação (ões) sanitária (s), roupa de cama entre outros, arrumar gavetas, armários, retirar e recolocar os pertences do utente nos
espaços definidos, entre outros.
 Inspeccionar o domicílio: Verificar a aparência e a qualidade do espaço, após a finalização do serviço de arrumação e limpeza,
conferir o consumo da água ou outros bens alimentícios, conferir a integridade das instalações, o escoamento de água e a ausência de
algum item, verificar o funcionamento dos interruptores de luz, televisor, rádio, telefone, ar condicionado, janelas, portas, gavetas,
chuveiros, entre outros, detectar a presença de odores, insectos e outros animais (por ex. roedores, baratas, …), propor e/ou assegurar
um plano de desinfestação.

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 Efectuar a articulação com outras áreas do SAD: receber e transmitir pedidos do utente, relativos a outras áreas sectoriais; contar e
acondicionar a roupa para envio à lavandaria, incluindo a trocada; ouvir e comunicar, ao gestor do processo, as necessidades,
impressões e opiniões do utente.

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4. TRATAMENTO DE ROUPA

 O tratamento de roupa é um serviço que visa promover a satisfação de necessidades do utente e promover a sua qualidade de vida.
 Deve ser elaborado um programa para o tratamento de roupa onde conste, pelo menos, os seguintes elementos:
 O âmbito de actuação (lavagem, secagem, engomagem, reparação) e respectivas tarefas;
 Espaços de realização da actividade, por ex. Domicílio do utente, lavandaria da Misericórdia, lavandaria de uma entidade externa;
identificação do tipo de roupa, quantidade e periodicidade (semanal, quinzenal ou outra);
 Responsáveis pela execução e supervisão;
 Participação e grau de implicação do utente e/ou pessoa próxima nalgumas tarefas.

 No caso desta actividade ser realizada no domicilio do utente ou na lavandaria do SAD, os colaboradores devem, sempre que possível,
respeitar os hábitos e preferências do utente e o gestor do processo deve definir com o utente os métodos e regras relativas aos seguintes
itens:
 Recolha – por ex. método de recolha e identificação da roupa;
 Verificação e selecção – por ex. verificação do tipo de nódoas, material e selecção de lavagem aconselhado;
 Lavagem – por ex. programa, temperatura e detergente;
 Secagem – por ex. métodos de secagem possíveis ou aconselhados;
 Armazenamento – por ex. local;

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 Reparação – por ex. arranjos;
 Engomagem – por ex. selecção das temperaturas;
 Distribuição – periodicidade, verificação da identificação e método da distribuição;
 Arrumação.

 Quando o tratamento é realizado por uma entidade externa, o gestor do processo deve estabelecer as regras para:

 Recolha – método, identificação e periodicidade;


 Recepção;
 Armazenamento;
 Separação;
 Distribuição e entrega da roupa no domicílio.

 A roupa deve estar devidamente identificada, de forma discreta, de preferência utilizando as etiquetas próprias para o efeito. É
aconselhável que não se marque a roupa por fora e de forma visível.
 Devem estar estabelecidas e serem do conhecimento do utente e/ou pessoa próxima as regras, procedimentos e medidas que permitam: a)
evitar a troca, danificação ou manchas de peças de vestuário; b) a correcção de situações anómalas.

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5. ADAPTAÇÃO DO ESPAÇO E REPARAÇÕES NO DOMICÍLIO

 ADAPTAÇÃO DO ESPAÇO DOMICILIÁRIO

 A adaptação do espaço domiciliário é um serviço que visa promover a satisfação de necessidades do utente e promover a melhoria das
acessibilidades, bem-estar e qualidade de vida do utente.
 Os colaboradores do SAD devem, sempre que necessário, orientar e apoiar o utente e/ou pessoa próxima para algumas modificações no
espaço habitacional, mobiliário, ajudas técnicas, entre outras, com vista a permitir maior segurança, conforto ao utente e funcionalidade
das acções e tarefas a desempenhar.
 A título exemplificativo, enunciam-se alguns tipos de orientações e informações passíveis de serem prestadas:
 Ajudas Técnicas – compra/aluguer de cama articulada e/ou cadeira de rodas; andarilho; cadeira de banho giratória; caixa de
comprimidos partidor; caixa de comprimidos semanal; alterador de sanita com braços; bengala extensível; spray anti-derrapante
para banheira e duche; camisa de dormir aberta nas costas; detector de fumos fotoeléctrico; talheres com cabo ergonómico e
flexível; entre outras; resguardos descartáveis;
 Afastar obstáculos, por ex. mobiliário, ou outros que dificulte ou coloque em perigo a mobilidade e integridade física. Por
exemplo, retirar tapetes por serem uma das maiores causas de queda; não deixar fios de telefone, electricidade e outros no
caminho;
 Ter espaços bem iluminados;

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 Existência de aparelhos de comunicação que facilitam a vida do utente dando-lhe maior autonomia, por ex. telefone SOS, serviço
telealarme; computadores e internet específicos para pessoas com doença neuro-motora;
 Usar uma lâmpada especial, luz de presença no quarto do utente (em caso de doença)

 REPARAÇÕES NO DOMICÍLIO

 Os colaboradores do SAD devem, sempre que necessário, orientar e apoiar o utente e/ou pessoa próxima para algumas
reparações/modificações no espaço habitacional, com vista a permitir maior segurança, conforto ao utente e funcionalidade das acções e
tarefas a desempenhar.
 A título exemplificativo, enunciam-se alguns tipos de orientações e/ou apoios passíveis de serem prestados:
 Pequenas reparações: mudança de uma lâmpada; concerto de uma torneira; reparação de um electrodoméstico, entre outros;
 Grandes reparações: mudança de soalho; arranjo e/ou pintura de uma divisão da casa; alargamento de portas; adaptar o pavimento
a rampas; entre outras:

 Deve ser elaborado um plano de modificações/reparações no domicílio do utente, no qual devem constar, pelo menos, os seguintes
elementos:
 O âmbito e espaços de modificação/reparação;

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 Calendarização;
 Estimativa de custos;
 Responsáveis pela execução e supervisão dos colaboradores e/ou entidades externas;
 Horários de prestação do serviço por dia de deslocação ao domicílio;
 Recursos necessários;
 Participação e grau de implicação do utente e/ou pessoa próxima nalgumas acções.

 O plano é previamente acordado entre todas as partes interessadas, tais como o utente, SAD, família, empresa de serviços.
 O gestor do processo deve assegurar que a prestação do serviço cumpre e respeita o plano acordado com o utente, assim como a sua
privacidade, confidencialidade, propriedade, necessidades, hábitos, preferências e expectativas do utente.

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6. ACOMPANHAMENTO AO EXTEROR E AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

 ACOMPANHAMENTO AO EXTERIOR

 O acompanhamento ao exterior visa promover a qualidade de vida do utente, bem como apoia-lo nas suas necessidades.
 O gestor do processo deve elaborar um programa de acompanhamento ao exterior, no qual deve constar, pelo menos, os seguintes
elementos:
 Âmbito do acompanhamento – apoio na deslocação do utente a: serviços de saúde; compras; passeios; visitas a amigos ou
familiares; actividades socioculturais; desportivas ou outras;
 Acções/tarefas a desenvolver;
 Periodicidade;
 Frequência;
 Recursos;
 Responsáveis pela execução e supervisão;
 Previsão de riscos associados e acções preventivas;
 Participação de pessoa próxima ao utente, voluntários, entre outras.

 O acompanhamento ao exterior pode ser assegurado por um elemento sa equipa do SAD ou outro colaborador, nomeadamente voluntário.

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 O gestor do processo deve definir as regras de acompanhamento e as condições em que o utente se pode deslocar ao exterior, por
exemplo:
 O utente deve conhecer antecipadamente quem é o colaborador que o irá acompanhar numa saída externa;
 Sempre que possível, o utente e/ou pessoa próxima escolhe quem o vai acompanhar a uma saída externa;
 Nunca acelerar o ritmo dos utentes com problemas de mobilidade;
 Na via pública, o utente deve circular sempre no interior do passeio;
 O colaborador deve estar atento ao cansaço ou outros sintomas do utente;
 Fazer paragens ou estabelecer períodos de descanso com o utente, sempre que necessário;
 O utente deve estar sempre acompanhado de elementos de identificação e de uma garrafa de água;
 Estar identificada a temperatura com a qual o utente pode sair ao exterior;
 Estar identificado a necessidade de uso de ajudas técnicas e quais;
 Estar identificado o tempo de permanência máximo no exterior;
 Entre outras.

 As regras e condições de acompanhamento ao exterior devem ser avaliadas junto do utente e/ou pessoa próxima, bem como dos
colaboradores.
 Nesta actividade, o gestor do processo deve ter em atenção o perfil do colaborador para executar o serviço, na medida que deve ser
adequado às necessidades e expectativas do utente. É aconselhável que o colaborador possua, entre outras, as seguintes atitudes e atributos:
 Conhecimento em primeiros socorros;

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 Tranquilidade;
 Paciência
 Dialogo permanente com o utente;
 Equilíbrio emocional perante situações constrangedoras de doença;
 De SOS ou outras;
 Segurança no relacionamento interpessoal.

 Com vista a aferir o impacto que a actividade teve no utente, no fim da mesma, o colaborador deve avaliar o seu resultado e registá-lo em
impresso próprio.
 Sempre que as saídas ao exterior envolvam o transporte de pessoas, o SAD deverá definir as regras de utilização, condições de higiene,
segurança e bem-estar. Estas regras devem estar de acordo com a legislação em vigor relativa à segurança e transporte de passageiros, em
especial de pessoas com mobilidade reduzida.

 AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

 A aquisição de bens e serviços tem como finalidade apoiar as necessidades do utente e promover a sua qualidade de vida.
 Sempre que possível, o gestor do processo, deve elaborar um programa para o efeito, no qual deve constar, pelo menos, os seguintes
elementos:

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Plano Individual de Cuidados
 Âmbito do serviço – pagamento de serviços (água, luz, entre outros); levantamento e gestão do dinheiro (reforma); compra de
produtos que satisfaçam as necessidades básicas e intermédias do utente (alimentação, medicamentos, entre outras);
 Periodicidade;
 Frequência;
 Recursos;
 Responsáveis pela execução e supervisão;
 Previsão de riscos associados e acções preventivas;
 Participação da pessoa próxima ao utente, entre outras.

 Com vista a salvaguardar e garantir a relação de confiança entre o utente e o SAD, o gestor do processo deve definir as regras e as
condições gerais de segurança que os seus colaboradores devem seguir na aquisição de bens e serviços para o utente, põe ex.:
 Sempre que possível, o utente e/ou pessoa próxima escolhem o responsável pela execução desta actividade;
 Todas as acções, envolvendo transacções financeiras realizadas pelos colaboradores em nome do utente têm de ser registadas por
comprovativo e entregues ao utente e/ou pessoa legalmente responsável;
 Sempre que necessário, o estabelecimento adianta a verba financeira para a aquisição de bens, previamente autorizados e no fi nal
do mês, juntamente com o valor da mensalidade, o utente regulariza a situação;
 Sempre que o utente entregue dinheiro em mãos ao colaborador, este verifica-o contando à sua frente;
 Sempre que o colaborador faz compra em dinheiro, deve entregar ao utente o talão de compra e troco, quando existe, contando-o à
sua frente e, se necessário, referenciar a quantia que o utente lhe havia entregue;

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Instrumento de Trabalho SAD
Plano Individual de Cuidados
 O colaborador deverá devolver sempre o dinheiro, ao utente ou à Misericórdia, sempre que, por razoes de força maior, não lhe seja
possível realizar o serviço;
 Estarem identificadas as situações em que o colaborador recebe dinheiro directo do utente;
 Estarem identificadas as situações em que o SAD gere o dinheiro do utente.

 As regras e condições de aquisição de bens e serviços devem ser validadas junto do utente e ou pessoa próxima, bem como os
colaboradores.
 Nesta actividade, o gestor do processo deve ter em atenção o perfil do colaborador para executar o serviço, na medida em que deve ser
adequado às necessidades e expectativas do utente. É aconselhável que o colaborador possua, entre outras, as seguintes atitudes e atributos:
 Conhecimentos para assegurar a autonomia;
 Privacidade e segurança do utente;
 Honestidade em relação aos pertences do utente;
 Segurança no relacionamento interpessoal.

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7. CUIDADOS MÉDICOS E DE REABILITAÇÃO

 O SAD deverá definir um responsável pela supervisão dos cuidados de saúde (médico e técnico de reabilitação) de cada utente.
 Para cada utente, o SAD tem definido e identificado os serviços médicos e de reabilitação a prestar, assim como o gestor do processo, os
colaboradores internos e externos na prestação dos serviços, em ambas as áreas de saúde.
 Em função dos resultados da avaliação geriátrica de cada utente, o gestor do processo define as regras para a coordenação dos cuidados
médicos e de reabilitação a prestar pelo SAD e pelos serviços externos em ambas as áreas.
 Os intervenientes na prestação dos cuidados médicos e de reabilitação têm de ter formação específica para o desempenho das suas
funções.
 Os colaboradores têm de possuir os conhecimentos necessários específicos nas situações de incontinência fecal e urinária, síndroma
confusional, imobilidade, diabetes, estado terminal, entre outras.
 No caso de impossibilidade (económica ou outra) do utente e/ou pessoa próxima acederem a cuidados médicos, de reabilitação ou ajudas
técnicas, o gestor do processo, conjuntamente com outros colaboradores e/ou parceiros, deve aferir mecanismos que permitam alterar a
situação e o acesso do utente a estes serviços.
 No âmbito da reabilitação, o SAD poderá ter de definir para o utente, em função da avaliação geriátrica, um plano de intervenção de
terapias (p.e. ocupacional, fisioterapia), o qual:
 Deve ser elaborado por uma equipa interdisciplinar;
 Deve constituir-se após a fase de avaliação diagnóstica (nos domínios clínico; funcional; cognitivo; social), avaliação de resultados e
revisão da intervenção do utente;

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 Poderá incorporar terapias para as seguintes situações, entre outras: quedas; síndromas de imobilidade; deterioração cognitiva;
transtornos afectivos; incontinência urinária; patologias neurológicas; AVC; doença de Parkinson; processos de osteo-articulares;
traumatológicos e outros; artrites; artroses; osteoporose; fracturas; doenças respiratórias; vasculopatias; periféricas;
 Pode requerer a adequação do ambiente domiciliário do utente, no sentido de dotar o espaço de ajudas técnicas. O SAD deve dar todo
o apoio possível para esta adequação.

 REGRAS RELATIVAS À ACTUAÇÃO EM SITUAÇÕES DE SOS

 Todos os intervenientes deverão ter conhecimento dos procedimentos a efectuar em caso de emergência.
 Os contactos para a resolução das situações de emergência (familiar, médicos, seguros de saúde, bombeiros, hospital, entre outros),
deverão estar em local acessível aos colaboradores e restantes intervenientes.
 O utente e a pessoa próxima têm conhecimento das regras de actuação do SAD em situações de doença, emergência médica (SOS) e
morte súbita. Deste modo, o SAD deverá ter definidas as regras e as condições gerais de actuação dos colaboradores nestas situações.
 Os colaboradores do SAD devem possuir formação em primeiros socorros. Em caso de acidente, os colaboradores respeitam as normas
estabelecidas no âmbito dos cuidados dos primeiros socorros.
 No domicílio do utente deve existir uma caixa de primeiros socorros, sendo a sua localização acessível e conhecida por todos os
intervenientes. O seu conteúdo é verificado regularmente por um responsável previamente designado.

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3. CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 REGRAS RELATIVAS AOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM DOS UTENTES

 Em função dos resultados da avaliação geriátrica de cada utente e das normas específicas relativas ao tipo de cuidados a prestar, visando a
promoção de autonomia e a prevenção da dependência, o enfermeiro responsável por este processo define as regras para a prestação dos
cuidados que são da sua exclusiva responsabilidade e aquelas que são delegadas aos colaboradores do SAD, tais como:
 Controlo da diabetes;
 Controlo da tensão arterial;
 Prevenção e controlo da incontinência;
 Posicionamento e mobilização;
 Prevenção e tratamento de úlceras de pressão.

 As actividades de enfermagem no domicílio, podem ser delegadas/ executadas por um colaborador interno ou externo (contratualização
de serviço, rede parceira) do SAD, desde que este possua formação especifica para o efeito.
 Sempre que necessário, o enfermeiro deverá ainda organizar, colaborar na execução e avaliar programas ou acções de formação
destinadas aos colaboradores da Instituição, bem como às pessoas próximas do utente (família, amigos, vizinhos, voluntários ou outros).

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4. ASSISTÊNCIA MEDICAMENTOSA

 REGRAS RELATIVAS À ASSISTENCIA MEDICAMENTOSA DOS UTENTES

 Os colaboradores do SAD só poderão administrar medicamentos mediante a apresentação de prescrição médica ou declaração de
responsabilidade do utente/pessoa próxima e de acordo com a sua competência profissional.
 A indicação terapêutica deve estar definida de forma clara, assim como a sua forma de administração.
 OS colaboradores do SAD devem planificar o apoio na administração medicamentosa em função da maior ou menor autonomia do utente.
 Deve ser do conhecimento do utente, pessoa próxima (familiar ou outro), dos colaboradores ou outros intervenientes directos nesta
função, a indicação terapêutica, bem como o modo de actuação em situações de emergência relativas aos efeitos secundários da
administração dos medicamentos em causa.
 O SAD deve definir o responsável pela gestão, controlo, assistência e administração medicamentosa. Sempre que necessário, este
responsável deve informar, sensibilizar e/ou formar o utente e/ou pessoa próxima para as várias questões no domínio da administração
medicamentosa.
 Todas as acções e tarefas executadas no âmbito desta actividade ou decorrentes de situações anómalas, são registadas, datadas, assinadas
e integradas no processo individual do utente. No caso do utente ser diabético, os registos de controlo da glicémia são datados e assinados no
livro do diabético.
 Em situações problemáticas, ou quando uma tarefa ou acção não é realizada como o previsto, deve também registar-se no livro de
ocorrências, descrevendo a situação, o motivo e as acções tomadas ou a tomar.

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 Todos os intervenientes (colaboradores, utente e/ou pessoa próxima) na administração medicamentosa devem possuir um conjunto de
informações base sobre a indicação terapêutica dos utentes:
 O nome dos medicamentos para toma e sua função principal;
 A via de administração de cada medicamento (oral, aplicação de cremes, supositórios, etc.), bem como a respectiva dose e número de
vezes de toma ao dia;
 O tempo para a administração de cada medicamento;
 Os efeitos secundários dos medicamentos (náuseas, vómitos, alteração da cor das fezes e urinas, alergias, cefaleias, etc.) e formas de
actuação em situação de emergência;
 As precauções a adoptar na administração dos medicamentos, por exemplo, não ingerir álcool, expor-se ao sol, entre outras.
 Quando a administração medicamentosa envolve conhecimentos técnicos específicos ou a execução de determinados procedimentos,
os colaboradores directamente envolvidos devem ter formação adequada.

 PRECAUÇÕES SOBRE O USO DOS MEDICAMENTOS QUE O UTENTE, PESSOA (S) PRÓXIMA (S) E/OU
COLABORADORES DEVEM TER

 No domicílio, os medicamentos devem ser guardados em local que seja adequado à sua conservação, acessível ao uso e fora do
alcance de crianças ou pessoas que sofram de perturbações mentais;
 Todos os medicamentos devem ter informação do prazo de validade e serem alvo de controlo;

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 No caso de doentes crónicos, os medicamento não devem ser armazenados, sendo o mais indicado ter no domicílio apenas os
medicamentos de uso diário;
 Sempre que os utentes necessitem de levar medicamentos para fora do domicílio, como por exemplo consultas, viagens, entre outras,
devem transportá-los na respectiva caixa;
 Os medicamentos são guardados na embalagem, devendo a mesma ter a respectiva informação terapêutica;
 Alguns medicamentos necessitam de conservar-se no frigorifico, devendo esta informação ser assinalada na caixa;
 Sempre que exista o risco de duplicação da toma medicamentosa, afigura-se útil que a mesma seja preparada previamente de acordo
com a indicação terapêutica. Para o efeito, deve utilizar-se as caixas doseadoras (diárias, semanais, …). Sempre que o utente e/ou
pessoa próxima desconheçam este instrumento de apoio, os colaboradores do SAD devem informar da sua existência, local de compra
ou inclusivamente fornecê-lo ao utente. O colaborador do SAD responsável pelo processo deve supervisionar ou delegar em outro
interveniente o planeamento desta caixa doseadora.

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Utente: Semana de: a de 20____
Tarefa/acções a
Respon Sá Respon OBSERVAÇÕES
Actividade executar/Ajudas 2ª Horário Respons. 3ª Horário Respons. 4ª Horário Respons. 5ª Horário 6ª Horário Respons. Horário Dom Horário Respons.
s. b. s. *
Técnicas
1. Cuidados de Higiene e
Imagem
Cuidados de Higiene

Cuidados de Imagem

2. Alimentação

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3. Limpeza Habitacional
Limpeza e Higienização

Arrumação

Inspecção

Outros

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4. Tratamento de Roupa

5. Adaptação e Reparações no Domicílio

6. Acompanhamento ao Exterior, Aquisição de Bens e Serviços


Acompanhamento ao Exterior

Aquisição de Bens e Serviços

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7. Cuidados Médicos e de Reabilitação


Cuidados Médicos

Actividades de Reabilitação

Cuidados de Enfermagem

8. Cuidados de Enfermagem

9. Assistência Medicamentosa

Nota: Para maior funcionalidade do registo das actividades, pode ser criada uma folha de registo por cada serviço contratualizado
* Registar situações anómalas

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SITUAÇÕES DE SOS

Intervenientes Possíveis Situações SOS Nome Local Horários Telefone Fixo Telemóvel Fax Observações

Familiar 1

Familiar 2

Amigo

Vizinho

Médico Família
Médico Especialidade -------
--

Fisioterapeuta

Hospital --------------------

Bombeiros

Pessoa
Pelo Estabelecimento: Utente: Próxima:

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SOS – REGRAS GERAIS DE ACTUAÇÃO

Situações Tipo Procedimentos Contactos Observações


Intervenientes Contactos

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CONTACTOS ÚTEIS

Entidades Telefone: Entidades Telefone:

Hospitais: Bombeiros

Centro de Saúde Polícia - PSP/GNR

Cruz Vermelha Linha do Cidadão Idoso

Linha de Emergência:

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MEDICAÇÃO E INDICAÇÃO TERAPÊUTICA


Observação: Os registos destinados ao controlo da glicémia são efectuados no Livro do Diabético

Nome: Data:

Horário/Dose
Nome dos Medicamentos Observações
Jejum Peq. Almoço Almoço Lanche Jantar Deitar

Pelo Estabelecimento: Utente: Pessoa Próxima:

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INDICAÇÃO TERAPÊUTICA – INFORMAÇÃO GENÉRICA

Efeitos Secundários Controlo da validade


Nome dos Principal Via de Tempo de Emergência – Precauções
Local de
Observações
Medicamentos função Administração Administração armazenamento Prazo da Data de
Tipo Forma de
embalagem revisão
actuar

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