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Instituto para a Qualificação, IP-RAM

Centro de Formação Profissional da Madeira

Técnico de Geriatria

Capacitar
Formadora: Alexandra Alves

Funchal, Outubro de 2021


UFCD 8912 –
Higiene do
Idoso
Objetivos
• Descrever o papel do cuidador ao nível relacional e no cuidado ao idoso no ato de
higiene.
• Enumerar as diferentes etapas do processo de higiene do idoso.
• Executar cuidados de higiene totais e parciais à pessoa idosa, conforme o seu grau
de dependência.
• Aplicar as técnicas adequadas de eliminação, de acordo com o grau de dependência
do idoso.
Cuidados de higiene parciais e totais
Importância da higiene

• A higiene consiste na prática do uso constante de elementos ou actos que causem benefícios para os
seres humanos.

• Em seu sentido mais comum, podemos dizer que significa limpeza acompanhada do asseio.

• Mais amplo, compreende todos os hábitos e condutas que nos auxiliem a prevenir doenças e a manter a
saúde e o nosso bem-estar, inclusive o coletivo.
Cuidados de higiene parciais e totais
• Com o aumento dos padrões de higiene e estudos socio-
epidemiológicos têm demonstrado que as medidas de maior impacto
na promoção da saúde de uma população estão relacionadas à
melhoria dos padrões de higiene e nutrição da mesma.

• A higiene é um ramo da medicina que visa a prevenção da doença.


Cuidados de higiene parciais e totais
• A descoberta de que vários micróbios causam
doenças, fez com que a higiene se tornasse
fundamental.

• A limpeza do corpo, das roupas, dos utensílios e


das habitações, diminuiu sensivelmente o risco
de infeção por fungos, bactérias e vírus.
Cuidados de higiene parciais e totais
• A higiene pessoal, cuidado básico para a saúde e bem-estar do ser humano, é uma atividade
incorporada na rotina diária e difere entre culturas e épocas.

• Entende-se por higiene pessoal a corporal e íntima, a oral e a do couro cabeludo.

• Durante o envelhecimento e a doença, a capacidade de nos autocuidarmos diminui e a carência


de cuidados de higiene aumenta, como tal, o Agente em Geriatria (o cuidador) deve contribuir
para conservar a saúde e o bem-estar do idoso, prestando bons cuidados de higiene.
Cuidados de higiene parciais e totais
• A HIGIENE é um conjunto de meios e regras que procuram garantir o bem-
estar físico e mental, promovendo a saúde e prevenindo a doença.

• Na vida quotidiana, satisfazemos as nossas próprias necessidades, no


entanto durante o envelhecimento e durante a doença, a capacidade de
nos auto-cuidarmos diminui e a carência de cuidados de higiene aumenta.
Cuidados de higiene parciais e totais
Desta forma, durante a prestação de cuidados de higiene adequados ao Idoso e
o seu consequente conforto físico e mental, deverão ser respeitados alguns
aspectos:

• Proporcionar higiene e conforto, promovendo a saúde e prevenindo a


doença;
• Avaliar grau de dependência;
Cuidados de higiene parciais e totais
• Favorecer independência/autonomia (não substituir quando o Idoso tem capacidade para realizar
determinada tarefa, incentivar ao auto-cuidado);

• Observar todo o corpo, avaliando a integridade cutânea;

• Promover a integridade cutânea (secar todas as pregas cutâneas e espaços interdigitais, aplicar creme e
massajar todo o corpo, etc.);

• Promover mobilização passiva e activa;


Cuidados de higiene parciais e totais
• Promover uma relação interpessoal com Idoso e Família (por exemplo:
identificar-se, explicar procedimento, incentivar a colaborar);

• Não impor nova rotina, se possível atender à vontade do Idoso e aos seus
hábitos (por exemplo: hora e frequência do banho);

• Verificar condições ambientais (temperatura, iluminação e ventilação);


Cuidados de higiene parciais e totais
• Respeitar privacidade, dignidade e valores culturais do Idoso;

• Assegurar as regras de segurança para o Idoso e para o Cuidador


(grades e barras de protecção, tapetes antiderrapantes, não
deixar o idoso sozinho, não deixar que tranque a porta, utilizar
luvas, atender à ergonomia, etc.);
Cuidados de higiene parciais e totais
• Estimular auto-estima e auto-imagem do Idoso (utilizar espelho, pentear, barbear, cuidar das
unhas, etc.);

• Iniciar higiene propriamente dita, pela cabeça em direcção aos pés, partindo da parte mais
limpa para a mais suja;

• Utilizar material de uso pessoal e se possível descartável;

• Promover trabalho em equipa, integrando o Idoso e Família na mesma;

• Se surgirem dúvidas, problemas ou alterações comunicar à família ou outro elemento


responsável da Equipa.
Cuidados de higiene parciais e totais
A quebra da capacidade individual para promover a sua própria higiene, pode estar associada a

vários factores, tais como:

– Cansaço fácil, dispneia (falta de ar) ou astenia (fraqueza);

– Alterações da consciência e mobilidade;

– Alterações da percepção e sensibilidade;

– Dor;

– Indicação médica.
Cuidados de higiene parciais e totais
Pele
• A pele é o maior órgão do corpo humano, possuindo enumeras funções, entre elas:
– Protecção física e imunitária;

– Protecção da desidratação;

– Regulação da temperatura corporal (por exemplo, sudação);

– Funções metabólicas (por exemplo a luz solar faz com que o organismo produza Vitamina D);

– Órgão dos sentidos (tacto).


Cuidados de higiene parciais e totais
• Como tal a higiene de toda a superfície corporal é indispensável, tendo em conta alguns
detalhes:
– Produtos utilizados: em Idosos semi-dependentes, sem alterações da pele pode-se utilizar sabão, sabonete
ou gel de banho convencional, no entanto em idosos dependentes deverá ser utilizado sabão
hipoalergénico, pois tem menor potencial de provocar alergias, promove higiene e não carece de passar
por água limpa.

– Poder-se-á aplicar cremes ou óleos, dando preferência ao creme hidratante. Não utilizar pós (talco), pois
impedem os poros da pele de respirar.
Cuidados de higiene parciais e totais
• Observação: verificar alterações de toda a pele, desde feridas por traumatismos ou
pressão, alergias, desidratação, alterações da pigmentação, da temperatura,
sensibilidade, etc.

• Relação Interpessoal: durante o banho dever-se-á reunir condições para promover um


momento agradável, de diálogo com o Idoso (evitar falar apenas com o outro elemento
que presta cuidados, esquecendo o Idoso), conversando sobre situações positivas e do
interesse do Idoso.
Cuidados de higiene parciais e totais
Higiene do idoso segundo os graus de dependência

Independente/ Semi-dependente e Dependente

A higiene pode ser:


• Parcial: Os cuidados de higiene parciais, entendem-se como os
cuidados específicos a cada parte do corpo a ter em conta.
Cuidados de higiene parciais e totais
OU
• Total: consiste no banho total, completo, desde a higiene ao corpo
até ao cortar das unhas e cuidados com o cabelo.

• Na cama OU no chuveiro, consoante as características da pessoa


de quem se cuida.
Cuidados de higiene parciais e totais
Cuidados parciais
• Também podem ser chamados cuidados de higiene parciais à
higiene de parte do corpo, frequentemente a regiões com
secreção abundante e maior carência de higiene (cara, mãos,
axilas e genitais).
Cuidados de higiene parciais e totais
Cabelo

• Os cuidados básicos dos cabelos incluem: observar, lavar, escovar, pentear e cortar.
Atender a alguns aspectos importantes:
– Reunir o material necessário: luvas, bacia, caneca, toalhas ou resguardo, produtos de higiene
do Idoso, pente, escova, tesoura, secador, etc.;

– Se possível lavar cabelo no chuveiro;

– Observar alterações do couro cabeludo (lesões, parasitas, etc.);

– Aplicar produtos do idoso;


Cuidados de higiene parciais e totais
• Respeitar hábitos do Idoso (frequência de lavagem, no caso das senhoras a ida
ao cabeleireiro, etc.);

• Massajar couro cabeludo com as pontas dos dedos;

• Se possível manter o cabelo do Idoso curto, cortando se necessário e houver


consenso;
Cuidados de higiene parciais e totais
Boca
• A higiene oral deverá ser realizada idealmente após cada refeição e sempre que necessário.

• Os objectivos da higiene oral centram-se na necessidade de manter a boca limpa e húmida, ajudar a

conservar os dentes e mucosa oral, remover restos alimentares, massajar as gengivas, estimular a

circulação e prevenir complicações.

• Prestar atenção especial a Idosos com presença de sonda nasogástrica ou necessidade de aspiração de

secreções, tendem a apresentar maior acumulação de sujidade na boca e maior desidratação da

mucosa oral. Pelo que é fundamental a higiene cuidada da mesma.


Cuidados de higiene parciais e totais
• Dever-se-á trocar o adesivo de fixação da sonda nasogástrica diariamente, após o banho.

• Se o Idoso for capaz de se auto-cuidar, deverá ser realizada supervisão e, se necessário ensino.

• Se o paciente for capaz, ele mesmo poderá fazer sua higiene bucal, mas caso contrário, siga as
instruções passo a passo:

• Reunir todo o material: escova de dente, pasta de dente, anti-séptico oral, gases esterilizadas, espátula;

• Misturar, em um recipiente, o anti-séptico e a água em partes iguais;

• Pegar uma espátula e envolvê-la com a gaze, para que ela seja embebida na solução;
Cuidados de higiene parciais e totais
• Fazer a limpeza da língua do idoso com a espátula, movendo-a de um lado
para o outro para evitar náuseas. Não esquecer de limpar também as laterais
e a parte superior (céu da boca) e inferior da boca, além das gengivas;

• Caso o paciente possua prótese dentária, esta deve ser lavada com escova e
pasta de dente;

• Sempre hidratar os lábios do paciente com manteiga de cacau ou vaselina.


Cuidados de higiene parciais e totais
Olhos
• A limpeza dos olhos deve ser feita com gaze, utilizando o soro fisiológico para a
retirada das secreções. É necessária uma compressa para cada olho. Deve-se:

– Com uma gaze embebida em soro fisiológico, passar no olho da zona mais limpa

para a mais suja, a fim de limpar toda as secreções existentes;

– Repetir o procedimento no outro olho, utilizando nova gaze;

– Caso o paciente esteja em coma ou semiconsciente, é recomendado deixar uma

gaze com soro fisiológico sobre o olho, para manter a umidade das pálpebras,

prevenindo contra as úlceras na córnea.


Cuidados de higiene parciais e totais
Orelhas e Ouvidos
• A sujidade nos ouvidos e orelhas pode provocar ulceração e infecção, pelo que também devem ser

considerados determinados aspectos importantes na sua higiene:


– Durante o banho lavar com água e sabão as orelhas, não esquecendo a parte posterior da mesma;

– Preparar material necessário: luvas, toalhetes, algodão, cotonetes, etc.;

– Utilizar toalhete, algodão ou cotonete, mas sem introduzir no ouvido, pois pode traumatizar o tímpano e o objectivo é

retirar a sujidade e não introduzi-la no ouvido;

– Observar presença de cerúmen (cera);

– Observar alterações e considerar próteses auditivas.


Cuidados de higiene parciais e totais
Mãos, Pés e Unhas

• Os idosos costumam apresentar sérios problemas nas mãos e


pés, devido a alterações circulatórias, deformidades ósseas,
diabetes, etc.

• Os objectivos principais da sua higiene são: prevenir a infecção


ou inflamação, evitar traumatismo devido a unhas encravadas,
longas ou ásperas, evitar acumulação de sujidade, etc.
Cuidados de higiene parciais e totais
Os cuidados a ter em conta são:
• Preparar material necessário: luvas, bacia, esponja, toalhas, sabão, tesoura ou
corta-unhas, creme, óleo, vaselina, etc.

• Durante o banho, lavar com água e sabão, introduzir as mãos e os pés do Idoso na
bacia de água (posteriormente trocar de água), lavando especialmente as unhas e
espaços interdigitais, assim como ter o cuidado de secar bem os mesmos;
Cuidados de higiene parciais e totais
• Hidratar com creme, óleos ou aplicar vaselina nos locais de maior calosidade (por exemplo

os calcanhares);

• Cuidar das unhas, corta-las ou lima-las se necessário (cortando de forma recta e não

muito próximo da pele), amolecendo-as previamente em água morna;

• Observar as alterações dos pés, mãos e unhas, verificando presença de lesões cutâneas;

• Não cortar calosidades (pode provocar hemorragia);

• Considerar micoses (usar instrumentos de uso pessoal ou desinfecta-los).


Cuidados de higiene parciais e totais
Cuidados Perineais
• A higiene perineal refere-se à limpeza dos genitais externos e região circundante,
que normalmente é realizada durante o banho.
• No entanto, em Idosos dependentes, há necessidade de realizar os cuidados
perineais várias vezes ao dia.
• Este facto deve-se a situações como: infecções genitourinárias, incontinência fecal e
urinária, secreções excessivas, irritações ou escoriações, presença de algália, cirurgia
perineal, etc.
Cuidados de higiene parciais e totais
• O Períneo está localizado entre as coxas e estende-se desde o topo dos ossos pélvicos até ao ânus,
contendo as estruturas anatómicas sensíveis, relacionadas com a sexualidade, eliminação e
reprodução.

• Os cuidados perineais são providenciados com a finalidade de prevenir a infecção, promover a


saúde e conforto.

• Devido a existência de vários orifícios no períneo, esta é uma área vulnerável a entrada de
microrganismos patogénicos.
Cuidados de higiene parciais e totais
Região genital
• Este tipo de higiene deve ser realizado diariamente, e sempre
que se fizer necessária: após a evacuação, antes de se colocar a
sonda vesical (na bexiga), e cada vez que mudar a fralda do
paciente incontinente.
Cuidados de higiene parciais e totais
Na mulher
• Colocar a paciente de barriga para cima, com as pernas flexionadas;

• Fazer a limpeza dos grandes e pequenos lábios e da região de trato urinário, com
água, sabão e uma gaze, de frente para trás;
• Enxaguar a área com água até retirar todo o sabão;

• Aplicar anti-séptico de mucosas;

• Secar bem, dando ênfase às pregas para que a humidade não provoque assaduras.
Cuidados de higiene parciais e totais
No homem
• Colocar o paciente de barriga para cima;

• Lavar bem os testículos e o pénis com água e sabão;

• Enxaguar com água até remover todo o sabão, e secar suavemente;

• Baixar o prepúcio para que não apareça edema na glande (parte da


ponta do pénis, popularmente, a "cabeça do pénis").
Cuidados de higiene parciais e totais
Região anal
• Colocar o paciente na lateral;

• Lavar a região com uma esponja embebida em água e sabão, de frente para
trás;
• Enxaguar com água e secar;

• Caso a mucosa anal esteja irritada, passar algum creme apropriado,


recomendado pelo especialista.
Cuidados de higiene parciais e totais
• O banho diário não se baseia tanto em requerimentos clínicos, mas sim em
normas culturais.

• Algumas delas valorizam o asseio e acreditam que o banho é incompleto se


não houver o uso de vários champôs, sabonetes ou desodorizantes; outras,
porém, consideram o banho semanal suficiente, não vendo sentido em
“mascarar” o próprio odor com produtos perfumados.
Cuidados de higiene parciais e totais
• A frequência do banho depende das necessidades apresentadas pelas pessoas idosas.

• Em algumas circunstâncias, pode ser dado apenas, por exemplo, duas vezes por
semana.

• É o caso dos idosos com peles demasiado secas, dos muito enfraquecidos ou dos que,
por problemas de saúde, se cansam facilmente.
Cuidados de higiene parciais e totais
• Embora o banho seja muito importante, a
rotina do seu uso diário não pode ser
legitimamente resguardada.
• Se um banho por dia já é difícil de defender, o
que dirá dois.
• No entanto, esse é o hábito de alguns hospitais,
instituições, cuidadores domiciliares etc.
Cuidados de higiene parciais e totais
Banho no leito
• O banho no leito, providencia-se quando o idoso é totalmente
dependente ou quando há uma restrição do exercício.

• Se o idoso for semi-dependente e seja necessário o banho no leito,


deve providenciar-se o material e auxilia-lo na higiene.
DÚVIDAS
Aspetos relacionais e do
cuidado na higiene – o papel do
cuidador
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o papel do cuidador

• A higiene é um dos fatores mais importantes para o asseio, conforto e qualidade de vida
de uma pessoa.

• No caso de um idoso, uma ida à casa de banho pode ser uma dificuldade enorme, no
entanto, nunca deve estar comprometida e deve ser feita regularmente.

• Saiba como cuidar da higiene de um idoso e garanta-lhe o bem-estar necessário para a


obtenção de uma vida saudável.
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o papel do cuidador

• Em muitos casos, com o avançar da idade, o idoso deixa


de ter forças e a capacidade para cuidar de si e da sua
própria higiene.

• Para que isso não aconteça, é necessário ajudar a cuidar


de um idoso, de modo a que ele se consiga aproximar e
relacionar com outras pessoas e tenha uma boa vida.
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o papel do cuidador

Para cuidar corretamente da higiene de um idoso, deve cumprir com os requisitos


seguintes:

• O banho é um dos aspetos de limpeza mais importantes no cuidar da higiene de um idoso, uma vez que
um bom banho evita as irritações de pele e previne o corpo contra o aparecimento de infeções futuras.

• No final do banho, é aconselhável a colocação de cremes hidratantes nos pés e nos braços para
fortalecer e tornar a pele mais resistente.
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o papel do
cuidador
• Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, às vezes, recusar-se a
tomar banho.

• É preciso que o cuidador identifique as causas.

• Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para locomover-se, tenha medo da água ou de
cair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada
de ficar exposta à outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto.
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o papel do
cuidador

• É preciso que o cuidador tenha


muita sensibilidade para lidar com
essas questões, que respeite os
costumes da pessoa cuidada e
saiba que a confiança se conquista,
com carinho, tempo e respeito.
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o
papel do cuidador
Para o conforto, o cuidador deve:

• Providenciar para que as necessidades de eliminação urinária e intestinal dos idosos são
satisfeitas transportando e disponibilizando os equipamentos adequados;

• Contribuir para a prevenção de úlceras de pressão, cuidando da pele e assegurando um


posicionamento adequado do Idoso;

• Regra básica: Utensílios de higiene exclusivos e únicos do utente


Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o
papel do cuidador
• Auxiliar na toma dos medicamentos de acordo com as orientações e
o plano de medicação estabelecido para cada Idoso;

• Promover a mobilidade do Idoso e a adoção de posturas corretas,


tendo em vista a prevenção do sedentarismo e do imobilismo;
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene – o
papel do cuidador
• Contribuir para a prevenção de acidentes no domicílio, na instituição e no exterior,
sugerindo a adoção de medidas de segurança e a melhoria da organização dos espaços;

• Prestar apoio na alimentação dos Idosos, de acordo com as orientações da equipa técnica;

• Colaborar na organização e na confeção das refeições, respeitando a qualidade do


armazenamento e a higiene dos alimentos e tendo em conta as restrições dietéticas, as
necessidades e as preferências do Idoso e as orientações da equipa técnica;
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene –
o papel do cuidador
• Efetuar a distribuição das refeições, condicionando-as e transportando-as, respeitando as
regras e os procedimentos de higiene alimentar;

• Acompanhar e auxiliar a toma das refeições sempre que a situação de dependência do


Idoso o exija;

• Estimular a manutenção do relacionamento com os outros, encorajando-o a participar em


atividades da vida diária e de lazer adequadas à situação do Idoso;
Aspetos relacionais e do cuidado na higiene –
o papel do cuidador
• Preparar e desenvolver atividades de animação e entretenimento, adequadas à situação
do Idoso, nomeadamente, proporcionando-lhe momentos de leitura, jogos e convívio;

• Acompanhar o Idoso nas suas deslocações em situações de vida diária, de lazer e de


saúde.

• Adequar os cuidados de higiene e conforto às necessidades e características do doente.


Aspetos relacionais e do cuidado na higiene –
o papel do cuidador
• Aplicar as técnicas e os procedimentos relativos aos cuidados básicos de saúde
do Idoso;

• Utilizar os procedimentos e as técnicas de primeiros socorros em situação de


acidente;

• Aplicar técnicas adequadas à manutenção da mobilidade do Idoso.


Aspetos relacionais e do cuidado na higiene –
o papel do cuidador
• Identificar situações de risco de acidente e as medidas de segurança adequadas;

• Adequar as refeições às características e necessidades dos Idosos, tendo em


conta o equilíbrio alimentar e as indicações da equipa técnica.

• Aplicar os princípios e as regras de higiene alimentar na armazenagem e


conservação dos produtos e no serviço de refeições.
DÚVIDAS
Cuidados parciais
vs
cuidados totais
Cuidados parciais vs cuidados totais
• A higiene corporal visa cuidar especialmente da pele e das mucosas, sendo composta por todas as
atividades que se preocupam em conservar a saúde e o bem-estar do paciente.

• As principais atividades são a limpeza e a hidratação, e necessitam ser feitas todos os dias nos idosos,
que em muitos casos se encontram impossibilitados de procederem sozinhos por estarem de cama.

• Por isso, é importante que os familiares saibam como realizar uma boa higienização do idoso
acamado, evitando sérios problemas, como a Ulcera de pressão, infecções, entre outros.
Cuidados parciais vs cuidados totais
Etapas de higiene/Preparação do material

1.º – Preparar todo o material necessário:


– Luvas e aventais descartáveis
– Esponja
– Sabão líquido neutro
– Uma bacia com água tépida (se banho na cama)
– Toalhas limpas
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Creme hidratante e anti alergénico

• Escova ou pente para o cabelo


• Escova de dentes e pasta dentífrica ou elixir
• Fraldas descartáveis, se necessário
• Sacos de plástico para o lixo e para a roupa suja
• Roupa limpa para o idoso e/ou para a cama
Cuidados parciais vs cuidados totais
Para lavar o cabelo

• Colocar o paciente de barriga para cima de forma que a cabeça fique livre.

• Para isto, pode-se retirar o travesseiro e colocar alguns lençóis enrolados em baixo dos ombros;

• Forrar a cama para que não fique molhada e colocar uma bacia debaixo da cabeça do idoso;

• Colocar tampões de algodão no ouvido do paciente;

• Molhar o cabelo, aplicar o champô e enxaguar com bastante água;

• Enxugar o cabelo com uma toalha, e, se for possível, usar um secador;

• Pentear e escovar o cabelo do idoso.


Cuidados parciais vs cuidados totais
Se o banho é no chuveiro:
• Temperar a água, tendo o cuidado de não queimar a pessoa ou provocar
desconforto
• Começar sempre pela cabeça, em direção aos pés.

• Lavar a cabeça, cara e orelhas do idoso.

• Seguem-se o pescoço, braços, axilas, costas, pernas e pés, entre os dedos e,


por fim, partes genitais.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Secar o corpo com toalha macia, sem esfregar;
• Aplicar creme hidratante no corpo;
• Vestir a pessoa e penteá-la;
• Não esquecer a lavagem da boca, usando uma escova de dentes ou compressas
embebidas em elixir ou pedir ao idoso para bochechar;
• Verificar sempre se não existem secreções, feridas, caspa ou parasitas;
• Cortar as unhas, cuidar dos cabelos e toda a aparência do idoso.
Cuidados parciais vs cuidados totais
Alguns exemplos de adaptações:
• As cadeiras, camas, poltronas e sanitas mais altas do que os comuns facilitam a pessoa
cuidada a sentar, deitar e levantar. O cuidador ou outro membro da família podem fazer
essas adaptações.

• Antes de colocar a pessoa sentada numa cadeira de plástico, verifique se a cadeira


suporta o peso da pessoa e coloque a cadeira sobre um piso antiderrapante, para evitar
escorregões e quedas.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• O sofá, poltrona e cadeira devem ser firmes e fortes, ter apoio lateral, que
permita à pessoa cuidada se sentar e se levantar com segurança.

• Se a pessoa cuidada não controla a saída de urina ou fezes é preciso cobrir


com plástico a superfície de cadeiras, poltronas e cama e colocar por cima do
plástico um lençol para que a pele não fique em contacto direto com o
plástico, pois isso pode provocar feridas.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Sempre que possível, coloque a cama em local protegido de correntes de vento, isso é, longe de janelas e portas.

• Retire tapetes, tacos e fios soltos, para facilitar a circulação do cuidador e da pessoa cuidada e também evitar

acidentes.

• Sempre que for possível é bom ter barras de apoio na parede do chuveiro e ao lado da sanita, assim a pessoa

cuidada sente-se segura ao tomar banho, sentar e levantar da sanita, evitando apoiar-se em pendurador de

toalhas, pias e cortinas


Cuidados parciais vs cuidados totais
• O banho de chuveiro torna-se mais seguro com a pessoa cuidada sentada numa cadeira, com apoio lateral.

• Piso escorregadio causa quedas e escorregões, por isso é bom utilizar tapetes antiderrapantes em frente à
sanita e cama, no chuveiro, embaixo da cadeira.

• A iluminação do ambiente não deve ser tão forte que incomode a pessoa cuidada e nem tão fraca que
dificulte ao cuidador prestar os cuidados. É bom ter um candeeiro de cabeceira e também deixar acesa
uma luz no corredor.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Os objetos de uso pessoal devem estar colocados próximos à pessoa
e numa altura que facilite o manuseio, de modo que a pessoa
cuidada não precise de se abaixar e nem se levantar para apanhá-los.

• As escadas devem ter corrimão dos dois lados, faixa ou piso


antiderrapante e ser bem iluminadas.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• As pessoas idosas ou com certas doenças neurológicas podem ter dificuldades para manusear

alguns objetos por ter as mãos trémulas. Algumas adaptações ajudam a melhorar o desempenho e

a qualidade de vida da pessoa:


– Enrole fita adesiva ou um pano nos cabos dos talheres e também no copo, caneta, lápis, agulha de croché,

barbeador manual, pente, escova de dentes. Assim os objetos ficam mais grossos e pesados o que facilita à

pessoa coordenar os seus movimentos para usar esses objetos.

– Coloque o prato, chávena e copo em cima de um pedaço de material emborrachado para que não escorregue.
Cuidados parciais vs cuidados totais
Quando o cuidador estiver a fazer a higienização do idoso, deve ter cuidado para que
não aconteçam:

– Desgastes cutâneos por lavagem incorreta;


– Resfriados por corrente de ar ou pela própria temperatura baixa;

– Lesões músculo-esqueléticas, por causa de imobilização inadequada.


Cuidados parciais vs cuidados totais
Se o banho é na cama:

• Temperar a água, tendo o cuidado de não queimar a pessoa ou provocar desconforto.

• O idoso deve ser lavado com uma esponja embebida em água e sabão, ou com um gel de

banho hipoalergénico.

• Iniciar a higiene com a limpeza dos olhos, usando uma compressa com água ou soro fisiológico

para cada olho, limpando sempre da zona mais limpa para a mais suja, de uma só vez.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• De seguida: lavar a cara, as orelhas e a cabeça. A lavagem desta deve ser feita com
regularidade, devendo, contudo, respeitar a vontade do idoso, sempre que possível.

• Lavar os braços e o tronco e seguir para as pernas e os pés, secando o corpo à


medida que lava e tapando-o.

• Promover uma relação interpessoal e agradável com o idoso durante o banho.


Cuidados parciais vs cuidados totais
• Respeitar a sua vontade, privacidade e integridade.

• Retirar todos os objetos das mãos que possam ferir o idoso.

• Usar um par de luvas para cada idoso e lavar SEMPRE as mãos


antes e depois de cada higiene, de forma a evitar infeções.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Começar os cuidados de higiene sempre das partes mais limpas para
as partes mais sujas, (da cabeça para os pés) e por fim região genital;

• Observar o corpo e detetar todas as feridas que possam ter;

• Ter atenção à fragilidade da pele, tanto ao lavar como a secar o corpo.


Cuidados parciais vs cuidados totais
• Ter especial cuidado nos movimentos com idosos dependentes quer seja da cama para
a cadeira, ou para o local do chuveiro, devendo desviar-se tudo o que possa magoá-los.

• Retirar sempre as placas dentárias e lavá-las ou incentivar o idoso a limpá-las.

• Estas só devem ser colocadas depois da limpeza da boca, que nunca deve ser deixada
para trás, mesmo em pessoas sem dentes, para se evitar infeções.
Cuidados parciais vs cuidados totais
Lavagem dos genitais

Para a realização destes cuidados:


• Reunir material necessário: luvas, bacia, aparadeira, urinol, dispositivo urinário,
saco coletor, esponjas, toalhas, resguardos, cremes, sabão, fralda, pomadas, etc.;
• Questionar o Idoso se pretende urinar ou evacuar antes de proceder a higiene
perineal. Colocar urinol ou aparadeira, se necessário.
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Colocar o Idoso em decúbito dorsal (barriga para cima), se
possível com pernas fletidas, lavar a região de eliminação
urinária e posteriormente, colocar o idoso de decúbito lateral
(de lado) para proceder a higiene da região de eliminação
intestinal.
Cuidados parciais vs cuidados totais
No homem:
• Começar a lavar com movimentos circulares
pela ponta do pénis, puxando o prepúcio para
baixo e lavando a glande, posteriormente o
pénis e o escroto (não esquecer de voltar a
colocar o prepúcio na sua posição normal.)
Cuidados parciais vs cuidados totais
Na mulher:
• Lavar da frente para trás (do meato urinário para
orifício vaginal e posteriormente para a região anal),
prestando atenção à sujidade acumulada entre os
lábios, utilizando uma mão para afastar os lábios e
outra para lavar.
• Mudar a água da bacia após a higiene dos genitais.
Cuidados parciais vs cuidados totais
Dicas importantes para o cuidador

O cuidador deve atentar para alguns detalhes, entre eles:


• Não permitir a desconexão de sondas durante a movimentação do paciente;
• Nunca molhar os curativos das feridas ou vias venosas;
• Não usar álcool ou seus derivados, pois ressecam a pele. Caso seja realmente
necessário, aplicar hidratante logo depois;
Cuidados parciais vs cuidados totais
• Proteger o idoso das correntes de ar, conservando-o sempre
coberto e mantendo as janelas fechadas;
• Secar direito entre os dedos e as pregas da pele;
• Usar sempre toalhas macias, evitando o atrito excessivo;

• Motivar o paciente a colaborar, conforme a sua capacidade;


Cuidados parciais vs cuidados totais
• Prestar atenção à pele do idoso, para diagnosticar precocemente possíveis problemas;

• Fazer a higienização uma vez por dia e sempre que for necessário;

• Usar sempre o material descartável;

• Proceder de maneira ágil, mas cuidadosa;


Cuidados parciais vs cuidados totais
• Atentar para que os materiais de higiene sejam de uso exclusivamente
pessoal;

• Aproveitar o momento do banho para fazer curativos e correções na postura


do idoso;

• Seguir sempre as medidas de limpeza recomendadas pelo médico.


DÚVIDAS
Técnicas de
Transporte /
Posicionamentos
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Para o ser humano, o movimento é um aspeto essencial da vida.
Dependemos dele para caminhar, correr, brincar, procurar e comer
alimentos, conversar, enfim, sobreviver.

• As pessoas saudáveis mantêm um nível adequado de movimentação,


esperando que os seus sistemas músculo-esqueléticos e nervosos (muito
complexos) trabalhem em conjunto no desenvolvimento de tais atividades.
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• De um modo geral, no entanto, elas não costumam cuidar
corretamente, durante a vida, dos sistemas que promovem e
coordenam o movimento “saudável” até que o desuso, o trauma
ou a doença interfiram nesse desempenho.

• Níveis adequados de flexibilidade e equilíbrio de força muscular


são importantes para a eficácia na execução dos movimentos
envolvidos na realização das atividades de vida diária (aVDs).
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Com a diminuição da funcionalidade e o avançar da idade, o desempenho das

aVDs pode ser comprometido parcial ou completamente, acarretando maior

dependência do idoso, com sério prejuízo para a sua qualidade de vida.

• As alterações fisiológicas no envelhecimento são progressivas e, muitas vezes,

acompanhadas pelo aumento da prevalência de enfermidades agudas e crónicas.


Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Das várias mudanças que ocorrem nessa fase da vida, aqui será dado destaque
à perda da força muscular, principal responsável pela deterioração da
mobilidade e da capacidade funcional do indivíduo que está a envelhecer.

• O movimento depende do sistema nervoso central, que vai organizar os


músculos e as articulações para realizar atividades funcionais e coordenadas.
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
Os aspetos gerais a ter em conta na mobilização e ajudas técnicas

• O movimento humano pode ser descrito como uma combinação


complexa de movimentos de translação (todo o corpo se move de forma
única) e rotação (o corpo ou seus segmentos se movem em torno de um
eixo instantâneo, normalmente situado em um centro articular).
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• A sua execução envolve ações coordenadas e integradas dos sistemas músculo-
esquelético e nervoso.

• O sistema esquelético (ossos e cartilagens) tem por funções: proteger os órgãos


internos do organismo; manter a forma e a postura corporal; prover áreas de
armazenamento para sais minerais e gorduras; produzir células sanguíneas e fornecer
superfície para a fixação de músculos, tendões e ligamentos que tracionam os ossos
individuais e produzem o movimento.
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Os ossos são estruturas muito rígidas que não se podem curvar (como é necessário para a
movimentação) sem dano.

• Para que o movimento ocorra, eles são interligados por articulações.

• Os ligamentos (unem ossos e cartilagem), os tendões (unem músculos e ossos) e a


cartilagem (tecido conjuntivo não vascular encontrado nas articulações) dão força e
flexibilidade ao sistema esquelético
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• O sistema músculo-esquelético (tecido muscular esquelético + tecido conjuntivo) envolve
órgãos musculares individuais (ex.: bíceps).

• O movimento resulta da contração desse músculo e da força aplicada sobre o tendão, que,
por sua vez, puxa o osso.

• A excitabilidade, a contratilidade, a extensibilidade e a elasticidade dos músculos permitem


a realização do movimento, a manutenção da postura e a produção de calor.
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Tónus muscular refere-se ao estado da ligeira contração em que
se encontra o músculo-esquelético.

• Pode ser muito prejudicado aquando do repouso ou imobilidade


prolongada, incorrendo no risco do desenvolvimento de
contraturas (contração permanente do músculo).
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Na nossa vida, muitas vezes, temos de prestar cuidados a doentes
totalmente dependentes e com períodos de acamamento variados.

• Já é conhecida a importância do exercício, o mais precoce possível,


no sentido de contrariar os inconvenientes da imobilidade
prolongada.
Técnicas de Transporte / Posicionamentos
• Prestar cuidados a doentes acamados, exige o conhecimento preciso de técnicas
concretas, entre outras, para a higiene, a alimentação, a excreção, entre outras,
mas também de ações, no sentido de evitar a ocorrência de limitações articulares,
perda de massa muscular, ocorrência de úlceras de pressão, etc.

• As mobilizações, são técnicas específicas de padrões de movimento, dentro de


amplitudes fisiológicas e terapêuticas determinadas, com fins muito concretos.
DÚVIDAS
Conforto
do
Idoso
Conforto do Idoso
Cama articulada e cama simples

• Embora um paciente incapacitado ou afetado por uma doença que o obrigue a um


repouso absoluto em casa durante um tempo mais ou menos prolongado possa utilizar
uma cama comum, caso se preveja que a convalescença seja prolongada, é preferível
contar-se com uma cama convencional de hospital, articulada, para que se possa
ajustar a sua posição e inclinação, e com rodas, de modo a facilitar a sua deslocação.
Conforto do Idoso
• Independentemente do tipo de cama, a muda da
roupa da cama deve ser sempre considerada um
ponto essencial nos cuidados ministrados ao
paciente, não só por questões de higiene e
comodidade, mas muitas vezes também como
medida de prevenção, já que a permanência em
lençóis sujos ou humedecidos pode tornar-se
prejudicial (lesões cutâneas).
Conforto do Idoso
• Sempre que o paciente se consiga movimentar sem dificuldades, é
preferível que se levante para que se possa proceder ao arranjo da cama
com maior comodidade.

• Caso o estado do paciente não o permita, deve-se fazer a cama ou


mudar a roupa da mesma com o paciente na cama.
Conforto do Idoso
Material e Técnica

• O material básico para se fazer a cama do paciente compreende um


jogo de cama, uma manta leve e uma colcha, que proporcionam um
abrigo suficiente num quarto morno, as correspondentes fronhas das
almofadas e, eventualmente, uma forra para proteger o colchão.
Conforto do Idoso
Fazer a cama
• Como princípios básicos, considera-se que uma cama está bem feita caso os lençóis fiquem
bem esticados, sem pregas, e caso a manta e a colcha não fiquem muito apertadas.

• Em relação ao jogo de cama, costuma-se colocar um lençol superior e inferior, igualmente


denominado forra, e por vezes é aconselhável colocar-se um outro adicional, denominado
resguardo, que deve ser colocado transversalmente por cima do inferior.
Conforto do Idoso
• Para quem passa longos períodos de tempo numa cama, convém que esta esteja sempre
limpa e cómoda.

• Utilize lençóis 100% algodão evita a transpiração do doente e podem ser lavados a altas
temperaturas, o que é importante se a pessoa tiver uma doença infeciosa ou se sofre de
incontinência.

• No Verão, coloque uma manta de algodão leve e, no Inverno, um cobertor de lã mais pesado.
Conforto do Idoso
• Se necessário, mude diariamente os lençóis da cama.

• Se não, mantenha-os sempre bem esticados e livres de migalhas ou outros


vestígios de comida.

• Os lençóis enrugados são desconfortáveis, podem restringir a circulação e


contribuir para a formação de feridas.
Conforto do Idoso
• O utente deve sair da cama para que esta possa ser mudada, permitindo-lhe
também realizar algum exercício e distrair-se.

Caso não seja possível, mudar os lençóis requererá alguma destreza:


• Retire a almofada e o lençol de cima;

• Com uma mão no braço ou ombro e outra na perna dobrada, rode o doente
para o bordo da cama, puxando-o na sua direção;
Conforto do Idoso
• Certifique-se que o doente está
seguro e numa posição fixa;

• Retire o lençol de baixo e liberte-o


até às costas do doente;
Conforto do Idoso
• De seguida, coloque o lençol limpo,
aproximando-o das costas do doente;

• Agora, desloque o doente para o outro lado


da cama, utilizando a mesma técnica;

• Retire o lençol sujo e estique o lençol de


baixo completamente;
Conforto do Idoso
• Mude a fronha da almofada;

• Posicione o doente novamente e certifique-se que está confortável;

• Termine com o lençol de cima e a manta ou cobertor.


Conforto do Idoso
Conforto do Idoso
• Deve ser providenciada uma cama/ leito apropriado e
confortável.

• Assim, torna-se fundamental a cama e o colchão, podendo ser


uma cama vulgar ou articulada, onde se pode elevar a cabeça e/
ou os pés.
Conforto do Idoso
• Poderá também ser necessária a utilização de outros acessórios, tais como grades
de proteção/ segurança (prevenção de quedas), etc.
Conforto do Idoso
• Quanto ao colchão também pode ser normal ou então especial para idosos com
problemas músculo-esqueléticos ou de mobilidade, para prevenção de úlceras de
pressão (colchões de alto risco ou de pressões alternas).
DÚVIDAS
Cuidados de
Eliminação
Cuidados de Eliminação
Cuidados a ter no antes e após a eliminação

Condições ambientais e de privacidade

• Uma parte importante dos cuidados prestados, ao paciente, centra-se em ajudá-lo a superar as
dificuldades de eliminação de fezes e urina;

• Consiste em ensinar, supervisionar, ajudar ou realizar procedimentos;

• Sempre que possível tornar o paciente autónomo, dando-se especial importância à higiene e ao
conforto.
Cuidados de Eliminação
Antes de se estabelecer qualquer plano de cuidados:

• Deverá ser avaliada a capacidade do paciente em identificar a


localização do WC, chegar até ele, tirar a roupa, sentar-se na
sanita, alcançar e utilizar os utensílios de higiene, levantar-se,
voltar e vestir-se e lavar as mãos.
Cuidados de Eliminação
A eliminação urinária como uma necessidade humana básica:

• Princípios relativos a eliminação urinária – O adulto mediano elimina 1.000 a 1.500 ml de urina
em 24 horas.

• A relação anatómica íntima do trato urinário e o trato genital, torna o funcionamento urinário
um tópico sensível para a maioria das pessoas.

• A localização do meato urinário em íntima proximidade do ânus e órgãos genitais externos, faz
o trato urinário vulnerável à infeção oriundas destas fontes.
Cuidados de Eliminação
Para manter um funcionamento efetivo, o organismo humano deve livrar-se de
substâncias indesejadas (dejetos):

• Dispõe de quatro mecanismos de eliminação dos produtos residuais:


– Trato urinário (urina),
– Trato gastrintestinal (fezes),
– Através da pele (como transpiração) e
– Através do trato respiratório (ar expirado).
Cuidados de Eliminação
• Cada mecanismo tem a sua função específica na depuração dos resíduos resultantes do
processamento dos nutrientes e sua subsequente utilização nas células.

• A maioria dos resíduos nitrogenados do metabolismo celular é excretada na urina.

• O sistema urinário desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio


hidroeletrolítico.
Cuidados de Eliminação
• O controlo da micção representa para as pessoas um ato
independente, que é aprendido na infância, e a perda desta
independência, significa uma ameaça ao bem-estar social e
emocional, pondo em risco os sentimentos de autoestima.
Cuidados de Eliminação
Fatores que influenciam a excreção
• Ingestão de Líquidos;
urinária:
• Condições Patológicas;
• Crescimento e Desenvolvimento;
• Intervenções Cirúrgicas;
• Fatores Psicológicos;
• Ação de Medicamentos;
• Hábitos Pessoais;
• Exames com Finalidade Diagnóstica.
• Tónus Muscular;
Cuidados de Eliminação
Eliminação Intestinal:
• É o movimento e evacuação de fezes pela defecação.

• Pode ser influenciada por fatores físicos e/ou psicológicos.

Fatores que afetam a atividade intestinal


• FALTA DE FIBRAS NA DIETA
Cuidados de Eliminação
A lista a seguir apresenta os principais inimigos do bom funcionamento intestinal:
– Leite;

– Açúcar e doces (principalmente chocolate);

– Farináceos refinados em excesso (pães, bolachas, biscoitos);

– Carne vermelha;

– Gorduras e frituras;

– Batata; e

– Arroz branco.
Cuidados de Eliminação
Problemas associados à eliminação intestinal

• Diarreia: fluxo e defecação de fezes soltas, líquidas e não moldadas; aumento da frequência de dejecções, acompanhada de
um aumento de ruídos intestinais, cólicas e urgência na defecação.

Causas:

• Alimentos em mau estado de conservação

• Microrganismos

• Alguns medicamentos

• Má absorção, inflamação ou irritação intestinal


DÚVIDAS
Materiais e técnicas
de
apoio à eliminação
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Manipulação de arrastadeiras e urinóis

• Urinóis e arrastadeiras deveriam ser preferencialmente em inox por permitir


uma melhor desinfeção do dado material.
• A manipulação destes utensílios deveria ser o mais cuidadosa possível no
sentido de evitar focos de infeção, quer para quem a utiliza (cliente) quer
para quem a manipula (cuidador).
Materiais e técnicas de apoio à eliminação

• O cuidador deveria utilizar material de proteção,


nomeadamente luvas, aquando da sua manipulação e lavar
frequentemente as mãos, antes e após, da manipulação do
referido material já que as luvas não substituem a lavagem.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação

Tipos de Urinóis e Arrastadeiras


Tipos de Urinóis e Arrastadeiras Descrição
Arrastadeira de plástico em cunha
permitindo que a pessoa acamada possa
urinar ou defecar;

Arrastadeira de inox em cunha, permitindo


que a pessoa acamada possa urinar e/ou
defecar (desagradável ao toque);

Arrastadeira de inox bidé permitindo que a


pessoa acamada possa urinar ou defecar se
mulher e apenas defecar se homem;
Materiais e técnicas de apoio à eliminação

Urinol masculino em plástico permitindo


que a pessoa acamada possa urinar;

Bacio alto hospitalar, permitindo que a


pessoa acamada possa urinar e/ou defecar.
Quando o cliente ainda tem alguma
mobilidade, deve preferir-se este tipo de
equipamento, pois a posição sentada facilita
a expulsão das fezes;
Materiais e técnicas de apoio à eliminação

Colocação da arrastadeira
• Se o doente for colaborante devemos pedir que flita os joelhos e faça força de modo a
levantar o corpo;

• Se o doente não for colaborante, deve colocar-se em decúbito lateral para aplicação
da arrastadeira e após a colocação posicionar a pessoa em decúbito dorsal (barriga
para cima);

• A parte achatada da arrastadeira fica posicionada para a parte superior do corpo;


Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• A arrastadeira deverá ficar corretamente
colocada de modo a que o conteúdo
excretado fique no interior da arrastadeira;
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Colocação do Urinol

• O urinol é um utensílio exclusivo para homens permitindo que


estes quando acamados possam urinar.

• É colocado introduzindo o pénis no urinol.


Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Cuidados na Desinfeção

• A lavagem dos utensílios é fundamental no controlo da infeção.

• Arrastadeiras e urinóis após utilização deveriam sofrer uma esterilização em


esterilizadores próprios para o efeito, uma vez que as lavagens manuais
com antisséptico não removem todos os microrganismos desejáveis.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Colocação e substituição de fraldas com e sem a colaboração do utente

• Na maioria das vezes, um adulto que usa uma fralda pode precisar de ajuda na sua
mudança.
• Pode haver casos em que a pessoa pode ficar acamada.

• Assim, torna-se ainda mais evidente que um cuidador precisará de saber como o
fazer.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Em primeiro lugar, e antes de começar a mudar a fralda deve reunir o
material:
– Saco de lixo
– Fralda Nova

– Material de higiene
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• Para começar o utente deve ser colocado no leito.
• Primeiramente descola-se a fita adesiva da fralda e dobra-se para dentro de
forma a que quando for posicionado em lateral essa aba fique por baixo.
• Posiciona-se delicadamente para esse lado.
• Descola a outra fita adesiva do lado oposto e após esse procedimento pode
retirar a fralda suja por trás.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• Antes de colocar uma fralda limpa, deve limpar bem a zona com água e sabão.

• Deve proceder à higiene dos genitais segundo a técnica correta.

• Depois secar muito bem. Pode colocar um creme hidratante e protetor.

• Coloca a nova fralda e inverte todo o processo anterior quando retirou a mesma.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
Instruções:
• Use luvas de borracha para proteger as suas mãos. É possível um contacto com a urina
ou material fecal.
• Caso o paciente use calças, tire-as por inteiro. Não as baixe apenas até a altura dos
joelhos.
• Deite o paciente de lado. Ele poderá ajudar nisso. Pode ser que seja necessário levantá-
lo um pouco para o colocar no centro da cama e assim evitar que ele caia da cama.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• Olhe para dentro da fralda. Uma fralda de adulto contém urina mas
será necessário ter mais cuidado caso o paciente tenha evacuado.
• Descole as laterais da fralda.
• Abra a fralda e enrole-a para que a área suja fique contida.

• Limpe o paciente com lenços humedecidos. É necessário levantar


as pernas para alcançar todas as áreas.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• Vire o paciente, deixando-o deitado sobre o seu outro lado.

• Retire a fralda. Com o paciente virado para o outro lado, esse procedimento
deverá ser fácil de ser realizado.

• Confira mais uma vez a região do corpo onde estava a fralda e, se necessário,
limpe mais.
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• Abra uma nova fralda e a coloque atrás do paciente.

• A lateral da fralda deverá ficar próxima de onde os quadris do


paciente ficarão quando ele estiver novamente deitado de
barriga pra cima.
• .
Materiais e técnicas de apoio à eliminação
• Vire o paciente para o outro lado.
• Mova o outro lado da fralda para que ela fique reta.

• Deite o paciente de costas.


• Levante a parte da frente da fralda pelas pernas do paciente e cole
a parte da frente às laterais.
• Vista as calças do paciente.
DÚVIDAS

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