Curso para Engenheiros de

Transportes.

TOPOGRAFIA I.

Professor. Manassés Gomes.

INTRODUÇÃO AO CURSO

Sequência de actividades

Actividade Quantidade Horas

Conferências 10 20
Aulas práticas 19 38
Defesa T/C 1 2
Total 28 60
 TEMAS A TRATAR.
Tema I. Introdução à topografia geral .
Tema II. Rede planimétrica do levantamento.
Tema III. Rede altimétrica do levantamento.
Tema IV. Levantamentos topográficos.

ENTREGA DE TAREFAS.
Aulas 3, 10, 15,21
Defesa Trabalho
TOPOGRAFIA E GEODESIA.

TEMA I. INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA GERAL.

AULA # 1. NOÇÕES GERAIS SOBRE A

ESTRUTURA DA TERRA.

Sumário:
1- Topografia, seus limites e aplicações.
2- A estrutura da terra.
3- O elipsóide, o geoide e o datum
4- Algumas características da rede geodésica
estatal de Angola.
INTRODUÇÃO.

A determinação da posição de um ponto com confiabilidade relativa é

o problema fundamental e o principal propósito da ciência geodésica.

A Geodesia é a Ciência que se ocupa do estudo da forma e medidas da

terra.
A Geodesia se pode dividir para seu estudo na Geodesia Superior,
Geodesia Clássica e Geodesia Aplicada.

A representação da terra e suas medidas se realiza pela Cartografia,

que a sua vez se pode dividir em Cartografia Temática e Cartografia
Matemática.
A geodesia recorre frequentemente à Astronomia Geodésica para
resolver os problemas do Posicionamento dos pontos.

A Topografia se dedica aos trabalhos de levantamentos topográficos no

terreno para a representação deste, ou ao trasladar ao este de
elementos representados em um plano topográfico.

Para isso é necessário determinar a posição de pontos na superfície

terrestre o que se realiza com coordenadas no sistema de referência
geodésica selecionado.

As coordenadas a empregar são planimétricas X e Y e altimétricas H.

Não se pôde determinar com exatidão a origem da Geodesia, mas as grandes
civilizações da antiguidade, das quais nos chegaram muitas referências, falam-nos de
povos como o Egípcio, com indubitáveis conhecimentos sobre estas matérias, que sem
lugar a dúvidas, desenvolveram devido aos constantes transbordamentos do Rio Nilo,
que provocavam entre outras coisas, que fosse necessário restituir os limites das
propriedades, tanto privadas, como públicas, danificadas pelas frequentes inundações.
Os métodos que desenvolveram, serviram-lhes logo para a construção das
famosas pirâmides, e outras obras tais como, faróis, estradas, aquedutos,
etc., que ainda hoje, assombram pelas precisões com que foram construídas.

Estes conhecimentos foram levados primeiro pelos Egípcios a Grécia, e logo

se difundiram pelo resto do mundo.

Na atualidade estes conhecimentos estão grandemente enriquecidos e

existem modernos equipamentos e métodos de medições.
Objectivos da Topografia:

A Topografia tem como objectivo, estudar, desenvolver e implementar, os

métodos necessários para poder chegar a representar sobre um plano, a
uma escala determinada, uma porção da superfície terrestre, o
suficientemente pequena, como para que se possa considerar a terra
plana, quer dizer, desprezando o excesso esférico, assim como selecionar
o instrumental necessário para levar a cabo esta tarefa.
 Aplicações da Topografia

Fazer planos de áreas pequenas

Determinar assentamentos e deformações em estruturas.

Implantação das obras projectadas.

Levantamentos

Projectar vias de comunicação.

Delimitar propriedades e outros.

 Definições fundamentais
O eixo ao redor do qual a terra verifica seu
movimento de rotação se denomina Eixo Polar e os
pólos são a intercessão do eixo polar com a
superfície da terra.
 Definições fundamentais
Todo plano que contenha o dito eixo se denomina Plano Meridiano incurta à
superfície da terra por uma curva que recebe o nome de Meridiano. Se
considerar a terra como esférica, denomina-se simplesmente círculo
meridiano.
 Definições fundamentais
Um plano perpendicular ao eixo polar, corta à superfície terrestre por um
círculo menor ou paralelo, em particular, o plano normal ao eixo que passa
pelo centro da terra é denominado plano equatorial, é o maior dos
paralelos e divide à terra em dois hemisférios: hemisfério Norte ou boreal e
hemisfério Sul ou austral
Definições fundamentais
Em uma esfera é denominado Círculo Máximo a todo círculo interceptado sobre sua superfície por qualquer plano que penetre seu
centro, de modo que todos os meridianos sejam círculos máximos.

Círculo menor : é todo círculo interceptado sobre a superfície da terra, por qualquer plano que não passe por seu centro, de modo que
todos os paralelos, (exceptuando o Equador) são círculos menores.

A esfera celeste: É uma esfera ideal de raio infinito cujo centro é a terra, os pólos sobre dita esfera conhecem-se como Zenit e Nadir.
 Definições fundamentais
Os planos verticais: são planos que atravessam a linha Zenite-Nadir, cuja intercessão com a
esfera celeste originam círculos verticais.

O plano vertical primário: é o plano perpendicular ao plano meridiano e cuja intercessão com o
plano horizontal determina os pontos ao Este e Oeste.
 2. A FIGURA DA TERRA.

A Terra

A posição geográfica de um ponto na superfície terrestre pode ser definida em relação com a superfície de referência matemática definida
que é usada em lugar da superfície verdadeira da terra.

A representação da superfície da terra em cartas ou mapas requer por um lado o posicionamento de pontos sobre a sua superfície e, por
outro lado, a utilização de um método que permita representar a superfície curva da terra sobre um plano.
 Representação plana da terra.

O modelo utilizado para representar a forma da terra varia com a dimensão da zona que se pretende representar.
Quando se pretende representar uma zona pouco extensa da superfície da terra é muitas vezes suficiente considerar a terra como plana, uma vez que
a influência de sua curvatura é desprezável.

Assim, substitui-se o elipsóide de referência por um plano que lhe é tangente no ponto central da região a representar
Superfícies de referências

As superfícies de referência devem ter duas características fundamentais:

• Estar definidas matematicamente.

• Aproximar-se da superfície verdadeira na localização desejada.

As superfícies de referência utilizadas com bastante frequência para áreas limitadas são:
• Elipsóide de rotação (ou de dois eixos).
• Esferóide local.
• Plano horizontal (ou plano tangente).
• Geóide.
As três primeiras têm uma definição puramente matemática e se utilizam para o
posicionamento horizontal; a quarta superfície tem uma definição física e tem relação
com as outras por seu valor de altura/separação (afastamento da vertical).
 O ELIPSÓIDE, O GEOIDE E O DATUM.

O elipsóide: é uma superfície de quarta ordem em que todas as curvas de intercessão com um plano são elipses, as quais eventualmente degeneram em
círculos e provê uma superfície matemática bem definida cuja forma e tamanho são definidas por dois parâmetros:

Medida do semieixo menor (b)

Medida do semieixo maior (a),

A forma de um elipsóide de referência também pode ser descrita por seu aplanamento: f = [(a - b) / a] ou sua excentricidade : e = [( a2 - b2 )1/2 / a].
ELIPSÓIDE
 Além disso, para cada nação é normal encontrar duas superfícies de referência definidas de diferentes maneiras:

a. Elipsóide local; b. Geoide local.

Vários têm sido os geodesistas que em diferentes partes do globo se têm dedicado á determinação do comprimento dos semi-eixos do elipsóide que melhor se adapta ao
geóide.

Estas determinações permitiram concluir que para diferentes regiões do globo, se obtêm elipsóides diferentes. Por este motivo, a escolha do elipsóide que melhor se adapta
á forma da Terra tem de ter em consideração a região que se pretende representar.
 O geóide

O geóide: é definido como a superfície equipotencial do campo de força de gravidade, é utilizado como uma superfície de referência para as alturas; o Nível
Médio do Mar (NMM) é a melhor aproximação para esta superfície.

Ao contrário do elipsóide, o geóide não se pode conceber matematicamente ou utilizar-se em cálculos porque sua forma depende da distribuição irregular
das massas dentro da terra.
A sua forma é calculada usando gravímetros, que são aparelhos que medem a aceleração da gravidade.
Sabe-se que a forma do geóide é próxima da forma de um
elipsóide de revolução achatado, diferindo dela devido á
existência de ondulações desiguais distribuídas,
provocadas por uma desigual repartição das massas na
crosta terrestre.

O Datum.

Um Datum: é um Sistema de Referência Geodésico

definido pela superfície de referência precisamente
posicionada e mantida no espaço; e é gerada por uma
rede compensada de pontos.
O SP-32 (OHI – 5ta Edição 1994) define o Datum geodésico como “um conjunto de parâmetros que especificam a superfície de referência ou o sistema de referência de
coordenadas utilizada pelo apoio geodésico no cálculo de coordenadas de pontos terrestres; usualmente os datum se definem separadamente como horizontais e
verticais”.

Superfícies de referência

O primeiro elemento necessário para a definição da altura é a superfície de referência.

Uma vez estabelecida a superfície de referência, especifica-se:

- ‘h’ Altura elipsoidal: adoptada como superfície de referência a um elipsóide de dois eixos;

- ‘H’ Altura ortométrica (ou elevação sobre a superfície do geóide): Toma como referência o Nível Médio do Mar.

A seguinte figura mostra a principal relação entre a altura elipsoidal h e a orto métrica H.
Em uma primeira aproximação, dentro de poucos milímetros:

hP = HP + Np

hP se pode medir com o GPS,

HP é observável com operações de nivelamentos corrigidos por observações de gravimetria;
Np (altura do geóide ou ondulação) é a elevação sobre a superfície do ponto P projectado no geóide.
 A transformação do Datum

Com o desenvolvimento de um modelo único, fez-se possível que todas as cartas estejam sob um só sistema de referência; entretanto a transformação das cartas (mapas) de um datum a outro não é uma operação
simples. Por esta razão muitas cartas que se encontram em circulação hoje em dia seguem estando referidas a sistemas velhos.

As coordenadas cartesianas que se referem a um sistema geocêntrico o as coordenadas geográficas que se referem a um elipsóide geocêntrico são geradas pelas técnicas de posicionamento via satélite.
Para transformar estas coordenadas no sistema local é necessário aplicar algoritmos com parâmetros determinados mediante cálculos de probabilidade, para que as medidas determinadas via satélite podam ser adaptadas a
rede obtida pelo sistema local.

Cada elipsóide, que está orientado localmente, está deslocado indevidamente do elipsóide geocêntrico adoptado no sistema WGS84, por seus parâmetros diferentes, e pela posição do centro e da orientação dos eixos. Por
isso, as coordenadas geográficas do mesmo ponto no datum local e no global são diferentes, os deslocamentos traduzidos em distâncias podem ser de centenas de metros.
 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA REDE GEODÉSICA ESTATAL DE ANGOLA.

Na República de Angola se emprega como superfície de referência o Elipsóide do Clarke dos anos 1880.

O Datum que se emprega foi estabelecido na Estação de Lucapa (LN) no ano 1942 e logo transferido para a da Camacupa (Bie) no ano 1948.

As coordenadas de dito Datum são:

Φ=12001′09,07′′± 0,12′′
Λ= 17027′19,00′′± 0,12′′
A=5055′46,4′′± 0,4′′ Medido para a estação do Gamarinho.
H = 1508.31 m
 A rede Geodésica Angolana conta com estações astronómicas e de 1, 2, 3 e 4 ordem.
Começou seu desenvolvimento em 1886 por distintas entidades cartográficas portuguesas em 1975 criaram o Instituto Geodésico, Cartográfico e Cadastro (IGCC).

Na actualidade conta com 36 pontos astronómicos ou de Laplace, 2 estações com latitude e longitude astronómica, 38 bases geodésicas medidas com fio invar ou equipamentos electroópticos.

A densidade é de um ponto por cada 375 km2. A maior densidade e na franja costeira.
 Existe uma Rede Gravimétrica com um ponto principal “Luanda” onde o valor da força de gravidade é 978 175,731 ±0,052 mbal, 2 estações fundamentais, e 8 de primeiro ordem.

Também se realizaram medições de gravidade em 160 pontos da rede de nivelamento de alta precisão.

Para fins do século passado, mediram-se 4 500 km de nivelamento e determinados mais de 1100 pontos. Há mais de 30 estações de triangulação com altura geométrica determinada.

Na actualidade se trabalha na criação de uma Rede GPS

Frequência Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado

08:00-09:30 DB. F.II. T.I. T.I. -

09:45-11:15 ING. M.II. ING. M.II. MIT.

11:30-13:00 - F.II. DB. F.II. -