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COMUNICAÇÕES VIA

SATÉLITE
Prof. MSc. Sandro M Malta
Satélite Definição
• É chamado de satélite todo objeto que gira em torno de
outro objeto.
• Ele é classificado em dois tipos:
• satélite natural
• satélite artificial.
• Em astronomia, um exemplo de satélite natural é a Lua,
pois ela gira em torno da Terra.
• Já o satélite artificial, como o próprio nome diz, é um
equipamento ou engenho construído pelo homem e,
dependendo da finalidade, desloca-se em órbita da Terra
ou de outro astro.
• A órbita é o caminho que o satélite percorre
Satélite Definição
Satélite Definição
•O satélite artificial permanece em órbita devido à
aceleração da gravidade da Terra e à velocidade em que
ele se desloca no espaço, a qual depende da altitude da
sua órbita.
• Por exemplo, a velocidade de um satélite artificial em
uma órbita a 800 quilômetros de altitude da Terra é de
cerca de 26.000 quilômetros por hora.
• Um satélite artificial é colocado em órbita por meio de um
veículo lançador: o foguete.
Satélite Definição
• No Brasil, as atividades do setor espacial que envolvem a
construção e a operação de veículos espaciais, satélites e
foguetes são coordenadas pela Agência Espacial
Brasileira (AEB).
• A AEB tem a atribuição de formular e de realizar o
Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).
• Um dos objetivos desse programa é o de que o Brasil
atinja a auto-suficiência na construção de satélites e de
foguetes e também no lançamento deles
Satélite Definição
• O projeto, o desenvolvimento e a construção de foguetes
são de responsabilidade do Instituto de Aeronáutica e
Espaço (IAE), que faz parte do Comando-Geral de
Tecnologia Aeroespacial (CTA), do Comando da
Aeronáutica
• O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é o
responsável pelo desenvolvimento, controle e utilização
dos satélites brasileiros.
Satélite Definição
Tipos de órbita
• O tipo de órbita na qual um satélite é colocado é definido
principalmente em função da sua inclinação e do seu
período de revolução (tempo de um giro completo em
torno da Terra), o qual está diretamente relacionado com
a sua altitude.
• As órbitas podem ser de dois tipos básicos: polar e
equatorial
Tipos de órbita
Tipos de órbita
• A órbita equatorial, com uma inclinação de 0 (zero) grau,
coincide com o plano do equador.
• Ela é chamada de geossíncrona quando a sua altitude é
de cerca de 36.000 quilômetros, o que permite ao satélite
completar um giro em torno da Terra em 24 horas,
aproximadamente o mesmo período de rotação do
planeta
• Nesse caso, também recebe o nome de geoestacionária,
porque nessa órbita o satélite está sempre na mesma
posição em relação à Terra
Tipos de órbita
• É como se o satélite estivesse “estacionado”, o que
possibilita observar sempre a mesma área da superfície
terrestre
• Os satélites que se deslocam nesse tipo de órbita não
cobrem as regiões polares
Composição de um satélite
• Um programa completo de desenvolvimento de um
satélite envolve, além do próprio satélite, o foguete
lançador e o segmento solo, que tem a função de
supervisionar o funcionamento do satélite, controlar seu
deslocamento na órbita predefinida e a recepção dos
dados enviados por ele.
• Normalmente é composto de três grandes partes:
• 1) a plataforma, que contém todos os equipamentos para o
funcionamento do satélite;
• 2) o painel solar, para o suprimento de sua energia;
• 3) a carga útil, os equipamentos (antenas, sensores,
transmissores) necessários para o cumprimento da sua missão.
• As formas mais comuns de satélite (plataforma) são
em cubo e em cilindro
Composição de um satélite
Composição de um satélite
• O tamanho varia de 1 metro a 5 metros de comprimento e
o peso, de 500 quilos a 3.000 quilos
• Se os satélites utilizassem apenas baterias para o
suprimento de energia, quando essas se descarregassem
eles parariam de funcionar. Para solucionar esse
problema, grande parte dos satélites é equipada com
painéis solares, os quais permitem converter a energia
solar em energia elétrica
Sensores
• Os sensores remotos que fazem parte da carga útil do
satélite são equipamentos que registram a energia
refletida ou a energia emitida pelos objetos da superfície
terrestre
• Essa energia é transformada em sinais elétricos, que são
transmitidos para as estações de recepção que integram
o segmento solo, na Terra.
• Os sinais, por sua vez, são processados e transformados
em imagens. Para captar os dados da superfície
terrestre, os sensores a bordo dos satélites ficam
apontados sempre para a Terra.
Sensores
• Dependendo do tipo, o sensor pode captar imagens
através da energia de uma ou mais regiões do espectro.
• Os sensores ópticos, por exemplo, captam imagens
utilizando a energia da região do visível e do
infravermelho
• Os radares são sensores que enviam e captam energia
da região das microondas. Ao contrário dos sensores
ópticos, os radares funcionam também de noite e com o
tempo nublado e chuvoso.
Finalidade dos Satélites
• Os satélites artificiais são construídos para diferentes
finalidades como:
• Telecomunicação
• espionagem
• experimento científico
• Nas áreas de astronomia e astrofísica; geofísica espacial;
planetologia
• ciências da terra, atmosfera e clima − meteorologia e
sensoriamento remoto.
• Existem também os satélites de Posicionamento Global
(GPS) que giram em órbitas altas (20.200 quilômetros de
altitude) e são importantes na navegação terrestre, aérea
e marítima, além de ajudar na localização de pessoas,
objetos e lugares.
Estações Terrenas em Comunicação Via
Satélite com Órbita Geoestacionária
• Um enlace de comunicação via satélite, operando em
SHF e em posição orbital geoestacionária, conta com
vários fatores de degradação que estão ligados ao meio
de transmissão, aos equipamentos utilizados em suas
estações terrenas e ao próprio satélite, que funciona
como elemento de repetição nesta análise
• Para que o sistema consiga oferecer desempenhos
satisfatórios nos mais diferentes tipos de aplicações e
serviços, é de grande importância que as estações de
transmissão e recepção sejam devidamente
dimensionadas, para que possam atender, de forma mais
apropriada, a todas as possíveis aplicações
Estações Terrenas em Comunicação Via
Satélite com Órbita Geoestacionária
• Como qualquer outro tipo de comunicação via rádio, o
sistema via satélite poderá oferecer tráfego de
informação em um ou em ambos os sentidos,
dependendo do tipo de aplicação oferecida
• A configuração apresentada em (b) é a mais empregada,
pois seu uso é bastante comum para difusão de
informações como é realizado em transmissão de sinais
de televisão e rádio para todo território nacional
Estações Terrenas em Comunicação Via
Satélite com Órbita Geoestacionária
Estações Terrenas em Comunicação Via
Satélite com Órbita Geoestacionária
• Para transmissões bidirecionais as estruturas instaladas
nos extremos do enlace são muito semelhantes no que
diz respeito aos componentes envolvidos.
• As especificações destes componentes é que se alteram,
para que o sistema atenda às necessidades técnicas e
financeiras
Estações Terrenas em Comunicação Via
Satélite com Órbita Geoestacionária
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Em enlaces de microondas via satélite as antenas mais
comuns derivam de três principais classes de antenas
• Antenas cornetas (Horn Antenna)
• Rede de antenas em fase (Phased Array Antenna)
• Antenas parabólicas (Parabolic Antenna)
• As antenas do tipo corneta são muito utilizadas como
elemento de referência em testes de componentes dos
sistemas via satélite
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• O uso de antenas cornetas em aplicações comerciais não
foi difundido, pois, quando se necessita de ganhos
elevados, o tamanho das estruturas cresce bastante,
aumentando o custo
• As redes de antenas em fase são usadas quando o feixe
ou a cobertura do satélite está em constante movimento,
como no caso de satélites de órbita mediana e baixa, ou
para enlace com satélite geoestacionário com um dos
terminais, sendo móvel, em terra
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Quando se necessita de taxas mais altas de
comunicação é imprescindível o uso de antenas de maior
ganho
• Por este motivo, as antenas com uso de refletores
parabólicos foram as que trouxeram mais vantagens para
os enlaces com satélites geo-estacionários, aliando altos
ganhos com pequenas dimensões, baixo custo e
facilidade de instalação
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Antenas Prime-Focus
• A antena prime-focus é aquela em que o alimentador (feeder) é
instalado no ponto focal do refletor parabólico (parabolóide). A maior
limitação desta configuração é a redução da eficiência, devido ao fato
de o iluminador bloquear parte da área iluminada do refletor
• Este tipo de antena não é o mais adequado para a instalação
de circuitos e módulos eletrônicos atrás ou ao lado do
iluminador.
• O volume destes módulos pode aumentar, consideravelmente,
o efeito de obstrução.
• Este tipo de antena é largamente utilizado para estações onde
só ocorre recepção, pois a dimensão dos módulos
amplificadores de baixo ruído (LNA e LNB), em pouco, irão
prejudicar o desempenho da antena
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Antena Prime-Focus com montagem Offset
• A antena prime-focus com montagem offset é aquela em
que o alimentador se localiza no foco, mas com uma
angulação em relação ao vértice do refletor parabólico
• Esta construção resulta numa iluminação de apenas um
dos lados do parabolóide, o que permite a instalação de
módulos eletrônicos, tanto para recepção como para
transmissão, junto ao iluminador (feeder), sem que ocorra
nenhum tipo de obstrução à área iluminada
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Antena Casegrain
• A antena do tipo casegrain é uma estrutura formada por dois
refletores e um alimentador (feeder).
• o refletor de maior dimensão é parabólico e denominado
de refletor principal. O refletor hiperbólico de dimensão
menor é denominado refletor auxiliar
• Estes dois refletores são devidamente posicionados no
intuito de estabelecer um conjunto que garanta a maior
eficiência de irradiação, apresentando resultados que
solucionem os problemas apontados pelas configurações
já discutidas anteriormente.
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Antena Gregoriana
• A construção da antena gregoriana é baseada na configuração do
telescópio gregoriano, que possui um refletor principal com
aspecto parabólico e um refletor auxiliar elíptico. A forma de
operação é idêntica à da antena casegrain
• Nas antenas de grande porte para aplicações comerciais,
a escolha da configuração casegrain ou gregoriana
ocorre muito em função do fabricante escolhido, pois são
os mesmos que optam por uma ou outra configuração
nos seus processos de fabricação, dado que estas
antenas apresentam desempenhos equivalentes.
Antenas Empregadas nas estações
terrenas
• Tanto para as antenas casegrain como para as antenas
gregorianas, pode-se utilizar a técnica de construção
offset, no intuito de eliminar os problemas causados pelo
refletor auxiliar.
Parâmetros de desempenho para
atendimento dos enlaces
• Qualquer enlace de rádio analógico ou digital é calculado
em função dos parâmetros de qualidade criados para o
bom atendimento. No caso dos enlaces analógicos, a
qualidade do sinal, no ponto final, é medida através da
relação sinal/ruído S/N (Signal/Noise)

• Para enlaces digitais é considerado a taxa de erro de bit


BER (Bit Error Rate)
Parâmetros de desempenho para
atendimento dos enlaces

tanto na condição analógica como na digital, o enlace estará atrelado à


relação portadora/ruído (C/N). Por este motivo, o dimensionamento do enlace
estará baseado nesta relação.
Enlace de subida
Enlace de subida
Enlace de subida
Fator de Mérito
Enlace de subida
Enlace de subida
Enlace de subida
Exercícios
1) Calcule a relação Portadora ruído em um enlace de
subida onde a potência transmitida é de 10w, ganho da
antena transmissora igual a 30dB e perdas totais igual
a 10dB. Considere o satélite geoestacionário a 800Km
da Terra, fator de mérito de Belo Horizonte e operando
na faixa de 100MHz a 1GHz.
2) Considere um enlace de subida cuja relação portadora
ruído é de 50dB, potência transmitida igual a 30w,
ganho da antena transmissora igual a 40dB, perdas
totais igual a 10dB, e fator de mérito igual a 2. Calcule a
faixa de frequências que o satélite opera.
Exercícios
3) Quais devem ser as perdas máximas em um enlace de
subida cuja relação portadora ruído é de 60dB,
potência transmitida igual a 50w, ganho da antena
transmissora igual a 40dB, fator de mérito igual a 2,5 e
faixa de operação de 20 a 30GHz.
4) Repetir número 1 considerando uma banda de 30MHz.
5) Repetir número 1 considerando as perdas totais igual a
15dB.
Enlace de descida
Enlace de descida
Atenuações
• Espaço Livre
Atenuações
• Atenuação por desapontamento de antenas
Atenuações
• Atenuação por desapontamento de antenas
Atenuações
• Outras
• Chuvas
• Polarização
• componentes passivos da estação terrena de transmissão
Exercícios
1) Calcule a relação portadora ruído em um enlace de
descida onde a potência transmitida é de 20w, ganho
da antena transmissora igual a 30dB, BOout=30dB e
perdas totais igual a 10dB. Considere o satélite
geoestacionário a 800Km da Terra, fator de mérito de
Belo Horizonte e operando na faixa 1 a 2GHz.
2) Repetir o numero 1 considerando a faixa de operação
de 4 a 8 GHz.
3) Quais devem ser as perdas máximas em um enlace de
subida cuja relação portadora ruído é de 100dB,
potência transmitida igual a 70w, ganho da antena
transmissora igual a 40dB, fator de mérito igual a 2,5,
faixa de operação de 20 a 30GHz e Boout=40dB?
Exercícios
4) Calcule a relação portadora ruído para um enlace de
subida e descida onde a potência transmitida é de 40w,
ganho da antena transmissora igual a 30dB,
BOout=30dB e perdas totais igual a 10dB. Considere o
satélite geoestacionário a 800Km da Terra, fator de
mérito de Belo Horizonte e operando na faixa 8 a 12,5
GHz.
5) Repetir 4 considerando BOout=50dB.
6) Calcule a atenuação devido ao desapontamento das
antenas transmissora e receptora considerando o
ângulo de meia potência de ambas igual a 4° e
desalinhamento da transmissora igual a 0,2° e da
receptora igual a 0,1°.
Exercícios
7) Calcule a relação portadora ruído para um enlace de
descida onde a potência transmitida é de 40w, ganho
da antena transmissora igual a 20dB,
BOout=30dB,desapontamento da receptora igual a
0,2°, ângulo de meia potência igual a 5°. Considere o
satélite geoestacionário a 800Km da Terra, fator de
mérito de Belo Horizonte e operando na faixa 8 a 12,5
GHz. Considere atenuação devido à chuva, polarização
e equipamentos igual a 12dB. Acrescentar às perdas
totais a atenuação do espaço livre e a atenuação
devido ao desapontamento das antenas.
Referências
Florenzando, Tereza Galloti. Os Satélites e suas
aplicações. São José dos Campos – SP, 2008

Marins, Carlos Nazareth Motta. Estudo Analítico e


Numérico de um Enlace Digital de Comunicação via
Satélite em condição orbital Geoestacionária. Dissertação
de Mestrado – INATEL. Santa Rita do Sapucaí – MG,
2004.
http://www.maxwell.lambda.ele.pucrio.br/5495/5495_4.PDF
acessado em 14/06/2012

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