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Professora: Fernanda Smith

fernandasmith@gmail.com
▪ 1.Transmissão:
▪ Modulação analógica e digital
▪ Multiplexação por divisão na frequência (FDM);
▪ Multiplexação por divisão no tempo (TDM).

▪ 2.Sistemas de Telefonia:
▪ Noções básicas sobre telefonia;
▪ Sinalização nas redes telefônicas

▪ 3.Rádio Digital:
▪ Projeto de enlace;
▪ Desvanecimento;
▪ Diversidade.

▪ 4.Sistemas de Comunicação por Fibras Ópticas:


▪ Cálculo de enlaces ópticos;
▪ Multiplex por divisão em comprimento de onda (WDM);
▪ A rede SONET.
▪ 5.Sistemas de Comunicação via Satélite:
▪ Sistemas GEO, MEO e LEO;
▪ Cálculo de enlaces;
▪ Sistemas de satélite móvel.

▪ 6.Sistemas de Comunicação sem Fio:


▪ O conceito de telefonia celular;
▪ Rede de comunicação sem fio;
▪ O canal de rádio móvel;
▪ Descrição de sistemas.

▪ 7.Redes de Comunicação de Dados:


▪ O modelo de camadas;
▪ Protocolos e enlaces;
▪ Comutação de pacotes;
▪ Roteamento e controle de fluxo;
▪ Redes ATM.
▪ [1] Carlson, Bruce: Communication Systems – 5a Ed. Ano 2009 – McGraw Hill.
▪ [2] Haykin, Simon: Sistemas de Comunicação – 5a Ed. Ano 2011 – Bookman.
▪ [3] Lathi, B. P.: Modern Digital and Analog Communication Systems – 4th Ed. Ano
2009 – Oxford University PRess
▪ Quando estamos lidando com links de comunicação através de centenas ou
milhares de quilômetros, o investimento necessário para criar uma infraestrutura
baseada em fibras ópticas ou mesmo em estações repetidoras de rádio pode se
tornar proibitivo e inviável economicamente, neste tipo de situação o uso satélites
artificiais em órbitas geoestacionárias dispensa todos estes investimentos,
tornando possível atingir até mesmo áreas remotas e pouco povoadas.
▪ Dentre as principais aplicações de comunicações via satélite é possível destacar:
▪ Fornecimento de serviços de áudio, vídeo e dados
▪ Redes ponto-a-ponto ou ponto-multiponto com tráfego simétrico ou assimétrico
▪ Permite broadcast de sinal.
▪ Ampla cobertura nacional e internacional
▪ Oferece qualidade e preço independente de distância
▪ Alta confiabilidade e disponibilidade, sendo esta último maior que 99,8% ao ano na
maioria dos casos.
▪ Um rede de satélites é uma combinação de nós organizados espacialmente de
modo a prover comunicação de um ponto a outro sobre a superfície da Terra.
▪ Um nó numa rede pode ser um satélite artificial, uma estação fixa na Terra ou um
usuário final de terminal ou telefone via satélite.
▪ Embora um satélite natural, tal como a Lua, possa ser utilizado com um nó na rede,
o uso de satélites artificiais é preferido porque neles instalamos equipamento
eletrônicos para regenerar os sinais que invariavelmente perdem energia durante
a viagem.
▪ Outra restrição quanto a utilização de satélites naturais é que a distância desse
corpos relativamente a Terra é muito grande, e por isso, provocam muitos atrasos
(delays) na comunicação.
▪ As redes de satélites funcionam de modo bastante semelhante as redes de
telefonia móvel. Elas dividem o planeta em grandes células.
▪ Os satélites conseguem atingir quaisquer pontos sobre a Terra, não importando o
quão remoto estejam.
▪ Esta vantagem torna possível a comunicação com as partes mais longínquas sobre
a Terra com relativamente pouco investimento em infra-estrutura baseada em solo.
▪ Um satélite artificial deve ser colocado em órbita ao redor da Terra.
▪ A órbita de um satélite pode ser equatorial, inclinada ou polar.
▪ O período de um satélite é o tempo necessário para que o satélite dê uma volta
completa em torno da Terra.
▪ O período é determinado pela lei de Kepler, a qual define o período como uma
função da distância do satélite ao centro da Terra.

𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 = 𝐶 × 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎1.5

▪ Onde C é uma constante aproximadamente igual a 1/100. Nessa fórmula, o período


é dado em segundos enquanto a distância é dada em quilômetros.
▪ Os satélites realizam transmissões em micro-ondas através de antenas
bidirecionais. Assim, o sinal oriundo de um satélite cobre uma área cônica
específica sobre a Terra, denominada footprint.
▪ A potência do sinal no centro do footprint é máxima.
▪ A potência decresce a medida que no movemos do centro em direção a borda do
cone.
▪ Na borda do footprint estão localizados os pontos onde a potência atinge um limiar
predeterminado.
▪ Baseado na localização da órbita, os satélites podem ser divididos em três
categorias: GEO, MEO e LEO.
▪ A figura abaixo mostra as amplitudes dos satélites com respeito a superfície da
Terra.
▪ Os satélites GEO só podem estar localizados a uma altitude de 35.789 Km da Terra.
▪ Os satélites MEO estão localizados em altitudes entre 5000 e 15000 km da Terra.
▪ Os satélites LEO estão normalmente abaixo de 2000 Km.

▪ Uma razão para as diferentes


órbitas é devido a existência de
dois cinturões de Van Allen.
▪ Um cinturão de Van Allen é uma
camada que contém partículas
carregadas.
▪ Um satélite orbitando em um
desses cinturões poderia ser
completamente destruído por
partículas carregadas de alta
energia.
▪ As órbitas MEO estão localizadas
entre os dois cinturões.
▪ As frequências reservadas à comunicação via satélite estão na faixa de micro-
ondas, ou seja, ocupam alguns giga-hertz (Ghz) na faixa espectral.
▪ Cada satélite transmite e recebe em duas bandas diferentes.
▪ A transmissão da Terra ao Satélite é denominada uplink (rota de subida).
▪ A transmissão do satélite a Terra é denominada downlink (rota de descida).
▪ A propagação direcionada requer que as antenas transmissoras e receptoras
estejam focadas durante todo o tempo (uma antena deve sempre ter a outra em seu
“campo de visão”).
▪ Por essa razão, os satélites que se movem mais rápidos ou mais lentos que a
rotação da Terra são úteis apenas durante um curto período de tempo.
▪ Para assegurar comunicação constante, o satélite deve mover-se na mesma
velocidade de rotação da Terra, tal que a posição do satélite relativamente aos
pontos de cobertura sobre a superfície da Terra seja mantida fixa.
▪ Um satélite com essas características é denominado geoestacionário.
▪ Visto que a velocidade orbital está baseada na distância ao planeta, existe apenas
uma órbita geoestacionária.
▪ Esta órbita fica localizada no plano equatorial e está aproximadamente 36.000 km
acima da superfície da Terra.
▪ Definitivamente, um único satélite geoestacionário não pode cobrir toda a
superfície da Terra.
▪ Um satélite nessa órbita tem contato na linha de visão com muitas estações
baseadas em solo, mas a curvatura do planeta cega a visão do satélite para muitos
outros pontos em lados opostos da superfície.
▪ São necessários no mínimo três satélites equidistantes uns dos outros, em órbita
geoestacionária ou Geosynchronous Earth Orbit (GEO), para prover
comunicação global à Terra.
▪ Abaixo, três satélites separados por 120°, em órbita geoestacionária disposto
sobre a linha do equador. A vista mostra o Pólo Norte.
▪ Os satélites com órbitas de médias altitudes ou Medium-Earth-Orbit (MEO)
estão posicionados entre dois cinturões de Van Allen.
▪ Um satélite nesta órbita leva aproximadamente 6 horas para circular a Terra.
▪ GPS:
▪ Um exemplo importante de sistema de satélites MEO é o GPS (Global Positioning
System) orbitando a uma altitude de 18.000 Km acima da Terra.
▪ Embora o sistema GPS tenha sido colocado em órbita pelo Departamento de
Defesa dos Estados Unidos, hoje ele é um sistema público.
▪ Este sistema é formado por 24 satélites e é utilizado para orientar a navegação
terrestre e marítima, fornecendo posição espacial e temporal para veículo e
navios.
▪ O GPS não é utilizado para comunicações.
▪ A ideia que permeia o sistema GPS é a triangulação.
▪ Num plano, se soubermos nossa distância relativa a três pontos fixos saberemos
exatamente aonde estamos.
▪ Por exemplo, vamos dizer que estamos a 10 Km de um ponto A qualquer, 12 Km do
ponto B e 15 km do ponto C.
▪ Se desenharmos três círculos centrados em A, B e C deveremos estar localizados
em algum lugar sobre o círculo A, B e C.
▪ Estes três círculos interceptam-se num único ponto: nossa localização (se as
distâncias medidas dos pontos estiverem corretas).
▪ Entretanto, a localização sobre a superfície da Terra é espacial e a situação é um
pouco diferente. Três esferas tocam-se em dois pontos.
▪ Por isso necessitamos de quatro esferas. Se soubermos nossa distância a partir de
quatro pontos poderemos determinar exatamente onde estamos.
▪ O sistema GPS usa 24 satélites em seis órbitas diferentes:

▪ As órbitas e as localizações dos satélites em cada


órbita são projetadas de tal maneira que, em qualquer
tempo, quatro satélites estão visíveis de qualquer
ponto da Terra.
▪ Um receptor GPS possui um almanaque que informa a
posição atual do satélite.
▪ Assim, o aparelho envia um sinal aos quatro satélites e
mede quanto tempo o sinal leva para retornar.
▪ Desse modo, o receptor determina sua posição sobre a
Terra.
▪ Um receptor GPS também pode mostrar sua
localização espacial sobre um mapa.
▪ O GPS é intensivamente utilizado por forças militares.
▪ Na Guerra do Golfo, foram utilizados milhares de receptores GPS portáteis pelos
soldados a pé, nos veículos terrestres e em helicópteros.
▪ Um uso mais inteligente do sistema acontece na navegação. Os proprietários de
carros podem determinar a localização do carro num grande estacionamento por
exemplo.
▪ Quando chegar ao veículo, o proprietário consulta um banco de dados na memória
do automóvel procurando pelo caminho de retorno.
▪ Em outras palavras, o GPS dá a localização do automóvel e o banco de dados
determina o caminho de retorno.
▪ Um outro exemplo: o sistema de telefonia celular IS-95 usa o sistema GPS para
sincronizar as ERBs.
▪ Os satélites de baixa altitude ou Low-Earth Orbit (LEO) possuem órbitas
polares.
▪ A altitude desses satélites gira entre 500 e 2000 Km, com um período de rotação
variando entre 90 e 120 minutos.
▪ Estes satélites orbitam em velocidades fantásticas, algo entre 20.000 e 25.000
km/h.
▪ Um sistema LEO possui um tipo de acesso celular similar aos sistema de telefonia
móvel.
▪ O footprint desses satélites tem um diâmetro de 8000 km. Como os satélites LEO
estão muito próximos da superfície terrestre, o atraso de propagação é
normalmente menor que 20 ms, o que é aceitável nas comunicações de áudio.
▪ Um sistema LEO é feito a partir de uma constelação de satélites trabalhando juntos
numa rede, cada satélite age como um switch.
▪ Satélites muito próximos entre si estão conectados através de links inter-satélites
(ISLs).
▪ Um satélite móvel comunica-se com satélite através de link de usuário ou User
Mobile Link (UML).
▪ Um satélite pode se comunicar com uma estação terrestre fixa, denominada
gateway, através de Gateway Link (GWL)
▪ Os satélites LEO podem ser divididos em três tipos: pequeno LEO, grande LEO e
LEO banda larga.
▪ Os pequenos LEOs operam na faixa de 1GHz. Eles são bastante utilizados para
comunicação de mensagens em baixas velocidades.
▪ Os grande LEOs operam na faixa situada entre 1 e 3 GHz. Os sistemas de telefonia
por satélite Globalstar e Iridium são exemplos de grandes LEOs.
▪ Os LEOs banda larga proporcionam comunicação similares as redes de fibra
óptica. O primeiro sistema LEO banda larga foi o Teledesic.
▪ O conceito do sistema Iridium, uma rede de 77 satélites, foi proposto pela Motorola
em 1990. O projeto levou 8 anos para ser materializado.
▪ Durante este período, a quantidade de satélites foi reduzida. Finalmente, em 1998 o
serviço entrou em funcionamento com 66 satélites.
▪ O nome original do sistema (Iridium) foi copiado do nome do 77º elemento
químico.
▪ O Iridium passou por maus momentos. Sistema foi paralisado em 1999 devido a
problemas financeiros, sendo vendido e reativado no ano de 2001 por um novo
proprietário.
▪ O sistema possui 66 satélites divididos em seis órbitas, isto é, com 11 satélites em
cada órbita. Essas órbitas estão a uma altitude de 750 Km. Os satélites em cada
órbita estão separados de 32º de latitude.
O sistema Iridium possui 66 satélites em 6 órbitas LEO de 750 Km de altitude

▪ Como cada satélites possui 48 feixes de cobertura, todo o sistema tem cerca de
3186 feixes. Entretanto, alguns desses feixes são desligados quando o satélite
aproxima-se do pólo.
▪ O número de feixes ativos no momento é aproximadamente 2000. Cada feixe cobre
uma célula sobre a Terra, o que significa que a Terra foi dividida em
aproximadamente 2000 células com sobreposição (over-lapping).
▪ No sistema Iridium, a comunicação entre dois usuários finais toma lugar através de
links via satélite.
▪ Quando um usuário faz uma chamada, ela segue possivelmente através de muitos
satélites antes de alcançar o destino.
▪ Isso significa que a comutação é feita no espaço e cada satélite necessita de um
sistema de comutação bastante sofisticado.
▪ Esta estratégia elimina a necessidade de muitas estações terrestres.
▪ O propósito do sistema Iridium é prover comunicação global direta através de
terminais portáteis (o mesmo conceito da telefonia celular).
▪ O sistema pode ser utilizado para transmissão de voz, dados, paging, fax e até
mesmo navegação.
▪ Esse sistema consegue prover conectividade entre usuários em localizações onde
outros tipos de comunicação não são possíveis.
▪ O sistema fornece transmissão de voz e dados entre telefones portáteis em taxas
variando de 2,4 a 4,8 kpbs.
▪ A transmissão acontece numa faixa de frequências entre 1,616 e 1,626 GHz.
▪ Os links inter-satelites operam numa faixa de frequências entre 23,18 e 23,38 GHz.

O sistema Iridium foi desenvolvido de modo a proporcionar comunicação global direta de


voz e dados através de terminais portáteis. Um serviço similar a telefonia celular, mas em
escala global.
▪ O sistema Globalstar é outro exemplo de sistema LEO. Esse sistema usa 48 satélites
em seis órbitas polares, onde cada órbita hospeda 8 satélites.
▪ As órbitas estão localizadas numa altitude de 1400 km.
▪ O sistema Globalstar é semelhante ao sistema Iridium. A diferença principal é o
mecanismo de comutação.
▪ No sistema Iridium, a comunicação entre dois usuários finais em pontos distantes
sobre o globo requer comutação espacial entre os diversos satélites por onde ela
passar.
▪ O sistema Globalstar requer tanto comutação espacial quanto comutação em
estações terrestres.
▪ Isso significa que as estações terrestres podem criar sinais mais potentes.
▪ O sistema Teledesic é uma rede de satélites para prover comunicação semelhante
às fibras ópticas (canais banda larga, com baixas taxas de erros e pequenos
atrasos).
▪ O propósito principal é prover acesso à Internet em banda larga a usuários em
todo o mundo.
▪ Este projeto iniciou em 1990 por Craig McGraw e Bill Gates. Posteriormente outros
investidores entraram no consórcio.
▪ CONSTELAÇÃO: o Teledesic é formado por 288 satélites em 12 órbitas polares,
onde cada órbita hospeda 24 satélites. As órbitas estão a uma altitude de 1350 km.
▪ COMUNICAÇÃO: o sistema fornece três tipos de comunicação:
▪ A comunicação inter-satélite permite que oito satélites na vizinhança se
comuniquem.
▪ Outra forma de comunicação acontece entre um satélite e uma estação terrestre
(gateway). Os usuários finais podem se comunicar diretamente com a rede através
de terminais.
▪ Além disso, a superfície da Terra foi dividida em cerca de 10.000 células. A cada
célula é atribuído um time-slot e um satélite foca o seu feixe na célula
correspondente ao time slot. O terminal pode transmitir dados durante o
respectivo time-slot. Um terminal recebe todos os pacotes destinados à célula
onde ele está, mas seleciona somente aqueles destinados ao endereço dele.
▪ BANDAS: As transmissões acontecem nas bandas Ka.
▪ TAXAS DE TRANSMISSÃO: As taxas de transmissão previstas no projeto são de 155
Mbps para o uplink e 1,2 Gbps para o downlink.
Característica GEO MEO LEO

35.786 km 5.000 ~ 20.000 km 500 ~ 2000 km


Altura de órbita

24 horas 5 ~ 12 horas 1 ~ 2 horas


Período de órbita

11.070 km/h ~16.000 km/h ~27.000 km/h


Velocidade

24 horas 2 ~ 5 horas 10 ~ 15 min


Visibilidade no céu

250ms 133ms 6ms


Delay típico

Posicionamento (GPS),
Serviços Fixos (TV, redes Serviços Móveis (Telefonia
Uso típico navegação e sincronismo
ponto a ponto...) via Satélite)
de redes
▪ Posição orbital
▪ A posição orbital de um satélite geoestacionário (GEO) é dada pela sua
localização sobre o equador, medida pela sua longitude.
▪ Exemplo: StarOneC1 = 65º Oeste; Amazonas = 61º Oeste.
▪ Elevação e Azimute
▪ Elevação e azimute são ângulos utilizados para localizar um satélite GEO a partir
de um ponto "P" na superfície da terra e também para fazer o apontamento de
antenas.
▪ A distribuição de forma adequado dos
alimentadores e refletores das antenas
do satélite permitem obter diversos
mapas e contornos de cobertura de
descida e subida, ou seja, áreas dentro
das quais os sinais
recebidos/transmitidos de/para o
satélite apresentam níveis de potência
adequados para estabelecer enlaces de
comunicação.
▪ Vantagem Geográfica de Descida
▪ Cada contorno de cobertura de
descida, pode mostrar o valor absoluto
ou relativo da potência efetiva
isotrópica irradiada (EIRP) pelo satélite,
sendo que os valores dos diversos
contornos são chamados vantagens
geográficas de descida.
▪ Vantagem Geográfica de Subida
▪ Cada contorno de cobertura de subida
pode mostrar o valor absoluto
(dBW/m²) ou relativo do fluxo de
saturação requerido na antena
receptora do satélite a um contorno de
referência. Neste caso, os valores dos
diversos contornos são chamados de
vantagens geográficas de subida
▪ O cálculo de enlace na comunicação via satélite, possui uma teoria complexa,
envolvendo uma quantidades grande de variáveis.
▪ Consideraremos apenas as variáveis de maior impacto, que influenciam com mais
intensidade no cálculo do enlace: a relação sinal-ruído do sinal de interesse (C/N),
a EIRP, as perdas, o ruído térmico e a figura de mérito da antena receptora ou G/T.
▪ O desempenho referente a um enlace de comunicação via satélite pode ser
caracterizado pelo cálculo da Relação Sinal / Ruído (C/No) do sistema analisado:
C/N0:
▪ É a relação sinal-ruído entre o sinal de interesse modulado e o ruído referente a
largura de banda de sinal, onde C é referente a potência modulada e N0 a
potência do ruído no receptor caracterizado por uma densidade espectral de
potência N0.
▪ A razão C/N0 é uma forma de expressar a SNR. Na verdade em muitos casos é a
escolha preferida, pois não leva em consideração as estratégias da modulação.
EIRP (Potência equivalente de irradiação isotrópica.):
▪ Corresponde à potência irradiada multiplicada pelo ganho da antena em relação à
antena isotrópica, ficando identificada pela sigla EIRP.
▪ Da teoria de irradiação, sabe-se que a densidade de potência emitida, encontrada
a partir da EIRP e da intensidade de campo elétrico da onda (E), obedece à
relação:

▪ sendo Go o ganho da antena em relação à antena isotrópica, Pt a potência


irradiada, r a distância a contar da origem da emissão e considerada bem afastada
da fonte.
▪ Assim, o produto 𝐺0 𝑃𝑡 é conhecido como EIRP.
▪ Perda no espaço livre:
▪ Podemos definir a Perda em Espaço Livre (LFS), sendo esta a taxa entre a potência
recebida e a potência transmitida entre duas antenas isotrópicas.
▪ A perda LFS é definida por:

Sendo R a distância entre as antenas receptora e transmissora.

▪ Perda Atmosférica: A Terra é rodeada por diferentes tipos de substâncias, tais como
gases, átomos livres, água na forma de vapor etc. Essas substâncias, capturadas pelo
campo gravitacional terrestre, espalham-se até uma altitude em torno de 650
quilômetros, constituindo a Atmosfera Terrestre.
▪ A densidade dessas partículas diminui com a altitude. As partículas superiores da
atmosfera (ionosfera) absorvem e refletem grande quantidade de energia proveniente
do sol. Quando absorvida, essa energia é re-irradiada em todas as direções pela
ionosfera, ionizando os átomos atmosféricos, gerando assim, em sua parte superior,
uma banda de elétrons livres ao redor da Terra, os quais interagem diretamente com
algum campo eletromagnético passante.
▪ A Figura abaixo mostra o comportamento desse tipo de perda em função da
frequência.

▪ No geral, o efeito desse tipo de atenuação


na potência recebida pode ser
caracterizado pela adição de uma perda
suplementar a LFS, denominada perda
atmosférica LA. Assim, a perda combinada
é dada por:
▪ Efeito da Chuva:
▪ Um importante efeito atmosférico a ser considerado em um enlace via satélite é a
chuva. Gotas de água dispersas na atmosfera interagem com a radiação, causando
atenuação.
▪ Os efeitos da chuva tornam-se mais severos quando os comprimentos de onda se
aproximam do tamanho da gota de água. De um modo geral, quanto mais alta a
frequência de operação, maior será a atenuação.
▪ Perda nos Equipamentos de Transmissão e Recepção: Entre o transmissor e a
antena, em função de cabos e outros elementos de conexão, temos outro fator de
perdas ôhmicas, 𝐿𝐹𝑇𝑋 . A potência 𝑃𝑇 , na entrada da antena, é dada por:

▪ Analogamente, a perda 𝐿𝐹𝑅𝑋 encontra-se entre a antena e o receptor. A potência do


sinal 𝑃𝑅𝑋 , na entrada do receptor, é dada por:
▪ Desalinhamento das antenas: Essa perda refere-se ao alinhamento imperfeito das
antenas de transmissão e recepção. Varia em função dos ângulos de
desalinhamento na transmissão αt e na recepção αr, como observasse na Figura a
seguir:
▪ Juntamente com o campo proveniente da fonte transmissora, uma antena receptora
também coleta outras formas de energia eletromagnética presentes. Esse outro
tipo de radiação aparece como interferência, ou ruído, mascarando assim o sinal
desejado vindo do transmissor.
▪ As principais causas desses indesejáveis campos são radiações oriundas de fontes
galácticas e cósmicas, ou re-irradiações atmosféricas. Também devem ser
consideradas as interferências originadas de outros transmissores.
▪ Além de coletado pela antena, o ruído também pode ser gerado internamente, ou
seja, dentro da eletrônica do próprio receptor.
▪ As contribuições de todas essas fontes de interferências combinadas geram o
nível total de ruído presente no sistema de recepção. Esse parâmetro estabelece a
relação de potência transmitida necessária para superar o ruído total ocorrente no
receptor, coletando assim um nível suficiente de sinal na recepção e garantindo a
confiabilidade de recepção do sistema.
▪ Temperatura do ruído: O nível de ruído presente na entrada do receptor pode ser
representado por uma Temperatura de ruído.
▪ Trata-se da temperatura equivalente efetiva que uma fonte de ruído externa teria
para produzir o mesmo nível de ruído no receptor.
▪ Em termos dessa temperatura equivalente de ruído, a densidade espectral de
ruído 𝑁0 pode ser escrita como

▪ onde k é a constante de Boltzman.


▪ Pontos individuais no sistema são caracterizados por uma Temperatura de Ruído
𝑇𝑁 .
▪ A relação G/T (ganho do receptor / temperatura de ruído) caracteriza o
equipamento de recepção.
▪ Esta relação é denominada como figura de mérito do equipamento de recepção.
▪ Consideramos um esquema simples para o planejamento do enlace entre uma
estação-base e um satélite, considerando o transmissor, o percurso da transmissão,
o receptor e o sistema combinado.

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