Você está na página 1de 45

Instituto de

Educação Técnica

Telecomunicações
-Sistemas de Comunicação via Satélite-
Órbitas
Mestre Eng. Luis M. Pires
lpires@inete.net
Ms. Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net

1
Conteúdo
Instituto de

Educação Técnica

• Tipos de Órbitas.

• Localização do Satélite.

• Perturbações da Órbita.

• Efeitos da Órbita nas Comunicações.

• Software de Simulação.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
2
Tipos de Órbitas (1/15)
Instituto de

Educação Técnica

• GEO (Geosynchronous Earth Orbit): órbita


circular equatorial geosíncrona
– Período de revolução: 23 h 56 m 4,091 s.
– Cobertura global com 3 satélites (baixa
fiabilidade).
– 1 único handover devido ao movimento do
terminal.
– Elevado custo de lançamento.
– Elevado atraso (250 ms).
Ms.Eng. Luís M. Pires – Altitude média: 35 786 km
lpires@inete.net
3
Tipos de Órbitas (2/15)
Instituto de

Educação Técnica

• LEO (Low Earth Orbit): órbita circular de


baixa altitude, tipicamente órbita polar.
– Altitude típica: 500 - 1 500 km.
– Cobertura global dezenas de satélites.
– Handovers muito frequentes ( 5 a 10 minutos).
– Baixo custo de lançamento.
– Atraso baixo (5 a 15 ms).
– Fiabilidade elevada (muito satélites).
– Período de revolução 1h 30m - 2h.
Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
4
Tipos de Órbitas (3/15)
Instituto de

• MEO (Medium Earth Orbit): órbita circular


Educação Técnica

de altitude média.
– Altitude típica: 10 400 km.
– Cobertura global entre 4 a 10 satélites
(fiabilidade média).
– Poucos handovers (1 a 2 horas).
– Elevado custo de lançamento.
– Atraso considerável (75 a 100 ms).
– Período de revolução 6 horas.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
5
Tipos de Órbitas (4/15)
Instituto de

Educação Técnica

• HEO (Highly Elliptical Orbit): órbita


fortemente elíptica.
– Órbita elíptica inclinada.
– Perigeu de baixa altitude.
– Caso notável: órbita Molniya, Perigeu: 1 000 km
alt., Apogeu: 39 000 km, alt., Período: 12 horas
inclinação: 63,4 º.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
6
Tipos de Órbitas (5/15)
Instituto de

• Órbita Elíptica:
Educação Técnica

– Satélites HEO (Highly Elliptical Orbit).


– Inclinação de 64º em relação ao plano equatorial.
– Cobertura não global, com poucos satélites.
– Apogeu – 39 000 a 47 000 km.
– Perigeu – 1 000 a 24 000 km.
– Cobertura total com cerca de 2/3 satélites.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
7
Tipos de Órbitas (6/15)
Instituto de

• Órbita Circular Polar ou Inclinada:


Educação Técnica

– Satélites LEO e MEO.


– Constelações com muitos satélites.
– Cobertura global .
– Baixa altitude.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
8
Tipos de Órbitas (7/15)
Instituto de

• Órbita Circular Equatorial:


Educação Técnica

– Satélites GEO.
– Constelações com 3 satélites.
– Cada satélite tem uma cobertura de 43% da
superfície da Terra.
– Deslocam-se na mesma direcção e mesmo
período rotacional da Terra.
– Existem cerca de 150 satélites GEO distribuídos
pelos 360 º do plano equatorial.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
9
Tipos de Órbitas (8/15)
Instituto de

• Órbita Circular:
Educação Técnica

– Satélites GEO, MEO e LEO.


– Dependem do serviço a disponibilizar.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
10
Tipos de Órbitas (9/15)
Instituto de

Educação Técnica

• Principais vantagens:
– GEO: o satélite mantém-se fixo em relação à
Terra.
– LEO: o satélite está a uma distância
relativamente curta.
– MEO: o satélite está a uma distância intermédia
entre GEO e LEO, permanecendo em
visibilidade durante mais tempo do que em LEO.
– HEO: em baixas latitudes, o satélite apresenta-se
próximo do perigeu durante um período de
Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
tempo apreciável.
11
Tipos de Órbitas (10/15)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
12
Tipos de Órbitas (11/15)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
13
Tipos de Órbitas (12/15)
Instituto de

• A trajectória terrestre de um satélite define-se


Educação Técnica

pelo lugar geométrico dos pontos sub-satélite


(intersecção com a superfície da Terra do
segmento que une o centro da Terra e o
satélite), ao longo do tempo.
• No caso da órbita Molniya, a trajectória
permanece cerca de 8 horas numa área
relativamente reduzida na maior parte do
período de 12 horas da órbita. Contudo, a
mesma área do globo só tem a referida
Ms.Eng. Luís M. Pires
cobertura de 8 horas em cada 24 horas.
lpires@inete.net
14
Tipos de Órbitas (13/15)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
15
Tipos de Órbitas (14/15)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
16
Tipos de Órbitas (15/15)
Instituto de

Educação Técnica

• Principais parâmetros que permitem


comparar as diversas órbitas de satélite,
justificando as suas principais aplicações:
– GEO: comunicações fixas, difusão,
meteorologia.
– LEO: comunicações móveis, radioamadorismo,
observação da Terra e atmosfera.
– MEO: comunicações móveis, navegação.
– GEO: comunicações fixas.
Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
17
Localização do Satélite (1/12)
Instituto de

Educação Técnica
• Elementos orbitais:
– Especificam a órbita e a posição do satélite na órbita num
qualquer instante, são necessários 6 parâmetros referidos
a um sistema de eixos xyz centrado na Terra.
• i inclinação do plano da órbita relativamente ao
plano equatorial xy.
• Ω ângulo entre o eixo dos x e a intersecção plano da
órbita - plano equatorial.
• ω ângulo entre a intersecção plano da órbita - plano
equatorial e o eixo maior da elipse.
• a semi-eixo maior da elipse.
• e excentricidade da elipse.
Ms.Eng. Luís M. Pires • tp tempo na passagem pelo perigeu.
lpires@inete.net
18
Localização do Satélite (2/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Definição dos elementos orbitais:

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
19
Localização do Satélite (3/12)
Instituto de

Educação Técnica

S – Satélite
E – Terra
O – Centro Geométrico da a – Semieixo maior
orbita
e – Excentricidade
Ph – Perigeu (ponto mais perto b – Semieixo menor
da terra)
Ms.Eng. Luís M. Pires p – Semiperimetro
Ah – Apogeu (ponto mais longe v – Anomalia
lpires@inete.net
20
da terra)
Localização do Satélite (4/12)
Instituto de

Educação Técnica

2 3/ 2 Velocidade do Satélite
P a
k    1  2e cos v  e 2 
V k  
me  ms a 1 e 2

 1
me Velocidade máxima (perigeu) => o
satélite mais perto da terra v = 0, cos v =1
ae  1 e 
e Vmax  k  
a a 1 e 
b  a 1  e2 Velocidade mínima (apogeu) => o satélite
mais longe da terra v = 180º, cos v =-1
p  a 1  e 2   1 e 
Ms.Eng. Luís M. Pires Vmin  k  
lpires@inete.net
a 1 e 
21
Localização do Satélite (5/12)
Instituto de

• Parâmetros de visibilidade:
Educação Técnica

– Definem a posição do satélite num certo instante,


em relação a uma dada estação terrestre.
– São necessários três parâmetros referidos a um
sistema de eixos xyz no ponto de recepção.
α elevação ângulo entre o plano horizontal e
a recta Terra-satélite.
β azimute ângulo entre o norte e a projecção
horizontal da recta Terra-satélite no plano
horizontal (medido para leste).
d distância estação terrestre-satélite.
Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
22
Localização do Satélite (6/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Relação entre os elementos orbitais e os


parâmetros de visibilidade:
– Cálculo dos parâmetros de visibilidade num
lugar.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
23
Localização do Satélite (7/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Relação entre os elementos orbitais e os


parâmetros de visibilidade:
– Determinação dos elementos orbitais.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
24
Localização do Satélite (8/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Relação entre os elementos orbitais e os


parâmetros de visibilidade:
– Determinação dos elementos orbitais.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
25
Localização do Satélite (9/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Relação entre os elementos orbitais e os


parâmetros de visibilidade:
– Determinação dos elementos orbitais.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
26
Localização do Satélite (10/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Ponto sub-satélite:
– Intersecção da recta centro da Terra-satélite com a
superfície da Terra.
– Define a posição angular do satélite em relação à Terra.
• Os elementos orbitais, em conjunto com a latitude e
longitude de um lugar, são correntemente utilizados
para calcular os parâmetros de visibilidade nesse
lugar.
• Contudo, estes cálculos são relativamente
complexos, recorrendo-se normalmente a
Ms.Eng. Luís M. Pires programas de computador.
lpires@inete.net
27
Localização do Satélite (11/12)
Instituto de

Educação Técnica

• Parâmetros de visibilidade de satélites GEO:


– O satélite é localizado apenas pela longitude do
ponto sub-satélite.
– Os ângulos de visibilidade e a distância estação
terrestre-satélite são facilmente calculados.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
28
Localização do Satélite (12/12)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
29
Perturbações da órbita (1/8)
Instituto de

Educação Técnica

• Desvios da órbita em relação à elipse


“kepleriana” (3ªlei de Kepler)
– A Terra não é uma esfera uniforme.
– Existem outras forças que actuam sobre o
satélite:
• Atracção da Lua, do Sol e de outros planetas.
• Campo magnético terrestre.
• Pressão da radiação solar.
• Atrito na atmosfera (satélites de órbita baixa).

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
30
Perturbações da órbita (2/8)
Instituto de

Educação Técnica

• Na maioria das aplicações, nomeadamente na área


das comunicações por satélite, os elementos
orbitais, regularmente actualizados, permitem
determinar a órbita de um satélite no presente e no
futuro próximo.
• Contudo, em aplicações que exijam grande
precisão, poderá recorrer-se a cálculos em que os
elementos orbitais são extrapolados para o futuro
com correcções de 1ª ordem.
• Em casos ainda mais excepcionais, haverá que
Ms.Eng. Luís M. Pires efectuar um cálculo teórico muito complexo,
lpires@inete.net
31
envolvendo múltiplos efeitos sobre a órbita.
Perturbações da órbita (3/8)
Instituto de

Educação Técnica

• Efeitos do Sol e da Lua sobre um satélite GEO:


– Órbita inclina-se com o decorrer do tempo.
– Desvios da ordem de 1º por ano são possíveis.
– Proximidade do fim de vida útil do satélite →
combustível tende a esgotar-se.

– Medidas de correcção.
• Satélite executa manobras de correcção Norte-Sul, com motores
de gás.
• Satélite lançado numa órbita ligeiramente inclinada, de sentido
Ms.Eng. Luís M. Pires contrário ao futuro desvio.
lpires@inete.net
32
Perturbações da órbita (4/8)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
33
Perturbações da órbita (5/8)
Instituto de

• A inclinação do plano da órbita de um satélite GEO


Educação Técnica

provoca nas estações terrestres uma variação de


ciclo diário da direcção de visibilidade do satélite,
essencialmente em termos de variação da elevação
(no caso de uma estação terrestre com a mesma
longitude do ponto sub-satélite, apenas variará a
elevação; noutros casos, o azimute também irá
variar, mas muito menos do que a elevação).
• As manobras de correcção da órbita só podem ser
executadas por motores que expelem gás numa
direcção, de modo a criar um impulso no satélite de
sentido contrário (princípio da conservação da
quantidade de movimento).
Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
34
Perturbações da órbita (6/8)
Instituto de

Educação Técnica

• Efeitos da Terra:
– A Terra é achatada ao longo do equador
(achatamento dos pólos de +/- 20 km é
irrelevante para satélites GEO).
– Há uma tendência não controlada de
deslocamento para 75ºE e 105ºW.
– Medidas de correcção (manobras Este-Oeste),
com motores de gás.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
35
Perturbações da órbita (7/8)
Instituto de

Educação Técnica

• Os pontos a 75ºE e 105ºW são pontos de


menor energia potencial, pelo que constituem
pontos de "atracção" dos satélites da órbita
GEO.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
36
Perturbações da órbita (8/8)
Instituto de

Educação Técnica

• A necessidade de efectuar correcções


permanentes ao longo da vida útil dos
satélites conduz, a prazo, ao esgotamento do
combustível, e, consequentemente, à
incapacidade de controlar a órbita.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
37
Efeito da órbita nas comun.(1/6)
Instituto de

Educação Técnica

• Efeito Doppler:
– A variação da distância Terra-satélite induz
efeito Doppler, devido ao facto de o satélite
apresentar uma componente radial da velocidade
em relação à estação terrestre.
– Requer seguimento da frequência no receptor de
satélites não GEO.

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
38
Efeito da órbita nas comun.(2/6)
Instituto de

Educação Técnica

• Efeito Doppler:
– Exemplo: satélite em órbita Molniya

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
39
Efeito da órbita nas comun.(3/6)
Instituto de

• Variação do atraso de propagação:


Educação Técnica

– Efeito esperado em satélites não GEO.


– A variação da distância implica uma variação no
atraso de propagação que conduz a que, em
comunicações digitais, o número de bits
"armazenados" no percurso varie ao longo do
tempo.
– Cria problemas em satélites GEO que utilizam
acesso múltiplo temporal (TDMA).
• Temporização da transmissão é continuamente
ajustada.
Ms.Eng. Luís M. Pires • Evitam-se tempos de guarda demasiadamente longos.
lpires@inete.net
40
Efeito da órbita nas comun.(4/6)
Instituto de

Educação Técnica

• Eclipses do satélite:
– Satélite atravessa o cone de sombra da Terra.
– Ocorrem nos 23 dias anteriores e posteriores aos
equinócios (21 de Março e 23 de Setembro).
– Duração máxima de cerca de 70 minutos
(atravessamento de 12 800 km a 3 075 m/s).
– Satélite opera só com baterias.
– Produzem-se variações térmicas muito
acentuadas
Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
41
Efeito da órbita nas comun.(5/6)
Instituto de

Educação Técnica

• Ofuscação pelo Sol:


– Estação terrestre vê o Sol por trás do satélite.
– Ocorre em 5 ou 6 dias próximos dos equinócios.
– Duração máxima de cerca de 8 minutos (ocorre
durante o dia, podendo coincidir com períodos
de tráfego muito intenso).
– Duração acumulada no ano de 60 minutos.
– Temperatura de ruído de sistema torna-se muito
elevada.
Ms.Eng. Luís M. Pires – Interfere ou impede as comunicações durante
lpires@inete.net
42
cerca de 100 minutos por ano (0,02%).
Efeito da órbita nas comun.(6/6)
Instituto de

Educação Técnica

• Datas e durações dos eclipses:

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
43
Software de Simulação (1/2)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
44
Software de Simulação (2/2)
Instituto de

Educação Técnica

Ms.Eng. Luís M. Pires

lpires@inete.net
45

Você também pode gostar