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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia – DEEL


Licenciatura em Engenharia Eletrónica

Telecomunicações por Microondas

Radio-Enlace na Comunicação
via Satélite

Eng.º Vithor B. Nypwipwy, Doutor & 1


Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Comunicação via satélite
O Que é Satélite?
Satélite é um corpo que acompanha ou gira em torno de outro,
observado principalmente no campo da astronomia, seja ele
artificial ou natural.

Satélite é o elemento comum de interligação das estações terrenas,


atuando como estação repetidora. Devido a sua altitude, permite a
transmissão de sinais diretamente entre duas estações, sem que
existam necessariamente pontos intermediários.
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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Comunicação via satélite

Fatores Motivadores
Sem dúvida, o maior fator motivador para a utilização de satélite
como meio de transmissão, foi a inexistência de meios físicos entre
localidades alvo da comunicação.
Como os satélites podem cobrir praticamente quaisquer áreas do
globo terrestre, são a melhor opção para atingir pontos de difícil
acesso.

Outro facto determinante para a utilização de satélites como meio de


transmissão foi a indisponibilidade de meios de transmissão digital a
baixo custo. As atuais redes digitais não existiam outrora.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Características da
Comunicação Via Satélite
Disponibilidade e Qualidade
– Altas disponibilidade e qualidade são as principais
características da transmissão via satélite. A disponibilidade,
tipicamente, ultrapassa 99,5 %.

Flexibilidade Na Implantação
– Outra característica marcante é a flexibilidade no que tange a
instalação e mudança de pontos, que podem ser efetuadas sem
necessidade da existência de rede telefônica.

Atraso
– Uma característica não tão desejável, na transmissão via
satélite, é o atraso de propagação, como será visto adiante.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Características da Comunicação
Via Satélite
Custo

 O custo de um canal independe da distância entre os pontos


que integram a rede.

 A multiplexação dos dados permite a recuperação dos mesmos


independentemente de sua localização geográfica.

 O custo da comunicação via satélite é compatível com o custo


da comunicação analógica terrestre.

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Comunicação via satélite

Um sistema satélite é composto de um Segmento Espacial e


um Segmento Terrestre.
O Segmento Espacial é composto por um ou mais satélites e pelos
equipamentos necessários às funções de suporte e operação dos
satélites, tais como telemetria, rastreio, comando, controle e
monitoração.
O subsistema satélite é uma estação repetidora de microondas,
repetindo sinais sobre grandes distâncias.

O segmento terrestre é composto pelo estação de terra com todos


os seus equipamentos como as antenas, amplificadores de RF,
moduladores e demoduladores,etc.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Comunicação via satélite
Classificação dos satélites (Aplicações e Utilização)

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Comunicação via satélite
Subsistemas de Um Satélite
ᵟ Comunicações;
ᵟ Telemetria, comando e rastreio;
ᵟ Controle de altitude;
ᵟ Propulsão;
ᵟ Energia;
ᵟ Controle térmico.

Propulsão é o processo de alterar o estado de movimento ou de repouso de um corpo em


relação a um dadosistema de referência.
A Telemetria é uma tecnologia (ou processo) que nos permite receber, medir, repassar e
avaliar dadose informações remotamente.
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Eng.º Adélio Francisco
F. Tembe,Tembe,
MSc. MSc.
Comunicação via satélite
Subsistemas de Um Satélite
O subsistema que mais nos interessa é o de comunicações.

È um repetidor ativo que recebe, converte a frequência,


amplifica e retransmite para a Terra os sinais recebidos.

Os circuitos são denominados Transponders (transpositores). Cada


Transponder é responsável pela recepção e retransmissão de uma
determinada banda de frequência.

Um satélite tem, tipicamente, de 20 a 40 Transponders!!!

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Telemetria, Segmento e
Comando
A Telemetria tem a ver com a informação de estado:
 Combustível;
 Tensão e corrente na fonte;
 Tensão e corrente em cada parte crítica do subsistema de comunicações;
 Temperatura.

Informação de Seguimento:
 Medidas no satélite de sensores de aceleração, de velocidade e de
pontaria para a Terra;
 Observação terrestre do efeito Doppler na portadora de TT&C (ver
adiante);
 Medidas angulares precisas efectuadas em estações terrestres;
 Radar (o satélite é o alvo que opera como repetidor activo).

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Telemetria, Segmento e
Comando
Ações de comando:
 Alterações da atitude e órbita;
 Controlo do subsistema de comunicações (antenas e transpositores);
 Controlo das manobras de entrada na órbita nominal;

Protocolo de comando:
o Garantia de segurança
Operação típica:
 O comando é convertido numa palavra de código que é enviada para
o satélite;
 O satélite verifica a validade da palavra e repete-a para Terra;
 A estação terrestre confirma a palavra e envia um comando de
execução.

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Exemplo do subsistema de
satélite

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Aspetos críticos de engenharia

Lançamento dos satélites:


 Necessidade de veículos de transporte para as órbitas
altas;
 Posicionamento inicial do satélite na órbita correta.

Problemas da órbita do satélite:


 Controlo permanente de trajetória e altitude do satélite;
 Seguimento do satélite pelas antenas das estações
terrestres.
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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Aspetos críticos de engenharia

Condicionantes do subsistema do satélite


 Dimensão física;
 Peso total em órbita;
 Alimentação primária apenas por painéis solares;
 Operação num meio ambiente agressivo;
 Ciclo térmico severo durante eclipses;
 Radiação solar elevada;
 Exposição a micropartículas e meteoritos;
 Elevada fiabilidade (sem manutenção).
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Aspetos críticos de engenharia

Condicionantes do trajeto:
 Perdas elevadas em espaço livre;
 Efeitos de propagação acentuados (sobretudo acima de 10 GHz
ou com baixas elevações)

Necessidade de otimização da relação portadora-ruído:


 Ligação terra-satélite: EIRP (Effective Isotropic Radiated Power)
elevados das estações terrestres;
 Ligação satélite-terra: EIRP do satélite configurado para a
cobertura pretendida recetores terrestres de muito baixo ruído.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Aspetos críticos de engenharia

Requisitos especiais de processamento de sinal:


 Modulações complexas;
 Esquemas de detecção e correcção de erros.

Requisitos especiais de operação do sistema:


 Suporte de acesso múltiplo ao satélite por parte de diversas
estações terrestres;
 Reconfiguração dos recursos radioeléctricos do satélite.

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Tipos de órbitas
GEO (Geosynchronous Earth Orbit): órbita quatorial geossíncrona
 Período de revolução: 23 h 56 m 4,091 seg, isto é 86160 seg
 Altitude média: 35 786 km

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Tipos de órbitas
LEO (Low Earth Orbit): órbita
circular de baixa altitude
 Período de revolução 1h 30m -
2h
 Altitude típica: 500 - 1 500 km

MEO (Medium Earth Orbit): órbita


circular de altitude média
 Altitude típica: 10 400 km
 Período de revolução 6 horas
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Tipos de órbitas
HEO (Highly Elliptical Orbit) Excentricidade da órbita (𝑒)
𝑟𝑎 − 𝑟𝑃
 Órbita elíptica inclinada 𝑒=
𝑟𝑎 + 𝑟𝑃
 Perigeu de baixa altitude 𝑟𝑎 − 𝑟𝑃
𝑒=
Caso notável: órbita Molniya 2𝑎
perigeu: 1 000 km alt. 𝑎2 − 𝑏2
𝑒=
apogeu: 39 000 km alt. 𝑎
período: 12 horas onde:
inclinação: 63,4 º 𝑟𝑎 é distância apogeu;
𝑟𝑝 é distância perigeu:
𝑟𝑝 = 𝑎(1 − 𝑒)
𝑎 é semi-eixo maior:
𝑟𝑎 + 𝑟𝑝
𝑎=
2
𝑏 é semi-eixo menor:
𝑏 = 𝑟𝑎 𝑟𝑝

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Tipos de órbitas
Exemplo
Verifique se um satélite GEO precisa estar a uma altura de cerca de 35 780
km acima da superfície da Terra. Suponha que o raio da Terra seja 6380 km e
GM = 39,8 × 1013 Nm2/kg.
Solução
3
2𝜋𝑟2𝑠
O período orbital de um satélite em órbita circular é dado por 𝑇 =
𝐺𝑀
O período orbital de um satélite geoestacionário é igual a 23 horas, 56
minutos e 4 segundos, o que equivale a 86 160 segundos. Portanto,
3 3
2𝜋𝑟2𝑠 2𝜋𝑟2𝑠 2
𝑇= = = 86160 𝑠𝑒𝑔 logo 𝑟𝑠 = (273708 × 106 )3 = 42155𝑘𝑚
𝐺𝑀 39,8×1013
Assim, altura da órbita do satélite acima da superfície da Terra = 42 155 −
6380 = 35 775 km 35 786 km

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Tipos de órbitas
Exemplo
As distâncias de apogeu e perigeu de um satélite em órbita elíptica são,
respectivamente, 45.000 km e 7.000 km. Determine:
a) Semi-eixo maior da órbita elíptica;
b) Excentricidade da órbita;
c) Distância entre o centro da Terra e o centro da órbita elíptica

Solução
𝑟𝑎 +𝑟𝑝
a) Semi-eixo maior da órbita elíptica: 𝑎 = 2
= 26000𝑘𝑚

𝑟𝑎 −𝑟𝑝
b) Excentricidade da órbita: 𝑒 = 2𝑎
= 0.73

c) Distância entre o centro da Terra e o centro da elipse


𝑎e = 𝑎 × 𝑒 = 18980 km
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Tipos de órbitas
Exemplo
Uma órbita típica de Molniya tem alturas de perigeu e apogeu acima da
superfície da Terra como 400 km e 40000 km, respectivamente. Verifique se
a órbita tem um período de 12 horas. Suponha que o raio da Terra seja 6380
km e GM = 39,8 × 1013 Nm2/kg.
Solução
3
2𝜋𝑎2
O período orbital de um satélite em órbita elíptica é dado por 𝑇 =
𝐺𝑀
onde 𝑎 = semi-eixo maior da órbita elíptica. Assim:
𝑎 = (40000 + 400 + 6380 + 6380)/2 = 26580 𝑘𝑚
Portanto,
3
(26580 × 103)2
𝑇 = 6,28 × = 43137 𝑠𝑒𝑔
39,8 × 1013
11,98 horas ≈ 12 horas
786 km Eng.º Vithor B. Nypwipwy, Doutor & 22
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Tipos de órbitas

Estas órbitas têm como principais vantagens:


• GEO: o satélite mantém-se fixo em relação à Terra;
• LEO: o satélite está a uma distância relativamente
curta;
• MEO: o satélite está a uma distância intermédia
entre GEO e LEO, permanecendo em visibilidade
durante mais tempo do que em LEO;
• HEO: em baixas latitudes, o satélite apresenta-se
próximo do zénite durante um período de tempo
apreciável.

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Tipos de órbitas

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Tipos de órbitas

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Tipos de órbitas

A tabela caracteriza os principais parâmetros que permitem comparar


as diversas órbitas de satélite, justificando as suas principais
aplicações:
 GEO: comunicações fixas, difusão, meteorologia;
 LEO: comunicações móveis, radioamadorismo, observação da Terra
e atmosfera;
 MEO: comunicações móveis, navegação;
 HEO: comunicações fixas.

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Tipos de órbitas
Localização do satélite
Elementos orbitais – especificam a
órbita e a posição do satélite na órbita
num qualquer instante;– são
necessários 6 parâmetros referidos a
um sistema de eixos xyz centrado na
Terra:
I - inclinação do plano da órbita relativamente
ao plano equatorial xy
𝝮 - ângulo entre o eixo dos x e a intersecção
plano da órbita - plano equatorial
𝝎 - ângulo entre a intersecção plano da órbita
- plano equatorial e o eixo maior da elipse
a - semi-eixo maior da elipse
e - excentricidade da elipse
tp - tempo na passagem pelo perigeu
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Tipos de órbitas
Localização do satélite
Parâmetros de visibilidade – definem
a posição do satélite num certo
instante, em relação a uma dada
estação terrestre; – são necessários
três parâmetros referidos a um
sistema de eixos xyz no ponto de
recepção
α - elevação ângulo entre o plano horizontal e
a recta terra-satélite
β - azimute ângulo entre o norte e a projecção
horizontal da recta terra-satélite no
plano horizontal (medido para leste)
d - distância estação terrestre-satélite

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Tipos de órbitas
Localização do Satélite

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Tipos de órbitas
Localização do Satélite

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Tipos de órbitas
Perturbações da órbita

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Tipos de órbitas
Perturbações da órbita

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Tipos de órbitas
Perturbações da órbita

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Tipos de Satélites

Há três categorias nas quais se encaixam em todos os sistemas de comunicação


móvel via satélite:

A primeira se refere aos satélites de órbita geossíncrona


(Geostationary Earth Orbit).
Esses satélites parecem estar parados para um observador na terra.

A segunda e a terceira referem-se aos satélites de órbita média (MEO -


Medium Earth Orbit) e os de órbita baixa (LEO - Low Earth Orbit) estão
mais próximos da superfície da terra e para que se mantenham nessa
órbita necessitam viajar a uma velocidade superior à de rotação da
terra, não possuindo, portanto, cobertura fixa.

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Tipos de Satélites
Satélites geoestacionários
Os satélites são ditos geoestacionários quando estes são colocados
em uma órbita circular em torno da terra tal que a sua velocidade
de rotação seja a mesma da terra, ou seja, para um observador na
terra o satélite comporta-se como se estivesse estacionário em um
determinado local no céu.
De acordo com a lei de Kepler, o período orbital de um satélite varia
conforme o raio da órbita elevado à potência 3/2, desta forma
satélites colocados a uma altitude de aproximadamente 36000Km
apresentam um período de 24 horas, girando assim a mesma
velocidade da terra.
Para a comunicação com este tipo de satélite as estações de terra
podem utilizar antenas fixas, antenas estas que apresentam um
pequeno custo de operação e manutenção em relação às móveis.

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Tipos de Satélites

Tipos de satélites quanto a estrutura


 Biosatélites
 Satélites miniaturizados
 Satélites de energia solar
 Estações espaciais

Tipos de satélites quanto a função


 Armas anti-satélites
 Satélites de observação da Terra
 Satélites astronômicos
 Satélites meteorológicos
 Satélites do sistema GPS
 Satélites de reconhecimento
 Satélites de comunicação
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GPS Observação da Terra

Satélite Armas anti-satélites


meteorológico Eng.º Adélio
Vithor B. Nypwipwy,
Francisco Doutor
Tembe, &
MSc. 3
24
Eng.º Adélio F. Tembe, MSc. 7
Topologias de Satélites

 Sistemas SCPC / MCPC (Single chanel per


carrier/Multiple chanel per carrier);

 Ligações ponto a ponto;


 Redes em malha;
 Rede em Estrela;
 Redes VSAT

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Topologias de Satélites

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Topologias de Satélites

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Bandas de Funcionamento

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Bandas de Funcionamento

Nota: As bandas de frequências utilizadas


em sistemas de comunicação por satélite
caem nas bandas de UHF (Ultra High
Frequency: 300 MHz - 3 GHz) e SHF (Super
High Frequency: 3 GHz – 30 GHz), tendo
designações específicas algo confusas
herdadas quer das bandas dos sistemas de
radar, quer das bandas dos sistemas de
recepção de TV por satélite.

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Potência Transmitida Numa dada Direção

• Effective Isotropic Radiated Power(EIRP)


• Intensidade de Radiação
PT
Uo  [W / steradiant]
4
Dependendo do ganho na direção dada temos:
U ,   G , 
PT
4

PT G, 
O produto

chama-se potência efectiva radiada isotropica (EIRP), dai que:


U ,  
EIRP
4
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Potência Transmitida Numa dada Direção
A potência na recepção sera:
A PTG ,  A PTGo A
 
PR  U inc ,  
EIRP
   2   2
4 R 2
4 R 4 R
Antena
PG isotropica
PR  Uinc ,   T o
 A  A
4R 2

Onde:
PT Go

4R 2

Chama-se densidade de fluxo de potência em W/m2.

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Potência Transmitida Numa dada Direção

• Potência Recebida
• Uma antena isotropica (RX), montada a uma distância R da
antena de transmissão (TX) e caracterizada por uma area
efectiva Areff, recebe uma potência igual a:
GR
PT GT ARe ff 
  4 
PR  AR,eff A  2
4R  
2 R,eff

PTGT GR 1 PTGT GR
PR  AR,eff   PT GT G R  
2 4
4R  4R 
2
LFS
2  
  
Equação de FRIIS!!
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Potência Transmitida Numa dada Direção

A atenuação no espaço livre sera:


 4R 
2

LFS  
  
Quando se estabelece para os ganhos:
GT = GR = 1
Teremos

PT ,isotropic
LFS 
PR,isotropic
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Exemplo1

Uplink
Estação da terra:
 Antena parabolica com diametro D = 4m
 PT = 100W (20dBW)
 fU = 14GHz
 Eficiencia da antena:  = 0.6

Satelite(geoestacionario):
 R = 40000Km
 Abertura da antena: θ3dB = 2°
 Eficiencia  = 0.55

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Exemplo1

EIRP PT GT
 
4R2 4R2


2

 D   
4 4  4 
2

GT  AT ,eff  AT , p     0.6  206340



2

2
 U   310 
8

 9 
U U

 1410 
GT  53.1dB

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Exemplo1

EIRP  PT  GT  20  53.1  73.1dB


dB dB dB

 2  EIRP 10log 4R2    73.1163  89.9dbW / m2


dBW / m R40000km

PR  PT  GT  GR  LFS
4 4  D    70 
2 2

GR  AT ,eff  AT , p        6650  38.2dB


   U   3dB 
2 2
U U

3dB 
 70 Abertura maxima de uma Parabolica
D
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Exemplo1

 4R 
2

LFS    207.4dB
 U 

PR  PT  GT  GR  LFS  20  53.1 38.2  207.4


PR  96.1dBW  250pW

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Exemplo2

Downlink
Satelite (geostacionario):
 PT = 10W (10dBW)
 fD = 12GHz
 θ3dB = 2°
  = 0.55
 R = 40000Km

Estação na terra:
 Parabolica: D = 4m
  = 0.6
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Potência Recebida

EIRP PT GT
 
4R2 4R2
4 4  D    70 
2 2

GT  AT ,eff  AT , p        6650  38.2dB


   D    3dB 
2 2
D D

3dB  70

D

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Potência Recebida

EIRP P G  10  38.2  48.2dB


T dB T dB

 EIRP 10log4R2 
dB
 2  48.2 163  114.8dbW / m 2
dBW / m R40000km

PR  PT  GT  GR  LFS
4 4  D 
2

GR  AR,eff  AR, p     151597 51.8dB


2
D 2
D  D 

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Potência Recebida

 4R 
2

LFS    206.1dB
 D 

PR  PT  GT  GR  LFS  106.1dBW  25pW

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Potência Recebida

PR  PT  GT  GR  LFS  LA 

LA perdas na atmosfera que dependem de:


 Número de partículas (N) na atmosfera
 Diâmetro das partículas (D)
 Secção de extinção das partículas (Cext)

Def. Secção de Extinção: é a área da eficácia de uma antena hipotética que, na


presença da mesma densidade de energia com que colide com a partícula,
"receber" uma potência igual à que é subtraída da partícula para a propagação
de ondas electromagnéticas.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Perturbações do Satélite

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Efeito Doppler

Requer seguimento da frequência no recetor de satélites não


geoestacionários!!

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Desvanecimentos de propagação

Absorção pelos gases atmosféricos


 Decresce com o aumento da elevação (α)
 Decresce com a altitude da estação (he)
 Atenuação no trajeto inclinado calcula-se a partir da atenuação no zénite

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Desvanecimentos de propagação

Absorção pelos gases atmosféricos


A figura mostra os valores
da absorção para um
feixe apontado para o
zénite, sendo evidentes
os picos correspondentes
às frequências de
ressonância da água
(22GHz) e do oxigénio
(60GHz).

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Desvanecimentos de propagação
Atenuação pela precipitação
O meio atenua uniformemente a partir da altitude da estação
(he) até à altitude da isotérmica de 0ºC (h0)
atenuação no trajecto inclinado calcula-se a partir da
atenuação na projecção horizontal (dhor)

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Perturbações do Satélite
Ruído de sistema

Ruído térmico das ligações ascendente e descendente


– Ruído do céu é geralmente reduzido
o pequena contribuição do ruído cósmico de fundo: cerca de 3°K
o contribuição dominante resultante da absorção
o cresce significativamente se ocorrer precipitação
– Ruído do sistema de recepção terrestre pode ser muito baixo
– Ruído do sistema de recepção do satélite é elevado

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Ruído de sistema
Intermodulação entre canais

– Ocorre principalmente no satélite em configurações com


o Transpositores não regenerativos e
o Multi-portadoras com acesso simultâneo ao transpositor
– Exige amplificadores com boa linearidade
o Amplificação de potência particularmente difícil
o Opera-se alguns dB abaixo da saturação
oProblema menor com portadoras digitais (margem pode ser
menor)
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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Ruído de sistema

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Ligações por satélite
Relação portadora-ruído térmico numa
ligação simples em espaço livre
Expressão geral para uma ligação:

Figura de mérito da estação receptora:

ganho total de recepção até ao ponto de referência

temperatura de ruído total no ponto de referência

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Ligações por satélite
Relação portadora-ruído térmico numa
ligação simples em espaço livre
figura de mérito da estação receptora
(independente do ponto de referência!)

Figura de mérito da estação receptora:

Eng.º Vithor B. Nypwipwy, Doutor & 65


Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Ligações por satélite
Relação portadora-ruído total numa ligação
completa
as fontes de ruído podem ser consideradas de
tipo gaussiano e assume-se que não são
correlacionadas.
Apenas aproximado, no caso de ruído de
intermodulação::
Figura de mérito da estação receptora:

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Ligações por satélite
Relação portadora-ruído total numa ligação
completa

Figura de mérito da estação receptora:

Eng.º Vithor B. Nypwipwy, Doutor & 67


Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Características de Antenas
para Satélite

Elas devem ser capazes de:


 Resistir ao estresse térmico
 Resistir ao estresse mecânico
 Ter peso reduzido
 Ter dimensões reduzidas

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Tipos de Antenas para Satélite

 Antenas a refletores
 Antenas com refletor deformado
 Antenas a refletoras multi-feeder
 Antenas a Lentes
 Antenas helicoidais
 Phased Array

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Antenas a refletores

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Antenas com refletor deformado

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Antenas a refletoras multi-feeder

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Antenas a Lentes

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Antenas helicoidais

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Phased Array

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Arquitetura de Transponders

TWTA – Travelling Wave Tube Amplifier

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Exercícios

1. Um transmissor de radiofarol de onda contínua localiza-se na terra e se


comunica com um satélite em órbita geoestacionário posicionado a 40000Km a
uma frequência de 14 GHz e apenas com perdas devido a distância. A antena
recetora do satélite é uma parábola de 1 m de diâmetro, com uma eficiência de
abertura de 70% e a antena transmissora da estação terrestre é uma antena
parabólica com 10m de diâmetro, com uma eficiência de abertura de 55%.
Calcule a potência recebida numa outra estação terrestre gémea da emissora
localizada a mesma distância do satélite se a frequência de comunicação com o
satélite for de 12GHz e a soma das perdas devido aos gases e devido a falta de
alinhamento entre as antenas na descida for 25% das perdas devido a distância.
Considerar que a potência de saída do radiofarol é igual 100mW e que o ganho
total do transpositor seja igual a 136.23dB.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.
Exercícios

2. Uma estacão transmissora de rádio localiza-se na terra e se comunica com um


satélite em órbita geoestacionário posicionado a 36000Km a uma frequência de
14 GHz com perdas devido a atmosfera iguais a 5% das perdas devido a
distancia. A antena do satélite é uma parábola de 1 m de diâmetro, com uma
eficiência de abertura de 65% e a antena transmissora da estação terrestre é um
agrupamento de dipolos de meia onda cujo ganho em decibéis é 28 vezes maior
que o ganho de um único dipolo quando a eficiência é de 100%. Calcule a
potência recebida numa outra estação terrestre, gémea da transmissora
localizada a mesma distância do satélite se a frequência de comunicação com o
satélite for de 12GHz e a soma das perdas devido aos gases atmosféricos e
devido a falta de alinhamento entre as antenas na descida for 35% das perdas
devido a distância. Considerar que a potência de saída do transmissor é igual
10W, o ganho total do transpositor seja igual a 160dB e lembre que a
diretividade de um dipolo de meia onda é D=1.64.

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Eng.º Adélio F. Tembe, MSc.

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