Você está na página 1de 17

ENGENHARIA ELÉTRICA – BACHARELADO

ANTÔNIA ALLYNE MENDOÇA DOS SANTOS


HAGY RAILENNO ARAÚJO DA SILVA

ANTENAS
Conceitos e aplicação nas telecomunicações

Rio Branco – AC
21/04/2020
ANTÔNIA ALLYNE MENDOÇA DOS SANTOS
HAGY RAILENNO ARAÚJO DA SILVA

Antenas
Conceitos e aplicação nas telecomunicações

Trabalho científico com cunho de pesquisa


bibliográfica, do curso de graduação em
Engenharia Elétrica, referente a disciplina de
Telecomunicações II, ministrada pelo Eng.
Me. Fábio Reis, apresentado como requisito
parcial de nota.

Rio Branco – AC
21/04/2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................1
2.1. O sistema de comunicação .............................................................................1
2.2. Princípios das antenas ...................................................................................2
2.2.1. Parâmetros das antenas ...................................................................................3
2.2.2. Propagação .......................................................................................................5
2.2.3. Bandas ..............................................................................................................6
3. ANTENAS DIPOLO X MONOPOLO .................................................................6
3.1. Antena dipolo ..................................................................................................6
3.2. Antena monopolo ............................................................................................9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................13
1

1. INTRODUÇÃO

As antenas são um elemento inerente ao funcionamento de um sistema de


radiodifusão. Se tratando de um componente tão importante no mundo moderno, é
fundamental ao profissional da área de telecomunicações e engenharia
elétrica/eletrônica seu conhecimento, tendo em vista que, sua aplicação é
imensamente empregada em praticamente todas as telecomunicações da atualidade.
A finalidade deste trabalho acadêmico é, de forma resumida e de fácil compreensão,
conceituar e explicar o funcionamento das antenas relevantes para as
telecomunicações, focando nas dipolo e monopolo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. O sistema de comunicação

O processo de transporte da informação transmitida até a recepção pelo


destinatário se chama de sistema de comunicação. A informação representa
grandezas físicas (som, temperatura, tensão, etc) em forma de mensagens, seu
conteúdo não é importante para o transporte, o que importa é o seu formato. Logo
abaixo a figura – 1 mostra o diagrama de blocos genérico de um sistema de
comunicação.

Figura – 1

Fonte: SHARMA, M. [1]

O foco deste trabalho são os elementos Transmissor e Receptor, que seriam


as antenas. No transmissor, correntes de altas frequências geram as ondas
eletromagnéticas, a antena transfere essa energia para o espaço na forma de ondas.
No receptor, a antena intercepta essas ondas, induzindo correntes que são levadas
ao circuito de processamento. Os canais estão suscetíveis a adicionar ruído, distorcer
o sinal ou causar interferência.
2

2.2. Princípios das antenas

São dispositivos capazes de irradiar ou interceptar ondas eletromagnéticas, e


são condutores alimentados por uma linha de transmissão. Ondas eletromagnéticas,
ou OEM, são por definição uma perturbação física composta por um campo elétrico 𝐸⃗
e um campo magnético 𝐵⃗ variáveis no tempo, perpendiculares entre si, capaz de se
propagar no espaço, como mostra a figura – 2.

Figura – 2

Fonte: VALENTE, L. [2]

E as grandezas mais importantes associadas a estas ondas são:

 Frequência 𝑓: número de oscilações por unidade de tempo (Hz).


 Velocidade de propagação 𝑣: depende do meio que se propaga. A velocidade
máxima de uma OEM é de aproximadamente 300000000 m/s, no vácuo.
 Comprimento de onda 𝜆: distância percorrida pela onda em um ciclo (m).
Todas essas grandezas estão contidas na seguinte expressão que as
relaciona:
𝜆= (1)

Para compreender ainda mais o funcionamento de uma antena, é necessário


estudar os parâmetros envolvidos a ela, e aos processos físicos que ela se relaciona.
3

2.1.1. Parâmetros das antenas


 Diagrama de irradiação

O diagrama de irradiação é a representação gráfica da forma como a energia


eletromagnética se distribui no espaço. O diagrama pode ser obtido tanto pelo
deslocamento de uma antena de prova em torno da antena que se está medindo,
como pela rotação desta em torno do seu eixo, enviando os sinais recebidos a um
receptor capaz de discriminar com precisão a frequência e a potência recebidas.

Figura – 3: Diagrama de irradiação, a curva em azul representa energia irradiada em cada direção em
torno da antena.

Fonte: VALENTE, L. [2]

A antena isotrópica, ou antena pontual, irradia em todas as direções do espaço.


É a antena ideal, ou seja, que não existe.

Figura – 4: Diagrama de irradiação da antena isotrópica.

Fonte: VALENTE, L. [2] adaptado


4

 Eficiência

É a relação entre a potência realmente irradiada por uma antena e a potência


a ela entregue pelo transmissor, como dado na equação (2), onde 𝜂 é a eficiência.

𝜂= (2)

A eficiência de uma antena, diz respeito a ao seu projeto eletromagnético como


um todo, ou seja, são todas as perdas envolvidas.

 Diretividade

É a relação entre o campo irradiado pela antena na direção de máxima


irradiação e o campo que seria gerado por uma antena isotrópica que recebesse a
mesma potência. Dada por

𝐷= á
(3)

onde 𝐸 á é a energia (campo irradiado) da antena em estudo e 𝐸 é a energia


(campo irradiado) da antena isotrópica.

A diretividade da antena define sua capacidade de concentrar a energia


irradiada numa determinada direção.

 Ganho

O ganho pode ser entendido como o resultado da diretividade menos as perdas.


Matematicamente, é o resultado do produto da eficiência pela diretividade.

𝐺 = 𝜂𝐷 (4)

 RFC – Relação frente-costas

Figura – 5

Fonte: VALENTE, L. [2]


5

Relação frente-costas (RFC) é a relação de ganho entre o lóbulo principal e


posterior, como mostra a figura – 5. RFC é dado por:

𝑅𝐹𝐶 = (5)

onde 𝑃 é a energia máxima na direção de propagação e 𝑃 é a energia irradiada


para trás.

2.1.2. Propagação

Os sinais não guiados podem viajar da fonte ao destino de diversas maneiras


possíveis. Podemos citar as propagações no solo, ionosférica e direcionada, como
mostra na figura – 6.

Figura - 6

Fonte: FOROUZAN (2006) [3] adaptado.

 Propagação no solo

Na propagação no solo, as ondas de rádio viajam através da porção mais baixa


da atmosfera, podemos dizer, quase na superfície da Terra. Estes sinais de baixa
frequência irradiam em todas as direções, partindo da antena transmissora.

 Propagação Ionosférica

Na propagação ionosférica ondas de rádio de alta frequência são irradiadas em


direção à ionosfera (camada da atmosfera onde as partículas estão ionizadas)
onde elas são refletidas de volta a superfície. Este tipo de transmissão permite
atingir grandes distâncias com relativamente pouca potência.
6

 Propagação Direcional

Na propagação direcional sinais de frequências muito altas são transmitidas em


linha reta, de antena a antena. As antenas devem estar direcionadas face a face e
suficientemente próximas para que a curvatura da terra não afete a transmissão.

2.1.3. Bandas

A faixa do espectro eletromagnético definida como ondas de rádio e micro-


ondas é dividida em oito faixas, denominadas bandas, cada qual regulamentada por
autoridades governamentais. A Tabela – 1 lista estas bandas, as faixas
correspondentes, método de propagação e algumas aplicações.

Tabela – 1

Banda Faixa Propagação Aplicação


VLF 3-30 KHz Solo Rádio navegação
LF 30-300 KHz Solo Orientação de rádio para aviadores
MF 300 KHz-3 MHz Ionosférica Rádio AM
Faixa Cidadão (CB), Comunicação
HF 3-30 MHz Ionosférica
aérea/marítima
Ionosférica e
VHF 30-300 MHz TV VHF, rádio FM
direcionada
UHF 300 MHz-3 GHz Direcionada TV UHF, celulares, paging, satélite
SHF 3-30 GHz Direcionada Comunicação via satélite
EHF 30-300 GHz Direcionada Radar, satélite
Fonte: FOROUZAN (2006) [3] adaptado.

3. ANTENAS DIPOLO X MONOPOLO

3.1. Antena dipolo

Uma antena dipolo é constituída basicamente por duas hastes condutoras


alimentadas pelo centro do que vem a ser a antena, como mostra a figura – 7.
7

Figura – 7

Fonte: VALENTE, L. [2]

A antena mais comum e universalmente conhecida, a partir da qual são


projetados e mesmo avaliados outros tipos de antena é o dipolo de meia onda. O perfil
de uma antena dipolo de meia onda montada horizontalmente tem forma de rosca,
observando o perfil de radiação horizontal, percebe-se a energia irradiada para todos
os lados. Por causa da forma de rosca (na horizontal), a radiação vertical é zero e a
radiação a partir da horizontal é diminuída, como mostrado no diagrama de irradiação
da figura – 8.

Figura – 8: Diagrama de irradiação da antena de dipolo de meia onda

Fonte: VALENTE, L. [2]


8

Figura – 9: Representação do dipolo e a irradiação

Fonte: MAYOR, R. [4]

Dependendo da altura do dipolo à terra haverá variação dos parâmetros da


antena. Tanto na polarização horizontal, quanto na vertical, o efeito terra pode ser
analisado como um refletor perfeito, desde que dentro das faixas de frequência
admissíveis.

Figura – 10: Antena dipolo

Fonte: MAYOR, R. [4]


9

As principais aplicações da antena dipolo são:

 Receptores de TV
 Comunicação aérea/marítima
 Receptores de rádio FM e AM
 Radar altímetro
 Radiotelescópio
 Torres de radiação

3.2. Antena Monopolo

Uma antena monopolo é uma classe de antena de rádio, que consiste de uma
sequência haste de condutor em forma de vareta, frequentemente montadas
perpendicularmente ao longo de algum tipo de condutor superfície, chamado um plano
de terra. O sinal de acionamento a partir do transmissor é aplicado, ou para antenas
de recepção do sinal de saída para o receptor é feita, entre a extremidade inferior do
monopolo e o plano de terra. Um dos lados da antena de linha de alimentação está
ligado à extremidade inferior do monopolo, e o outro lado é ligado ao plano de terra,
que é muitas vezes o Terra. Isto contrasta com uma antena dipolo que é composto
por dois condutores de haste idênticas, com o sinal do transmissor aplicado entre as
duas metades da antena.

A forma mais comum é a monopolo de quarto de onda, em que a antena é


cerca de um quarto do comprimento de onda das ondas de rádio, como mostra o
esquema da Figura – 11.
10

Figura – 11

Fonte: pt.qwe.wiki [5]

Alternativamente, os fios radiais colocados na base da antena podem formar


um plano de terra. Para bandas VHF e UHF, os elementos planos radiante e terrestres
podem ser construídos a partir de hastes rígidas ou tubos. Referente a mais comum
das antenas monopolos está a chicote de quarto de onda, que é uma antena que
consiste de um arame flexível linear ou haste. A extremidade inferior do chicote está
ligada ao receptor de rádio ou transmissor. A antena é projetada para ser flexível, de
modo que não quebram facilmente, e o nome é derivado do chicote, como movimento
que exibe quando perturbado.
11

Figura – 12: Antena monopolo de modem Wi-Fi

Fonte: MAYOR, R. [4]

Figura – 13: Torre de radiação

Fonte: pt.qwe.wiki [6]


12

Figura – 14: Antena chicote de carro

Fonte: pt.qwe.wiki [7]

As principais aplicações para as antenas monopolo são:

 Rádios portáteis
 Telefones sem fio
 Walkie-talkies
 Rádios FM
 Caixas de som
 Wi-Fi
 Torres de radiação
13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] MANISH, Sharma. Princípios de Telecomunicações. ITA, 2016. Disponível em:
<http://www.ele.ita.br/~manish/ele32/Documentos/ELE31-2015-
Apostila%20revisada.pdf>. Acesso em: 17 de maio de 2020.
[2] VALENTE, Luciano. Antenas, cabos e rádio-enlace. Geocities. Disponível em:
<http://www.geocities.ws/assistenciamecanica24hs/cursos/Curso_de_Antenas.pdf.pd
f>. Acesso em: 17 de maio de 2020.
[3] FOROUZAN, B. A. Comunicação de dados e redes de computadores: 3. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2006.
[4] MAYOR, Ramon Martins. ANT – Antenas e Propagação. IFSC, 2016.Disponível
em:<https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/1/1f/5_0IFSC_Engenharia_ANT_2016_1.p
df>. Acesso em: 17 de maio de 2020.
[5] Dipole antenna. Qwe. Disponível em: <https://pt.qwe.wiki/wiki/Dipole_antenna>.
Acesso em: 17 de maio de 2020.
[6] Mast radiator. Qwe. Disponível em: <https://pt.qwe.wiki/wiki/Mast_radiator>.
Acesso em: 17 de maio de 2020.
[7] Whip antenna. Qwe. Disponível em: <https://pt.qwe.wiki/wiki/Whip_antenna>.
Acesso em: 17 de maio de 20
14

Você também pode gostar