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1 - A antena isotrópica
A onda eletromagnética irradiada por uma antena pode ser concentrada em uma
determinada direção. Quando utilizada em transmissões uma antena não amplifica o sinal, o que
ocorre é que ela deixa de irradiar em algumas direções para irradiar com mais potência em outras.
Uma antena fictícia que é utilizada como referência é a antena isotrópica. Uma antena
isotrópica é capaz de irradiar em todas as direções com a mesma intensidade.
Além do ganho, que está diretamente relacionado com a diretividade, a antena deve ser
capaz de transmitir toda a energia enviada pelo transmissor ou enviar para o receptor toda a energia
captada. Como será visto mais adiante neste curso, esta transferência de energia ocorre quando é
feito um perfeito casamento de impedância entre a antena e a linha de transmissão. Apesar de, na
maioria das vezes ser formada de condutores isolados, quando uma antena é alimentada com
tensão alternada ela se comporta como um circuito RL ou RC. Assim, como nos circuitos com
indutores, capacitores e resistências, uma antena apresenta uma impedância de entrada que
receberá ou enviará sinal na linha de transmissão.
Outro ponto importante é a chamada relação frente costa. Esta relação, normalmente
especificada em decibels, quantifica a rejeição de um sinal que é recebido ou transmitido pelas
costas da antena em relação a direção principal. Uma antena capaz de receber sinais somente pela
frente possui uma boa relação frente costa. A diretividade, a relação frente costa, a impedância e
demais características de uma antena são determinados para uma única frequência. Quando
utilizamos uma antena fora da frequência central todos os parâmetros são alterados. Chamamos de
largura de banda a diferença entre a máxima frequência e a mínima frequência de uma antena de
forma a manter seus parâmetros em valores aceitáveis.
3 - Antena dipolo
Uma das antenas mais populares, ou talvez a mais popular de todas, é a antena dipolo. A
antena dipolo é na maioria das vezes formada por dois condutores de mesmo comprimento
alimentados no centro.
Existem projetos de antenas dipolos que não são alimentadas no centro, a diferença entre
alimentar uma antena no centro ou não é a impedância. O projeto de antena dipolo mais comum é
chamado de dipolo de meia onda. Para calcular o comprimento total da antena (λ/2), primeiramente
devemos calcular o comprimento de onda na frequência desejada.
Em seguida devemos dividir por dois. Entretanto existe um fator de encurtamento a ser
utilizado para melhorar o casamento de impedâncias. Esse fator de encurtamento é de 0,95.
Perceba que, dividindo por 2 e multiplicando o divisor por 106 podemos usar a frequência
em MHz e teremos o comprimento total de meia onda. Simplificando temos:
Exemplo:
Solução:
O espaçamento central não é crítico, porém não deve ser exagerado e devemos sempre
pensar que este espaçamento será somado ao comprimento total da antena, esse fato deve ser
levado em consideração em projetos de antenas dipolos de frequências elevadas.
O ganho em relação à antena isotrópica é de 2,14dB. É comum utilizar a unidade dBi quando
comparamos o ganho com a antena isotrópica, desta forma podemos escrever Gdipolo=2,14dBi.
4 - Monopolo vertical
O monopolo vertical é parecido com o dipolo. O monopolo vertical possui um elemento na
vertical e um plano de terra que pela teoria das imagens faz o efeito de um segundo elemento na
terra.
Fig. 4.1 – Antena monopolo vertical utilizada em estação de rádio em ondas médias.
O cálculo é o mesmo do dipolo, porém sua impedância e seu ganho não é o mesmo. Um
monopolo vertical possui uma impedância igual a do dipolo dividida por dois. Como irradia toda
potência em um único braço, a potência irradiada é o dobro do dipolo, ou seja G = 3dBd. A unidade
dBd representa o ganho em relação ao dipolo.
O dipolo dobrado era muito utilizado em receptores de TV quando se utilizava linhas de transmissão
de 300Ω. Como a impedância é multiplicado por 4, um dipolo dobrado de meia onda possui uma
impedância de:
( )
6 - Rede de antenas
Uma rede de antenas é uma associação de elementos irradiantes com o objetivo de
controlar o diagrama de irradiação. Em uma rede uniforme, todos os elementos são colocados em
linha e alimentados de forma a irradiar na direção de uma linha imaginária chamada eixo da rede.
O interessante é saber que, a irradiação de uma rede não necessariamente é paralela ao eixo
da rede. O que define a direção é o ângulo de fase do sinal que alimenta cada elemento, ou seja
cada antena da rede. Havendo defasagem, a somatória dos campos pode ser máxima em qualquer
direção. Isso pode ser feito, por exemplo, utilizando cabos de comprimentos diferentes.
7 - Antena Yagi
A antena Yagi é composta por vários dipolos em linha sendo somente um deles alimentado.
O dipolo utilizado como irradiador sofre influência dos outros dipolos, assim a impedância de
alimentação é muito mais baixa que o dipolo normal. Na antena da figura 7.1, um dipolo dobrado foi
utilizado para elevar a impedância baixa para valores mais adequados ao casamento de
impedâncias. Neste caso, como já visto, a impedância é multiplicada por 4 (tubos com diâmetros
iguais). A figura 7.2 ilustra uma antena yagi de 4 elementos para a faixa de VHF.
O diagrama de irradiação varia muito com o número de elementos, porém, sempre existirá
uma região de grande irradiação e alguns “lobos” laterais”, também chamadors de “lobos
secundários”.
Atualmente os projetos de antenas são otimizados por software, porém como referência
podemos utilizar os seguinte parâmetros iniciais para uma antena de 4 elementos:
A antena acima é normalmente utilizada na faixa de VHF e UHF e não pode ser alimentada
diretamente com um cabo coaxial. Para o casamento de impedâncias normalmente se utiliza um
Gama Match, que será estudado mais adiante.
8 - Antena Corner
A antena corner foi inventada por John Kraus e é muito utilizada na faixa de UHF. Ela é
composta de um dipolo e um refletor de tela ou de chapa condutora que reflete o sinal a ser
recebido ou transmitido.
É uma antena altamente diretiva com uma excelente relação frente costa. Apesar de
teoricamente poder ser usada em qualquer banda, para frequências mais baixas ela se torna muito
grande, sendo uma melhor escolha a antena yagi. Na faixa de UHF, acima de 400MHz e abaixo de
800MHz, ela possui dimensões que permitem fácil fabricação e instalação.
A antena quadra cúbica de mais de um elemento possui uma loop fechado utilizado como
irradiador e outros elementos em loop como ilustrado na figura abaixo.
Da mesma forma que a yagi, o elemento refletor possui uma dimensão um pouco maior que
o irradiador sendo os diretores com comprimento menores que o irradiador.
A antena log periódica é formada por uma série de dipolos montados em linha. Cada dipolo
possui uma frequência sendo que, os dipolos menores, além de servires com irradiadores funcionam
como diretores quando a antena está operando em frequências mais baixas. O mesmo ocorre com
os elementos maiores que funcionam como refletores para frequências mais altas.
A antena log periódica é parecida com a antena yagi, porém diferencia pelo fato de todos os
elementos serem alimentados. Como cada elemento pode atuar como irradiador a antena possui
uma largura de banda muito grande. Um exemplo de utilização é na recepção de sinais de TV.
11 – Antena loop magnética
A antena loop magnética é uma antena de tamanho reduzido. Ela possui esse nome pois no
campo próximo da antena existe a predominância do campo magnético e não elétrico como nas
antenas dipolo. Uma desvantagem muito grande dessa antena é a sua largura de faixa.
Tamanho: Quando comparada com outras antenas a loop magnética extremamente pequena. É
possível operar com loops magnéticas no interior de prédios, em pequenos barcos e outros. Nestes
casos a operação é bastante limitada porém ela faz algo que nenhuma outra antena faz.
Imunidade à ruído: Como é uma antena que trabalha curto circuitada e com largura de faixa
reduzida é uma antena pouco ruidosa. As interferências provocadas por estações próximas da
frequência utilizada são atenuadas pela própria sintonia da antena. Pelo mesmo motivo as
interferências provocadas por descargas atmosféricas são reduzidas.
Direcionalidade: A loop magnética não possui ganho em relação ao dipolo, aliás pelo contrário ela
perde para o dipolo com relação ao ganho, no entanto possui uma área de nulo muito forte nas
laterais sendo uma antena que depende muito da direcionalidade. Esta característica permite muitas
vezes a diminuição da interferência uma vez que podemos direcioná-la para “fugir” do ruído.
Com tamanho reduzido e grande direcionalidade essa antena foi e ainda é utilizada para
radionavegação aérea nos antigos sistemas ADF (Automatic Direction Finder) com as estações NDB
(Non-directional Beacon) na faixa de ondas médias.