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Projeto Luminotécnico

Aula:
Projeto
Luminotécnico

Fonte: IGS, 2011


Prof. Dr.-Ing. Marlon Leão
Projeto Luminotécnico
Conteúdo programático

Aula de hoje:

• Definição de Luminotécnica

• Grandezas e Conceitos

• Tipos de Iluminação

• Critérios de Desempenho do Projeto Luminotécnico

• Principais Variáveis do Projeto Luminotécnico

• Roteiro de Cálculo para Projeto Luminotécnico

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Projeto Luminotécnico

Definição de
Luminotécnica

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Definição

Luminotécnica
É o estudo minucioso das técnicas das fontes de iluminação artificial,
através da energia elétrica. Portanto, toda vez que se pensa em fazer um
estudo das lâmpadas de um determinado ambiente, está se pensando
em fazer um estudo Luminotécnico.

Fonte: Philips, 2010


Lâmpada Luminária
(Fonte de luz artificial)

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Projeto Luminotécnico

Grandezas e
Conceitos

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Grandezas e Conceitos

Fluxo Luminoso
Símbolo: φ
Unidade: lúmen (lm)
É a potência de energia luminosa total emitida por uma fonte de luz em todas as
direções do espaço.
As lâmpadas conforme seu tipo e potência apresentam fluxos luminosos diversos:

Fonte: FREITAS, 2004


• lâmpada incandescente de 100 W: 1.000 lm;
• lâmpada fluorescente de 40 W: 1.700 a 3.250 lm;

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Projeto Luminotécnico
Grandezas e Conceitos

Intensidade Luminosa
Símbolo: I
Unidade: candela (cd)
E a potência da radiação luminosa em uma dada direção. Como a
maioria das lâmpadas não apresenta uma distribuição uniformemente em
todas as direções é comum o uso das curvas de distribuição luminosa,
chamadas CDL´s.

Fonte: FREITAS, 2004


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Grandezas e Conceitos

Iluminância (Iluminamento)
Símbolo: E
Unidade: lux (lx)
É a relação entre o fluxo luminoso incidente numa superfície e a superfície
sobre a qual este incide; ou seja é a densidade de fluxo luminoso na
superfície sobre a qual este incide.

Fonte: FREITAS, 2004


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Grandezas e Conceitos

Luminância
Símbolo: L
Unidade: cd/m²
Das grandezas mencionadas, até então, nenhuma é visível, isto é, os raios
de luz não são vistos, a menos que sejam reflet idos em uma superfície e
aí transmitam a sensação de claridade aos olhos. Essa sensação de
claridade é chamada de Luminância. Luminância liga-se com contrastes.

Fonte: FREITAS, 2004


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Grandezas e Conceitos

Curva de Distribuição Luminosa


Símbolo: CDL
Unidade: candela (cd)
É a representação da Intensidade Luminosa em todos os ângulos em
que ela é direcionada num plano. A curva CDL geralmente é encontrada
nos catálogos dos fabricantes de lâmpadas e iluminarias.

Fonte: FREITAS, 2004


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Projeto Luminotécnico

Tipos de
Iluminação

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Tipos de Iluminação

“Luz para ver”


• Iluminação para trabalhar
• Configurada de acordo com o tipo de
atividade
• Relação com a área de trabalho
• Segue as exigências das normas e demais
recomendações

“Luz para contemplar”


• Percepção do espaço
• Orientação

Fonte: IGS, 2011


• Comunicação

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Projeto Luminotécnico
Tipos de Iluminação

Iluminação geral Iluminação direcionada para área de trabalho

Fonte: IGS, 2011


Iluminação individual
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Projeto Luminotécnico
Tipos de Iluminação

Iluminação direta

Iluminação indireta no teto

Fonte: IGS, 2011


Iluminação indireta na parede

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Projeto Luminotécnico
Tipos de Iluminação

Destaque na área de trabalho

Destaque na parede

Fonte: IGS, 2011


Destaque na área de trabalho e parede

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Projeto Luminotécnico
Tipos de Iluminação

Iluminação para interpretação da arquitetura

Como elemento arquitetônico

Fonte: IGS, 2011


Instalações cenográficas

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Projeto Luminotécnico

Critérios de
Desempenho do
Projeto
Luminotécnico

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico

Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Existem oito critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


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Nível de Iluminância

Espaços (áreas), tarefas e Iluminância


atividades [lx]
Áreas de circulação e corredores 100
Escadas, rampas e escadas rolantes 150
Áreas de vendas 300
Banheiros 500
Salas de aula 500
Sala de desenho 500

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Sala de leitura 500
Escrita 500
Leitura 500
Desenho técnico 750

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Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


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Projeto Luminotécnico
Iluminância na área da tarefa e no entorno imediato

Iluminância da área Iluminância da área


da atividade adjacente
[lx] [lx]
 750 500
500 300
300 200
 200 Eatividade

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


DIN EN 12464-1
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Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato
3. Ausência de ofuscamentos dentro do campo visual

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


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Projeto Luminotécnico
Ofuscamento

Falso
Ofuscamento devido ao excesso
de área de janela desprotegida

Correto
Área de trabalho próxima a janela com
monitor virado a 90°
O ofuscamento gera uma
redução na capacidade de
visualização dos objetos e
desconforto visual Correto
Evitar ofuscamento com persianas,

Fonte: IGS, 2011


redirecionamento da luz na
área superior

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Projeto Luminotécnico
Ofuscamento

Ofuscamento direto ocorre pela visualização


direta da fonte de luz, que pode ser uma
lâmpada ou luminária, podendo ser neutralizado
pela utilização de aletas ou difusores nas
luminárias.

Ofuscamento indireto, ocorrendo quando a


reflexão da luz sobre o plano de trabalho atinge o
campo visual, podendo ser causado pelo excesso
de luz no ambiente ou pelo mal posicionamento

Fonte: IGS, 2011


das luminárias.

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Projeto Luminotécnico
Ofuscamento

Luminância da Ângulo mínimo


lâmpada
[kcd/m²]
≤ 20 10°
20 à < 50 15°
a

50 à < 500 20°


 500 30°

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


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Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato
3. Ausência de ofuscamentos dentro do campo visual
4. Direcionalidade da iluminação

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


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Projeto Luminotécnico
Direcionalidade da luz

Fonte: IGS, 2011


Correto Incorreto

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Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato
3. Ausência de ofuscamentos dentro do campo visual
4. Direcionalidade da iluminação
5. Adequada reprodução de cor (IRC)

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


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Projeto Luminotécnico
Reprodução de cor

O IRC é estabelecido em função da luz natural


que tem reprodução fidedigna, ou seja, 100. No
caso das lâmpadas, o IRC é estabelecido entre 0
e 100, comparando-se a sua propriedade de
reprodução de cor à luz natural (do sol).

Tipo de ambiente, tarefa ou Ra


atividade
Industria pesada 20
Área de circulação e corredores 40

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Sala de aula 80
Desenho técnico 80
Recepção 80
Controle de qualidade 90

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Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato
3. Ausência de ofuscamentos dentro do campo visual
4. Direcionalidade da iluminação
5. Adequada reprodução de cor (IRC)

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


6. Adequada temperatura de cor (K)

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Projeto Luminotécnico
Temperatura de cor

Assim como um corpo metálico que, Aparência da Cor Temperatura de cor correlata
em seu aquecimento, passa desde o
vermelho até o branco, quanto mais Quente Abaixo de 3.300 K
claro o branco (semelhante à luz
diurna ao meio-dia), maior é a Intermediária 3.300 K a 5.500 K
Temperatura de Cor Fria Acima de 5.300 K
(aproximadamente 6.500K).

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Fonte: IGS, 2011

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Projeto Luminotécnico

Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato
3. Ausência de ofuscamentos dentro do campo visual
4. Direcionalidade da iluminação
5. Adequada reprodução de cor (IRC)

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


6. Adequada temperatura de cor (K)
7. Integração entre luz natural e artificial

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Projeto Luminotécnico
Integração entre luz natural e artificial

Sensor de Luz
1%
Céu Aberto
100.000 lx
500 lx

Sensor de Luz
100 %
Céu nublado
2.000 lx

Fonte: IGS, 2011


500 lx

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Processo de substituição da NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 em 2013


pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013. Critérios atuais:
1. Nível de iluminância (lux)
2. Distribuição adequada dos níveis de iluminância para área da tarefa e
entorno imediato
3. Ausência de ofuscamentos dentro do campo visual
4. Direcionalidade da iluminação
5. Adequada reprodução de cor (IRC)

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


6. Adequada temperatura de cor (K)
7. Integração entre luz natural e artificial
8. Eficiência Luminosa

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Projeto Luminotécnico
Eficiência Luminosa

160

150
Demanda de energia [%]

Iluminação direta
140
Iluminação indireta
130

120

110

100

90

80

Fonte: IGS, 2011


Teto (r) 0,8 0,7 0,3
Parede (r) 0,7 0,5 0,3
Piso (r) 0,3 0,2 0,1
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Projeto Luminotécnico
Eficiência Luminosa

Luminárias antigas
Economia
Luminárias 75 %
com aletas

Reator eletrônico
Dimmer linear

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico

Principais
Variáveis do
Projeto
Luminotécnico

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Índice de Reflexão

Teto
r = 0,6 - 0,9

Parede
r = 0,3 - 0,8

Área de
trabalho
r = 0,2 - 0,6

Piso
r = 0,1 - 0,5

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Fator de Depreciação - Manutenção

Valor novo
Iluminância E [lx]

Valor para manutenção

Equipamento sem manutenção

3 anos 3 anos

Fonte: IGS, 2011


Ciclo de manutenção

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Projeto Luminotécnico
Fator de Depreciação - Manutenção

Classificação Ciclo de manutenção


do ambiente
2.500 h 5.000 h 7.500 h

Limpo 0,95 0,91 0,88

Normal 0,91 0,85 0,80

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Sujo 0,80 0,66 0,57

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Projeto Luminotécnico

Roteiro de
Projeto
Luminotécnico

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Projeto de Iluminação

Método dos Fluxos e o Método Ponto

Método Ponto a Ponto


Destina-se a projetar a iluminação de áreas externas, neste caso a contribuição da luz
refletida pode ser desprezada sem erros significativos. Adicionalmente, o método pode ser
utilizado como cálculo verificador de um projeto realizado pelo Método dos Lumens.

Método dos Fluxos ou das Eficiências


Destina-se principalmente a projetar a iluminação de recintos fechados, onde a luz refletida
por paredes e teto contribui significativamente no iluminamento médio do plano de trabalho.

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Objetivo: determinar o número de luminárias necessárias para garantir um valor


de iluminamento médio desejado ou requisitado por norma (8 passos).

Passo 1: Determinar o iluminamento médio de acordo com a atividade;


Passo 2: Estabelecer o tipo de lâmpada e de luminária;

Passo 3: Determinar o Índice do Local (K);


Passo 4: Determinar o Fator de Utilização (Fu) via tabela;
Passo 5: Determinar o Fator de Depreciação (Fd) via tabela;
Passo 6: Determinar o fluxo luminoso total φ (em lúmen) que as luminárias
deverão produzir;
Passo 7: Determinar o número necessário de luminárias NL;
Passo 8: Ajustar o número de luminárias para produzir um arranjo uniformemente
distribuído.
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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 1: Determinar o iluminamento médio.

O valor mais baixo das três iluminâncias:


a) Refletâncias ou contrastes são bastante altos;
b) A velocidade e/ou não são importantes;
c) A tarefa é executada ocasionalmente.

Valor intermediário para condições normais

O valor mais alto das três iluminâncias:


Fonte: Anexo I – NBR 5413:1992
Iluminância de Interiores a) Refletâncias e contrastes bastante baixos;
b) Alta produtividade ou precisão são de grande importância;
c) A capacidade visual do observador estão abaixo da média.
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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 1: Determinar o iluminamento médio.


Roteiro:
1. Analise as características e
determine o peso (-1 ou 0 ou +1);
2. Some os três valores
algebricamente considerando o
sinal;
3. Se o valor total for igual a -2 ou -3,
aplique a iluminância mais baixa;
4. Se o valor total for igual a -1 ou 0
ou +1, aplique a iluminância média;
5. Se o valor total for igual a +2 ou +3,
aplique a iluminância mais alta.

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 2: Estabelecer o tipo de lâmpada e de luminária.

A experiência do projetista é muito importante neste passo, pois um determinado conjunto


lâmpada/luminária disponível comercialmente pode-se adaptar melhor a algumas
aplicações e não a outras.
Iluminação fluorescente convencional é bastante indicada para iluminação de escritórios, e
iluminação incandescente é a opção preferencial para galerias de arte, devido a sua
excelente reprodução de cores.

Fonte: IGS, 2011


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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 3: Determinar o Índice do Local (K).

Iluminação Direta
O índice do recinto é a relação entre as dimensões do local, dado por:

𝐶.𝐿
𝐾=
𝐻𝑚 (𝐶 +𝐿)

Hm

Onde:
C = comprimento do local (m)

Fonte: IGS, 2011


L = largura do local (m)
Hm = distância entre a luminária, no teto ou pendente, e o plano de trabalho (m)
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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 3: Determinar o Índice do Local (K).

Iluminação Indireta
O índice do recinto é a relação entre as dimensões do local, dado por:

3.𝐶.𝐿
𝐾=
2 . ℎ′(𝐶 +𝐿)

h′

Onde:
C = comprimento do local (m)

Fonte: IGS, 2011


L = largura do local (m)
h′= distância entre o teto e o plano de trabalho (m)
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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 4: Determinar o Fator de Utilização (Fu) via tabela.

De posse do índice do local (K), o Fator de Utilização (Fu) é facilmente obtido através
de tabelas cujas outras variáveis de entrada são a fração de luz refletida por parede e
teto

Branco Claro Médio Escuro

Teto 80% 70% 50% 30%

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Parede 50% 30% 10%

Piso 30% 10%

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 4: Determinar o Fator de Utilização (Fu) via tabela.

Determinar Fu em
função de K e os
índices médios de
reflexão do teto,
parede e piso na
tabela específica da
luminária escolhida.

Fonte: Philips, 2010


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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 5: Determinar Fator de Depreciação (Fd) via tabela.

Este coeficiente, menor ou igual a 1, representa uma ponderação que leva em conta a
perda de eficiência luminosa das luminárias devido à contaminação do ambiente. A tabela
abaixo fornece os valores deste coeficiente em função do grau de contaminação do local e
da frequência de manutenção (limpeza) das luminárias.

Classificação do Ciclo de manutenção


ambiente

2.500 h 5.000 h 7.500 h

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Limpo 0,95 0,91 0,88

Normal 0,91 0,85 0,80

Sujo 0,80 0,66 0,57

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 6: Determinar o fluxo luminoso total φ (em lúmen) que as luminárias


deverão produzir.

𝐸. 𝑆
𝜑=
𝐹𝑢 . 𝐹𝑑

Onde:
E = Iluminamento médio (lux) estabelecido no passo 1;
S = área do local (m²)
Fu = Estabelecido no passo 4
Fd = Estabelecido no passo 5

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 7: Determinar o número necessário de luminárias NL

𝜑
𝑁𝐿 =
𝜑𝐿

Onde:
φ = fluxo luminoso total do local estabelecido no passo 6;
φL = fluxo luminoso total da luminária (lm) estabelecido no passo 2.

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Passo 8: Ajustar o número de luminárias para produzir um arranjo


uniformemente distribuído

Ajusta-se o número de luminárias de forma a produzir um arranjo


uniformemente distribuído (por exemplo, certo número de linhas cada uma com o
mesmo número de colunas de tal forma que o número de luminárias resulte o mais
próximo possível do valor determinado no passo 7.

Fonte: FREITAS, 2004


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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo de Projeto Luminotécnico:

• Projetar o sistema de iluminação de um escritório com 18 m de


comprimento, 9 m de largura e 3 m de altura (pé direito), com mesas de
0,8 metros de altura.
• O usuário padrão possui idade inferior a 40 anos, a velocidade não é
importante e a refletância do fundo de tarefa é a superior a 70%.
• Utilizar as luminárias Philips TCS 029, com duas lâmpadas fluorescentes
TLDRS 32 W, 2.500 lm cada, Branca Comfort.
• O teto está pintado de verde (médio), as paredes estão de azul (escuro) e
o piso na cor marrom (escuro).
• O local possui nível de limpeza considerado normal com período de
manutenção mínimo de 5.000 horas.

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 1 - Determinar o iluminamento médio de acordo com a


NBR 5413:
Característica da tarefa:
O usuário padrão possui idade inferior
a 40 anos, a velocidade não é
importante e a refletância do fundo de
tarefa é a superior a 70%.

Análise da tarefa:
-2 ou -3: iluminância mais baixa;
-1 ou 0 ou +1: iluminância média;
+2 ou +3: iluminância mais alta.

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo:
1. Da tabela de iluminâncias recomendadas (NBR 5413 e NBR ISO/CIE 8995),
adota-se E = 500 lux

2. Aparelho de iluminação
- Luminária TCS 029
- Duas lâmpadas TLDRS 32/64 (2.500 lm) = 2 x 2.500 = 5.000 lm

3. Índice do Local (K)


I = 18 m
B=9m 2,2 m 3,0 m
Hm = 2,2 (luminária no teto e mesas a 0,8 m)
𝐵.𝐿 18 . 9
Da expressão 𝐾 = = = 2,7
𝐻𝑚 (𝐵+𝐿) 2,2 (18+9)

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 4 - Determinar o Fator de Utilização (Fu) via tabela;

Branco Claro Médio Escuro

Índice K: Teto 80% 70% 50% 30%

K = 2,7 Parede 50% 30% 10%

Piso 30% 10%

Índice de reflexão do local:


O teto verde (médio), paredes azul

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


(escuro) e o piso marrom (escuro).
Teto = 50%
Parede = 10%
Piso = 10%

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 4 - Determinar o Fator de Utilização (Fu) via tabela;

Índice de reflexão: Teto (50%), Parede (10%) e Piso (10%)

Índice K:

Fonte: Philips, 2010


K = 2,7

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 5 - Determinar Fator de Depreciação (Fd) via tabela.

O local possui nível de limpeza considerado normal com período de manutenção


mínimo de 5.000 horas

Classificação do Ciclo de manutenção


ambiente

2.500 h 5.000 h 7.500 h

Fonte: NBR ISO/CIE 8995-1, 2013


Limpo 0,95 0,91 0,88

Normal 0,91 0,85 0,80

Sujo 0,80 0,66 0,57

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 6 - Determinar o fluxo luminoso total φ (em lúmen) que as


luminárias deverão produzir no local.

𝐸. 𝑆
𝜑=
𝐹𝑢 . 𝐹𝑑

Onde:
E = 500 lux (estabelecido no passo 1)
S = 162 m² (área do local)
Fu = 0,53 (estabelecido no passo 4)
Fd = 0,85 (estabelecido no passo 5)

𝐸. 𝑆 500 . (18 . 9)
𝜑= = = 179.800 lm
𝐹𝑢 . 𝐹𝑑 0,53 . 0,85

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 7 - Determinar o número necessário de luminárias NL

𝜑
𝑁𝐿 =
𝜑𝐿

Onde:
φ = 179.800 (fluxo luminoso total do local estabelecido no passo 6)
φL = 5.000 (fluxo luminoso total da luminária estabelecido no passo 2).

𝜑 179.800
𝑁𝐿 = = = 36 luminárias;
𝜑𝐿 5.000

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Projeto Luminotécnico
Método dos Fluxos

Exemplo: Passo 8 - Distribuição das 36 luminárias

A/2

B/2

Fonte: FREITAS, 2004


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Projeto Luminotécnico
Exercícios

Exercício 1:
Determinar o número de lâmpadas e de luminárias para iluminar uma fábrica de
25 x 50 x 4 m, cujo nível de iluminamento necessário é de 750 lux (sem bancada
de trabalho). O teto e as paredes são claras e o piso médio. O período previsto
para manutenção do sistema de iluminação é de 2500 horas, ambiente normal.
O afastamento máximo entre luminárias é 0,9 x pé direito. Mostre a disposição
das luminárias no prédio.

Fonte: UFU
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Projeto Luminotécnico
Exercícios

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Projeto Luminotécnico
Exercícios

Exercício 2:
Um prédio industrial de montagem de eletrônicos precisa ser iluminado, nele se
fabricam equipamentos muito volumosos. A indústria está instalada num prédio
com as seguintes características:
- pé direito: 8 m;
- largura do prédio: 21 m;
- comprimento do prédio: 84 m;
- bancada de trabalho: 0,65 m;
- paredes cor média;
- teto cor média e piso de escuro.
No processo produtivo a indústria necessita de um nível de iluminamento de 600
lux, índice médio alto de IRC (50 - 70%). O período previsto para manutenção do
sistema de iluminação é de 7500 horas, ambiente limpo. Determine o número de

Fonte: UFU
lâmpadas e de luminárias a serem instaladas neste prédio e represente a
disposição das luminárias na planta baixa. O afastamento máximo entre luminárias
é igual a 0,95 x pé direito iluminado, e a altura de montagem dos pendentes é de
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Exercícios

Luminária para 1
lâmpada

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Exercícios

Iluminação direta versus Indireta

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Exercícios

Exercício 3:

Um escritório de engenharia precisa ser iluminado, entretanto o proprietário do


escritório está incerto quanto ao uso de iluminação direta ou indireta. Calcule e
mostre ao proprietário o custo mensal de eletricidade para as duas modalidades. O
escritório apresenta as seguintes características:
- pé direito: 3 m;
- largura do prédio: 8 m;
- comprimento do prédio: 8 m;
- mesa de trabalho: 0,75 m;
- Luminária direta e indireta com pendente de 0,5 m
- Teto branco e parede clara;
- Piso granito cinza médio.

Fonte: UFU
- nível mínimo de 750 lux
- manutenção do sistema de iluminação é de 2500 horas
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Exercícios

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Referências Bibliográficas

Bibliografia Básica:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: Iluminação de Interiores. Rio de
Janeiro, ABNT, 1992. 13 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes de
trabalho. Parte 1: Interior. Rio de Janeiro, ABNT, 2013. 62 p.
FREITAS, P. C. F. Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas. Apostila. Universidade Federal de Uberlândia,
Curso de Engenharia Elétrica, Uberlândia, 2004. 60 p.

Bibliografia Complementar:
BARTENBACH, C.; WITTING, W. Feldkomponenten des Sehens und ihre Bedeutung als
Infprmationsquellen am Arbeitsplatz, in: Jahrbuch für Licht und Architektur 1998. Darmstadt: Verlag Das
Beispiel, 1998.
IGS. Vorlesungen. Braunschweig: Technische Universität Carolo-Wilhelmina zu Braunschweig, IGS -
Institut für Gebäude- und Solartechnik, 2011. Slides: color. Slides gerados a partir do software PowerPoint.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência Energética na Arquitetura. Rio de Janeiro: PW
Editora, 1997.
PHILIPS. Iluminação – Noções Básicas de Iluminação. Informação de produto: Informação de Aplicação,
São Paulo, 2010.
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