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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELETROTÉCNICA
Curso de Engenharia Electrónica (Laboral)

Antenas e Propagação de Ondas


Trabalho de Pesquisa

Tema:
PROJECTO DE UMA ANTENA YAGI-UDA

DISCENTES:
Bié, Milton Alberto
Mussá, Abú João
Vuvo, Ivan Ismael

Docente Regente:
Eng. Adélio F. Tembe, MsC
Docente Assistente:
Eng. Luís Massango

Maputo, 05 de junho de 2018


Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
2. Projecto de uma Antena Yagi-Uda...........................................................................................2
2.1. Conceito de Antena...........................................................................................................2
2.2. Parâmetros Fundamentais de uma Antena........................................................................2
3. Antenas Yagi-Uda....................................................................................................................4
3.1. Constituição da Antena Yagi-Uda....................................................................................5
3.2. Análise Teórica.................................................................................................................5
3.3. Caracterização do Elemento Excitador.............................................................................6
4. Yagi-Uda de Três Elementos...................................................................................................7
5. Yagi-Uda de N Elementos........................................................................................................8
6. Projecto de uma antena Yagi-Uda para Rádio.........................................................................9
6.1. Cálculos:............................................................................................................................9
7. Resultados do simulador (Yagi Calculator)...........................................................................12
8. Conclusões..............................................................................................................................13
9. Referências Bibliográficas.....................................................................................................14
Índice de Figuras
Fig. 1 Diagrama de Radiação...........................................................................................................3
Fig. 2 Diagrama de radiação ilustrativo da diretividade..................................................................3
Fig. 3 Polarização das antenas.........................................................................................................4
Fig. 4 Configuração da antena Yagi-Uda........................................................................................5
Fig. 5 Antena Yagi-Uda de 3 elementos..........................................................................................7
Fig. 6 Diagrama de radiação da Yagi-Uda de 3 elementos.............................................................8
1. Introdução

Um elemento fundamental para o bom funcionamento de todos os sistemas de telecomunicações


que fazem uso de ondas de rádio é a antena. Sem ela o sistema não funciona e com uma má
antena, mesmo empregando a melhor tecnologia do mundo não é possível ter um sinal
satisfatório. Dessa forma, é fundamental para todo individuo das telecomunicações entender
como funcionam as antenas. Existem vários tipos de antenas usadas nas telecomunicações,
porém o presente trabalho visa detalhar o funcionamento da antena Yagi-Uda e as suas
aplicações.
Antena Yagi-Uda é um tipo de rádio-antena desenvolvido por Hidetsugo Yagi, professor da
Universidade de Vohoku, Japão, e por seu colega e assistente Shintaru Uda. Este tipo de antena
foi descrito nos anos de 1926 e 1927 em artigo intitulado: Procedimentos do ERE (Engineering
Radio Experience). Apesar da antena ter ostentado o nome YAGI, o próprio Dr. Yagi a chamou
de antena Yagi-Uda em reconhecimento ao seu colega e assistente.

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2. Projecto de uma Antena Yagi-Uda

2.1. Conceito de Antena


Antenas são dispositivos criados essencialmente para transmitir e/ou receber informação na
forma de energia eletromagnética. A invenção da antena, por volta de 1906, foi um marco para a
comunicação sem fio. A principal função de uma antena é converter energia eletromagnética
guiada pela linha de transmissão em energia eletromagnética irradiada, da mesma forma, este
padrão atua também no sentido inverso, ou seja, a antena transforma energia eletromagnética
irradiada pelo ar em energia eletromagnética guiada. Assim, a utilização desse dispositivo é
fundamental em qualquer sistema de comunicação sem fio onde exista radiofrequências.

2.2. Parâmetros Fundamentais de uma Antena


a) Diagrama de Radiação
O diagrama de irradiação de uma antena pode ser definido como uma função matemática ou
representação gráfica das propriedades de irradiação da antena em função das coordenadas
espaciais. O diagrama de radiação consiste em uma representação espacial da energia irradiada
em função da posição do observador ao longo de uma superfície de raio constante.

Fig. 1 - Diagrama de Radiação

b) Ganho
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Quando fala-se de ganho, isso não significa que uma antena possa "amplificar" os sinais que
transmite ou que recebam. Uma antena é um elemento passivo tanto na transmissão como na
recepção de sinais. Não existem elementos que possam introduzir um ganho efetivo num sinal de
uma antena. Usa-se o termo ganho para expressar a capacidade que uma antena tem para receber
sinais de uma determinada direção quando a comparamos com uma antena usada como
referência.
Se uma antena concentra a energia transmitida numa certa direção ela possui um ganho, pois a
intensidade da energia na direção considerada é maior do que uma antena comum tomada como
referência que irradie o sinal com a mesma intensidade em todas as direções. O mesmo é válido
para uma antena receptora. O ganho pode ser determinado pela expressão:

Ga (dB) = 10 log (P1/P2)

Onde:
Ga = ganho em dB (decibel)
P1 = potência da antena em mW
P2 = potência da antena padrão em mW

c) Diretividade
Uma esfera pode ser considerada uma antena ideal. Ela irradia ou recebe sinais com a mesma
intensidade em todas as direções.
Evidentemente, para as aplicações práticas pode não ser interessante ter um padrão de irradiação
desse tipo. Na prática, as antenas devem concentrar os sinais em determinadas direções. Para
isso, seus formatos raramente são esféricos, mas sim planejados para se obter um comportamento
diretivo. Podemos então falar na diretividade de uma antena como a sua capacidade de
concentrar sinais e expressar isso através de um diagrama:

Fig. 2 Diagrama de radiação ilustrativo da


diretividade
d) Polarização

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Os campos elétrico e magnético que correspondem à uma onda transmitida ou recebida por uma
antena possuem uma orientação específica. Os campos magnéticos e elétrico são perpendiculares
um ao outro. O modo como eles aparecem numa antena transmissora ou devem ser captados por
uma antena receptora determina a sua polarização. Uma antena com polarização vertical não
recebe de maneira eficiente sinais que chegam com uma polarização horizontal. Uma vez que os
sinais de televisão normalmente são polarizados horizontalmente, a polarização horizontal das
antes torna-se eficiente.

Fig. 3 Polarização das antenas

3. Antenas Yagi-Uda

Uma das antenas mais utilizadas em sistemas de telecomunicações e a antena Yagi-Uda. Este
tipo de antena foi primeiramente descrita e analisada em um artigo do professor japonês S. Uda,
em Março de 1926. Entretanto, estas antenas só se tornaram mundialmente conhecidas depois da
publicação, em 1928, de um artigo em inglês assinado por H. Yagi, colega do professor Uda.

A antena Yagi-Uda e muito utilizada na prática por ser leve, de baixo custo, de fácil construção,
por apresentar grande diretividade e ganho considerável. Ela pode operar como transmissor ou
receptor, sendo muito aplicada como antena de TV e de celular. A sua estrutura e composta por
dipolos, sendo um elemento excitador, um elemento refletor e os demais elementos parasitas ou
diretores.

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Fig. 4 Configuração da antena Yagi-Uda

3.1. Constituição da Antena Yagi-Uda

 Refletor - localiza-se atrás do excitador e tem a função de radiar mais energia em uma
direção do que em outra, diminuindo assim a relação frente-costa.

 Excitador - é alimentado diretamente por uma fonte de corrente (ou de tensão),


normalmente o seu tamanho e menor que o refletor e maior que os diretores.

 Diretores - são elementos parasitas, cujos tamanhos variam de acordo com a distância
entre os elementos, o numero destes, a espessura e a largura de banda pretendida.
Neste arranjo de dipolos, a onda eletromagnética emitida pelo excitador induz uma corrente no
parasita que, por sua vez, re-irradia parte da energia recebida. A fase da corrente neste elemento
depende do seu comprimento e da distância de separação entre ele e o elemento ativo. Esta fase,
combinada com a amplitude da corrente determina o diagrama de radiação da rede. O campo
distante da Yagi e, assim, a soma dos campos emitidos pelo excitador e parasita.

3.2. Análise Teórica


Para fazer a análise teórica, todos os elementos parasitas da Figura 4 são retirados e somente o
elemento excitador e caracterizado. Posteriormente, um elemento parasita e introduzido nas
proximidades do excitador e uma análise dessa estrutura e realizada. Por fim, um novo parasita e
colocado na estrutura e um estudo do seu comportamento e efetuado.

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3.3. Caracterização do Elemento Excitador
O elemento excitador é um dipolo que consiste em um irradiador com uma determinada
distribuição de corrente ao longo do seu comprimento.

A distribuição de corrente para este elemento pode ser descrita com uma boa aproximação por:

Esta distribuição assume que a antena e alimentada no centro e que a corrente e nula nos
extremos. Através de várias manipulações algébricas e conhecimento em eletromagnetismo, o
campo elétrico irradiado por um dipolo pode ser determinado como:

E a expressão para o campo magnético para a região de campo distante pode ser dado por:

O dipolo apresenta campo elétrico e magnético somente nas direções de θ e ф, respectivamente.


Para as outras direções não há componentes de campo.

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Vários são os parâmetros característicos a serem estudados para esta estrutura, os mais
relevantes, aqui discutidos são: potencia irradiada, diretividade, diagrama de radiação e outros
parâmetros, como impedância de entrada, relação frente-costa e ganho, A potencia irradiada
pode ser obtida integrando a densidade de potência, dada através do vetor de poyting, em uma
superfície fechada arbitraria que envolve a antena.

4. Yagi-Uda de Três Elementos

A Yagi-Uda de três elementos e muito utilizada na faixa de HF. Esta estrutura e formada por um
elemento refletor, um excitador e outro diretor.

Fig. 5 Antena Yagi-Uda de 3 elementos

Nesta figura, o arranjo e alinhado na direção z, com o elemento excitado de comprimento le,
posicionado na origem, o elemento diretor de comprimento ld a uma distância dd da origem e o
elemento refletor de comprimento lr a uma distância dr da origem.

Na seguinte estrutura o elemento excitador e alimentado por uma fonte externa e irradia um
campo eletromagnético. Este campo, por sua vez, induz correntes nos demais elementos que
passam também a irradiar campos eletromagnéticos. Os campos irradiados por cada elemento
somam-se em amplitude e fase de tal forma que o diagrama de radiação resultante tem um
máximo na direção definida pelos elementos diretores.

A expressão do campo elétrico total irradiado por estes dipolos pode ser escrita como:

Onde Er(θ), Ee(θ) e Ed(θ) são respectivamente os campos oriundos dos elementos refletor,
excitador e diretor.

Conhecendo a expressão analítica para o campo irradiado por um dipolo finito e fazendo uma
análise geométrica do arranjo, pode-se escrever as expressões para os seguintes campos:

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A impedância de entrada da antena será:

Fig. 6 Diagrama de radiação da Yagi-Uda de 3 elementos

5. Yagi-Uda de N Elementos

A estrutura da Yagi-Uda de n elementos e composta por um elemento ativo, um refletor e vários


elementos parasitas ou diretores. O número de elementos diretores, bem como a distância entre
eles pode variar, influenciando as características da antena. Experimentos e simulações mostram
que o aumento do número de elementos refletor não melhora muito a diretividade da antena
Yagi. Entretanto, o acréscimo do número de elementos diretores na antena leva a um incremento
no ganho máximo. Um exemplo dessa rede e dado na figura 4.

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O campo total irradiado pela antena Yagi de n elementos e obtido através do somatório dos
campos individuais:

A impedância de entrada da antena Yagi–Uda é dada por:

6. Projecto de uma antena Yagi-Uda para Rádio

O projecto da antena Yagi-Uda será dimensionado para trabalhar em UHF, na faixa aproximada
de 1GHz. A antena terá um elemento um elemento reflector, um elemento excitador (dipolo
dobrado) e 4 elementos directores.

Para o cálculo, serão usadas as seguintes fórmulas aproximadas:

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6.1. Cálculos:
c= Velocidade da Luz = 299792458 m/s ≈ 300M m/s

f = Frequência de trabalho = 1000MHz

λ = c/f = 300 / 1000

λ = 0,3m

 Cálculo do comprimento do Dipolo Ldp


Ldp = 142,4 / f(MHz)

Ldp = 142,4 / 1000

Ldp = 0,1424m

 Cálculo do Refletor LR
LR = 150 / f(MHz)

LR = 150 / 1000

LR = 0,15m

 Cálculo dos comprimentos dos 4 directores


m = 135 / f(MHz)

m = 135 / 1000

m = 0,135m

n = 133 / f(MHz)

n = 133 / 1000

n = 0,133m

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p = 130 / f(MHz)

p = 130 / 1000

p = 0,13m

q = 129 / f(MHz)

q = 129 / 1000

q = 0,129m

Distância entre os elementos

A distância entre o dipolo e o refletor será de 24cm; entre o dipolo e o 1º diretor será de 9cm;
entre os dois primeiros diretores será de 12,5cm; e entre os últimos diretores será de 5cm.

Os restantes cálculos são de caracter complexo para serem desenvolvidos neste trabalho.

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7. Resultados do simulador (Yagi Calculator)

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8. Conclusões

As antenas Yagi-Uda são muito utilizadas em sistemas de telecomunicações, devidas as suas


características peculiares: grande diretividade e ganho considerável. Um modelamento teórico e
empírico deste tipo de antena foi estudado ao longo deste trabalho e pode-se perceber que a
medida que se aumenta o número de elementos na Yagi-Uda, a antena torna-se mais diretiva.

Nota-se uma ligeira divergência nos valores calculados comparativamente com os valores
obtidos nas simulações, isto deve-se ao facto do simulador considerar condições ideais e não
reais.

Os cálculos do ganho e da directividade são de caracter complexo para serem feitos


manualmente, porém foi possível obter os seus resultados por meio do simulador.

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9. Referências Bibliográficas

BALANIS, C. A., 1938, Antenna theory: Analysis and design, Nova York.

ESTEVES, L. C., 1980, Antenas – Teoria Básica e Aplicações, São Paulo, Brasil.

MOREIRA, F. J. S., 2005, Prática de Antenas, GAPTEM – Grupo de Antenas, Propagação e


Teoria Eletromagnética, Departamento de Engenharia Eletrónica, Universidade Federal de
Minas Gerais, Brasil.

RIOS, L.G., Perri, E. B., 2002, Engenharia de Antenas, São Paulo, Brasil.

VIEZBICKE, P. P., 1976, Yagi Antenna Design, National Bureau of Standards Technical Note
688, Estados Unidos.

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