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Antenas, Ondas e Propagações

Material de Consulta para o Aluno

4º Tópico – Antenas

É um dispositivo capaz de irradiar ou interceptar ondas eletromagnéticas. Podemos


classificá-la como um par de condutores alimentados por uma linha de transmissão.
Servem tanto para transmissão quanto para recepção de ondas eletromagnéticas e
suas dimensões são normalmente da ordem de grandeza do comprimento de onda
associado a frequência do sinal a ser transmitido ou captado.

Características das antenas

a) Diagrama de irradiação
É a representação em coordenadas polares da intensidade do campo
irradiado ou recebido por uma antena para todas as direções do campo.

Antena isotrópica ou pontual – irradia igualmente para todas as direções do


espaço. É a antena ideal, ou seja, que não existe.

O diagrama de irradiação pode ser horizontal (figura 1) ou vertical (figura 2).

Figura 1 - Diagrama de irradiação horizontal


Figura 2 - Diagrama de irradiação vertical

b) Ângulo de abertura ou largura do feixe

É o ângulo formado pelos dois pontos onde o campo máximo cai de 0,707 do
seu valor (-3dB). Pode ser subdividido em largura de feixe horizontal e
vertical, dependendo de qual diagrama de irradiação está sendo estudado.
Observe a figura 3.

Figura 3 - Largura de feixe de uma antena

c) Eficiência (η)

É a relação entre a potência realmente irradiada por uma antena e a potência


a ela entregue pelo transmissor. A equação que expressa a eficiência de uma
antena está demonstrada na figura 4.

Figura 4 - Eficiência de uma antena

Onde: η – eficiência de uma antena (admensional)

d) Diretividade

É a relação entre o campo irradiado pela antena em uma determinada direção


e o campo que seria irradiado por uma antena isotrópica que recebesse a
mesma potência. É representada na equação da figura 5.

Figura 5 - Diretividade de uma antena


Onde: D – diretividade da antena
E – campo irradiado pela antena
Eisotrópica – campo irradiado por uma antena isotrópica

e) Ganho (G)

É o resultado do produto da eficiência pela diretividade. (Figura 6)

Figura 6 - Cálculo de ganho da antena

f) Relação frente costas

É a relação entre a potência irradiada em uma direção predominante e aquela


irradiada no mesmo eixo, porém em direção oposta. (Figura 7)

Figura 7 - Relação frente-costas

A figura 8 mostra a irradiação de uma antena com a relação frente-costas.

Figura 8 - Representação da RFC

g) Resistência de irradiação

A antena apresenta uma resistência que se torna importante pra que seja
estabelecido o casamento de impedâncias da antena com a linha de
transmissão e também para que se determine a potência irradiada pela antena.
A equação da figura 9 expressa a potência de irradiação da antena.

Figura 9 - Potência irradiada em função da resistência da antena

Onde: RA é a resistência da antena


Pirradiada é a potência irradiada (W)
IP é a corrente de pico ao longo da antena

h) Largura de faixa

É a faixa de frequências na qual a antena pode operar satisfatoriamente, sem


alterar suas características mais importantes.
i) Potência recebida

Considerando uma antena transmissora com ganho GT e uma receptora com


ganho GR, quando a antena transmissora emitir uma potência PT, a receptora
receberá a potência dada pela equação da figura 10.

Figura 10 - Potência recebida pela antena

“λ” é o comprimento de onda do sinal transmitido e “d” a distância entre as


antenas.

Tipos de antenas

1) Dipolo
Uma antena dipolo é constituída basicamente por duas hastes condutoras
alimentadas pelo centro do que vem a ser a antena.

1.1) Dipolo curto

São dipolos em que o comprimento é aproximadamente 10 vezes menor que o


comprimento de onda do sinal a ser transmitido.

O diagrama de irradiação horizontal é demonstrado na figura 11 e o vertical é uma


circunferência.

Figura 11 -Diagrama de irradiação horizontal e vertical

A largura de feixe deste tipo de antena é de 90⁰ e sua relação frente-costas é de 1:1.
Sua resistência está na faixa de até 8Ω e seu ganho é de 1,5 podendo ser expresso
em dB.

1.2) Dipolo de λ/2

Seu comprimento é metade do comprimento de onda do sinal e seu diagrama de


irradiação horizontal é representado na figura 12 e o vertical é uma circunferência.
A largura de feixe é de 78⁰ e a relação frente-costas é de 1:1. A resistência de
irradiação é de 73Ω e o ganho é de 1,64 ou 2,15dB.
Figura 12 - Diagrama de irradiação horizontal

1.3) Dipolo λ

Tem o comprimento físico igual ao de onda e seu diagrama de irradiação horizontal


é praticamente o mesmo da figura 12, porém com uma largura de feixe um pouco
menor. A resistência de irradiação deste tipo de antena é de aproximadamente
200 Ω e seu ganho pode chegar a 3,8dB.

1.4) Dipolo 3λ/2

Seu comprimento é uma vez e meia o comprimento de onda do sinal irradiado. A


resistência de irradiação é de aproximadamente 100Ω, mas sua aplicação prática
não é muito vasta. A sua forma mais usual é no formato cônico ou em V. Esse
formato aumenta a sua relação frente-costas quanto a largura de faixa, mas a
largura de feixe cai em relação aos outros dipolos.

1.5) Dipolo dobrado

É um dipolo de meia-onda que apresenta praticamente todas as características


iguais as do dipolo. A única diferença é a resistência de irradiação.
A principal vantagem do dipolo dobrado é a existência de um terra virtual no
condutor adicional, que facilita a colocação do mastro suporte da antena e do
aterramento para descarga estática. A figura 13 representa uma antena de dipolo
dobrado.

Figura 13 - Dipolo dobrado

2) Antena Yagi-Uda

Utiliza elementos parasitas chamados de refletores e diretores. Esses elementos tem


a função de aumentar o ganho e a relação frente-costas, diminuindo a largura do
feixe. O refletor é colocado atrás do dipolo principal, funcionando como atenuador
das ondas incidentes pelas costas e os diretores são colocados a frente do dipolo,
distanciados de forma a somar as fases dos campos, aumentando a diretividade da
antena. Na figura 13 temos uma imagem de uma antena Yagi-Uda.

Figura 14 - Antena Yagi-Uda

Figura 15 - Antena Yagi-Uda

Uma possibilidade de aumentar o ganho e diminuir a largura de feixe é associar


duas antenas Yagi. Essa associação se consegue a partir do empilhamento das
antenas ou colocando-as lado a lado.

3) Antena Marconi

É uma antena dipolo onde uma das varetas foi aterrada. Também é conhecida como
monopolo.

É possível a aplicação da antena Marconi para equivalência como qualquer tipo de


dipolo, mas o mais utilizado é o tipo correspondente ao dipolo de meia-onda,
conhecido como monopolo de um quarto de onda.
Na figura 16 temos uma antena Marconi.

Figura 16 - Antena Marconi

Se compararmos um monopolo comparado ao dipolo correspondente, veremos que


seu ganho será duas vezes maior e sua resistência de irradiação será a metade da
do dipolo.

4) Antena Helicoidal

É utilizada para transmissões na faixa de UHF.

A resistência de irradiação desse tipo de antena é de aproximadamente 150Ω e a


diretividade e a largura de feixe são proporcionais ao número de espiras da hélice.

A polarização das antenas helicoidais é circular. A quantidade de espiras nesse tipo


de antena é em torno de 6 a 8, podendo o aumento excessivo de espiras ocasionar
uma brusca queda de impedância, além de alterações previsíveis na diretividade e
na largura de feixe.

Na figura 17 temos a imagem deste tipo de antena.


5) Antena parabólica

Quando as frequências chegam à faixa de microondas, isto é, com valores contados


em gigahertz, o comportamento das antenas sofre influência de alguns fenômenos.

Figura 17 - Antena tipo corneta para faixa de microondas

As indutâncias e capacitâncias próprias dos condutores tornam-se significativas e,


de forma simplificada, pode-se dizer que os sinais tendem mais a se refletirem nos
condutores do que serem conduzidos pelos mesmos. A figura 1 dá exemplo de uma
antena tipo corneta para microondas.

É um tipo de guia de ondas de formato cônico, fechado em uma extremidade. Os


sinais captados pela corneta são levados ao circuito por um pino condutor conforme
ilustrado na figura 2. Desde que as dimensões da corneta têm relação com o
comprimento de onda, elas são pequenas e o ganho não é dos maiores.

Figura 18 – Reflexão de sinais na superfície parabólica

Para contornar isso, usa-se um refletor parabólico, conforme arranjo da figura 2. A


parábola é uma curva matemática que tem uma propriedade especial: todos os raios
incidentes paralelos ao eixo são refletidos para o mesmo ponto, denominado foco da
parábola. Portanto, uma corneta situada no foco recebe uma intensidade
significativa de sinal, tanto maior quanto maiores as dimensões do refletor.

O conjunto permite formar antenas com os maiores ganhos. Valores como 60 dB ou


maiores são possíveis. Isso é fundamental para a recepção de sinais de satélites,
uma vez que as limitações do artefato impedem a transmissão com potências altas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

NASCIMENTO, Juarez, Telecomunicações, 2ª.ed. São Paulo, Editora Makron


Books, 2000.

GOMES, Alcides Tadeu, Telecomunicações, Transmissão e Recepção, 21ª


ed.Editora Ética do Brasil Ltda,São Paulo, 2008.

MEDEIROS, Júlio Cesar de Oliveira, Princípios de Telecomunicações - Teoria e


Prática, , 5ª.ed São Paulo, Editora Saraiva, 2015.

TEMES, lioyd, Princípios de Telecomunicações. São Paulo: McGraw-Hill, 1990.

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