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Antenas

Prof. Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues, M. Sc.


Impedância de entrada da antena
Resistência de irradiação.
 Para o transmissor que fornece a energia a ser
irradiada, a antena comporta-se como se fosse
a carga da linha de transmissão, na qual circula
uma corrente de valor eficaz I;
 Parte da potência é consumida na antena sob a
forma de calor, o que influirá na sua eficiência
de irradiação;
 A parcela restante representa a energia
eletromagnética que é transferida para o
espaço. (Figura 1);
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Impedância de entrada da antena
 Portanto, a emissão da onda eletromagnética
tem o efeito de uma resistência absorvendo
parte da potência que o transmissor fornece;
 O valor de uma resistência equivalente que
consumiria a mesma potência irradiada pela
antena é chamada resistência de irradiação
(Ro);
 Em regime senoidal, o valor eficaz da corrente
no ponto de alimentação da antena é

 sendo Io o valor de pico.


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 A potência irradiada valerá

 onde se tira o valor da resistência de irradiação:

Figura 1 - O processo de irradiação


da onda eletromagnética para o
espaço aberto aparece para o
transmissor como se fosse uma
resistência consumindo potência.
O efeito corresponde ao parâmetro
conhecido como resistência de
irradiação.
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 Dependendo da antena, o valor de Ro é muito
pequeno, chegando a ser inferior a 1Ω.
 Resistências de irradiação pequenas são
características de antenas filamentares ou
espiras de pequenos comprimentos
comparados ao comprimento de onda.
 Em outros modelos, pode alcançar até centenas
de ohms. No primeiro caso, resultará em
pequena eficiência de irradiação e no segundo
caso esta característica aproxima-se da unidade
ou de 100%.
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 Um dipolo curto, por exemplo, cujo comprimento
total é muito menor do que o comprimento de
onda, alimentado em seu centro e com as
extremidades livres apresenta uma resistência
de irradiação dada por

 sendo seu comprimento total e comprimento


de onda.
 Como nessa antena o comprimento físico é
muito menor do que o comprimento de onda,
resultará em uma baixíssima resistência de
irradiação.
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 Por exemplo, se o comprimento for de 10% do
comprimento de onda o valor calculado para esse
parâmetro será de 2Ω, aproximadamente.
 Nas comunicações de muito baixa frequência,
quando o comprimento de onda é muito maior do
que o comprimento físico da antena, geralmente
haverá necessidade de se prover algum método
capaz de melhorar sua eficiência de irradiação.
 Utilizam-se, nesses casos, as técnicas de
carregamento capacitivo de topo, que tem a
propriedade de simular um aumento no comprimento
da antena, tornando maior sua resistência de
irradiação. © Prof. Cláudio Henrique A. Rodrigues 7
Impedância de entrada da antena
 Resistência equivalente de perda.
 É possível admitir que a potência dissipada na
antena esteja sendo consumida em uma
resistência Rc no ponto de alimentação, que
representaria resistência equivalente de perda
(Rc).
 A potência total entregue à antena inclui o valor
irradiado e o valor dissipado, dando.

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Impedância de entrada da antena
 Relacionando a potência irradiada com o valor
total, encontra-se a eficiência de irradiação que
será tanto maior quanto menor for a relação
Rc /Ro :

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Impedância de entrada da antena
Impedância total de entrada.
 Como a antena tem o efeito de uma carga para
a linha de transmissão que efetua sua ligação
ao transmissor, a impedância dessa carga
corresponde à impedância de entrada da antena
(Ze), que na maioria das vezes é uma grandeza
complexa

 onde a resistência de entrada Re indica a


potência total absorvida pela antena.
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Impedância de entrada da antena
 Nesse valor, estão incluídas a resistência de
irradiação e a resistência representativa da
perda de potência.
 A reatância de entrada Xe é associada à energia
eletromagnética armazenada nos elementos
distribuídos da antena.
 Seu valor pode ter características capacitivas,
como acontece nos dipolos curtos, ou indutivas,
como nos dipolos de meia onda e de onda
completa.

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Impedância de entrada da antena
 Para exemplo, um dipolo de meia onda sem
perdas (caso ideal) e construído com
condutores muito finos, a impedância de
entrada vale

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Impedância de entrada da antena
Condição de ressonância.
 É possível anular a parte reativa da impedância
de entrada e diz-se que a antena está na
condição de ressonância.

 No dipolo de meia onda, pode ser alcançada


acrescentando no ponto de alimentação uma
reatância capacitiva de i42,54Ω, como na
Figura 2.

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Impedância de entrada da antena
 É também usual fazer um pequeno
encurtamento em seus braços. A redução
depende do diâmetro dos condutores e, de um
modo geral, fica em torno de 5% do
comprimento total.
 O “dipolo de meia onda” na realidade fica com
um comprimento um pouco menor do que λ/2.
 A mudança altera também a parte real da
impedância de entrada e o valor final dependerá
do diâmetro dos condutores empregados,
ficando em torno de 65Ω.
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Impedância de entrada da antena
 Relação com a largura de faixa.
 A largura de faixa indica os valores de
frequência dentro dos quais a antena pode
operar sem modificar substancialmente seu
comportamento.
 Uma vez que as características não variam de
maneira idêntica, devem ser explicitadas as
propriedades a serem preservadas na faixa.
 Pode ser, por exemplo, o formato do diagrama
de irradiação, a diretividade, ou a largura de
feixe nos planos do campo elétrico e magnético.
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Impedância de entrada da antena
 As características que devem sofrer pequeno
efeito da frequência são ditadas pelas exigências
do sistema.
 Se for mais importante conhecer os efeitos da
frequência sobre a impedância de entrada e sobre
a eficiência de irradiação, deve-se ter a informação
sobre a largura de faixa de impedância.
 Nesses casos, especifica-se o máximo coeficiente
de onda estacionária aceitável na linha de
transmissão e a largura de faixa representa todas
as frequências nas quais este limite é respeitado.
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Impedância de entrada da antena

Figura 2. Uma forma de se reduzir a impedância de


entrada do dipolo de meia onda à condição de
ressonância.
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Impedância de entrada da antena
 Algumas antenas, como os dipolos de meio
comprimento de onda ou menores, varia muito
pouco seu diagrama de irradiação com a
frequência.
 Quando o comprimento total do dipolo for dezenas
de vezes menor do que o comprimento de onda, o
diagrama de irradiação assume o formato de um
“oito” no plano do campo elétrico, com a abertura
de feixe igual a 90º. Aumentando a frequência, a
relação entre o comprimento do dipolo e o
comprimento de onda modifica-se, mas o formato
básico do diagrama permanece inalterado.
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Impedância de entrada da antena

 Quando o comprimento do dipolo coincidir com λ/2


a abertura de feixe no plano do campo elétrico
será de 78o, uma pequena diferença em uma
grande largura de faixa.

 A especificação da largura de faixa em termos do


diagrama de irradiação não é uma forma
conveniente de se delimitar o emprego dessa
antena.

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Impedância de entrada da antena
 Na mesma faixa de frequência, ocorre uma
mudança muito grande na impedância de entrada.
A resistência de irradiação sobe de valores muito
pequenos, às vezes inferiores a 1Ω, para em torno
de 70Ω.

 A reatância de entrada passa de um valor


capacitivo elevado, até mesmo milhares de ohms,
para um valor indutivo próximo de 42Ω, e haverá
uma frequência na qual a reatância anula-se
(ressonância).
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Impedância de entrada da antena
 Assim, para antenas com esse tipo de
comportamento, informações sobre a variação da
impedância ou do coeficiente de onda estacionária
com a frequência são mais úteis para delimitar a
largura de faixa.
 A informação sobre a largura de faixa pode ser
expressa em valor absoluto, pela diferença entre
os limites da faixa: BW = fmáx fmín, ou em valor
relativo pela comparação entre os limites da faixa
e a frequência média, na forma

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Impedância de entrada da antena
 Nesta forma de apresentação, é hábito apresentar
o resultado em porcentagem, multiplicando a conta
acima por 100%.
 Para grandes larguras de faixa, pode-se expressar
ainda a relação entre o valor máximo e o valor
mínimo da frequência:

 Neste caso, é hábito apresentar o resultado


normalizado em relação ao valor mínimo,
escrevendo-se como 3:1, 5:1, etc..
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Características de antenas receptoras
Abertura efetiva e área efetiva.
 Na antena receptora, haverá uma potência
desenvolvida na impedância ligada aos seus
terminais pela incidência da onda
eletromagnética. (Figura 3).

 A relação entre a potência recebida e a


densidade de potência da onda incidente tem
dimensão de superfície, conhecida como
abertura efetiva da antena.

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Características de antenas receptoras
 Se S for a densidade de potência da onda incidente e Pr
for a potência em seus terminais, a abertura efetiva em
metros quadrados é

 Ajustando a antena receptora para se ter máxima


potência em seus terminais, através de orientação
correta, casamento conjugado de impedância, etc., a
relação acima alcança seu valor máximo, conhecido
como área efetiva da antena. Ou seja,

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Características de antenas receptoras
Abertura efetiva e área efetiva.

Figura 3. Ilustração para se conceituar as grandezas abertura efetiva e área efetiva de


uma antena qualquer. Os conceitos de abertura efetiva e área efetiva podem ser
aplicados a antenas de quaisquer formatos.
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Características de antenas receptoras
Eficiência de abertura.
 A abertura efetiva e a área efetiva são
parâmetros eletromagnéticos que, em geral, não
têm relação com a área geométrica ocupada
pela antena.

 Um dipolo de meia onda, por exemplo, possui


área efetiva que depende do comprimento de
onda no qual está operando e sua área
geométrica é praticamente nula.

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Características de antenas receptoras

 Para as antenas de abertura, como as cornetas


eletromagnéticas, as antenas parabólicas, etc.,
existe certa relação entre a área efetiva e a área
geométrica, chamada eficiência de abertura e
definida como:

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Características de antenas receptoras
Relação com a diretividade.
 Quanto maior for a diretividade da antena, maior
será sua área efetiva.
 Pode-se demonstrar que entre essas duas
características existe a relação

 sendo λ o comprimento de onda, c a velocidade


de propagação da onda no meio e f a
frequência.
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Características de antenas receptoras
 Como a diretividade da antena isotrópica é igual
a unidade, conclui-se que o fator λ2/4π é a área
efetiva da antena isotrópica.
 A relação entre a área efetiva e a diretividade de
qualquer antena é sempre igual à área efetiva
da antena isotrópica.
 Embora este conceito seja mais útil para as
antenas na função de receptoras, é possível sua
aplicação também no lado do transmissor, com
as mesmas relações matemáticas.

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