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1 Generalidades

1.1 Uma visão futurista de Arthur C. Clarke


Arthur C. Clarke, escritor consagrado de ficção científica, nasceu em 16 de dezembro de
1917, em Minehead, Somersetshite, Inglaterra. Em 1945, ainda com 28 anos, propôs a noção de
satélites de comunicação geosíncronos, numa carta publicada pela Revista Wireless World, sob o
título V2 for Ionospheric Research. De acordo com Clarke, seria possível colocar satélites artificias
a uma correta distância da Terra, para fazerem uma revolução em 24 horas. Esses satélites ficariam
estacionados sobre um mesmo ponto da Terra e poderiam ser percebidos, numa faixa de visada, por
quase a metade da superfície da Terra. Três estações repetidoras, separadas por 120 graus na órbita
geoestacionária, dariam cobertura a todo o planeta com sinais de televisão e de microondas.
Ainda mais tarde, no mesmo ano de 1945, Clarke expandiu a sua idéia, em um artigo Extra-
Terrestrial Relays que também escreveu para a Revista Wireless World, no qual preconizou uma
revolução nas telecomunicações, com a utilização de estações satélites da Terra que assegurariam
retransmissão e completa cobertura do globo terrestre com sinais de rádio-frequência portando
informações de TV, de fac-símile, de telefonia. Clarke, cientista de astronáutica que era, conhecia a
condição de geoestacionariedade que conseguiria um satélite colocado a cerca de 36.618 km acima
do equador terrestre. Assim, enfatizou que o uso da órbita geoestacionária haveria de reduzir os
custos e simplificaria as operações das estações de terra, porque elas não necessitariam de
movimentos de rastreio para seguir os satélites.
Embora eu tenha sugerido, em 1945 - escreveu, em 1992, Arthur C. Clarke no seu artigo
How The World Was One: Towards the Tele -Family of Man - que a recepção de satélites poderia
dar-se com refletores parabólicos tão pequenos quanto 30 centímetros de diâmetro, a primeira
estação terrestre utilizou, no entanto, antenas de diâmetro cem vezes maior, com custo de milhões
de dólares. Mas foi tão científica a visão de Clarke em 1945 que hoje a recepção de sinais de TV em
antenas de pequeno diâmetro é uma realidade, sobretudo na faixa de freqüência mais elevada, como
a da Banda Ku.
Há 37 anos, Arthur C. Clarke fixou residência em Colombo, no Sri Lanka, onde tem vivido
refugiado num "oásis técnico", instalado numa de suas regiões costeiras, onde dispõe de todos os
recursos técnicos por ele mesmo instalados, para desfrutar de suas experiências e realizar seus
projetos.
Em razão da visão futurista de Clarke no seu artigo citado, antevendo os satélites
geoestacionários, a órbita geoestacionária, onde hoje estão colocados mais de uma centena de
satélites de comunicação, é também chamada Cinturão de Clarke.

1.2 Nos Primórdios Da TV Satélite Doméstica - Seus Pioneiros

Foi a partir de meados para o quase apagar dos anos setenta que alguns engenheiros,
radioamadores, entusiastas da engenharia elétrica e eletrônica lançaram-se no desafio de captarem
os sinais de TV transmitidos via satélites. Até então, a recepção desses sinais só era possível aos
operadores internacionais dos Consórcios Intelsat e Intersputnik e das companhias americanas de
TV a cabo, basicamente, entre as quais se destacava a HBO, naquela ocasião.
Naquela época, as Estações Terrenas operavam com antenas de, no mínimo, 12 metros de
diâmetro, para possibilitar uma margem de 3dB acima do limiar de FM, considerando-se que os
LNA's de então ainda estavam na faixa de 120 graus Kelvin de temperatura de ruído.

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Tomados pelo espírito de pioneirismo americano, em fundos de quintal e em garagens,
entusiastas hobistas, radioamadores trabalhavam com experimentos em microondas e em
demodulação de FM, para provar que a recepção de tais sinais não era fora de alcance dos mesmos.
Dentre os primeiros desses pioneiros registra-se H. Paul Shuch que projetou um conversor
de baixo ruído em micro-trilha para as bandas de radioamador de 2300, 3400 e 5600 MHz, o que se
constituiu em um passo para adaptá -lo para a faixa de 3700-4200 MHz do enlace de descida dos
sinais dos satélites. Por seu lado, Bob Taggart tinha desenvolvido uma antena petalizada para
receber sinais da Banda S. Em 1977, H. Taylor Howard, enquanto trabalhava para a NASA, no
Laboratório de Propulsão a Jato, construiu um receptor completo para a Banda C, valendo-se de
componentes usados de microonda, com um demodulador de FM de 70 MHz de freqüência
intermediária.
Tudo acontecia dessa forma do lado americano. Enquanto isso, na Inglaterra, Stephen J.
Birkill, encontrou tempo, já em 1975, como engenheiro de transmissão da BBC, para montar um
sistema completo de recepção de sinais de televisão transmitidos experimentalmente para
localidades da India pelo SITE (Satellite Instructional Television Experiment). Tais sinais eram
transmitidos na faixa de 860 MHz pelo satélite geoestacionário NASA ATS-6. Naquela altura,
Arthur C. Clarke tinha instalado um terminal SITE padrão na sua residência no Sri Lanka. Nos três
anos que se seguiram a 1975, Birkill estendeu seu sistema para 4000 MHz, passando a receber
sinais do Intelsat, do Raduga, do Molniya e dos novos satélites soviéticos Gorizont. Também
adaptou seu sistema para a faixa de 11 Ghz, onde se davam as transmissões do satélite experimental
italiano Sirio, do OTS da Agência Espacial Européia e de satélites da série Eutelsat. Todo esse seu
trabalho foi desenvolvido já com conversores de freqüência de baixo ruído (LNB) que ele fabricou
caseiramente, recebendo os sinais em uma antena de 2,40 metros que pertenceu à BBC.

1.3 Satélites Geoestacionários Ou Síncronos

Idealizados por Arthur C. Clarke, os satélites de comunicação, na sua quase total maioria,
são geoestacionários, como ele concebeu. Existem, no entanto, outros em órbitas elípticas, não
síncronas. Satélites geoestacionários são aqueles que estão posicionados em uma órbita a cerca de
36.000 km de altitude, num plano que contém a linha do equador terrestre (figura 1). A essa
altitude, a velocidade angular com a qual os satélites evoluem em torno da Terra faz com que os
mesmos fiquem em sincronismo com o movimento de rotação do nosso planeta, completando uma
evolução no mesmo período de tempo que a Terra gasta para dar um giro completo em torno de seu
eixo, ou 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. A condição de geoestacionariedade confere aos
satélites a possibilidade de serem mantidos sob a mira de uma antena de Terra, fixa e alinhada com
um deles. Essas antenas fixas nós as podemos perceber nos complexos de comunicação e de
monitoração de satélites, como os de Itaborai, os de Guaratiba, da Embratel. Mas não só nesses
complexos. Nós as vemos em um número maior nas instalações domésticas de recepção de sinais de
televisão, a que mais comumente denominamos instalação de TVRO que popularmente é referida
como antena parabólica, a qual na realidade é apenas um componente da instalação de apenas
recepção de sin ais de televisão.
A geoestacionariedade de um satélite não depende simplesmente do fato de ter sido
colocado inicialmente no Cinturão de Clarke. Depende de manobras de Terra, executadas pelas
estações de telemetria, monitoração e controle. Se um satélite fosse deixado sem controle, a sua
órbita se tornaria excêntrica. Para manter um satélite sob controle, além da comunicação com ele
estabelecida pelas Estações de Terrenas, eles possuem pequenos foguetes para periódicos ajustes da
sua órbita, através do seu acionamento de Terra. Sem ajuste, o satélite ficaria desestabilizado,
evoluindo descontroladamente, rebaixando o seu plano orbital, tornando-se inutilizável. Por esta
razão, satélites que são repostos por novos geralmente são abandonados em uma órbita mais
elevada, utilizando-se da última reserva de combustível a bordo para acionamento de foguetes. Em
uma órbita mais elevada, reduzem-se as possibilidades de o satélite rebaixar de forma insegura a sua

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órbita, o que levaria o mesmo a reingressar na atmosfera, podendo suas partes desintegradas
causarem sério acidente aqui na Terra, na sua queda.
Pelo exposto, verifica-se que o período de vida de um satélite não depende dos
equipamentos eletrônicos a bordo (embora eles possam tirar o satélite de uso, se falharem).
Depende da reserva de combustível necessária para sua subsistência em órbita, sob controle. A
depender da precisão das manobras no seu posicionamento em órbita e, depois, no seu

monitoramento contínuo ao longo de sua operação, poderá ocorrer substancial economia de


combustível, o que acrescentaria um período de sobrevida ao satélite, podendo assim ser utilizado
por mais um, dois, três ou mais anos, além de sua vida projetada. Temos como exemplo o Brasilsat
A1 que, reposto pelo B1 ao final de sua vida projetada, anda tinha um período de sobrevida. Dessa
forma, a Embratel, seu proprietário, pode revender o satélite para um operador americano, a HSI,
tendo sido o mesmo reposicionado em 93.1oW, onde continua operando.

Figura 1A

Figura 1B

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1.4 Bases De Lançament os De Satélites

Os satélites de comunicações são lançados hoje de diversas bases existentes no mundo,


utilizando-se também de veículos lançadores de diversos fabricantes. As principais bases são as que
seguem:
v Baykonyr Cosmodrome, no Cazaquistão, que ut iliza os lançadores COSMOS, Proton e
Zenit
v Cabo Canaveral, na Flórida, USA, utilizando-se dos lançadores Atlas, Delta e STS
v Centro Espacial Guianês, nas Guianas Francesas, que tem como lançador o Ariane
v Jiuquan (Shuang Cheng Tsu), na China, que utiliza os foguetes Long March 2C e 2D
v Plesetsk Cosmodrome, na Ucrância, que utiliza, além do COSMOS e Proton, também o
Molnija, o Soyuz e o Tsiklon Além dessas, podemos enumerar outras bases menos significativas,
mas integrantes do fechado grupo de lançadoras de satélite, quais sejam:
v Centro Espacial de Kagoshima, em Uchinoura, no Japão, que utiliza o H-II e H-II
(NASDA)
v Palmachim, em Israel, que utiliza o Shavit
v Base de Sriharikota, em Andra Pradesh, na India, utilizando-se do lançador ASLV

1.5 Estações Terrenas de Comunicação Por Satélite

Uma Estação Terrena de Comunicação Por Satélite é um complexo de instalações e


equipamentos destinados a estabelecer comunicações com satélites, controlando o fluxo de
transmissões terra-satélite-terra-enlace de microondas. Vamos, neste caso, citar especificamente a
Estação Terrena da Embratel, localizada no Município de Itaboraí, Estado do Rio de Janeiro. Essa
Estação foi longamente responsável pelas comunicações do Brasil com o mundo, através do
Sistema Intelsat e outros. Não só levava ao exterior as nossas imagens geradas, como recebia do
exterior transmissão que eram distribuídas às Redes de Televisão. Foi graças à inauguração dessa
Estação que foi possível assistir ao vivo a chegada do primeiro homem na Lua, em 1969.
Existem Estações Terrenas que se prestam também às tarefas de rastreio, telemetria, controle
e monitoração de satélites em lançamentos realizados nas diversas bases de lançamentos existentes
no mundo. As Estações Terrenas mais estrategicamente localizadas, nesse aspecto, são as de Cabo
Canaveral/USA, Kouru/Guianas Francesas, Natal/Brasil, Ascenção/Ilhas, Fucino/Itália,
Paumalu/Hawai e Guaratiba/Brasil.
A Estação Terrena de Guaratiba, da Embratel, é um Centro de Controle de Posição Orbital
servindo ao Sistema de Brasileiro de Telecomunicações Via Satélite- SBTS.
A Intelsat que é hoje o maior empreendimento no campo das telecomunicações via satélite,
com mais de 130 consorciados, estabelece padrões para as Estações Terrenas, que estão
disponibilizados no seu endereço, na Web.

1.6 Centro De Controle De Posição Orbital

O CCPO é um conjunto de instalações, equipamentos e demais meios de telecomunicações


destinados ao rastreio, telemetria, controle e monitoragem de satélites de telecomunicações. Esta é a
definição oficial do Ministério das Comunicações.
Instalação que se enquadra nesta definição é a de Guaratiba, no Estado do Rio de Janeiro,
construída dentro do projeto de lançamento dos Satélites Brasilsat A1 e Brasilsat A2. O Centro de
Controle de Posição Orbital de Guaratiba pertence à Embratel e foi o responsável por dar suporte ao
lançamento das duas séries de satélites brasileiros ocorrido na Base de Kouru, nas Guianas
francesas. Após a colocação dos satélites na órbita de transferência, coube ao CCPO de Guaratiba

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elevar os mesmos, cada um por sua vez, até a suas posições definitivas na órbita geoestacionária, a
65o e 70o de longitude oeste e, durante a sua vida operacional, monitorá-los e mantê -los
estabilizados na correta posição orbital.

1.7 Veículos de Lançamento e de Posicionamento Em Órbita

Diversos são os veículos lançadores de satélites que disputam o mercado que movimenta
milhões de dólares. Muitos deles foram desenvolvidos dentro do programa espacial dos Estados
Unidos e então União Soviética. Outros foram desenvolvidos, por outros países, dentro dos seus
programas militares. Entre os veículos lançadores, podemos enumerar os seguintes:

v Atlas, fabricado pela Lockheed/Martin


v Ariane, fabricado pela Agência Espacial Européia
v ASLV, fabricado na Índia
v Cosmos, fabricado pela Ako Polyot, Omsk, Rússia
v Delta II, fabricado pela McDonnell Douglas
v LLV-1, fabricado pela Lockheed/Martin
v Long March, chinês fabricado pela Chine Great Wall Industry Corp
v Pegasus, fabricado pela Orbital Sciences Corp
v .Proton, fabricado pela Khrunichev, fabricado pelo Centro de Produção e Pesquisa
Espacial de Khrunichev/Rússia
v SAVIT, fabricado em Israel pela Israel Aircraft Industry, Inc.
v STS, fabricado nos Estados Unidos, dentro do Programa dos ônibus espaciais

Informações mais detalhadas sobre os veículos lançadores podem ser obtidas na Rede, sendo
sugerida uma visita aos sites da SSHP e do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, além de
visita aos sites dos fabricantes.

1.8 As Bandas de Frequências Em TV Satélite

Para o estabelecimento de um enlace em visada direta entre uma Estação de Terra e um


satélite, utilizam-se frequências na faixa de microondas, portanto, frequências muito elevadas e de
criticidade no seu manuseio e transporte. A União Internacional de Telecomunicação (UIT), com
sede em Genebra, na Suíça, que coordena a distribuição de frequências para telecomunicações,
estabeleceu algumas faixas de frequências para serem utilizadas universalmente para as
transmissões por satélite, com fins militares, comerciais e exploratórios do espaço. A nós nos
interessam as frequências utilizadas pela TV Satélite, ou seja, aquelas com fins apenas comerciais.
Por isso, somente delas trataremos, sabendo-se que existem outras faixas convencionadas e
distribuídas.
As faixas de frequências de nosso interesse estão listadas abaixo e correspondem àquelas
hoje em uso pelos satélites de comunicações:
Banda L - entre 0,5 GHz 1,5 GHz. Também referida a 950-1450 MHz, nas comunicações
móveis e no transporte entre LNB e receptor/sintonizador, nas instalações de TVRO.
Banda C - entre 4 GHz e 8 GHz. Padronizadamente os satélites usam 3,7-4,2 GHz, para o
enlace de descida e 5,925-6,425 GHz, para o enlace de subida
Banda Ku - entre 10,9 GHz e 17 GHz. Utilizada pelos satélites para os serviços
DBS/DTH.

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Banda Ka - entre 18 GHz e 31 GHz. Utilizada por alguns satélites nos serviços de
DBS/DTH.

A exploração da Banda C foi a que primeiro ocorreu. Nelas operam satélites mais antigos
em órbita terrestre. Esses satélites são aqueles que têm suas antenas com feixes globais,
hemisféricos e zonais. São satélites basicamente de fluxo internacional ou mesmo domésticos e
adequados para quando é extensa a sua área de cobertura, como ocorre com os satélites brasileiros,
BrasilSat B1 e BrasilSat B2. Uma grande maioria de satélites, no entanto, dispõem de transponderes
nas Bandas C e Banda Ku. Alguns na Banda Ka.
A exploração da Banda Ku, e também da Banda Ka, veio com o surgimento do Sistema de
Transmissão Direta à residências (DBS), a quem hoje denominamos DTH (Direct-To-Home). Essas
transmissões servem aos objetivos da TV por assinatura, em razão da possibilidade do uso de
menores diâmetros de antenas e da concentração da projeção do sinal sobre a superfície terrestre em
áreas mais restritas, sobretudo em áreas em que há uma grande concentração de países, como na
Europa, ou em áreas específicas de grande concentração populacional, como no Brasil é o eixo Rio-
São Paulo -Minas. Os satélites domésticos americanos geralmente dispõem de transponderes para
duas Bandas (C e Ku), porque grande é a demanda por sinais diferenciados em toda a extensão
territorial dos Estados Unidos.

1.9 Instalações de (Apenas) Recepção de TV


O que comumente denominamos TVRO (Tele Vision Receive Only) é uma instalação
dotada apenas de equipamentos que possibilitam a recepção de sinais transmitidos pelos satélites,
não sendo tais instalações capazes de transmitir sinais de terra aos satélites. Basicamente essa
instalação é constituída de:
v Antena refletora parabólica simétrica, assimétrica ou antena refletora esférica: A antena é
o elemento responsável pela captação do sinal do satélite, por conferir-lhe um ganho adequado e por
refletir o sinal, convergindo-o para o alimentador, colocado no seu foco único.
Quando o alimentador é colocado no foco da antena, ela é denominada antena ponto focal.
Quando se coloca no seu foco um subrefletor, geralmente hiperbólico, e no foco do subrefletor o
sistema alimentador, ela é do tipo Cassegrain.
A antena parabólica é dita simétrica quando a sua superfície refletora é o aproveitamento de
todo um parabolóide desenvolvido por um curva parabólica. Pode ser aberta, se revestida de tela ou
de chapa perfurada, e fechada, se feita de resina reforçada com fibra de vidro, de poliuretano
injetado, de alumínio repuxado ou prensado.
A antena parabólica é denominada assimétrica se todo o seu diâmetro refletor for recortado
de uma parte da superfície do parabolóide, ficando o seu foco aparentemente deslocado (offset),
possibilitando que se evite o bloqueio da frente de microonda, por parte do
alimentador/amplificador/conversor de baixo ruído.
A antena é esférica quando a sua superfície refletora é obtida de um esferóide. Nesse caso,
por ser esférica, a antena possui múltiplos focos e se presta a captar, numa mesma posição, o sinal
de vários satélites. A sua utilização, no entanto, não é muito difundida, em razão da aberração focal
que apresenta.
v Dispositivo de captação e alimentação do sinal com casador de polarização: Exatamente
no foco da antena tipo ponto focal, ou no foco do subrefletor da antena tipo Cassegrain, é colocado
o conjunto alimentador que, além de receber o sinal refletido pela superfície da antena, casa a sua
polarização com a polarização do sinal que se quer selecionar, numa dada freqüência, para, em
seguida, acoplá-lo ao amplificador de baixo ruído e conversor de freqüência (LNB). Embora o
alimentador, como guia de onda, possa ser trapezoidal quadrado ou retangular, cônico ou cilíndrico,
nas instalações de TVRO ele é geralmente cilíndrico, com anéis escalares, da forma como foi
originalmente desenvolvido pela Chaparral. Os anéis escalares têm a finalidade de captar o sinal
que se espalha do ponto focal.

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Quando o alimentador possui dispositivo de casamento de polarização (sonda giratória), o
sinal é acoplado ao LNB através de uma cavidade ressonante, possuindo apenas uma porta de RF.
Quando, numa instalação, não é possível utilizar-se dessa técnica para acoplar sinais de polarização
diferente, o alimentador é de acoplamento direto e possui duas portas de RF flangeadas que se
adaptam ao flange dos LNB's. Esse é o caso de se requerer a utilização simultânea de sinais
diferentemente polarizados, em dois pontos de sintonização distintos.
v Amplificador de baixo ruído, com conversão de frequência: Acoplado ao alimentador está
o amplificador de baixo ruído e conversor em bloco de freqüência (LNB - low noise block
downconverter). O LNB, além conferir uma amplificação mínima ao sinal, converte a freqüência
em bloco, para que seja transportada por cabo coaxial numa faixa me nos crítica. No caso da Banda
C, a faixa de sinal de 3700-4200 MHz é convertida para 950-1450 MHz pelo LNB e, nesta faixa de
freqüência, transportado ao receptor. O LNB é de baixo ruído, para que o seu nível, depois de
amplificado juntamente com o sinal, não cause dano à qualidade da imagem. Para uma qualidade
satisfatória de imagem, a relação portadora/ruído na saída do LNB deve ser de, no mínimo, 9 dB
(região do limiar de FM). A relação portador/ruído, para se conferir uma qualidade técnica ao sinal,
é de 3 dB acima do limiar de FM.
v Cabos de comando e cabos condutores de sinal: Para levar-se o sinal do LNB ao
receptor/sintonizador utiliza -se cabo coaxial, geralmente RG-59U. O cabo coaxial deve ser de boa
qualidade e que tenha uma baixa perda de inserção por metro linear. São utilizados, ainda, cabos de
controle para atuar no polarizador ou nos dispositivos de rastreio de satélites, no caso de antenas
posicionadas no montador polar.
v Conectores de interligação e dispositivos de chaveamento: São utilizados conectores
especiais, geralmente os tipo "F", na preparação dos cabos que interligam o LNB ao
receptor/sintonizador. Em instalações de múltiplos pontos de sintonia, com a utilização de só uma
antena, chaves eletrônicas são necessárias para comutar os sinais de polarização ortogonal vertical e
horizontal. Nesse caso, utiliza -se um guia de onda de alimentação direta e com duas portas de RF
flangeadas e ortogonais que se acoplam a dois LNB's.
v Dispositivos de posicionamento e alinhamento da antena: Para alinharem-se com um
determinado satélite ou para rastrearem os satélites presentes na órbita geoestacionária, no arco de
visibilidade, as antenas podem ser montadas em dois tipos de sistemas: o sistema azimute-elevação
e o sistema montador polar. No sistema azimute-elevação, a antena pode ser ajustada segundo um
ângulo de elevação acima do horizonte e segundo um ângulo de azimute e depois mantida fixa. No
sistema montador polar, a antena é montada em um eixo de giro que é ajustado para ficar paralelo
ao eixo da Terra, ou seja, com uma inclinação igual à latitude do local da instalação. Decorre daí a
denominação de montador polar. Nesse sistema, um braço atuador confere um movimento de giro à
antena, fazendo com que ela possa perceber uma órbita imaginária que seria paralela à órbita onde
estão os satélites. Para que a antena então perceba exatamente o Cinturão de Clarke, um pequeno
desvio angular é necessário entre sua placa de fundo e o eixo polar. A esse pequeno desvio
denomina-se ângulo de desvio (offset) e varia conforme a latitude do local da instalação.
v Equipamentos de decodificação do sinal: Nos casos em que o sinal de TV é transmitido de
forma codificada, torna-se necessário um equipamento decodificador que pode ser adquirido
diretamente da operadora ou de seus distribuidores autorizados. Somente com o uso do
decodificador habilitado é possível ver-se a imagem transmitida. Cada decodificador presta -se
apenas ao tipo de codificação utilizado pela operadora no envio de seus sinais ao satélite. A
habilitação do decodificador pode se dar através de um cartão, no próprio local da instalação de
TVRO, ou através de endereçamento que é feito de forma remota, pela operadora, no próprio sinal
transmitido ao satélite.
v Equipamento de tratamento do sinal na banda base (receptor/sintonizador):Para sintonia
do canal de TV desejado e para tratar o sinal na banda base é utilizado o receptor/sintonizador. O
receptor/sintonizador, além de sintonizar o canal de vídeo, sintoniza a portadora de áudio, ajusta a
largura de banda do canal, ajusta a polarização do alimentador na antena. Alguns receptores, no

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caso de transmissão codificada, trazem integrado o decodificador. O receptor/sintonizador pode ser
de controle e ajuste analógico ou de controle e ajuste digital, neste cas o de controle remoto. Alguns
receptores integram também dispositivo de rastreio de antena.
v Equipamento de controle de rastreio de satélites: Quando o receptor/sintonizador não
trouxer integrada a função de rastreio de satélites, nos casos em que a instalação de TVRO for
projetada tendo como objetivo essa facilidade, um equipamento separado (tracker) é necessário ser
acoplado à instalação de TVRO. Através desse equipamento, pode -se comandar remotamente o
movimento da antena no seu eixo polar, para varrer os satélites na órbita geoestacionária
v Equipamento de Transcodificação do Padrão de TV: A transcodificação do sinal é sempre
necessária, quando os sinais captados são transmitidos em padrões diferentes de televisão como
sejam o NTSC, o SECAM e o PAL, nas suas ramificações G, N e M e recebidos em um televisor de
padrão PAL-M, como no caso do Brasil. Sem a transcodificação, a imagem seria vista em preto e
branco e não em colorido. Quando a freqüência vertical fosse de 50 Hz, como no caso do padrão
SECAM, a imagem rolaria na tela sem a transcodificação e se a freqüência de varredura vertical do
receptor ficasse fixa em 60 Hz.
v Aparelho de televisão ou monitor de vídeo: O aparelho de televisão é onde a imagem
recebida do satélite será exibida e vista. O sinal pode chegar ao televisor modulado em RF, assim
procedendo do receptor/sintonizador ou em vídeo composto. Instalações profissionais utilizam-se
geralmente de um monitor de vídeo, ao invés de um aparelho convencional de televisão doméstica.

1.10 Transmissão Aberta e Transmissão Codificada

As transmissões de sinais dos satélites são, em certas condições, efetuadas de forma aberta,
ou seja, num formato tal que a sua recepção e o seu tratamento na banda-base possam ocorrer com o
uso de equipamentos convencionais, ou, em outras condições, de forma codificada, requerendo que
o seu aproveitamento como sinal visível e inteligível no monitor de vídeo só ocorra após a sua
passagem através de equipamentos de decodificação. No primeiro caso, dispondo-se de uma antena,
um sistema alimentador/polarizador e um receptor analógico ou um receptor de controle digital
convencional, além do monitor de TV ou do aparelho de televisão, a imagem transmitida é
perfeitamente vista. No segundo caso, os equipamentos citados não bastam. Necessário é acoplar-se
a eles um decodificador ou ter-se um receptor com decodificador integrado (IRD), sem o qual não é
possível traduzir o sinal em imagem perceptível ou inteligível. A obtenção de um decodificador, no
entanto, requer a compra de uma assinatura para acesso à programação transmitida. As redes
nacionais de televisão que buscam nos satélites um veículo de transporte de seus sinais aos
operadores locais que os retransmitem de forma convencional (off-air), via de regra não codificam
os seus sina is, o que possibilita a milhares de pessoas recebê-los diretamente, através de uma
instalação de TVRO, cujo componente mais visível é a antena parabólica. Por outro lado, os
programas gerados e remetidos aos satélites para atingirem somente os seus subscritores são sempre
codificados. De outra forma, não haveriam subscritores e todos poderiam receber abertamente os
seus sinais. Como exemplo disso, temos hoje no Brasil a GloboSat/Net Sat e a TVA/Digisat que
exploram serviços de TV por assinatura. A primeira codificando o sinal analógico e mantendo o
som aberto. A segunda digitalizando, comprimindo e codificando o sinal de vídeo. Por ser o sinal
digital, esta última pode transmitir vários canais em um só transponder. A transmissão de sinais
digitais será naturalmente uma tendência futura.

1.11 Satélites Cobrindo a Região do Oceano Atlântico

A Intelsat é um empreendimento internacional de cerca de 130 países que possuem ou


operam mais de 30 satélites da série Intelsat, o mais abrangente sistema comercial de satélites no

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mundo. Ao lado da Intelsat, outros consórcios operam satélites, além de grupos privados ou
entidades governamentais de vários países. Temos, depois do Intelsat, o Sistema Intersputinik, com
os satélites da série Gorizont, Raduga e outros. Destacam-se no front privado os satélites da série
PanamSat. Na área governamental, temos diversos satélites domésticos, dentre os quais se destacam
os da série Brasilsat, em operação hoje o B1 e o B1, pertencentes à Embratel.
De acordo com o que é convencionado pela International Telecomunication Union (ITU),
três são as regiões operacionais de coberturas pelos satélites de comunicação:
v A Região 1, que compreende a África, a Europa, o Leste da Europa que se estende até
toda a Sibéria
v A Região 2, que compreende todas as três Américas
v A Região 3, que compreende a Índia, A Ásia e a Oceania
Dentro de nosso interesse mais próximo que é a América do Sul, vamos listar basicamente
os satélites que servem à Região do Oceano Atlântico (AOR), na qual está inserido o Brasil.

Podemos verificar diretamente no endereço da Intelsat o seu Sistema Global de Satélites que
inclui os satélites das outras regiões.
Uma relação completa de satélites posicionados na órbita geoestacionária, entre os quais
todos os que cobrem a Améric a do Sul, pode ser vista no endereço da Sat-Net
Existem, finalmente, outros satélites que serão futuramente lançados, alguns dos quais a
serem posicionados em longitudes inseridas na Região do Oceano Atlântico.

1.12 Diagramas De Cobertura - Footprints


Todos os satélites de comunicação são idealizados e projetados para cobrirem determinadas
áreas da superfície terrestre e aquestre com seus sinais, de acordo com a demanda de recepção
existente ou de acordo com os objetivos que prevêem beneficiar determinadas áreas que tenham
potencial de demanda para os serviços que serão oferecidos. Para que ocorra essa cobertura, as
antenas dos satélites são projetadas e conformadas de modo a focarem os seus sinais como
requerido. O mapeamento geográfico que mostra graficamente quais são as áreas cobertas pelos
sinais de determinado satélite e como esses sinais se fazem presente em termos de níveis de
potência equivalente (efetiva) isotrópica radiada são denominados diagramas de cobertura, ou
diagramas de contorno, ou footprints, ou ainda pegadas do satélite. As antenas dos satélites
projetam o seu sinal sobre a superfície da Terra como um feixe de microonda, à semelhança de uma
lanterna projetando o seu facho luminoso sobre uma superfície. Esse feixe projetado sobre áreas da
supe rfície terrestre é denominado de pegada (footprint) e o mapa geográfico que destaca essa
pegada é denominado diagrama de cobertura ou diagrama de contorno. O formato e a abrangência
da pegada de um satélite é função da conformação e modelamento da antena do satélite. O feixe de
sinal que a antena projeta recebe então as seguintes denominações:
v Feixe Global, um feixe de transmissão da antena do satélite que cobre toda a área da
superfície terrestre a partir da qual o satélite pode ser percebido na órbita, ou seja, cobre um terço da
superfície do globo. Os feixes globais são normalmente direcionados para o meio do Oceano
Atlântico, do Pacífico e do Índico, sobre o equador terrestre.
v Feixe Hemisférico, se cobre um hemisfério, ou norte ou sul, ou este ou oeste
v Feixe Zonal, se cobre apenas uma determinada zona da superfície, como por exemplo
todo o Brasil
v Feixe Concentrado (spot), se cobre específica e reduzida superfície de um pais ou de um
continente.
Os diagramas de coberturas, além de delimitarem, na superfície terrestre, as áreas que são
alcançadas e beneficiadas pelos sinais dos satélites, também especificam o nível de EIRP presente
em cada ponto da cobertura, observando-se que ocorre uma degradação da potência do sinal a partir
do centro da pegada para a sua periferia.

9
É a partir da leitura dos diagramas de cobertura que o projetista de uma instalação de TVRO
obtém informações para determinar o diâmetro de antena adequado para conferir à recepção uma
relação portadora/ruído satisfatória e um nível de potência mínima de 3dB acima do limiar
(threshold) de FM, capaz de conferir à imagem qualidade satisfatória, sobretudo se a sua aplicação
for comercial.
Os diagramas de cobertura podem ser obtidos em algumas publicações especializadas ou
diretamente dos proprietários dos satélites. Alguns endereços da Web disponibilizam alguns
diagramas de satélites.

1.13 TV Satélite Aberta e TV Por Assinatura


A TV por assinatura é um serviço oferecido por empresas, não necessariamente operadoras
de televisão, as quais gerando ou comprando programas gerados e filmes, entregam-nos, com um
determinado tipo de codificação, diretamente nas residências ou nos locais que dispõem de uma
instalação de TVRO. Os sinais, nesses serviços, são codificados como forma de garantir aos
comercializadores o recebimento do pagamento de seus subscritores por esses seus serviços. É isso
que caracteriza a TV por assinatura.
A TV por assinatura tanto pode explorar as transmissões na Banda C, na Banda Ku, ou na
Banda Ka. No Brasil, temos hoje a TVA/ Digisat e a Globosat/Net Sat oferecendo serviços de TV
por assinatura, utilizando-se do Brasilsat B1. A primeira transmite sinal analógico padrão de TV e o
codifica. A segunda utiliza a digitalização e compressão de vídeo, antes da codificação. Para
recepção de seus sinais, torna -se necessário a aquisição ou locação de um decodificador, geralmente
do tipo integrado (IRD - integrated receiver/decoder). Todas as duas empresas, nesse caso, estão
utilizando de transponderes do Brasilsat B1. Acha-se, por outro lado, em fase de implantação do
Serviço DBS (Direct Broadcasting Satellite) em Banda Ku, também de TV por assinatura e pay-per-
view, a ser explorado, de um lado pela Galaxy Latin America/DirectTV e de outro lado pela Net-
Sat/Sky/Gradiente. Enquanto a Net-Sat utilizará satélite da série Panamsat, a Galaxy/DirectTV já
está utilizando o Galaxy III-R, estacionado a 95 o W. Na exploração dos Serviços DBS em Banda
Ku, todas os dois conglomerados de empresas utilizarão sinal digitalizado, comprimido e
codificado, podendo, nesse caso, serem transmitidos diversos canais por cada transponder alocado

10
nos satélites.

1.13.1 Sistemas De Codificação E Seus Desafiantes

Existem diversos sistemas de codificação de sinal em TV Satélite. O objetivo da codificação


é preservar que aqueles que não são subscritores dos programas possam recebê-los sem paga pelos
serviços oferecidos.
Da mesma forma que os sinais são codificados antes de transmitidos aos satélites, eles
precisam ser decodificados quando captados em uma instalação de TVRO, para serem visíveis na
tela de um televisor. Assim, os equipamentos e sistemas a que esta matéria se referir são tantos os
codificadores como os decodificadores.
Como os sistemas de codificação/decodificação são desenvolvidos basicamente no exterior,
trataremos desses sistemas que, quando necessitados pelos operadores de TV Satélite no Brasil, são
então licenciados.
O sistema mais utilizado pelos operadores nos Estados Unidos é o VideoCipher/DigiCipher,
desenvolvido pela General Instruments.
O VideoCipher One é utilizado pela CBS e pela Principal Liga de Basquetebol. Em geral, o
som não é codificado e a imagem é vista como se fossem ondulações.
Como forma de evitar a pirataria, a General Instrument lançou o VC -II+ e deverá lançar um
sistema mais seguro, o VC-II+, na versão RS (segurança renovável) que exige do subscritor o uso
de cartões de crédito com chip embutido no mesmo. Por isso, ou seja, como a tecnologia de
codificação/decodificação muda rapidamente, decodificadores mais antigos não funcionarão diante
de novos padrões que estão sendo estabelecidos com o fito de enfatizar a segurança dos sistemas.
No Canadá, o mais popular sistema sendo utilizado é o OAK -Orion. Existe uma outra versão
do sistema OAK: o OAK-Sinewave, com diferença entre elas. O OAK-Orion tem alguma
semelhança com o VideoCipher, exceto que o OAK-Orion inclue um bit de inversão, em uma das
linhas no intervalo vertical, para indicar ao decodificador se ele deve operar em vídeo normal ou em
vídeo invertido. Já o OAK -Sinewave coloca uma grande onda senoidal na imagem positiva e
enlouquece o sincronismo horizontal, fazendo com que a imagem fique completamente
degenerada.O OAK-Sinewave tem sempre o som claro, enquanto que o OAK-Orion tem o som no
sincronismo, assim como o VideoCipher também tem.
Um sistema de codificação bastante utilizado, inclusive no Brasil, é o MAC (Multiplexed
Analog Component) que tem algumas variantes. O B-MAC é utilizados pelo Serviço de Rádio e
Televisão das Forças Americanas (AFRTS), por exemplo. Dependendo do número de linhas de
varredura horizontal do padrão de TV utilizado, essas variantes podem ser B-MAC 525 e B-MAC
625. Uma outra variante do MAC é o D2-MAC.
Da mesma forma que, nos primórdios da TV satélite, engenheiros e aficcionados que,
tentando como que provar a si mesmos que seriam capazes de captar os sinais dos satélites no
ambiente mais doméstico, deram ensejo ao surgimento da exploração de serviços de satélites de
transmissão direta (DBS e DTH), atualmente já praticamente consolidados, também outros
engenheir os, técnicos e aficionados lançam-se hoje na tentativa de construírem equipamentos
capazes de decodificar os sinais não abertos, enfrentando obviamente uma condição mais adversa,
pela capacidade de a tecnologia de codificação mudar-se rapidamente ou de os sistemas de
codificação variarem seus parâmetros de forma desavisada.

1.13.2 As Páginas Mais Quentes Na Web

Podemos levantar centenas de páginas na Web de caráter comercial, educativo e científico


sobre TV satélite e especialmente sobre TVRO. Basta que se tenha a disposição para a navegação e
pesquisa. Existem grupos de discussão com os quais é possível buscar uma integração. Existem

11
aficionados e hobbistas divulgando suas páginas. Existem indústrias de componentes e prestadores
de serviços divulgando seus produtos. Portanto, tudo o que se queira sobre o assunto pode ser
encontrado na grande Teia.
Neste nosso trabalho de compilação, vamos dar algumas indicações de endereços que podem
ser visitados pelos navegadores interessados no assunto. Veja, então, as melhores sugestões de
endereços:
v Swedish MicroWave
v Miralite Communications
v Intelsat
v Galaxy Latin America
v Real World Technology
v Satco DX
v PanAmSat
v Embratel
v US Air Force News Service
v Vista Satellite Communications, Inc.
v New Mexico Internet Access
v Jack's Satellite Television
v FCC
v Ireland's Videocrypt Page
v Houston Control B-MAC Page
v Swedish Satellite TV
v Satelliten-Daten
v Satellite TV and TVRO Info
v NASA

2 COMPONENTES DO SISTEMA

2.1 ANTENAS

2.1.1 Objetivo

Uma antena de satélite intercepta a transmissão de mícroondas extremamente fracas de um


satélite apontado e reflete o sinal ao seu ponto de foco, onde se encontra o “feedhorn”, o
alimentador. Este é o processo que concentra o sinal de forma que a necessária potência fiq ue
disponível aos componentes eletrônicos subsequentes.

A qualidade de uma antena de satélite, mais comumente chamada de prato é determinada


pela forma como ela aponta um satélite e concentra o sinal desejado, e pela forma como ela ignora
os ruídos e as interferências indesejáveis. Estes objetivos aparentemente simples têm sido por
muitos anoso principal tema de uma disciplina independente do campo científico e técnico. As
antenas devem ser duráveis e capazes de resistir tanto ao vento como a qualquer outra força, natural
ou artificial. De forma a poder competir no mercado, elas devem também ser esteticamente atrativas
e econômicas. A partir de outubro de 1979 quando a FCC deixou de regular nos Estados Unidos os

12
sistemas exclusivamente receptores, foi incitado o rápido crescimento da indústria de televisão
doméstica via satélite e, muitas empresas grandes e pequenas têm com sucesso alcançado estes
objetivos.

2.1.2 Tipos de Antenas

A maioria das antenas de microondas utilizada atualmente em estações receptoras terrestres


é desenhada com base na combinação de superfícies circulares e parabólicas, que são formatos
geométricos familiares, inicialmente descobertos pelos gregos antigos. Todas as microondas
refletidas destas superfícies serão concentradas em um ponto ou uma série de pontos chamados
"pontos focais".

2.1.2.1 Parábola de Foco Principal

A parábola de foco principal é sem dúvida o prato mais comum na indústria de televisão via
satélite, o qual teoricamente focaliza, a um único ponto, todos os sinais recebidos em uma direção
paralela ao seu eixo. Todos os outros sinais que se originam de outras direções que não são daquela
do satélite apontado, serão refletidos fora de seu ponto focal (veja a Figura 4).

Na realidade, este prato não se comporta segundo a teoria por três razões. Primeira, o
equipamento montado no foco da antena se extende ao redor do ponto focal de modo que intercepta
algumas das microondas de direções ligeiramente desviadas do foco. Segundo, as irregularidades no
formato da superfície geram erros de forma que alguns sinais fora do eixo são detectados e alguns
sinais apontados passam sem serem observados. Terceiro, os pratos simples mente não se
comportam tão perfeitamente quanto dita a geometria de rastreios de raios, porque a radiação por
eles interceptada se comporta conforme os princípios de ondas e sempre ocorre alguma expansão do
sinal ao redor das bordas.

2.1.2.2 Parábola de Alimentador Deslocado (Offset)

Uma antena parabólica de alimentador deslocado é construída utilizando-se somente uma


parte de uma parábola de foco principal. O conjunto de alimentador permanece no foco do prato
parabólico original maior e parece se deslocar da parte da superfície refletora usada. Nesta
configuração, o conjunto de alimentador não bloqueia os sinais de chegada (veja a Figura 5).

13
Embora os pratos de alimentador deslocado têm sido raramente utilizados em instalações de
televisão doméstica via satélite na América do Norte, esta variedade é a mais popular para a
recepção das transmissões em faixa Ku na Europa (veja a Figura 2-5). Estas antenas, as quais
possuem em média de 30 a 20 centímetros de diâmetro são menos incômodas que suas enormes
correspondentes em faixa c. Estes tipos de construções são mais fáceis porque a estrutura que
mantém o alimentador deslocado é basta nte curta e pode ser construída de maneira suficientemente
rígida.
Os pratos deslocados estão apontados em direção ao arco dos satélites a um ângulo mais

acentuado do que os de foco principal.

2.1.2.3 A Parabólica Cassegrain

A antena Cassegrain também possui uma superfície parabólica, porém redirige a radiação
através de uma segunda superfície refletora, o sub-refletor hiperbólico, a um guia de ondas a um
LNB montado na parte traseira do prato. Em regiões de clima extremamente quente, as estações
terrestres que utilizam as antenas Cassegrains funcionam mais efetivamente do que as estações com
antenas de foco principal, porque o LNB est5 instalado na parte traseira da antena e não em seu
foco, ficando, desta forma, protegido contra a exposição direta da energia solar (veja as Figuras 6).
As antenas Cassegrains são com umente mais caras do que as de foco principal comuns, e

14
são comumente encontradas em instalações comerciais.

2.1.2.4 Antenas de Superfície Plana

Embora as antenas de superfície plana não sejam atualmente amplamente utilizadas para os
sistemas de satélite domésticos, alguns modelos existem comercialmente. Estas antenas inovadoras
são baseadas em uma técnica óptica conhecida como reflexões Fresnel. Uma série de anéis
concêntricos os quais são opacos à radiação quando sobrepostos em uma chapa transparente cria
uma lente que é capaz de focalizar microondas. Se os anéis concêntricos forem elongados em um
conjunto de elipses, os sinais recebidos fora da mira pelo centro podem ainda ser focalizados a um
ponto atrás da configuração de Fresnel.

Se uma configuração negativa for utilizada no local onde os anéis concêntricos se tornam
transparentes e onde o intervalo entre os anéis sejam opacos, então uma chapa refletor colocada
atrás deste conjunto refletirá os sinais de satélites a um alimentador localizado na parte dianteira da
antena.

Ambos os modelos possuem algumas vantagens. A mesma configuração elíptica pode ser
utilizada dentro de um raio de aproximadamente 480 km. Configurações elípticas ligeiramente
difere ntes podem ser criadas par regiões mais distantes. Dado a configuração adequada, a
transmissão assim corno a reflexão podem ser embutidas na superfície de montagem.

2.2 Antenas de Uso Especial

2.2.1 Antena de Múltiplos Focos

Desenvolveu-se pratos de múltiplos focos para permitir que mais de um satélite seja
simultaneamente detectado por uma antena fixa.
Por outro lado, a maioria dos pratos de foco principal são reposicionados por atuadores para
que possam receber sinais de um satélite por vez.

As antenas de múltiplos focos mais comuns incorporam variações das superfícies dos tipos
parabólicos e esféricos (veja a Figura 8). Em todos os casos, estes pratos são apontados para o arco
de satélites, e o sinal refletido de cada veículo espacial é focalizado a uma série de alimentadores.
Por exemplo, a antena Simulsat de 5 metros, cortada de uma seção retangular de uma esfera com
alimentadores montados em uma caixa longa na linha focal, detecta simultaneamente até 35
satélites dentro de um arco de 700 (a um rendimento de 44 dB). Outro exemplo é a antena Torus

15
que é um refletor de curvatura dupla tendo uma seção transversal circular ao longo do arco de
satélites e um contorno parabólico em ângulos retos.

Um prato parabólico de foco único comum pode também ser utilizado em uma configuração
de múltiplos focos onde um ou dois alimentadores e LNBs adicionais são deslocados em qualquer
um dos lados do alimentador central. Neste caso, a recepção dos sinais não é tão “limpa” porque
reflexões de diferentes partes da antena viajam distâncias ligeiramente diferentes para alcançar estas
alimentações adicionais. Este é o caso de todos os pratos de múltiplos focos. A conseqüente
diminuição do desempenho pode ser parcialmente superada pelo uso de um refletor ligeiramente
maior. Assim, uma antena de 3,6 a 4,9 metros de diâmetro pode então ser capaz de enxergar
simultaneamente mais de um satélite com o mínimo de deterioração do desempenho.

As antenas de múltiplos focos são quase sempre encontradas em instalações comerciais tais
como as cabeças de linha das companhias de televisão por cabos ou em complexos residenciais.
Elas são peças curiosas para os entusiastas de televisão doméstica via satélite.

2.2.2 A Antena em Forma de Chifre

O refletor em forma de chifre envia a um foco sinais interceptados ingressando através de


abertura larga no corpo refletor do chifre. Assim todo o corpo do chifre executa a mesma função do
alimentador e do prato para um prato de foco principal ou uma antena Cassegrain (veja a Figura 9).
Este tipo de antena é quase sempre instalada em retransmissões de "line of-sight (linha de mira)

16
utilizadas por portadores de telefone, vídeo ou transmissões de dados terrestres comuns.

2.3 Desempenho da Antena

O desempenho da antena é determinado por vários fatores relacionados entre si, incluindo
rendimento e eficiência, largura de feixe, lóbulos laterais, temperatura de ruído e razão f/D. In-
felizmente, muitos fabricantes de pratos não possuem os equipamentos ou o desejo para medir
adequadamente estes fatores de desempenho. Entretanto, até que se estabeleça organizações
independentes e econômicas para testes, os consumidores e os concessionários de satélite podem
efetuar um trabalho bastante razoável na avaliação dos pratos com o conhecimento da teoria básica
e a concepção do desenho e fabricação das antenas.

2.4 Ganho da Antena

O ganho das antenas indica o fator pelo qual as microondas interceptadas são concentradas
quando as mesmas atingem o alimentador. O ganho depende de três fatores. Primeiro, na medida
em que a superfície refle tora do prato aumenta, maior quantidade de radiação pode ser interceptada,
e desta forma, o ganho também aumenta. Assim, se a área de uma antena for dobrada, o ganho
também aumenta por um fator de dois. Por exemplo, um prato de 3,6 metros possui 44% mais
ganho do que um de 3 metros porque a área refletora aumenta como quadrado de seu diâmetro (12x
12 = 144 comparado com 10x 10=100)

Segundo, o ganho aumenta com a freqüência. Microondas de freqüências mais altas não se
estendem da mesma forma que se estendem as ondas em água, mas são mais facilmente focalizadas
em linhas retas como os feixes de luz. Esta é uma das razões porque os sistemas de difusão direta
em faixa Ku, os quais operam em 12GHz em vez de 4GHz podem ser captados por pratos menores.

Terceiro, o ganho é determinado pela exatidão geométrica da fabricação da superfície de


uma antena. Mesmo pequenas distorções na precisão da superfície de um prato podem causar
substanciais perdas de sinais (veja a Tabela 2-1). Desta forma, uma antena que possua ondulações
em sua superfície não se comportará tão bem quanto aquela com uma superfície lisa e com formato
mais de acordo com seu desenho. Este é especialmente o caso das altas freqüências em faixa Ku.

Tabela 2 -1. Perda de ganho


devido a distorção da superfície.
Microondas em banda C
Distorção média Perda
da Superfície de
(cm) Ganho%

0,03 3,5

0,15 16

0,25 26

0,50 44

17
EQUAÇÕES PARA ALINHAMENTOS DE ANTENAS PARABÓLICAS

ângulo de elevação

Azimute
tan vs−vt ( )
A Z = arctg − sin ht
Elevação

cos(vs−vt ). cos ht−0,1769


EL = arctg
1−[cos(vs−vt ). cos ht ] 2

Onde:
θt =latitude da estação terrena
φt =longitude da estação terrena
φs =longitude do satélite

Glossário de TV Satélite

ABERTURA - a área da seção transversal da antena que está submetida ao sinal do satélite.
ATENUAÇÃO - perda de potência do sinal eletromagnético, entre os pontos de transmissão
e de recepção.
ALIMENTADOR - dispositivo utilizado em instalação de microondas, sobretudo nas
antenas de recepção e transmissão, o qual tem a tarefa de captar o sinal recebido, ou alimentar o
sinal a ser transmitido. Também referido como iluminador.
ALIMENTADOR ESCALAR - aquele que utiliza um dispositivo com anéis concêntricos
para capturar os sinais refletidos para fora do ponto focal de uma antena parabólica.
AMPLIFICADOR DE BAIXO RUÍDO - dispositivo amplificador ativo de baixo ruído
intrínseco, utilizado nas antenas de recepção de sinais de satélites.
ANALÓGICO- diz-se do modo de transmitir informações caracterizado por quantidades
continuamente variáveis.
ANTENA CASSEGRAIN- uma antena que utiliza um subrefletor colocado no ponto focal,
para refletir o sinal para um alimentador colocado no foco do subrefletor.
ANTENA ESFÉRICA - antena refletora multifoco, conformada a partir de uma curva
esférica.

18
ANTENA OFFSET - antena parabólica assimétrica, cortada de uma seção da superfície do
parabolóide de conformação da antena parabólica simétrica.
ANTENA PARABÓLICA - antena refletora unifocal, conformada a partir de uma curva
parabólica.
AZIMUTE - o ângulo de rotação horizontal, medido no sentido dos ponteiros do relógio, a
partir de uma direção da antena que aponta o norte verdadeiro, marcado zero grau, e outra direção
da antena que aponta um determinado satélite.
B-MAC - método de codificação de sinal de satélite utilizado por diversas operadoras de TV
Satélite. Nesse método, os componentes analógicos são multiplexados.
BANDA BASE - o sinal básico de saída em um circuito de freqüência intermediária e obtido
diretamente de uma câmera de televisão, de um receptor/sintonizador de TV satélite ou de um
gravador de vídeo. O sinal de banda base pode ser visualizado em um monitor de vídeo. Para ser
visto em um aparelho convencional de televisão é necessário ser modulado em RF, para um dos
canais sintonizáveis em VHF ou UHF
BANDA C - a banda de freqüência utilizada nas transmissões via satélite, entre 4000 MHz e
8000 MHz.
BANDA DE GUARDA - o espaço de freqüência não utilizável alocado entre dois canais
adjacentes de televisão, para prevenir a interferência de um no outro.
BANDA Ka - a faixa de freqüência utilizada nas transmissões por satélites e que vai de
18000 Mhz a 31000 Mhz.
BANDA Ku - a faixa de freqüência utilizada nas transmissões por satélites e que vai de
10900 Mhz até 17000 MHz.
BANDA L - a faixa de freqüência usada nas comunicações móveis e que vai de 500 MHz a
1450 MHz.
C/N - Veja Relação Portadora/Ruído
CANAL DE GUARDA - veja BANDA DE GUARDA.
CINTURÃO DE CLARKE - é a órbita geoestacionária, em homenagem a Arthur C. Clarke,
onde estão localizados os satélites de comunicação, formando um cinturão em torno do planeta
Terra.
CONV ERSÃO DE FREQUÊNCIA EM BLOCO - o processo pelo qual a freqüência do
sinal do satélite recebido pela antena é trazido a um nível menor. No caso da Banda C, a faixa de
freqüência de 3700-4200 MHz é convertida, no LNB, para 950-1450 MHz.
dB - dimensional de DECIBEL.
dBi - a potência de um sinal, tomada em relação a uma fonte isotrópica.
DBS (Direct Broadcast System) - diz-se do sistema liberado nos Estados unidos pelo FCC,
para exploração das transmissões cujo alvo eram as residências.
dBw - a relação entre a potência e 1 watt, expressa em decibel.
DECIBEL - unidade padrão de medida, utilizada para expressar a relação entre dois níveis
de potência.
DECLINAÇÃO - ângulo sob o qual a antena se desvia do eixo no seu montador polar. Ele é
medido no plano meridiano, entre o plano equatorial e a direção principal da antena.
DIGITAL - diz-se da conversão de informação em bits de dados, para transmissão através de
cabos, fibra ótica, satélites ou outras técnicas.
DISTÂNCIA FOCAL - a distância medida no eixo da antena, desde o seu centro até o
centro de fase do alimentador.
DTH (DIRECT-TO-HOME) - diz-se da transmissão via satélite que tem como alvo as
residências, como é a TV por assinatura.
EIRP - potência efetiva (ou equivalente) isotrópica radiada. É a intensidade do sinal que
deixa a antena do satélite ou a antena da Estação Terrena e é usada para determinar a relação
portadora/ruído e a relação sinal/ruído. O valor da potência de transmissão, expresso em dBw, é o
produto da potência de saída do transponder pelo ganho da antena de transmissão do satélite.

19
ELEVAÇÃO - o ângulo acima do horizonte, medido em graus, necessário para colocar a
antena alinhada com o satélite, no seu movimento num plano vertical.
ENLACE - é o caminho percorrido pelo sinal, ou a ligação, em linha de visada direta ou
indireta, entre dois pontos de transmissão e de recepção de microondas, através de antenas ou de
diretores/refletores.
ENLACE DE SUBIDA - é a ligação entre as antenas de uma estação transmissora de Terra e
as antenas de um satélite de comunicação.
ENLACE DE DESCIDA - é a ligação entre as antenas transmissoras de um satélite de
comunicação e as antenas receptoras de uma Estação Terrena.
FIGURA DE MÉRITO (G/T) - é a relação, expressa em dB, entre o ganho líquido de um
sistema e a sua temperatura de ruído. Quanto maior a figura de mérito de um sistema, melhor o
sistema.
FREQUÊNCIA DA PORTADORA - a freqüência na qual o sinal de rádio, de televisão e de
telefonia é transmitido.
GANHO - medida de amplificação de um sinal, expressa em dB.
GEOESTACIONÁRIA - diz-se da órbita, no plano do equador terrestre, cujos satélites ali
posicionados evoluem em sincronismo com o movimento de rotação da Terra.
GEOESTACIONÁRIO - diz-se do satélite de comunicação posicionado na órbita
geoestacionária.
INCLINAÇÃO - o ângulo entre o plano orbital de um satélite e o plano equatorial da Terra.
GEOSSÍNCRONA - diz-se da órbita circular, Cinturão de Clarke, no plano do equador
terrestre, a uma altitude de aproximadamente 35800 km.
GLOBAL - diz-se do feixe de sinal transmitido por uma antena padrão de satélite, conforme
utilizado, por exemplo, pelos satélites Intelsat, e que possibilita cobrir um terço da superfície da
Terra, com foco no centro dos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.
ISOTRÓPICA - diz-se de uma antena omnidirecional padrão hipotética, de fonte pontual,
que serve de referência para medir o ganho de qualquer antena.
LARGURA DE BANDA - uma medida da capacidade ou do uso do espectro de freqüência
por um sistema de transmissão ou a largura de faixa de passagem requerida pelo sistema.
LIMIAR DE FM (FM THRESHOLD) - o ponto no qual a potência do sinal de entrada é
suficientemente forte para possibilitar ao circuito demodulador detectar com sucesso e recuperar
com satisfatória qualidade a imagem de televisão modulada na portadora de vídeo. Um sinal típico
de TV satélite pode produzir uma imagem satisfatória a partir de uma relação portadora/ruído de
7dB. Para uma imagem de qualidade técnica, essa relação deve ser acima de 9dB e, para garantia
dessa relação, as instalações de TVRO devem ser calculadas para terem uma relação de 12 dB.
MAC - Multiplexação de Componentes Análogicos. Sistema de codificação de sinal de
televisão utilizado por várias operadoras. Dependendo dos métodos utilizados para transmitirem os
sinais de áudio, vídeo e dados, temos as variantes A, B, C e D2.
MEIO-TRANSPÔNDER - é o método de transmissão de dois sinais de TV através de um
único transponder, pela redução do nível de potência e desvio de FM. As portadoras de TV em
meio-transponder operam tipicamente com 4 dB a 7 dB abaixo da potência de saturação de uma
portadora única, no caso de transponder cheio.
MMDS - Sistema Multicanal de Distribuição de Microondas, utilizado pela TV a cabo, para
prover os seus subscritores com sinal de televisão.
MODULAÇÃO - o processo de transmitir um sinal de uma informação, acoplado a uma
freqüência central dita portadora.
MONTADOR AZ/EL - um sistema de montagem da antena no pedestal que requer dois
ajustes separados (azimute e elevação), para alinhar-se com um satélite.
MONTADOR POLAR - um sistema de montagem da antena no pedestal, fazendo com que a
mesma gire em um eixo paralelo ao eixo polar da Terra.
MULTIPLEXAÇÃO - técnica que possibilita um número simultâneo de transmissões,
utilizando-se de um único circuito.

20
PEGADA DE UM SATÉLITE - o mapeamento da intensidade do sinal de um satélite, em
potência isotrópica equivalente radiada, projetada na superfície da Terra. O diagrama mostrando a
pegada do satélite é dito de contorno ou de cobertura.
POLARIZAÇÃO - uma técnica de transmissão utilizada pelos satélites para permitir um
aumento de capacidade de alocação de transponderes numa dada faixa de freqüência. Por essa
técnica, é possível a reutilização de freqüência, na transmissão.
POLARIZAÇÃO CIRCULAR - modo pelo qual o campo eletromagnético do sinal de um
satélite se propaga, na transmissão, evoluindo em rotação no sentido do ponteiro do relógio (circular
à direita) ou no sentido oposto (circular à esquerda).
POLARIZAÇÃO LINEAR - modo pelo qual o campo eletromagnético do sinal de um
satélite se propaga, na transmissão, evoluindo ortogonalmente (na vertical ou na horizontal).
PONTO FOCAL - diz-se da antena que tem o seu alimentador colocado diretamente no seu
foco geométrico.
PORTADORA - o sinal básico em rádio, televisão e telefonia, centro da freqüência de
transmissão. O sinal da portadora pode ser modulado em amplitude (AM) ou modulado em
freqüência (FM), nos sistemas analógicos. O sinal dos satélites que operam no modo analógico é
modulado em freqüência (FM).
RELAÇÃO PORTADORA/RUÍDO (C/N) - a relação entre a potência da portadora, na
recepção, e a potência do ruído, numa dada largura de banda, expressa em dB.
REUTILIZAÇÃO DE FREQUÊNCIA - é a utilização simultânea de uma mesma freqüência
na transmissão, por transponderes adjacentes em TV satélites, através de polarização diferenciada
dos sinais transmitidos.
RUÍDO - energia gerada no interior de um componente eletrônico, em decorrência do
movimento dos elétrons. A depender do nível dessa energia, ela passa a ser indesejada e prejudicial
à informação transmitida.
SÍNCRONA - diz-se da órbita, no plano do equador terrestre, cujos satélites ali posicionados
evoluem em sincronismo com o movimento de rotação da Terra.
SÍNCRONO - diz-se do satélite de comunicação posicionado na órbita síncrona.
SUB-PORTADORA DE ÁUDIO - a portadora entre 5 Mhz e 8 Mhz que contém, na forma
modulada, a informação de áudio, dentro da portadora de vídeo.
TRANSPÔNDER - é a parte componente do satélite de comunicação projetada para receber
o sinal proveniente de Terra, reprocessá-lo e torná-lo em condições de ser retransmitido à Terra em
outra freqüência mais baixa. É uma combinação, pois, de receptor, conversor de freqüência e
equipamento transmissor.
TVRO - diz-se da instalação que apenas recebe sinais dos satélites, mas não são capazes de
transmiti-los aos satélites. Geralmente são as instalações domésticas. Mas também são as
instalações em operadores de TV convencional e TV a cabo que utilizam-se delas para receber os
sinais a serem distribuídos.
VIDEOCIPHER - Divisão da General Instruments, empresa americana que desenvolveu o
DigiCipher, o seu sistema de compressão de vídeo.
VIDEOCRYPT - é um sistema de acesso condicional desenvolvido pela News
Datacom/Thomson.
VIDEOGUARD - sistema de acesso condicional, em se relacionando a codificação de sinal,
desenvolvido pela News Datacom/Thompson e compatível com o sistema D2-MAC.
Bibliografia Técnica

v Sistema Brasileiro de Telecomunicações Via Satélite - SBTS, Descrição Técnica, Empresa


Brasileira de Telecomunicações S/A - Embratel, Rio de Janeiro, 1985
v Long, Mark - World Satellite Almanac, Howard W. Sams, Inc. 1991
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