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Curso: Licenciatura em Filosofia

Disciplina: Filosofia Moderna


Turma: 4º semestre
Data: 20 de março de 2023
Professor: Dr. Daniel Nery da Cruz
Aluno: Joelson Carvalho Rodrigues

TRABALHO AVALIATIVO DA I UNIDADE

Questão: O problema do conhecimento ganha novo status na modernidade com


John Locke, filósofo empirista, considerado o iniciador da teoria do conhecimento. No
Ensaio Acerca do Entendimento Humano, investigou a natureza, a origem e o alcance do
conhecimento humano. Com base no capítulo I dessa obra de Locke, construa uma
reflexão com argumentos que fortalecem a doutrina das ideias pelo empirismo em
contraponto a doutrina das ideias inatas de Platão e Descartes.
1. Dentro da modernidade, algumas escolas procuraram uma linha de raciocínio para
buscar conhecer as coisas, ou melhor, para descobrir como conhecemos. Penso eu, que na
verdade não haverá uma ideia distinta acerca disso, do conhecimento, afinal, como o
conhecimento busca conhecer o próprio conhecimento? Ao menos me parece uma coisa
paradoxal, que cairá sempre em becos sem saídas, e, se refuto apenas uma palavra do que um
ou outro defende, destruo logo todo seu argumento, pois a maneira de conhecer não é essa a
qual se acha que conhece, afinal se a fosse, ela seria sustentada com respostas bem
argumentas até o fim dos meus questionamentos, que também devem ser argumentados, afim
de não tornar-me um cético.
2. Mesmo em meio a tantas conturbações que as vezes os pensamentos filosóficos me
colocam, posso aqui ou ali procurar conciliar perspectivas ou mesmo criar uma filosofia com
seus significados, afinal, somos filósofos ou comentadores de filósofos? Faço filosofia porque
me questiono a todo o tempo, buscando um esclarecimento, afinal, acho verdade uma palavra
forte. Locke defende sua teoria racionalista buscando contrapor Descartes, com suas ideias
inatas, afirmava que a razão e o conhecimento de Deus já estavam impressos em nós desde o

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nascimento. John derruba veemente essa possibilidade, a de que nós só podemos conhecer por
meio da experiência.
3. Através de pensamentos simples, posso notar que a filosofia inatista é ainda mais
tola que a empirista, entretanto, por ter que defender uma ramificação, salvaguarda a filosofia
empirista. Tudo que apreendemos passa pela experiência, o homem sozinho, sem experiência,
sem a relação com o objeto intermediado pela imagem e pelo processo indutivo, nada
aprende. Nós dependemos de um mundo e uma sociedade para que busquemos nossos
fundamentos, afinal, se minhas ideias fossem de fato inatas, jamais estaria duvidando dessa
possibilidade, de que pode haver outra maneira de conhecer a não ser as ideias inatas, afinal, o
criador colocaria essa contradição em minha mente? Se posso pensar que existe outra
possibilidade a não ser esta, logo essa não é a realidade da verdade acerca do conhecimento.
4. O inatismo é mais confortável de permanecer pois o dá um sentido de vida, os
homens não compreendem que nem tudo é possível conhecer, e para aliviar essa angustia de
impotência transmitem esse sentimento para um Pai Criador, que de tudo cuida e que aqui me
faz relembrar das coisas do mundo modelo, seria a vida na terra uma peregrinação de
rememoração.
5. Ao invés de me dar a árdua tarefa de cair em problemas por defender a corrente
inatista, determino logo, que há coisas que não tenho como explicar, que não posso conhecer,
e isso não significa que ela não está presente na realidade. Mas, o fato de estar presente na
realidade e não poder conhecer não significa que estou apoiando as ideias inatistas, muito pelo
contrário, estou eu, dizendo que não tenho capacidade cognitiva de chegar a tal ponto e me
conformo com o pouco que posso saber acerca daquilo. Se as ideias inatistas de fato fossem
verdadeiras, não haveria evolução, afinal essa evolução que temos hoje teria se dado a muitos
anos atrás, desde que a humanidade é humanidade.
6. O processo empirista impõe em nossa mente a “evolução”, e não só cientifica, mas
também de pensamento, como a própria história da filosofia vai nos mostrar, as ideias de
outros filósofos surgiam a partir da experiencia com o pensamento de outro anterior a ele, seja
a completação do que faltara para completar tais perspectivas ou refutação formulando novas
ideias. As crianças desde pequenas passam por experiências para apreender as coisas, o que
não vem pela experiencia, é antes instinto humano, como o de comer, chorar, beber água e por
assim poderia enumerar uma série de coisas. É fato que aprendemos por meio da experiência,
e a experiência de alguém, que apreendeu determinada ideia e que é ensinada a nós também é
experiencia, pois raciocinamos com imagens, e só há imagens se há empirismo, e se podemos
decodificar a fala do outro dentro da mente com imagens, temos experiência.

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REFERÊNCIAS

LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
Tradução de: Anoar Aiex. p. 37-43.

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