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A.·. R.·. L.·. S.·. CINCO DE JUNHO Nº 3.

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A Estrela Flamejante

2º Trabalho de Companheiro Maçom

Or.·. de Belo Horizonte, 11 de setembro de 2023, da E∴V∴

Do Ir.·. LEIDIMAR MOREIRA DA COSTA, C.·.M.·.

Ao Ir.·. 1º Vigilante
I. INTRODUÇÃO:

Assimilando os conhecimentos do Primeiro Grau, o Aprendiz estudioso e trabalhador,


atingindo então seu Segundo Degrau - o de Companheiro Maçom – serão acrescida nova
simbologia, para que, por meio da mesma, possa o Irmão caminhar com muito mais
precisão em direção à Luz. E como parte da vasta simbologia aplicada ao Grau, tem-se
como principais símbolos, a Estrela Flamejante. Dessa forma, o candidato será convidado
a se tornar um fogo ardente, isto é, uma fonte de Luz e Calor.

O Grau de Companheiro Maçom é o Grau do trabalho, estudo e aperfeiçoamento


intelectual e moral e que simbolicamente encontra apoio também na Alavanca, apoio que
pode ser traduzido por trabalho verdadeiro e esforço íntimo, cujo objetivo é atingir o
conhecimento que, por sua vez, será a base das forças psíquicas e mentais para atingir a
espiritualidade.

Caminhando em direção à perfeição, o Companheiro Maçom supera seu estágio de


desenvolvimento e obscuridade, quando então será atingido seu estado de espiritualidade
e de iluminação, tendo as trevas interiores dissipadas, e assim, o astro Humano traduzido
pela Estrela, passa a brilhar em seu esplendor mais latente.

A Estrela revelada na colação de Grau de Companheiro é um dos símbolos ou emblemas


mais frequente da Ordem. A Estrela de cinco pontas, que irradia chamas e detém a letra
G, representa esse Segundo Grau e o Espírito do Universo, ou seja, o Princípio de toda
sabedoria e o poder gerados da Natureza.
II. DESENVOLVIMENTO

a) A Estrela:

A Estrela Flamejante constitui-se de cinco pontas: para figurar os quatro membros do


homem e a cabeça que os governa. Esta, como centro das faculdades intelectuais,
domina o quaternário dos elementos ou da matéria. Assim, a Estrela Flamejante é
emblema do poder da vontade, além dos cinco sentidos que estabelecem a comunicação
da vida material: tato, audição, visão, olfato e paladar, concluindo que a matéria é
superada pela sobreposição do espírito, pois a cabeça do homem está voltada ao céu.

Entretanto, se a ponta estiver voltada para baixo, invertida, teremos o homem de cabeça
para baixo, ou a cabeça de um bode, representando, em ambos os casos, os atributos da
animalidade e da materialidade, a escuridão e o mal, onde a Matéria prevalecerá sobre o
Espírito, pois a cabeça do homem, nesse caso, estará voltada para a terra.

Podemos pressupor que a Estrela Flamejante incorpora duas interpretações: a primeira


sobre o microcosmo físico que se prende ao domínio da forma, e a segunda, ao
microcosmo psíquico que se relaciona com o domínio da consciência. Ela representa o
homem ideal, que deve ser a grande aspiração do C∴ M∴.

Ela representa a luz da inteligência que nos faz ver os problemas interiores e os meios
para enfrentá-los, e, por vezes corrigi-los ou vencê-los. E ainda, exprime para a Ordem os
Cinco Pontos da Perfeição, ou seja: Força, Beleza, Sabedoria, Virtude e Caridade.

O Sol, a Lua, e a Estrela Flamejante têm, na Maçonaria, um significado bem diferente


daquele que lhes são atribuídos no mundo profano. Se a luz material nos transfere
informações através da nossa visão, sobre o que existem ao nosso redor, as luzes que
cultuamos na Maçonaria nos proporcionam outra visão, muito mais abrangente e de muito
maior valor para a nossa vida, pois iluminam a estrada da nossa existência, no campo
mental e espiritual.

A Estrela Flamejante serve de alerta para a responsabilidade de aperfeiçoamento e


melhoria do Templo Interior de cada irmão, não se deixando dominar por paixão alguma,
evitando todo e qualquer excesso. Quando a Maçonaria aconselha aos seus filhos de –
ouvir sempre, falar pouco e trabalhar bem -, aponta para a ética, e, nesse ponto,
aproxima-se dos ensinamentos dos filósofos estoicos, que cultivavam uma filosofia de
cunho essencialmente moral.

O estudo e o trabalho efetuado como C∴ M∴, impulsiona o próprio desbaste de defeitos


pessoais, o que exige domínio sobre nós mesmos, distinguindo sempre as diferenças que
existem entre – paixão, emoção e sentimento, colocando o próprio ego sobre o mais
absoluto controle.

A Maçonaria pretende que o Irmão Companheiro, ao ver a Estrela Flamejante, se lembre


de que, quando conseguirmos o controle total sobre nós mesmos, tornamo-nos
inteiramente livres e responsáveis e estamos realmente preparados para o exercício da
arte real. Isto é difícil de ser alcançado, daí a necessidade de que a luta seja diuturna e
sem esmorecimentos.

Antes de tudo, devemos lembrar-nos que essa Estrela é um símbolo distintivo do


Companheiro, o qual está expresso na fórmula de reconhecimento do Grau, razão pela
qual entendemos que não deva ser estudada no Grau de Aprendiz.

Algumas Potências e Ritos utilizam quatro diferentes adjetivos para a Estrela, como
Brilhante, Rutilante, Flamejante e Flamígera.

BRILHANTE: Como é comum a toda e qualquer estrela que brilhe e cintile;

RUTILANTE: Significa muito brilhante, resplandecente, esplendoroso;

FLAMEJANTE: Vem do latim Flammantis, que significa “que expele chamas”; e

FLAMÍGERA: Do latim Flamigerus, que significa “que gera chamas”.


b) As Chamas:

A Estrela é representada irradiando ou expelindo chamas surgidas por trás. Essas não
devem ser confundidas com raios luminosos, pois significam aspectos Divinos do símbolo.

As chamas têm origem no Egito, cujo povo considerava que o símbolo estrelado
significava a união da filha de Ísis com o filho do Sol, e ponto de partida de tudo, ou seja, a
semente Universal de todos os seres.

É a representação do Fogo Sagrado por trás da Estrela demonstrando seu reflexo e


também simbolizando o Sol, distribuídos de inúmeros benefícios ao Homem e ao Mundo.

c) A letra G:

No centro da Estrela Flamejante encontra-se a letra G, que por unanimidade de diversos


autores, se trata de um mistério, um enigma Maçônico, que suscitou interpretações e
comentários fantasiosos em muitos casos. A letra G é um daqueles tantos símbolos que
sobreviveram aos séculos, mas, infelizmente, perderam seu significado original, ganhando
vários outros significados ao longo do tempo.

Para alguns autores, G é a primeira letra do nome Deus: Gott na Alemanha, God na
Inglaterra e Holanda, e Gud nos países escandinavos. Ocorre que apenas nas línguas
anglo-saxãs, a palavra referente a Deus começa com a letra “G”. Nos países como
França, Espanha, Itália e Portugal, a letra inicial da palavra Deus é D. Assim, como o uso
do “G” também sempre ocorreu nesses países, resta afastada a hipótese de seu
significado corresponder a letra inicial da palavra Deus, o que nos remete que “a letra G”
constitui um verdadeiro mistério que ninguém conseguiu desvendar até hoje.

Por conseguinte, podemos pressupor que o G possa ter um significado embutido que se
traduz pela seguinte frase: ‘Passe bem e seja bem-vindo entre nós, com a condição de
sempre agir corretamente’.
A letra “G”, dentro da Estrela, também constitui um símbolo da sublime interpretação do
“Gênio do Homem” subjugado pela força da vontade. Simboliza o nome do Grande
Geômetra.

O Companheiro Maçom deve contemplar a Estrela Misteriosa e nunca deve afastá-la de


seu Espírito. Ela não é só emblema do gênio que leva o homem à prática das grandes
ações, mas também é o símbolo do fogo sagrado com que dotou o S∴A∴D∴U∴, e sob
cujos raios devemos discernir a amar e praticar a Verdade, a Justiça e a Equidade.

A Estrela renova, na Loja de Companheiro, a visão do Delta, também resplandecente de


Luz, fonte de Verdades Eternas. Segundo o Ritual do 2º Grau no Rito Brasileiro, o
Companheiro “é o Obreiro reconhecido apto para exercer a sua arte e consciente de sua
energia de trabalho, que tem por dever realizar o plano teórico traçado pelos Mestres”.

Quanto à letra “G” diz a instrução, que significa Geometria, Geração, Gravidade, Gênio,
Gnose:

• A Geometria trata da construção universal e nos ensina a polir o homem e torná-lo


digno de ocupar o seu lugar no edifício social. Na sabedoria dos gregos, a
geometria provou os diálogos sobre ordem, equilíbrio e harmonia do universo. Ela
nos ensina a construir um mundo mais pacífico e menos arrogante;
• A Geração é a conservação da espécie, devendo esta ser bem estudada, para uma
melhor produção futura, é a forma vital, porque ela faz a obra da vida.
• Gravidade, porque há uma força irresistível que une os irmãos;
• Gênio, porque o Maçom pesquisa a verdade e aspira sempre subir e
• Gnose, porque inquire as Verdades Eternas.
d) Considerações Finais:

Todas as tradições religiosas antigas sustentam que o mundo foi criado a partir do
momento em que a luz se tornou manifesta. Essa é a ideia que está inserta na Bíblia
quando ela descreve a criação do mundo.

“E disse Deus: Haja luz; e houve luz” - Gênesis 1:3

Mesmo a moderna ciência não nega que a luz seja a responsável pelo aparecimento da
realidade ativa no Universo, o que nos permite dizer que tudo que nele existe são
condensações da energia luminosa, irradiada de um ponto único e refletida em infinitas e
multifacetadas formas, mas todas ligadas ao princípio básico e fundamental que as
formata e justifica.

Assim, podemos comungar com os místicos de ontem e com os cientistas de hoje e


aceitar plenamente que o Universo nasceu da explosão de um átomo primordial e essa
explosão liberou a energia que estava presa dentro dele.

Dessa forma, podemos dizer que a Estrela que ilumina o Céu Maçônico é um símbolo que
condensa todas as teorias acerca do surgimento do Universo, tanto em suas
manifestações materiais, quanto espirituais. Simboliza não apenas o nascimento do
cosmo enquanto realidade física, mas também o surgimento da vida dentro dele, e mais
além, a manifestação do espírito dentro do fenômeno da vida.

Esse é o motivo da Maçonaria ter concentrado nessa Estrela o símbolo maior dos seus
Mistérios. Nossos antigos Rituais dizem que a Estrela Flamejante é o emblema do
Gênio que plana das mais Sublimes Alturas; e o símbolo do que é o Fogo Sagrado com
o que o S∴A∴D∴U∴ tem nos favorecido pela luz cujos raios nós devemos discernir,
amar e praticar a Verdade, a Justiça e a Eqüidade.

Desde os dias mais remotos da humanidade, a inteligência recém-despertada do homem


intuiu a existência de uma energia desconhecida presente na luz. E que somente com a
existência de luz era possível a vida e o progresso da sua sabedoria. Daí que cada
descoberta, cada progresso, cada conquista realizada pelo seu espírito ser titulada como
resultado de uma luz que se acendia em sua mente. Iluminação para o místico, insight
para o cientista, revelação para o iniciado, inspiração para o artista.

Nasce dessa intuição o amor pela luz e o temor das trevas. E a doutrina que vincula o bem
à presença de luz e o mal à sua ausência, instala-se no espírito do homem.

Também como consequência dessa intuição surge as religiões solares, que têm na luz do
sol o princípio ativo da vida, e também o culto às estrelas, de onde nos vem a ciência da
astronomia.

No antigo Egito, essa estrela aparecia nos ritos e práticas sagradas daquele povo na
forma de um astro filosófico com uma dupla face que representava a materialidade e a
imaterialidade da divindade e a sua projeção no homem.

Já os pitagóricos representavam essa estrela através de um pentagrama em cujo centro


se inscrevia a legra G, designativa de Geometria. Ela indicava a relação fundamental entre
o número e a forma, para dar origem a todo real existente.

Essa pode ser a origem da tradição consagrada na Maçonaria espiritualista e preservada


na alegoria fundamental da Estrela Flamejante, que é ao mesmo tempo vara de condão e
cetro real, com o qual se consagram todos os fundamentos, privilégios, concessões e
aquisições feitas em Loja – as realidades universais – que são criadas nesse simulacro do
Universo que é o Templo Maçônico.

Na Maçonaria essa alegoria é apresentada como o mistério fundamental a ser adquirido


pelo Iniciado Maçom. Com efeito, sendo o conhecimento das propriedades da Estrela o
corolário do ensinamento Maçônico, o ápice filosófico da Escada de Jacó, espera-se que
no momento em que essa intuição é passada ao iniciado, ele esteja pronto para receber
essa Luz final que justifica todo o seu aprendizado.

Todas essas metáforas querem dizer apenas uma verdade: O verdadeiro espírito nasce
quando o homem recebe a iluminação. Quando ele é atingido por essa luz que faz dele
um verdadeiro ser humano em todos os sentidos. [1]
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não anda nas trevas,

mas terá a luz da vida”. João 8:12

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. João 8:32

Esses dois pressupostos colocados por Jesus querem dizer exatamente isso. Iluminai
vossas mentes com a verdade.

Buscar a luz que emana do grande G inscrito no pentagrama áureo, esse princípio
luminoso que admite a diversidade na unidade, razão pela qual, a tolerância é a principal
virtude adquirida no Magistério Maçônico.

E não existe maior verdade do que saber que a Verdade não tem identidade nem forma e
nem constitui propriedade de ninguém. A verdade é a Luz que emana do S∴A∴D∴U∴ e a
cada um atinge com características de individualidade e requisitos de universalidade,
porque ela, ao mesmo tempo em que corresponde às esperanças pessoais de cada
pessoa, também atende à necessidade do Universo como um todo.

A Estrela Flamejante é, portanto, o núcleo central do Mistério Maçônico. Representa a


manifestação do Princípio Criador, na forma de um signo luminoso que congrega toda a
energia do Universo. É uma representação pictórica, geométrica e linguística que unifica
todas as concepções existentes sobre essa energia mágica e fundamental que dá
existência a tudo que existe no cosmo, e explica a sua origem, a sua finalidade e o seu
fundamento. Compreender o seu significado é compreender todo o ensinamento
Maçônico. Que a razão só abriga a verdade que ela pode suportar, mas o espírito, que é
infinito, pode abrigar todas as conformações possíveis, pois ele está conectado às origens
do Universo, como centelha que se originou daquela primeira manifestação de luz.

A Estrela é o emblema que marca o companheirismo, o astro que deve iluminar a Loja do
Grau 2 (dois). Como se sabe, e nunca é demais repetir, toda a ritualística do Segundo
Grau gira em torno da Letra G, da Estrela Flamejante e do Número 5. Os rituais das
diversas obediências ensinam que a Estrela Flamejante (ou Estrela Flamígera, em outros
Ritos) é o símbolo do Grau de Companheiro Maçom, porque o mesmo é chamado a
tornar-se um fogo ardente, uma fonte de luz e calor. A generosidade de seus sentimentos
deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com o discernimento de uma
inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está aberta a todas as compreensões.

A Estrela Flamejante que ilumina a Loja representa o Sol que clareia o mundo físico, a
ciência que resplandece sobre o mundo intelectual e a Filosofia Maçônica que ilumina o
mundo moral. Sua simbologia pode comportar, simbolicamente, várias interpretações,
todavia, e antes de tudo, ele representa a luz da inteligência que nos faz enxergar os
problemas interiores e os meios para enfrentá-los, e, por vezes corrigi-los ou vencê-los.

Para o Maçom, a Estrela Flamejante constitui o emblema do gênio que eleva a alma para
a realização das supremas tarefas, ela também simboliza a “Estrada Luminosa” da
Maçonaria, a luz que ilumina os discípulos, o símbolo dos livres pensadores, a eterna
vigilância e a proteção objetiva do S∴A∴D∴U∴.

Todas estas verdades misteriosas serão reveladas por si mesmas ante os vossos
olhos, em sucessão e em proporção ao vosso avanço em nossa Sublime Arte.

III. CONCLUSÃO:

Para os Companheiros Maçons, a contemplação da Estrela Flamejante também


representa a porta de ingresso nos mistérios mais sublimes da Ordem e ao mesmo tempo,
o seu contato com a Luz da Sabedoria.

Na espiritualidade da prática Maçônica, a união perfeita entre os membros de uma Loja


tem exatamente essa finalidade - gerar uma egrégora que seja capaz de captar energia
suficiente para fazer surgir essa “Luz que representa o Sopro Divino, Fogo Central e
Universal, que dá vida a tudo que existe”.

A Estrela representa, ainda, a Luz interior de todos os dotados da Luz Divina que foi
transmitida, e a Força que impulsiona o Companheiro Maçom na direção de suas metas.
O Elevado ao Grau dará sentido às suas realizações, valendo-se das Cinco Virtudes do
Companheiro, em ser amável, severo, benéfico, incorruptível e casto, pois ao galgar o 2º
degrau na evolutiva Escada de Jacó, pode vislumbrar as Luzes da Estrela Flamejante.

Nessa nova condição, poderá guiar-se por essa Luz para empreender sua caminhada, já
longe das trevas do Mundo Profano, e com estudo mais refinado, dará maior sentido à sua
Edificação Interior.

Devemos nos exercitar para que a velocidade de nossos pensamentos vença as barreiras
humanas e possa atingir a compreensão dos mistérios. O Maçom diligente contempla a
Estrela Flamejante como um ideal a ser alcançado. Então, assimilando o saber advindo da
representação da Estrela, e compreendendo melhor a Humanidade, pelo próprio esforço
em estudar, aliado à busca de auxílio dos Mestres, pode-se concluir que os Companheiros
Maçons trabalhando com equilíbrio e afinco no plano espiritual e material, preparam-se
para, em futuro próximo, galgar o terceiro degrau da Escada – o Grau de Mestre Maçom.

Obs.: O conteúdo sobre a Estrela Flamejante é muito extenso e variado, sendo necessária
não uma Peça de Arquitetura para apresentação na Oficina, mas provavelmente, uma
monografia ou artigo científico para falar sobre todas as suas vertentes. O que fica de
ensinamento é que, na escada do aprendizado maçônico, não devemos ter a certeza do
significado de algum símbolo, mas sim, tirar proveito do que melhor nos enobreça a mente
e a alma.
Nota [1]:

No Site https://www.noesquadro.com.br/simbologia/estrela-flamigera/, Kennyo Ismail


coloca a seguinte interpretação:

“...Outro ponto importante é que uma coisa é uma estrela e outra coisa é uma Estrela Flamígera.
Deve-se tomar o devido cuidado de não se relacionar todas as estrelas do mundo e seus
significados com a Estrela Flamígera. Afinal de contas, não importa o significado que a estrela tem
para os índios da tribo dos tapajós ou para os esquimós. Estamos tratando aqui de Maçonaria.

Mas então o que seria a Estrela Flamígera? Há uma explicação mais razoável do que
simplesmente “chutar” que se trata da Estrela de Belém?

Eis uma teoria FUNDAMENTADA da origem da Estrela Flamígera na Maçonaria:

Os povos antigos tinham a crença de que os deuses habitavam as estrelas. Essa crença esteve
presente no judaísmo, como denuncia o livro “Amós” (5:26), onde consta a crença ao deus Moloch,
um deus que possuía uma estrela como símbolo. Os judeus adotaram tal crença por influência dos
egípcios, que adoravam Sírius como um de seus mais importantes deuses. Sírius é a estrela mais
brilhante do céu, também conhecida como “estrela-cão” por ser a principal estrela da constelação
“Cão Maior”. Os egípcios construíram vários templos em dedicação a Sírius e há indícios de que
Sírius serviu de base para o calendário egípcio.

Essa influência egípcia fica clara no livro “Atos” (7:43), que cita o tabernáculo de Moloch e “a
estrela do vosso deus Renfan”. Renfan era um dos nomes pelos quais os egípcios chamavam
Sirius. O Antigo Testamento contém várias outras passagens que citam o deus Moloch.

Pois bem, nos livros de “Reis I” e “Reis II”, ninguém menos do que o Rei Salomão edifica um altar
em homenagem a Moloch, o qual, como sabemos, tinha como símbolo uma estrela, por ser a
estrela mais brilhante do céu. Os livros relatam que Salomão agiu por influência feminina. Já não
mais forte como antes, velho, encontrava-se dividido entre sua sabedoria e a beleza de suas
mulheres e concubinas. Enfim, Salomão misturou assuntos da matéria com assuntos do espírito.

Essa questão de dualidade entre matéria e espírito está diretamente ligada à maçonaria simbólica,
em que o material prevalece no grau de Aprendiz, mede forças com o espiritual no Grau de
Companheiro, e então o espiritual prevalece no grau de Mestre.
Considerando o papel do Rei Salomão para a Maçonaria e essa dualidade enfrentada por
Salomão e culminando na sua reverência a Sírius, a estrela mais brilhante do céu (daí o termo
“flamígera”), é fácil compreender o importante papel e simbolismo que a Estrela Flamígera ocupa
no grau de Companheiro Maçom. Não haveria melhor maneira de simbolizar tal dualidade aos
Companheiros do que através do exemplo do próprio Rei Salomão, identificada no Templo por
Sírius, a Estrela Flamígera.

A Estrela Flamígera representa as forças e os perigos que podem desvirtuar até o homem mais
sábio de todos os sábios do caminho da retidão que leva à Verdade.”

IV. Referência Bibliográfica:

Ritual do 2º Grau: Companheiro-Maçom do Rito Brasileiro, São Paulo: GOB, 2009;


Ritual de Companheiro – Rito Escocês Antigo e Aceito;
D’Elia Junior, Raimundo, Maçonaria: 50 Instruções de Companheiro, São Paulo: Madras,
2022;
Camino, Rizzardo da, Breviário Maçônico – 7ª ed. – São Paulo: Madras, 2021;
Consultas na Internet:
https://www.bibliaon.com/
https://www.noesquadro.com.br/simbologia/estrela-flamigera/
freemason.pt/a-estrela-flamejante/
https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-educacao/
https://focoartereal.blogspot.com/2014/10/estrela-flamejante.html

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