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REI SALOM‹O
Artigos Maçônicos
Trabalhos Digitais
Parte II
Projeto Companheiro

Ir.’. Jellis F. de Carvalho


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ÍNDICE

1. A MARCHA E O SIGNO...........................................................03
2. A ORLA DENTADA E O PAVIMENTO DE MOSAICO...................04
3. A PALAVRA DE PASSE............................................................05
4. A PALAVRA AGRADA..............................................................08
5. A PEDRA BRUTA....................................................................10
6. A QUINTA CIÊNCIA OU QUITAESSÊNCIA...............................12
7. A VONTADE...........................................................................13
8. O LIVRE ARBITRIO................................................................14
9. ALQUIMIA TRNSCENDENTAL OU MENTAL. ............................15
10. AMÓS-I... ...........................................................................17
11. AMÓS-II.. ..........................................................................19
12. AS CINCO VIAJENS.............................................................21
13. AS COLUNAS.......................................................................28
14. OS NOMES DAS COLUNAS JACHIN E BOAZ..........................30
15. OS TRES PILARES...............................................................32
16. AS COLUNAS DOS FILHOS DE LAMEC..................................36
17. AS SETE LEIS HERMÉTICAS................................................38
18. COINSTITUIÇÃO DE ANDERSON.........................................41
19. DEIMOS E TEISMO..............................................................44
20. DESBASTANDO A PEDRA BRUTA.........................................46
21. AS VIRTUDES.....................................................................47
22. FIDELIDADE.......................................................................51
23. FOLOSOFIA DO GRAU DE COMPANHEIRO. .........................53
24. IGNORANCIA E FANATISMO...............................................56
25. LIBERDADE........................................................................58
26. LIBERDADE........................................................................61

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A MARCHA E O SIGNO
Aos três passos cuidadosamente medidos do Aprendiz, o Companheiro acrescenta
outros dois distintos dos precedentes, o primeiro dos quais o faz desviar da região do Sul, e o
segundo o reconduz em linha reta sobre seus primeiros esforços. Evidente alusão, esta, ao
significado simbólico de sua quinta viagem, assim como a liberdade peculiar que caracteriza
este grau, cuja conquista é conseqüência da fidelidade na prática da Arte.
Os cinco passos da marcha, que recordam suas cinco viagens, se repetem nos cinco
golpes do toque da bateria, assim como no signo de reconhecimento. Aqui, os dois golpes
sobre o dedo seguinte, indicam um progresso, na "capacidade de reconhecer a qualidade
real" que se esconde sob a aparência exterior de uma pessoa - progresso que se fará sempre
mais evidente com sua conduta na carreira maçônica.
Enquanto aos golpes, enquanto os primeiros mostram sua fé de Aprendiz, os dois
seguintes, perfeitamente distintos dos anteriores, patenteiam a esperança que resulta de seu
estabelecimento na Verdade.
O sinal de Companheiro (um dos mais belos e profundos que possam imaginar) não é
unicamente uma recordação do juramento, como nos diz em sua primeira e mais elementar
acepção.
O esquadro e a estrela (símbolos de suas duas últimas viagens) se acham aqui
perfeitamente combinados: o esquadro fecha com a mão direita, descida até o coração,
indicando assim que o Companheiro não se limita a frear e retificar suas expressões
exteriores, senão que sua capacidade de dominar-se se estendeu aos movimentos interiores
da alma, no mesmo centro de sua vida, de seu ser e de sua individualidade. E a mão
esquerda, aberta e levantada, forma aquele Pentagrama que os ocultistas consideram como
o símbolo do poder, do domínio da Quintaessência sobre o Tetrado dos elementos, da
Inteligência sobre os instintos e as tendências inferiores.
A mão esquerda levantada mostra também o Ideal sobre o qual se fixa
constantemente a Inteligência, que é a parte naturalmente passiva e feminina de nosso ser.
O esquadro na mão direita representa a Vontade, o lado ativo ou masculino do ser,
constantemente dirigida para expressar fiel e retamente, em atividade construtora, os
desejos e as aspirações mais nobres do coração.
O movimento que se faz com este sinal não representa, tão só o ato de "arrancar-se o
coração e jogá-lo aos abutres"; mas também pode ver no mesmo o esforço ativo para
realizar o ideal na vida e nas condições materiais, que caracteriza a atividade ou trabalho do
iniciado e do artista.
Por conseguinte, o signo do Companheiro se refere principalmente a atividade
laboriosa inspirada por um Ideal superior que deve caracterizar constantemente este grau em
qualquer campo de sua vida, em todas as condições e circunstâncias em que sozinho possa
encontrar-se. Este é o ensinamento constante que deve dar o signo do grau a todo

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verdadeiro Companheiro que aspira a realizar em si mesmo o privilégio de dita qualidade,
esforçando-se constantemente em fazer que sua visão se expresse em todos os propósitos e
ações, traduzindo-se numa vida fecunda e ativa e num trabalho sempre benéfico para seus
semelhantes.

“A Orla Dentada”
e
“O Pavimento de Mosaico”
É o lambrequim onde corre a corda formada por uma série de nós, que são chamados de “laços do amor”.

É a “Cadeia de União” cujas extremidades, desfiadas em borlas se reúnem próximo às duas Colunas. O todo é o
emblema dos laços que unem todos os Maçons para constituírem uma única família sobre a Terra.

A resposta apresenta-se um pouco confusa, pois poderia sugerir ser, a Orla Dentada, a
própria Corda dos 81 Nós.
A Orla Dentada, é o ornamento colocado, entre o teto e a parede, em forma de triângulos
em cadeia, isto é, uma corrente formada pela sucessão de triângulos.
Nem sempre, a Corda dos 81 Nós, é colocada sob, ou sobre a Orla Dentada; ela pode ser
colocada, nas Colunas, em número de doze, que circunda a Loja, formando a decoração Loja.
Também, a Orla Dentada, é vista, desenhada em torno do Pavimento de Mosaicos, seja no quadrilátero simbólico
na parte central da Câmara do Meio, contornando o soalho, onde limita com as quatro paredes.
A Orla Dentada é um dos ornamentos da Loja de Companheiro, juntamente com o Pavimento de Mosaico e a
Estrela Flamígera. O Pavimento de Mosaico é o assoalho do grande Pórtico e a Orla Dentada limita e decora as
extremidades.

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Os Ladrilhos do Pavimento de Mosaico, são de iguais dimensões, alternativamente brancos e pretos traduzindo a
rigorosa exatidão que a
tudo equilibra no domínio de nossos sentimentos submetidos fatalmente à lei dos contrastes.

O Elevado quando aplicado na realização da Grande Obra, e iniciado nos mistérios do segundo grau, deve estar
compenetrado do interesse de prosseguir na conquista de uma felicidade contínua e sem mescla. Uma felicidade que se
perpetua e que não seja perturbada, não pode, como tal ser considerada; transforma-se em suplício porque ela fatiga e
conduz ao aniquilamento e a morte. A nossa vida consiste na ação, na luta contra todos os obstáculos, no trabalho penoso,
mas perseverante empreendido por um ideal a realizar.
O esforço e o sofrimento provado é o prêmio da vida, cujas alegrias são exatamente, proporcionais as ações
empregadas para possuí-las.

Assim, para o Companheiro Maçom, o ladrilho branco deverá ser branco e o negro permanecer negro, pois assim
é a definição de seus propósitos e a exatidão do seu querer.

A PALAVRA DE PASSE

A palavra de Passe recorda ao Companheiro como se consegue o acesso efetivo do primeiro ao segundo
grau maçônico.
O significado de espiga (símbolo de sua própria maturidade, assim como da fecundidade e utilidade de seus
esforços) a relaciona evidentemente com os Mistérios de Eleusis, e é muito provável que seja simplesmente a
tradução do grego stachys, que tem o mesmo significado e cuja a etimologia provem da raiz sta "estar"
considerando-se a espiga como "o que está" ou "estacionado" na posição alcançada.
Em hebraico sua etimologia a relaciona com a raiz semítica SBL que significa "verter, derramar, espargir,
proceder" da qual se deriva também shabil "senda, caminho", e além disso, "espiga", significa também "ramo,
corrente de água". Neste mesmo idioma, separando-se a palavra em suas duas partes, alguns lhe dão o sentido de
produzir a pedra preciosa, sentido que indubitavelmente tem alguma importância para nós.
Também se considera como uma hebraização de Cibeles (que representa a terra fecunda e produtiva muito
considerada nos Mistérios) ou do grego sibo lithon ou sebo lithon, respectivamente "cultivo ou honra a pedra"
significado análogo ao segundo que temos encontrado em sua etimologia hebraica.
Finalmente, o latim spica tem o significado de "agudez, penetração" e se relaciona com o verbo spécere
"mirar" (em sanscrito spac, com o mesmo sentido), relacionando esta palavra, em sua acepção latina, com a
capacidade de ver, penetrar o fundo das coisas, própria do iniciado.

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Assim, pois, esta palavra reúne em si os significados de "estabilidade produtora, caminho fecundo,
amadurecimento elevado, produção preciosa, penetração clarividente", que todos podem atribuir-se vantajosamente
como símbolos do que significa realmente o místico passo do primeiro grau ao segundo.
A espiga, que se acha representada também no céu, como a estrela luminosa da constelação de Virgo, é o
símbolo comum a todos os Mistérios da antigüidade, e por esta razão, como também por ser a etimologia mais direta
da palavra, deve colocar-se em primeiro lugar entre os diferentes sentidos da Palavra de Passe do Companheiro.
Além disso, que nos ritos eleusis, a encontramos, por exemplo, nos de Ísis, de Atil e de Mitra: espigas e papoulas
adornam os cabelos da deusa egípcia, e na mesma religião católica a espiga tem seu papel na representação
simbólica da Eucaristia.
Nos Mistérios de Eleusis, se comparava o iniciado com a espiga de trigo, produto fecundo da esforço vertical
e da atividade laboriosa que impulsionou o grão escondido na terra a germinar abrindo-se seu caminho no sentido
oposto a força de gravidade, em direção dos rios benéficos do sol, até que chega o momento em que este esforço
ascendente se termina e amadurece num fruto que por si mesmo foi sempre emblema de utilidade e fecundidade:
formosa imagem da vida humana, do homem que cresce por seus próprios esforços, com o objetivo de madurar
numa atividade sempre mais útil e fecunda para seus semelhantes.
O estado de crescimento da planta, por meio do laborioso esforço vertical (no sentido oposto a gravidade de
seus instintos e paixões) corresponde evidentemente ao estado de Aprendiz, que se transforma em Companheiro,
quando se estabelece na altura alcançada, para poder amadurecer e frutificar.

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A PALAVRA DE PASSE

A Palavra de Passe do Grau de Companheiro foi retirada das Sagradas Escrituras, mais
propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap. 12, 1-7.

A História Bíblica relata o confronto entre Jefté, general de Gileade contra o exército de
Efraim. O motivo desta desavença teria surgido do fato de não serem convidados os Efraimitas, de
participarem do conflito contra os filhos de Amon, lembrando que os vencedores, nesta época, costumavam
levar os ricos despojos de guerra dos vencidos.

Jefté, vitorioso no combate resolveu para garantir a total derrota dos Efraimitas, guardar
as passagens do rio Jordão, por onde tentariam os fugitivos retornarem a suas terras. A semelhança
entre os povos daquela região dificultava esta vigilância, foi então que, Jefté utilizando-se da variação
lingüística, armou um meio de acabar de uma vez por todas com o exército de Efraim. Assim sendo, todos
que por ali passavam eram imediatamente indagados a repetirem uma palavra.

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A palavra escolhida foi SCHIB.'., pois os Efraimitas pronunciavam a consoante S, num som
mais sibilado, saindo então SIBOLET, dessa feita, os Efraimitas prejudicados por sua diferença de
pronúncia, ao repetirem a palavra, eram então rapidamente identificados e degolados.

O significado da palavra assim como sua grafia possui variações conforme as fontes
pesquisadas, encontrando-se na escrita os termos SCHIBB.'., XIB.'. e na tradução, Espiga, Verde, Proceder,
conforme outras interpretações, o significado passa a ser A Senda ou O Caminho. De acordo com Jorge
Adoum, “Um caminho, do qual não pode e nem deve afastar-se, porque é o Caminho do Serviço e da
Superação”.

O pesquisador maçom, Rizzardo da Camino, fundamenta suas teorias também na relação da


Palavra com a Espiga de Trigo, fazendo ainda uma correlação com “Corrente de Água”. Onde o Trigo
representa desde a fecundidade até seu crescimento, onde o Aprendiz vence e se transforma em
Companheiro, quando se encontra e estabelece no plano elevado, para amadurecer e, por sua vez, frutificar.
Já a “Corrente de Água”, seu simbolismo está relacionado em ser a água um dos principais elementos da
Natureza, indispensável à Vida.

Uma análise mais profunda e bem fundamentada, feita pelo Irm. Assis Carvalho confirma a
hipótese da tradução para Espiga, contudo afirma que a palavra possui duplo significado, acrescentando
também Rio, dessa forma a reprodução do painel alegórico, onde se vê uma espiga de cereal e logo após um
rio seria a confirmação dessa duplicidade de sentido.

A combinação de duas idéias numa só palavra era somente para ser compreendida com maior
facilidade, a quem dela fosse indagado.

O historiador Maçom José Castellani contesta essa teoria e afirma não “haver nenhuma relação entre
a espiga de trigo e a queda d’água (ou rio), no Painel Alegórico. O pé de trigo, com suas espigas é símbolo
do trabalho. Porque o grau de Companheiro é dedicado ao Trabalho, enquanto a queda d´água representa a
Fonte da Vida, citada em diversas passagens bíblicas, tanto no Velho Testamento, como no Novo".

A Palavra de Passe tem em sua essência o significado de a trajetória encetada pelo Aprendiz em
busca do mestrado, alcançado apenas com dedicação, labor e perseverança.

Bibliografia utilizada:

ADOUM, Jorge – GRAU DO COMPANHEIRO E SEUS MISTÉRIOS – Esta é a Maçonaria. Ed.


PENSAMENTO, 15.ª Edição, São Paulo, 1998.

CAMINO, Rizzardo da – SIMBOLISMO DO SEGUNDO GRAU – Companheiro. Ed. MADRAS


– São Paulo, 1998.

CARVALHO, Assis – CADERNO DE ESTUDOS MAÇÔNICOS – Companheiro Maçom. Ed.


Maçônica “A TROLHA” Ltda, 2ª Edição, Paraná, 1996.

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de – DICIONÁRIO DE MAÇONARIA. - Ed. PENSAMENTO,


14.ª Edição, São Paulo, 1998.

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A referência mais antiga que temos sobre a Palavra Sagrada, é encontrada no Livro 1.º
Reis, capitulo 7, versículo 21 da História Sagrada.

“... Depois levantou as Colunas no pórtico do Templo tendo levantado a Coluna direita,

chamou-lhe JAQUIM...”

A sua tradução no versículo lhe dá o significado de ESTABILIDADE, FIRMEZA.


Alguns autores, lhe dão origem grega pois é uma palavra composta de: “Jah” que significa
Deus e “Iachim” que significa estabelecerá, ou seja: “Deus estabelecerá”.
A Bíblia não esclarece dos motivos que Salomão tivera para colocar a palavra Jaquim na
Coluna do Sul, visto que, analisando as Escrituras, encontraremos muitos nomes iguais ou dele
derivados.
No Livro de Gênesis, surge como o quinto filho de Simeão, filho de Jacó e pai dos
Jaquinitas.
Os Jaquinitas formavam uma associação conhecida como a dos: homens justos.
No Livro das Crônicas, encontramos um chefe de uma família de sacerdotes a serviço do
Templo de Deus.
A Coluna denominada de Jaquim e que se poderá resumir como a Coluna “J”, é uma das
Colunas de bronze erguidas na entrada do Templo de Salomão , onde os Companheiros
recebiam o seu salário, e esta coluna recebe outros significados, como sendo a da Durabilidade,
Eternidade, Imortalidade, Constância, Engenho, Talento, Perseverança, etc.
O consagrado princípio maçônico: “A Minha Perseverança está no bem”, constituiu a base
sólida para que Hiram gravasse a inicial “J” na Coluna do Sul, no Templo de Salomão, coluna
que, junto com a do Norte e inicial “B”, sustém o Mundo Simbólico Maçônico.
Se a Coluna “B” sustém o Mundo Material, a Coluna “J” sustém o Mundo Espiritual.
Se a Palavra Sagrada do 1.º Grau representa a Matéria com todas as suas forças materiais,
a Palavra Sagrada do 2.º Grau, simboliza as Forças Espirituais. São, somadas, a definição áurea
da Maçonaria, de forma “Real e Verdadeira”.
Real, no sentido material; verdadeira, no sentido espiritual.
Trata-se de assimilar o significado da palavra Jaquim, dentro do filosofismo profundo
emanado de um dos principais símbolos do 2.º Grau, a sua Coluna Mestra. A Palavra Sagrada

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não é tripartida, não é distribuída para ser recolhida, mas, sim, constitui um Mantra, isto é, um
som destinado a manter uníssonas as Luzes.
Como o Aprendiz foi chamado para a prática de atos de desenvolver de forma consciente,
as obras sociais, científicas posse daquelas virtudes, dirige seu interesse no sentido de
desenvolver de forma consciente, as obras sociais, científica e morais que beneficiam a
Humanidade, preparando as gerações vindouras.
A tarefa maçônica constitui o saber ser útil à Sociedade, à Pátria e à Humanidade, mesmo
que isto lhe traga sacrifícios e em resumo, conscientizar-se o maçom de seus deveres para com o
Ser Supremo, para com seu Semelhante e para consigo mesmo.
Estas práticas decorrentes do significado da Palavra Sagrada, não são executadas dentro
das Lojas, pois não é trabalho imediato e coletivo, mas sim, fora da Loja, na condição de membro
da sociedade, cidadão e chefe de família, bem como dirigindo o seu cuidado para consigo
mesmo, em todos os sentidos. Será o reflexo da dedicação e do estado que sai de dentro
da Loja e se espalha pelo Mundo.

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Sempre que se faz referência a Pedra Bruta, temos a imagem de um pedaço de pedra
tosca, que se apresenta em estado natural e grosseiro tal como foi extraído da natureza, e
todos nós a conhecemos como um material sólido, encontrado em vários pontos do globo
terrestre, geralmente fragmento de uma rocha e, como esta totalmente inerte, de modo, que
se pode segurar com as mãos. Porém, o Aprendiz Maçom têm diante de si, durante o tempo
que lhe foi destinado, uma verdadeira Pedreira para desbastar, sendo possível que deva
preparar Pedra suficiente para construir o seu Templo. A Pedra Bruta representa a infância do
homem e a própria humanidade e é de se reconhecer que a humanidade evoluiu muito, mas
não passam de uma Pedra Bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias, etc.
A Cerimônia das Viagens finda com o trabalho humilde do Aprendiz junto a Pedra Bruta
e isto simboliza nada mais nada menos que o Aprendiz ainda é Pedra Bruta, ou seja, ainda
tem arestas a ser desbastadas e que ainda tem muito para vencer, até apresentar-se como
Pedra Lapidada.

A Pedra Bruta é uma jóia por oferecer a possibilidade de ser


aproveitada para edificar, para construir, e todo indivíduo tem
qualidades socialmente aproveitáveis, mas para tanto, é
necessário que se lhe desbastem as arestas de uma
formação grosseira.
Compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a
PEDRA BRUTA, isto é, libertar- se dos defeitos e paixões, para
poder concorrer à construção moral da humanidade, que é a
verdadeira obra Maçônica.
A Pedra Bruta ensina ao aprendiz, que o homem, dotado de
inteligência e raciocínio, pode aperfeiçoar-se na educação e
instrução, uma obra universal, que começa no grupo, na polis, na Pátria, mas que busca universalizar-se,
porque os preceitos Maçônicos, são atemporais e independem da região ou País. São preceitos
simbolicamente apresentados que foram os das associações secretas na antiguidade egípcia, são
preceitos de verdade que os antigos também possuíam e que, ao longo da historia, coube a pouco saber.

Não é sem razão que um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos — CARLOS
DRUMMOND DE ANDRADE — no seu poema “O HOMEM e as suas viagens”, afirma que o ser humano
pela sua inteligência e poder, querendo saber a verdade, conquistou a lua, há que conquistar Marte,
Vênus, todos os sistemas solares, galáxias e depois de conquistar todo o Universo, sentirá que tudo não
valeu de nada, visto que não era isso que ele queria de fato saber. Mas somente ai estará mais fácil de
todas: a Grande viagem. A tarefa de conhecer seu próprio íntimo, sua própria essência e ironicamente, no

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fim, ele estará de volta ao começo de tudo.

Pois bem, a primeira instrução diz exatamente isso. Fala desta viagem. E talvez seja a
Maçonaria a única instituição que habilitará queimar etapas especiais, as quais aludiu o poeta
e que os homens profanos julgam ser imprescindíveis realizar e vencer.

A simbologia da Régua, do Maço, do Cinzel, nos prova que a Maçonaria estava naquele
princípio dos tempos, junto da verdade e que a verdade de então, esta aqui agora, como
sempre haverá de estar. Portanto, lapidar a PEDRA BRUTA é adentrar no íntimo de cada um
de nós mesmo. É buscar dentro de nossa alma a centelha viva do GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO que habita nosso ser. Uma centelha divina e perfeita que o mundo profano
esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e que somente com muito esforço, com
a iniciação e vida maçônica poderemos fazer aflorar definitivamente. Desbastar a Pedra Bruta
é caminhar para o amor fraternal, é ter a força interna para praticar a solidariedade humana,
é ir ao encontro da pureza, da Luz, da verdade, dos três últimos degraus do trono do templo,
que representam a evolução espiritual de todo Maçom. Mas antes devemos entender que
temos de mostrar a força, o trabalho, a ciência, a virtude, posturas não tanto espirituais e só
apegadas à prática da vida, ao cotidiano do dia a dia, a verdadeira prática maçônica de vida,
a nossa ação para com o próximo e que justifica toda a moral da própria MAÇONARIA. O
Maçom é um ser que age na busca do bem para com o próximo.

O cinzel, que ensina a ser o esforço, lento, mas compensador, e que somente com ele
poderemos furar a PEDRA BRUTA que somos nós, em busca da virtude, da iluminação, pela
inteligência, em busca da purificação da alma. E esta tarefa é do aprendiz e intransferível,
pois é da própria antiguidade oriental que nos vêm à máxima que somente melhorando a nós
mesmos, poderemos melhorar o mundo, os que não se salvam não podem salvar ninguém.

Assim nosso cinzel é o manual de instruções e nosso malho são os irmãos mais
experientes que não nos permitem o caminhar só.

E finalizando, hoje sabemos porque todos os Irmãos são Aprendizes e que na reunião

de Aprendiz é que se desbasta a PEDRA BRUTA tarefa esta que excede a um salário, é tarefa

para toda a vida maçônica, é tarefa que vai ao encontro da luz do GRANDE ARQUITETO DO

UNIVERSO.

A primeira instrução é o início da viagem para dentro de nós mesmos porque talvez,

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dentre os homens que andam pelas ruas deste mundo. O Maçom seja aquela que consegue o
milagre de caminhar para dentro de si mesmo. E mais que isso, dentre muitas coisas que ele
possa ser por definição, o MAÇOM É O HOMEM QUE OLHA PARA DENTRO DE SI MESMO E
GOSTA DO QUE VÊ.

QUINTA CIÊNCIA
OU
QUINTESSÊNCIA?

A Quinta Ciência está relacionada com a Maçonaria Primitiva, isto é, relaciona-se com a
Maçonaria desde os seus primórdios. Por muito tosco e rude que fosse o Maçom, nosso
antepassado, ele tinha que usar da Geometria, para lançar as bases e erguer seus Edifícios
Majestosos. Antes mesmo de Deus ser o G.’.A.’.D.’.U.’. da Maçonaria, Ele era o Grande
Geômetra da Maçonaria do Século XIII, antes da Maçonaria Documentada.

Como, das Sete Artes e Ciências Liberais, a Gramática, a Aritmética, a Geometria, a Astronomia e a Música, sempre
estiveram associadas à Maçonaria, desde seu período primitivo, é justo que se dê um destaque todo especial às Artes e Ciências
Liberais. E isso acontece no Segundo Grau, isto é, no Grau de Companheiro. Entre as Cinco relacionadas acima, um especial
destaque para a Quinta Ciência - a Geometria. Tanto pelo que ela é, como pelo o que ela representa e representou para a
Maçonaria.

Todavia, ela não tem a menor relação com a Quinta Essência dos Alquimistas. A Alquimia só entrou para a
Maçonaria no Século XVIII - segunda metade do Século XVIII - com o Ingresso dos IIr.’. Cagliosto, Court de Gébelin,
Willermoz, Mesmer, Von Hund, Pernety, Savalette, entre outros.

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Até 1750, a Maçonaria não possuía nenhuma associação com as correntes Alquimistas, Hermetistas, Ocultistas,
Teosofistas e Cabalistas.

Ela foi até 1725, em sua maioria - (até essa época ela só existia como entidade nas Ilhas Britânicas) - Operativa. De
1717 até 1721, somente quatro Lojas ficaram sob a Cobertura, a Proteção da Grande Loja de Londres. As demais, com seus
contingentes de Maçons Operativos, continuaram Independentes, Livres. E assim sendo, até esse período, os Maçons
Operativos que nem Rituais possuíam para as suas Reuniões, (havia o Catecismo como parte da Instrução), e as reuniões
eram mais de cunho profissional que outra coisa qualquer. Portanto, até aí a tão famosa e estudada Quinta Essência ou
Quintessência não fazia parte dos Estudos Maçônicos.

De nossa parte, como Maçom, ligado à Maçonaria pura, original, preferimos mais os
estudos relacionados com a Quinta Ciência - a Geometria, pois ela está na Raiz, na fonte límpida
e pura da Maçonaria. E é dessa Quinta Ciência, das Sete Artes e Ciências Liberais, que
engrossaram, que robusteceram o acervo de Símbolos Maçônicos e muito Especialmente o
Segundo Grau, ou seja, o Grau de Comp.’. É só darmos uma olhada no Painel: nele podemos
ver, com destaque a letra “G”. E a letra “G”, é a abreviatura de Geômetra. Da letra “G”, passamos
à Estrela Flamejante, que por um processo à margem da Simbologia, hoje estão: Estrela e Letra
“G” formando um único Símbolo.

A VONTADE
Companheira da inteligência e de seu desenvolvimento, em seus
estados sucessivos, a Vontade é a faculdade de desejar e querer. A vontade
é a gêmea da Inteligência: enquanto esta é a faculdade passiva e luminosa
de nosso ser, a que determina e guia nossos juízos, a Vontade é aquela
faculdade ativa por excelência, que nos impulsiona a ação, traduzindo-se em
esforço construtor ou destrutivo, segundo a particular direção da
Inteligência. As duas faculdades estão assim constantemente relacionadas e
se determinam e influenciam mutuamente.
O Pensamento, dirigido pela Inteligência, prepara a linha ou direção na
qual se canaliza e segundo a qual atua a Vontade, enquanto esta, por sua
vez determina e dirige a atividade intelectiva do pensamento, sendo a
Consciência o centro motor estático determinante das duas.
Assim como há consciência e subconsciência, pensamento consciente e
pensamento consciente e, portanto, inteligência racional como instintiva, há

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também uma vontade instintiva ou automática ao lado da vontade
inteligente ou racional. A primeira é a que constitui nossos desejos e nossos
impulsos, em comum com os animais e seres inferiores, enquanto a segunda
é o resultado da reflexão, o fruto de uma determinação inteligente.
Por sua íntima natureza, o progresso destas duas faculdades deve estar
constantemente relacionado. A marcha do aprendiz, indica este processo: a
cada passo do pé esquerdo (passividade, inteligência, pensamento), deve
corresponder um igual passo do pé direito (atividade, vontade, ação) em
esquadro, ou seja em acordo perfeito com o primeiro.

O LIVRE ARBITRIO
Como coroamento e conseqüência necessária do estudo das faculdades
humanas, chegamos ao problema do determinismo e do livre arbítrio, um
problema sobre o qual muito se discutiu doutos e sábios em todos os
tempos, pois de sua solução depende a irresponsabilidade ou
responsabilidade do homem e, portanto, a utilidade de todo esforço.
A solução deste problema é de importância fundamental para o maçom,
pois se o homem não for livre em suas ações e determinações a Maçonaria,
como Arte Real da Vida, não teria razão nenhuma de existir. O Companheiro,
que reconheceu interiormente a verdadeira natureza de suas faculdades, se
acha agora perfeitamente capacitado para resolver-se.
É sem dúvida, que a vontade, e por conseqüência a atividade do homem
e o fruto de suas ações, se acham determinados pelo o que ele pensa, julga e
vê interiormente. Assim pois, o que o faz único e como obra em
determinadas circunstância, o que elege constantemente (seja esta eleição
consciente ou inconsciente, depende de sua maneira de pensar, de sua
claridade de mente, de seu juízo e de seus conhecimentos.
Por conseqüência, livre arbítrio e liberdade individual existem para o
homem em proporção do desenvolvimento de sua Inteligência e de seu
Juízo.
Para o homem inteiramente dominados por suas paixões, instintos,
vícios e erros, não existe o livre arbítrio, como existe para o homem
iluminado e virtuoso. Os instintos e as paixões determinam constantemente
seus atos assim como os do animal e o ata ao julgo de uma fatalidade que é
a conseqüência ou concatenação lógica das causas e dos efeitos, ou seja a
dupla reação interior e exterior de toda ação.
Mas para quem se esforça constantemente em dominar-se e dominar
suas paixões, elegendo constantemente o mais reto, justo e elevado, o livre

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arbítrio, no sentido mais amplo da palavra, é uma realidade, pois por meio
desse esforço se liberta dos vínculos que atam ao homem instintivo a seus
erros e paixões: conhece a Verdade e a Verdade o faz livre.
Portanto, assim como o homem passa do domínio do instinto ao
domínio da inteligência, e da cega obediência a suas paixões a uma clara e
inteligente determinação ou, em outras palavras, de erro e a Verdade e do
vício a Virtude, assim passa igualmente do domínio da fatalidade que é
própria de sua natureza instintiva ou inferior, ao domínio da liberdade,
própria de sua natureza divina ou superior, e esta se afirma constantemente
sobre aquela.
Este é o caminho da liberdade que a Maçonaria indica aos homens nas
diferentes viagens ou etapas de seu simbólico progresso. Caminho e
progresso que se realizam por meio do esforço individual sobre a Senda da
Verdade e da Virtude, as duas colunas que dão acesso ao Templo da Divina
Perfeição de nosso Ser.

ALQUIMIA TRANSCENDENTAL OU MENTAL

A alquimia, corriqueiramente, pode ser definida como um estudo, uma doutrina e uma
atividade prática, na qual os iniciados do antigo país dos faraós eram mestres insignes.

Revivida no século XIII, floresceu até o século XVII.

Pode ser considerada uma arte, que procurava a pedra filosofal, capaz de transmutar os metais
em ouro, e o elixir da longa vida, panacéia ou remédio para todos os males, capaz de curar, fortalecer
ou rejuvenescer o corpo humano.

Sua base filosófica residia na crença da causalidade direta, ou seja, a de que todos os seres da
natureza, inclusive os inorgânicos, eram dotados de "vontade própria". Assim, a ocorrência de um
fenômeno qualquer promanava da vontade do próprio ser em que se dava. Ele era a causa do que
acontecia com ele mesmo.

Nessas condições, todos os seres eram dotados de vida e de afeições análogas às do homem.
Uma pedra, por exemplo, caia porque assim o desejava. Uma árvore produzia frutos porque assim
queria faze-lo. Eram explicações antropomórficas, dotando de corpo e alma até as substâncias
inorgânicas.

Uma vez que as propriedades de um corpo ou substância eram determinadas por seu "espírito",
havia a crença na transmutação ou transferência do "espírito" de um metal nobre para a matéria de
um metal vulgar, ou das "virtudes" especiais de uma substância para o corpo humano, tornando-o
invulnerável.

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Excusado é dizer que a Igreja abominava o caráter herético de tais práticas, culminando por
sua proibição através de uma bula papal em 1317.

O método de filiação histórica

Temos, antes de fazer qualquer crítica às idéias acima, de analisar todos os fatos sociais dentro
do contexto da época, unindo-os do presente ao passado e ao futuro, através do fio condutor do
método de filiação histórica. Tal não é outro o sentido do Fio de Ariadne, ou seja, a metodologia que
nos serve de guia no meio do labirinto ou das dificuldades de compreensão da evolução histórico-
cultural do pensamento do homem.

Sob essa concepção, podemos entender ter sido a alquimia a precursora da química moderna,
pela sua inegável importância no desenvolvimento das técnicas de laboratório, na descoberta de vários
elementos químicos, no processo de extração do mercúrio, na elaboração das fórmulas de se preparar
o vidro e o esmalte, a pólvora e o fósforo, bem como no que diz respeito às noções sobre os ácidos e
seus derivados.

Os aspectos esotéricos

A Ordem Rosacruz (AMORC) e outros filósofos esotéricos, haja vista em nosso meio, Huberto
Rohden, mostra que, por trás desse aspecto "técnico", exotérico (exo= por fora) da alquimia,
desdenhado pelo saber oficial, há um aspecto esotérico, uma alquimia transcendental ou mental e
espiritual.

Elias Ashmole, rosacruz (1617 – 1692), que se tornou maçom, ocupou-se em sua Obra
(Theatrum Chemicum Britannicum) da transmutação dos elementos da natureza inferior do homem
nas tendências mais elevadas do Eu interior.

Não cabe aqui discutir tais questões, pois além de serem herméticas, privativas da AMORC,
escapam ao nosso saber.

Importa é ressaltar que tudo quanto, em sua multissecular evolução, foi armazenado pela
Humanidade – crenças, artes, letras, filosofia, ciências etc. – não passa despercebido à Ordem
Maçônica, em seu aspecto especulativo, não obstante os originais fundadores da Instituição, os
pedreiros-livres, ou seja, os maçons operativos, fossem homens simples e pouco cultos.

Nossa transformação espiritual

Nos termos em que cada um tenha conquistado sua evolução pessoal, a Maçonaria nos propicia
meios para conseguir, desde que o desejemos, essa alquimia espiritual. Não é por outra razão que
dizemos ser nossa Sublime Instituição, antes de tudo, uma Escola de aperfeiçoamento individual.

Devemos transformar nossos pensamentos e sentimentos inferiores em uma categoria


mais elevada; transformar em ouro de lei o barro vulgar de nossos vis instintos; transformar o
"homem-velho", incompleto e profano, no "Homem-Novo", vibrando em uma nova dimensão de
consciência. Eliminar os venenos do "ego-material", substituindo-os pelas seivas espirituais colhidas no
"Eu-divino".

O grau de Companheiro dedica boa parte de seus estudos à consideração da alquimia, como
podemos apreciar na leitura do livro correspondente de Theobaldo Varoli Filho. É claro que não se trata
de repetição de doutrinas superadas ou charlatanescas, bem como de qualquer forma de mistificação.

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O que se faz é levar em conta seu valor simbólico ou fundamento cultural para a evolução do
homem. Visa, assim, a que ele alcance uma harmonia interior, integrando todos os elementos sadios
de sua personalidade, qual o alquimista, que busca atingir sua meta graças à combinação adequada
dos elementos químicos básicos.

Psicologia e Alquimia

Só para enfatizar que a alquimia foi, antes de uma simples experimentação química rudimentar
e fantasiosa, uma forma de filosofar, recordemos a atenção dada a ela por Carl Gustav Jung.

De fato, o grande psiquiatra suíço, fundador da Psicologia Analítica, foi atraído para tal assunto
porque captou que o simbolismo da filosofia e da experimentação alquímica revelavam muitos
aspectos da dinâmica do psiquismo humano, através do que conceituou como "arquétipos" e
"inconsciente coletivo".

Nos sonhos que analisou, observou nítidos paralelos entre os símbolos elaborados pelo
paciente, na configuração de seus conflitos e metas, e os símbolos dos alquimistas medievais, no
retratar sua teoria e prática instrumental.

Na simbologia alquímica, Jung detectou a possibilidade de abarcar os aspectos da vida subjetiva


do homem, na busca de individuação, ao lado de um sentido de igualdade e fraternidade, de que
TODOS SOMOS UM, tal como os alquimistas tentavam individuar (transformar) a matéria, para obter
uma substância perfeita.

O curioso é que esses pacientes, analisados no século XX, nada sabiam de alquimia.

A Maçonaria enquanto instituição filosófica

No afã de buscar as bases da moral e da ética pura, a Maçonaria estabelece um método de


sistematização dos conhecimentos científicos e filosóficos e dos estudos históricos e sociais. Se hoje a
idéia da transmutação dos metais ou da panacéia parece ridícula, não desprezamos os ensinamentos
morais e toas as implicações esotéricas que possa nos trazer a alquimia.

O que nos interessa é a "evolução do conhecimento" a serviço da verdade.

Amós-I
7—Mostrou-me também assim; e eis que o Senhor estava sobre um muro, feito
aprumo; e tinha um prumo na sua mão.
8 — E o Senhor me disse: que vês tu, Amós? E eu disse: um prumo. Então disse
o Senhor: eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel, e daqui por
diante nunca mais passarei por ele.

Em princípio, temos como válido para o entendimento dos textos bíblicos os mes-
mos principies que a hermenêutica traça para a interpretação das leis, ou seja, conhecer
antes de tudo os seus autores e os fatos de suas vidas, da época em que viveram, as

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pressões que deviam encarar, assim como os seus problemas. Então, temos que, Con-
temporâneo de Oséas, sofreu Amós as mesmas experiências do desmoronamento moral
do reino de Israel.
Com a morte de Salomão, o seu reino foi dividido, ficando Jeroboão com dez tribos
e Roboão com duas.
No reinado de Jeroboão a nação de Israel esteve no auge da prosperidade e glória
militar. Homem forte entre os reis, Jeroboão reconquistou o que a nação havia perdido em
guerras anteriores. Porém, após sua morte houve divisões internas e políticos rivais
sacrificaram os interesses da nação em benefícios próprios; os príncipes se corromperam
e o poder nacional se debiliteu seriamente com reis ilegais, anarquia e desordem social.
Uma época de verdadeira corrupção religiosa e moral.
Amós, também chamado de O Profeta da Justiça”, é o terceiro dos profetas
menores. Seu Livro, escrito em primeiro lugar para o povo de Israel, quase 800 anos antes
de Jesus Cristo, como de resto toda a Bíblia; todavia, é uma mensagem permanente para
o mundo que passa; parece haver sido escrito para a atualidade, tamanha é a sua
mensagem de amor.
Amós significa “Carga, Carregador”. E sua missão não foi outra coisa senão o que
hoje poderíamos chamar de uma verdadeira “Carga Pesada” que teve de arrostar perante o
seu povo; em face das notícias urgentes e solenes de ameaças e conselhos constantes a
todo o povo de Israel. Por tais, chegou mesmo a ser acusado por um sacerdote de
conspirar contra o então rei Jeroboão.
Severo, ousado, dono de si mesmo; possuía uma mente poderosa e exata e uma
imaginação viva; é uma das figuras que mais chamam a atenção em toda a história
hebréia.
Seu estilo é simples, puro e energético e rico em metáforas e vivido em símbolos. Assis,
fala como quem está acostumado aos perigosos e ás penalidades da vida de um pastor. Está
familiarizado com os costumes das caravanas e os mercados do seu tempo. Conhece a grande
desigualdade entre ricos e pobres. Vê que os ricos se enriquecem cada vez mais, enquanto os
pobres se empobrecem a cada dia. Com plena consciência do chamado divino para defender os
oprimidos, os temas de sua pregação são o juízo e o castigo. Fala contra a podridão moral, o
egoísmo, a cobiça, a imoralidade e
a opressão dos pobres. Denuncia a falta de justiça para os que estão oprimidos.
Condena a idolatria do povo de Deus e repreende as nações gentis que também
experimentarão o juízo de Deus. A essência de sua mensagem se resume na frase:
Samaria tem que ser destruída. É o juízo sobre Israel e a sua causa é a idolatria e outros
peca dos.
Assim, temos então que o muro feito a prumo e sobre o qual estava o Senhor (Ver.
7), simboliza o povo de Israel que o Senhor havia posto no caminho da retidão e
obediência às Suas leis (no Prumo), como o povo escolhido de Deus, eis que estava torto

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(afastado de Suas leis). “Eis que porei o Prumo (a correção, o rigor de Suas leis) no meio
do meu povo Israel e daqui por diante nunca mais passarei por ele” (Será destruído e não
irei sem seu auxilio como muitas vezes o fiz) (Vers. 8). De salientar que essa destruição
não é do povo em si mesmo, porém, do reino do Norte, o reino de Israel. E isso fica bem
claro no Vers. 9 “Mas os altos de lssac serão assolados e destruídos os santuários de
Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa (reino) de Jeroboão”.
De lembrar também, na oportunidade, que Deus não castiga ninguém. Quem nos
castiga somos nós mesmos com o retorno conseqüente de nossas ações (pecados); se
agirmos bem, recebemos as graças (saúde, alegria, felicidade) ao contrário, se agimos
mal, recebemos aquilo que o vulgo chama de castigos de Deus. Mas o que é apenas a lei
do retorno. Isto é, que a toda ação responde sempre uma reação imediata e em sentido
contrário e com força diretamente proporcional à da ação que lhe deu origem. São as leis
inderrogáveis e impostergáveis da Criação. E os profetas na realidade não falavam com
Deus, mas se pronunciavam como se assim tivesse econtecido, como forçado expressão
para intimidar o povo e intimá-lo a obedecer.

AMÓS-II

__________________________________

“Isto me mostrou o Senhor Javé: Javé estava sobre um muro e, na mão, tinha um prumo. E Javé me disse: O
que é que você está vendo, Amós? Eu respondi: Um Prumo. E Ele me disse: Vou tirar o Nível de meu povo Israel.
Não o perdoarei mais”.

Amós: C7; V7-8

AMÓS CONTRA AS INJUSTIÇAS SOCIAIS:

Em meados do século VIII a.C., as terras do povo judeu dividia-se em dois reinos: ao norte ficava o reino de
Israel onde reinava Jeroboão II. Amós era um pequeno criador de gado que residia no reino do sul, Judá, onde
reinava Ozias. Após ter sido recrutado pelo próprio Javé, é para o reino do norte que Amós se dirige e ali desenvolve
a sua atividade profética; estamos no ano de 760 a.C. Amós vai para a cidade de Samária, capital do reino do norte e
a coloca em polvorosa, a mando de Deus, todo um sistema de injustiças, dirigindo sua ira e suas pragas,
preferencialmente, sobre o sacerdote Amasias, que presidia os trabalhos no Templo de Betel e de acordo com as
ordens do rei.

As palavras de Amós incomodavam demais. Anunciava o julgamento e a ira de Deus, não só com as nações
pagãs mas, principalmente, com o Seu povo escolhido, o qual se considerava salvo, mas na prática, eram os piores:
os ricos acumulavam cada vez mais, vivendo em mansões e palácios e criando um regime de opressão, as mulheres

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estimulavam os seus maridos a explorarem os mais pobres e depois iam aos santuários para rezar e pagar os
dízimos para aplacar a própria consciência, os juizes eram corruptos, os comerciantes ladrões e os “atravessadores”
sem escrúpulos.

Amós anuncia o fim do reino do norte através de cinco visões.

Nas maldições proferidas por Amós, Deus julga as nações, em nome do direito internacional que se impõe a
todos os grupos humanos e não a partir dos interesses de Israel. Javé amaldiçoa a cidade de Damasco que arrasou
de forma cruel todo o território de Galaad; amaldiçoa os Filisteus que praticavam o tráfico de escravos; os Fenícios
que violaram os seus pactos com as nações irmãs; Amon que trucidou até mulheres grávidas; Edon que recusou
ajuda à nação irmã e Judá que é acusado de não obedecer à Lei de Javé e de praticar idolatria.

Assim, Javé disse: “Por três crimes de Israel e pelo quarto eu não vou perdoar: porque vendem o justo por
dinheiro e o necessitado por um par de sandálias, pisoteiam os fracos no chão e desviam o caminho dos pobres! Pai
e filho dormem com a mesma mulher, profanando, assim, o meu santo nome. Diante de todos os altares eles se
deitam sobre roupas penhoradas e no templo de seu deus bebem o vinho de juros. Tapam a boca dos profetas. Pois
morrerão a golpes de espadas; o mais veloz, o mais forte e o mais valente não escaparão; o mais corajoso de todos
os guerreiros fugirá nu nesse dia”.

Samária, a capital do reino do norte tornou-se, também, a capital da corrupção e da injustiça social.

O profeta, em praça pública, denuncia o processo de riqueza, a exploração do povo que é reduzido à
pobreza, cujas esperanças se esvaecem nos tribunais por conta dos subornos. Amós anuncia a desgraça que vai
atingir os grandes; a destruição do poder político (os palácios) e do poder religioso (os santuários) que são
coniventes com a injustiça social reinante.

AS VISÕES:

Na 1ª visão: uma nuvem de gafanhotos se espalha pelo feno maduro onde a parte do rei já havia sido
colhida, mas não o devora a pedido do povo. “Por favor, Senhor: Jacó é tão pequeno! Como poderá resistir?” E Deus
se compadece e diz: “Isto não vai acontecer”.

Na 2ª visão: vê Javé convocar o fogo que começa a consumir a roça, mas sob o pedido de clemência, Deus
se compadece e diz: “Isto não acontecerá”. Deus não castigará os pobres.

Na 3ª visão: Javé sobre um muro passa o nível entre o povo. Deus não vai perdoar.

Na 4ª visão: Chegou a hora final: Javé mostra a Amós uma cesta de frutas maduras e diz que o que está
maduro é o fim para o povo de Israel. Haverá cadáveres espalhados por toda parte. Silêncio.

Na 5ª visão: o castigo implacável: Eu vi Javé perto do altar e Ele me disse: “Bata no alto das colunas para
fazer tremer os umbrais. Quebre a cabeça de todo, pois que o resto eu matarei pela espada, ninguém escapará”.

DEUS CASTIGA COM JUSTIÇA:

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Em especial, na 3ª visão de Amós, a presença do prumo na mão de Deus simboliza que Ele nivelará o povo
de Israel ao nível das nações pagãs, não lhe dará regalias apesar deste ser o seu povo escolhido, e não mais o
perdoará, serão arrasados os lugares altos de Isaac, os santuários de Israel serão destruídos e Eu empunharei a
espada contra a dinastia de Jeroboão.

Amós é acusado de subversão e expulso de Israel pelo sacerdote de Betel, mas antes de partir para o sul, o
pacato criador de cabras e cultivador de sicômeros disse: “Foi Deus que me tirou de trás do meu rebanho e mandou
profetizar em Israel e por fim lhe digo, Amasias, que sua mulher vai se tornar prostituta na cidade e seus filhos e
filhas vão morrer a golpes de espadas, sua terra será repartida e você mesmo irá morrer em terra estrangeira. E
Israel será levado para o exílio, longe de sua terra”.

Dois anos depois destas profecias, a região toda é abalada por um grande terremoto e os Assírios, os
eternos inimigos de Israel, invadem e destroem logo tudo, de Emat até o riacho de Arabá, ou seja, do norte até o sul,
todo o povo é levado para o exílio, na Babilônia, que duraria 200 anos, onde o povo de Israel purificaria a sua alma,
pelo amargor da vida, e confiam no perdão de Deus, na esperança de reconstruir o reino de Judá.

O Livro de Amós é uma resistência às autoridades corruptas, à opressão dos menos favorecidos. Uma lição
sempre ensinada e sempre esquecida.

AS CINCO VIAGENS

Assim como um primeiro discernimento entre o vício e a virtude e entre o erro e a verdade, foi necessário ao
Aprendiz antes de poder viajar ou progredir do Ocidente ao Oriente e das trevas para a Luz, assim também o
reconhecimento de suas faculdades, por meio das quais o Companheiro começa a contestar a pergunta Quem
somos? é condição necessária para empreender as viagens ou etapas de progresso que o esperam nesta segunda
fase de sua carreira maçônica.
As viagens são em número de cinco, como as faculdades que acabamos de examinar, e há um estreito
paralelo entre estas faculdades e os instrumentos que ao aspirante (já potencialmente Companheiro) deverá levar
em cada viagem, ou melhor dizendo, nas quatros primeiras que se efetuam (como o do Aprendiz) do Ocidente ao
Oriente passando pelo Norte, e logo de regresso do Oriente ao Ocidente pelo Sul.
Como o Aprendiz, o Companheiro também deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da realidade
objetiva, ao mundo abstrato ou transcendente, o mundo dos Princípios e das Causas, atravessando a região obscura
da dúvida e do erro (o Norte) para voltar pela região iluminada pelos conhecimentos adquiridos (o Sul), constituindo
cada viagem uma nova e diferente etapa de progresso e realização.

A PRIMEIRA VIAGEM

Na primeira viagem ou etapa de seu progresso, o novo companheiro leva os dois instrumentos com os quais
fez seu trabalho de aprendiz, trabalho que agora o incube de prosseguir com a nova habilidade que foi o resultado de
toda a aprendizagem.

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O malho e o cinzel, por meio dos quais o pedreiro desbasta a pedra bruta, "aproximando-a a uma forma em
relação com seu destino", são para o maçom as duas faculdades gêmeas da vontade e da determinação inteligente,
sobre a qual a primeira tem que aplicar-se para produzir um resultado aproveitável na Obra de Construção Individual,
meta de seus esforços.
O primeiro destes dois instrumentos utiliza a força da gravidade, com a massa metálica de que se compõem,
para produzir um efeito determinado: a desagregação ou fratura de outra massa de pedra ou matéria bruta, menos
homogênea e resistente que a massa metálica que sobre a mesma que se aplica. É uma força ou Poder cujo efeito
seria constantemente destrutivo, senão se aplicar com extremo cuidado e inteligência.
Assim é daquelas naturezas humanas nas quais o lado energético ou volitivo tomou um desenvolvimento
exagerado e indevido, em relação com o poder diretor da inteligência. Possuídos por uma idéia exclusiva a que
animam com todo o fogo de sua natureza passional, porem sem o discernimento necessário para uma sábia lição,
estes seres constituem um perigo constante para a estabilidade do edifício social, se outros não sabem dominá-los e
dirigir útil e construtivamente suas energias. São, como se chamam no termo oriental, as naturezas rajásicas nas
quais prevalece o elemento ativo do enxofre e constituem a casta dos chatrias, a qual pertencem os revolucionários e
guerreiros, as naturezas impulsivas e rebeldes de todas as raças.
Em comparação com o malho, o cinzel tem uma massa metálica limitada; porém sua têmpera e agudez o
fazem distinguir nitidamente do primeiro, enquanto se grava numa forma determinada sobre a matéria bruta na qual o
aplicamos, cortando-a em vez de quebra-la e faze-la em pedaços, como o faria por si só o malho.
Por outro lado, a resistência e homogeneidade da massa metálica de que se compõem o fazem
especialmente adaptável para suportar, em seu extremo superior, os golpes do malho, e transmiti-lo como efeito útil
sobre a matéria em que obra, separando da mesma um fragmento determinado, melhor que destrui-la cega e não
inteligentemente.
Sem dúvida, o cinzel sem o malho, que aplica sobre ele mesmo a energia da massa de que se compõem,
seria igualmente ineficiente e incapaz de produzir por si só aquele trabalho a que esta destinado, em colaboração
com o segundo. Assim ocorre com aquelas naturezas puramente intelectuais, que elaboram continuamente planos e
projetos, porém, por falta de energia, nunca põem prática, condenando-se a inércia e sujeitando-se passivamente as
condições e circunstâncias, as vontades que as utilizam e das que se fazem servir-lhes como instrumentos, assim
como das pessoas e coisas que as rodeiam.
Pevalecem nestas naturezas tamásicas (1) o elemento passivo e feminino do sal, e constituem a casta dos
vaysias, comerciantes, artistas e empregados, nos quais domina a inteligência elaborativa e que, sabiamente
dirigidos e utilizados, formam a força silenciosa, inteligente e trabalhadora de uma nação. Na primeira viagem
aprende o Companheiro, como conclusão de seus esforços como Aprendiz, o uso combinado dos dois instrumentos,
ou seja o uso harmônico da vontade impulsiva e da determinação inteligente, com as quais se acham em condição
de fazer da matéria prima de seu caráter, ou da pedra bruta de sua personalidade profana (quitando-lhe suas
asperezas e partes supérfluas) uma pedra lavrada, ou seja uma obra de arte.
A capacidade de usar em perfeita harmonia, com suficiente reflexão e discernimento, estas duas faculdades
gêmeas, constituem as naturezas sátvicas nas que prevalece o elemento equilibrante ou mercúrio (satva), ou seja a
inteligência iluminada pelo discernimento do Real. Este nos põem por cima da luta entre os pares de opostos e

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realiza em nós a Pedra Filosofal: a perfeita união do Amor e da Sabedoria, que nos dá o cetro do Poder verdadeiro e
durável, prerrogativa da casta dos brahmanes, ou diretores espirituais da sociedade (2).
(1). Mais propriamente deveria dizer-se satva-tamásicas, e pela anterior satva-rajásica, ou seja,
respectivamente, a inteligência passiva (sem poder diretivo independente), e dominada pelos impulsos, a paixão e a
ambição.
(2). Uma correspondência simbólica mais perfeita que a anterior, baseada sobre as três gunas, das quatro
castas hindus, se encontra em sua correlação com os quatros elementos, correspondendo o Ar aos Brahmanes, o
Fogo aos Chatrias, a Água aos Vaysias e a Terra aos Sudras.

A SEGUNDA VIAGEM

Os instrumentos levados na segunda viagem pelo Obreiro que se iniciou nos princípios da Arte são de uma
natureza inteiramente diferente das dois com que fez seu primeiro trabalho: enquanto os primeiros são dois
instrumentos pesados para um trabalho material, aqui teremos dois instrumentos mais ligeiros de precisão para um
objetivo intelectual: a régua e o compasso.
Com estes, alem de verificar e dirigir o trabalho feito com os anteriores (como o fazem o escultor e o artista
consumados, transformando a pedra bruta em arte) o Companheiro se adestra nos primeiros elementos daquela
Geometria, que é um dos objetivos de seu estudo e que nos da Chave da Arte da Construção, ajudando-nos para
interpretar os planos do Divino Arquiteto dos mundos.
A régua e o compasso não são simplesmente dois instrumentos de medida, em que a medida da terra ou
mundo objetivo, seja o significado originário da palavra Geometria, senão melhor criativos e cognitivos, dado que, por
meio deles podemos construir quase todas as figuras geométricas, começando pelos dois elementares, que são a
linha reta e o círculo.
Todas estas figuras tem para o maçom uma importância construtiva no domínio moral e intelectual. A linha
reta que nos traça a régua, é o emblema da direção retilínea de todos nossos esforços e atividades, na qual devem
inspirar-se nossos propósitos e aspirações: o maçom nunca deve separar-se da exatidão e inflexibilidade da linha
reta de seu progresso, que o indica constantemente o mais justo, sábio e melhor e que nunca deve desviar-se de seu
Ideal como da fidelidade aos Princípios que se propôs seguir, representados pelos pontos pelos quais a linha esta
formada.
O círculo mostra e define ao alcance do raio de nossas atuais possibilidades, ou seja o campo de ação
dentro do que devemos atuar e dirigir-nos sabiamente, na direção inflexível indicada pela linha reta que passa
constantemente por seu centro. Aprendemos assim a uniformizar constantemente nossa conduta ao mais nobre e
elevado, adaptando-nos ao mesmo tempo a nossas condições e necessidades atuais e fazendo o melhor uso das
oportunidades e possibilidades que se nos dispensam no raio de nossa ação.
Em outras palavras, a união do círculo com a reta, traçados respectivamente pelo compasso e a régua,
representa a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender a realizar entre as possibilidades infinitas de nosso ser e
a realidade das condições finitas e limitadas na qual nos encontramos, conciliando o domínio do concreto com o
abstrato, para uma sempre mais perfeita e progressiva manifestação do Ideal no material.

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Alem disso a Régua indica uma perfeita união que traçamos ou realizamos em cada momento, no presente
(como uma linha entre os dois pontos nos quais esta compreendida) entre o passado e o porvir, sendo mesmo o
presente a necessária conseqüência do primeiro e preparação do segundo.
Assim pois, em que tudo o que agora fazemos ou encontramos sobre nosso caminho esta passivamente
determinado pelo o que fomos e o passado que temos esquecido, a eleição ativa que fazemos no presente de nossa
linha de ação, é a que determinará seu êxito definitivo como resultante da força passiva do passado e de nossa
própria atitude no presente.
Por conseguinte, não são tão importantes para nós as coisas e condições em que nos encontramos
atualmente, como é nossa atitude interior acerca das mesmas, que é a que determina o que saldará em definitiva
delas. Qualquer que seja a condição ou circunstância em que nos encontramos, representa um ponto desde o qual
devemos traçar (por meio da régua de nossa conduta) uma linha reta para outro ponto que dependerá por completo
de nossa livre eleição, em que pode ser esta influenciada por nossos esforços, desejos e aspirações passadas.
E, enquanto ao compasso, suas duas pernas e os dois pontos sobre os quais se aplicam nos permitem
reconhecer e traçar a relação justa e perfeita que existe constantemente entre nosso eu e o mundo ambiente que
nos rodeia, medindo com discernimento o alcance daqueles pontos que elegemos para traçar sobre os mesmos, com
a ajuda da régua de que temos falado, nossa linha de conduta em harmonia com o Plano do Grande Arquiteto, que é
a Lei Suprema de nossa vida.
Assim aprendemos a vencer com industria e paciência todos os obstáculos que encontramos sobre nossa
senda, servindo-nos dos mesmos como pontos de partida, oportunidades, meios e degraus para o nosso progresso.

A TERCEIRA VIAGEM

Conservando a régua em sua mão esquerda, o Companheiro, em sua terceira viagem, depõem o compasso
para substitui-lo por uma alavanca, que apoia com a mão direita sobre a espada do mesmo lado.
Este quinto instrumento, que é como o compasso esta caracterizado pelos dois pontos sobre os que se
aplica (potência e resistência) e um terceiro que o serve de ponto de apoio, tem, em comparação com o precedente,
uma função eminentemente ativa, já que com seu auxilio podemos mover e levantar os objetos mais pesados,
aplicando sobre os mesmos uma força apropriada. Representa por tanto, o meio ou possibilidade que nos oferece,
com o desenvolvimento de nossa inteligência e compreensão (o braço extremo ou potência da alavanca) para
regular e dominar em qualquer momento a inércia da matéria e a gravidade dos instintos, levando-os e movendo-os
para ocupar o lugar que os corresponde na Construção de nosso Edifício Individual.
As duas mãos, que devem aplicar-se sobre este instrumento para que o esforço seja mais efetivo,
representam as duas faculdades (ativa e passiva) da vontade e do pensamento, que devem aqui cooperar - como o
uso do malho e do cinzel - concentrando a força se seus músculos sobre o extremo livre da alavanca.
Qual é, pois, este meio, essa faculdade maravilhosa que remove todos os obstáculos e os leva onde
queremos levá-los, sem a qual as duas mãos juntas não poderiam levantar os objetos pesados sobre os quais
aplicamos?
Desde um ponto de vista geral, a alavanca pode considerar-se como símbolo de toda a Inteligência humana
em seu conjunto, que tem seu fulcro, ou ponto de apoio natural, no corpo físico, sobre o qual atua, na medida

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eficiente de seu desenvolvimento, para produzir todas as ações, sendo a Vontade a Força ou potência que sobre ela
se aplica, e que a mesma Inteligência faz efetiva. A Vontade é a sua vez, expressão do potencial espiritual do Ser,
manancial imanente de toda atividade, cuja particular natureza a inteligência determina. O Companheiro, em outras
palavras, se serve da alavanca, toda a vez que por meio de sua inteligência determina, planeja e executa uma ação
particular que manifeste objetivamente o íntimo desejo de seu coração (a potência animadora, aplicada sobre a
alavanca).
De uma maneira mais particular, sem dúvida, podemos ver na alavanca um símbolo bastante apropriado e
expressivo da Fé, a faculdade que aplica, apoiando-se no fulcro da consciência individual, o Potencial Divino - e
portanto infinito do Ser até levantar e mover as alegóricas montanhas das dificuldades. Nos disse o Evangelho que,
para produzir esse resultado, é suficiente a Fé que se encontra dentro de um grão de mostarda; isto quer dizer que
as mais pequenas sementes de Fé pode crescer, quando seja aplicada inteligentemente, até produzir os efeitos mais
maravilhosos que possa imaginar, realizando-se assim, de uma maneira efetiva, a fachada hipotética de Arquitetes.
Quando se possui essa alavanca da Fé, até o mundo pode ser levantado e transformado, por meio da força ativa de
uma nova idéia propulsora. Todos os homens que possam deixar na história e na humanidade uma pegada mais
profunda de sua atividade, fizeram uso, efetivamente, da misteriosa alavanca, com a qual pode ser posta em
movimento, e até ser utilizada, a inércia natural das massas, cuja primeira resistência se transforma depois em poder
propulsor.
O pensamento sem a vontade, e a vontade sem o pensamento seriam igualmente incapazes de atualizar a
Força Infinita da Fé, que para ser efetiva deve ser iluminada por um Ideal, e dirigida pelo motivo mais elevado, nobre
e desinteressado, que a cada qual o seja dado alcançar, sem sombra de dúvida, por parte da inteligência, sem que
haja vacilação nenhuma no objeto que nos anima.
É igualmente inútil este instrumento, senão lhe aplica a Vontade com absoluta firmeza e perseverança de
propósito, assim como o Pensamento, em vez de concentrar-se sobre o mesmo com iluminado discernimento, se
deixa desviar por considerações errôneas e falsas crenças que o aleijariam daquela clara visão em que consiste a
clarividência do iniciado.
A régua com a qual entrou pela primeira vez na segunda Câmara, não deve portanto separar-se nunca do
Companheiro em seus esforços por meio deste novo utensílio que o ajudará a realizar o que de outra maneira seria
impossível, multiplicando suas forças em proporção direta das necessidades, ou seja do objeto ou objetos sobre os
quais se aplica. A régua é, pois, aquele instrumento de direção sem o qual nunca poderemos fazer uma obra definida
e efetivamente construtora: nossa vida se torna um caos (como seria um Universo sem Leis) quando possuímos uma
régua justa e segura para todos nossos esforços e ações.

A QUARTA VIAGEM (1)

O iniciado seguira levando a régua em sua quarta viagem, acompanhando-a esta vez com o esquadro, o
sexto e último instrumento cujo o uso deve aprender nestas peregrinações que tem por objeto outorgar-lhe aquela
experiência, que necessita para poder encaminhar-se para o Magistério em sua própria arte.
Assim como a união coordenada da régua com o compasso indica a capacidade de dar cada passo, em vista
do objeto que nos propomo-nos, com perfeita retidão, dentro do limite de nossa atuais possibilidades, assim

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igualmente sua ação com o esquadro representa a necessária retificação de todos nossos propósitos e
determinações, segundo o critério e Ideal que nos inspira, assim como as ações que realizam aqueles.
Particularmente, o esquadro unido a régua ensina ao maçom que o fim nunca justifica os meios, só pode
obter-se um resultado satisfatório quando os que se empenham estejam em harmonia, com a finalidade em que
unidos se propõem. Assim, por exemplo, é um erro crer que pode obter-se e gerar a paz por meio da guerra, dado
que a guerra se apoia em pensamentos de ódio, inimizade e violência, enquanto para a primeira se necessita sobre
tudo amizade, simpatia, compreensão e cooperação.
1) Deve-se notar que nas viagens de número par (2 e 4) se levam instrumentos passivos, e nas impares
instrumentos ativos.
Considerado isoladamente, o esquadro é um símbolo equivalente ao místico Tua dos egípcios, quer dizer, a
união do nível com o prumo, por meio dos quais se constrói o muro e se levanta um edifício, em prumo com as Leis
que governam toda construção, depois de verificar cuidadosamente a perfeita retidão dos ângulos triedos das pedras
que se empenham, de maneira que possam estas ocupar exata e rigorosamente o lugar que a cada qual
corresponda. Assim é que pode também substituir por estes dois instrumentos combinados.
A régua em união com o esquadro, representa também a perfeita medida dos materiais que usamos na
elevação do edifício, que além de estar ajustado em todos seus ângulos, há de ser bem proporcionados em suas três
dimensões, segundo o lugar onde se aplicam para lograr com seu conjunto a homogeneidade, estabilidade e
harmonia do edifício que se levanta, e cuja ausência acusaria obreiros inexperientes, aos que não pode confiar-se
um trabalho de importância.
A pedra cúbica, ou seja a individualidade justamente desenvolvida em todas as suas faces, não é
precisamente o que se necessita para o Edifício Social: uma pedra deste gênero constitui a exceção, e seria
condenada ao isolamento por não poder aproveitar-se na união com as demais. O que melhor se necessita para o
propósito construtor da Maçonaria, é uma pedra em perfeito esquadro em suas seis faces, qualquer pode ser o
desenvolvimento comparativo das mesmas, com tal,que haja proporção e paralelismo entre seus diferentes lados,
respectivamente verticais e horizontais, para que possam utilmente aproveitar-se e por-se no lugar que lhe
corresponde, com a ajuda do nível e do prumo.
Não devemos, pois, os maçons, buscar uma uniformidade absoluta em nossas idéias, idéias e convicções,
conformando nossa visão as limitações estreitas de um tipo preestabelecido, com os quais nos converteríamos
noutros tantos ladrilhos, que se bem são bem úteis e pode aproveitar-se nas construções correntes, não o seria
igualmente para um edifício grandioso e imponente, como é aquele Templo Simbólico que levantamos, com nossos
esforços unidos, a Glória do Divino Arquiteto do Cosmos cuja a perfeição e beleza dependem igualmente da
inteligente variedade dos materiais que se empregam, assim como da sábia coordenação e combinação dos
mesmos, de acordo com um Plano Magistral no qual há lugar para pedras das formas e dimensões mais complexas
e variadas.
Devemos, por conseguinte, desenvolver e trabalhar a pedra de nossa personalidade naquela forma que
melhor se adapta, segundo sua particular natureza, para ocupar o lugar mais apropriado no Edifício da Humanidade
e da Criação, e expressando nela, como melhor podemos, aquela parte que nos é dado fazer patente do Gênio
Sublime do Artífice, do qual somos outras tantas manifestações.

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A QUINTA VIAGEM

Este Gênio Individual no qual se revela a verdadeira capacidade do artista é o que o Companheiro trata de
buscar na quinta viagem que, a diferencia das precedentes, se cumpre sem o auxilio de nenhum instrumento e numa
direção oposta a qual se seguiu até agora: para trás e sob a ameaça de uma espada posta sobre seu peito.
Que significa esta troca completa de direção e de atividade? É uma nova etapa de progresso que se cumpre
de uma maneira misteriosa, em oposição com as Leis e Regras seguidas até aqui, ou é um verdadeiro regresso
inevitável para todos, apesar dos esforços realizados para alcançar nosso ser mais elevado? Por que razão
abandonou o Companheiro também a régua simbólica com a qual fez sua entrada na segunda Câmara?
Esta viagem, e a maneira misteriosa como se cumpre, tem muitos sentidos e encerra uma profunda doutrina,
intimamente relacionada com o número cinco que faz esta viagem particularmente peculiar no grau de Companheiro.
Em primeiro lugar, se cumpre sem nenhum instrumento. Isto significa que, fazendo-se adestrado no uso dos
seis instrumentos fundamentais da construção, a saber, o malho, o cinzel, a régua, o compasso, a alavanca, e o
esquadro que correspondem as seis principais faculdades, tem agora que buscar sua sétima faculdade central, que
corresponde a letra G (a sétima letra do alfabeto latino), cujo o perfeito conhecimento o conduzirá ao Magistério.
Representa, em outras palavras, o novo campo de estudo e de atividade que se abre ao artista experimentado no
uso dos diferentes instrumentos, para expressar uma fase superior de suas habilidades, e ao iniciado, uma vez que
há dominado sua natureza inferior e se adestrou no uso de suas diferentes faculdades, com aquisição de novos
poderes que representam a multiplicação de seus talentos.
Indica, portanto, um novo gênero de trabalho, em que deve adestrar-se, e no qual todos os instrumentos
empregados até agora, ainda a mesma régua, são supérfluos, dado que se trata de atividade puramente espiritual,
qual é a meditação que conduz a contemplação da Realidade, a qual chagará ascendendo os cinco degraus de que
a continuação falaremos.
O abandono da régua representa aquele estado de completa liberdade que se consegue uma vez que se ha
dominado os sentidos e as paixões inferiores e o individuo se abre a percepção daquela Luz Interior (simbolizada na
Estrela Flamejante) que faz inútil toda regra externa.
Chega, pois um momento, na evolução individual, no qual todas as regras, ensinamentos e ajudas
exteriores, que até então foram de suma utilidade, já não servem, e quase constituem um obstáculo para seu
progresso ulterior. Devem então abandonar-se, convertendo-se o Artista no instrumento do Gênio Divino que atua
nele, buscando uma perfeita expressão do Ideal em que se manifesta, e fazendo-se igualmente o Iniciado veículo e
expressão daquela Luz que aparece e daquela Voz que se faz ouvir dentro de seu próprio coração.

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“O Rei Salomão mandou procurar Hirão, de Tiro. Ele era filho de uma viúva da tribo de
Nephtali, mas seu pai era de Tiro e trabalhava o bronze. Ele era cheio de sabedoria, de inteligência
e de saber para fazer todo gênero de obras de bronze; ele veio para junto do Rei Salomão, e fez
todas as suas obras.
“Hirão fabricou as duas colunas de bronze; a altura de uma coluna era de dezoito côvados e
uma linha de dezoito côvados media a circunferência da segunda coluna, Ele fez dois capitéis de
ouro fundido, para colocá-los no alto das colunas; a altura do primeiro capitel era de cinco
côvados e a altura do segundo capitel era de cinco côvados. Havia aí treliças em forma de redes,
festões em forma de pequenas correntes, nos capitéis que encimavam as colunas, sete num
capitel, sete no segundo capitel. Ele fez duas ordens de romãs em torno de uma das treliças, para
cobrir o capitel que encanava uma das colunas; e o mesmo o fez para o segundo capitel. Os
capitéis que estavam no alto das colunas, no pórtico, representavam lírios com quatro côvados de
altura. Os capitéis colocados em cima das duas colunas eram rodeados de duzentas romãs, no
alto; junto da êntase que ficava além da treliça, havia também duzentas romãs colocadas em torno
do segundo capitel. Ele levantou as colunas no pórtico do Templo; levantou a coluna da direita e
chamou-a de Jachin: depois levantou a coluna da esquerda e chamou-a de Booz - E por cima das
colunas havia um trabalho representando lírios. Assim foi terminada a obra das colunas.”

Os autores estão longe de chegar a um acordo e os pormenores


dados são tão confusos que os escritores maçônicos só chegam a um acordo
quanto às características principais.

Ragon escreve a esse respeito: Supõe-se que as duas colunas têm 18


côvados de altura, 12 de circunferência, 12 na base, e seus capitéis, 5 côvados;
total 47, número igual ao das constelações e dos signos do zodíaco, isto é, do
mundo celeste. Suas dimensões são contrárias a todas as regras da arquitetura,
para nos advertir que a sabedoria e a força do divino Arquiteto estão acima das
dimensões e da opinião dos homens. Elas são de bronze para resistir ao dilúvio,
isto é, á barbárie; o bronze é aqui o emblema da eterna estabilidade das leis da

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natureza, base da doutrina maçônica. Elas são ocas, para poder conter nossos instrumentos,
que são os conhecimentos humanos; enfim, é junto delas que pagamos os operários e os
dispensamos contentes pela comunicação das ciências.
Por que Ragon diz que as dimensões das colunas estão “contra todas as regras da
arquitetura”? Essas dimensões, pelo contrário, são muito bem adaptadas a colunas isoladas.
Sendo seu diâmetro de pouco menos do que 4 côvados e sua altura de 23 (18 para o fuste e 5 para
o capitel), o módulo usado é igual a 6; enquanto, é verdade, na arte grega — o módulo da coluna
dórica, a mais robusta de todas, é igual a 8.
Elas são de bronze, para resistir ao dilúvio. Não houve dilúvio depois de sua construção e,
contudo, até hoje, não se encontrou vestígio algum dessas colunas.
Elas são ocas, para poder conter os instrumentos.

Observando com cuidado a descrição das Colunas, podemos deduzir logicamente que havia
dois capitéis superpostos: um de 5 côvados de altura, o outro de 4, o que levaria a altura total das
colunas a 27 côvados, ficando o módulo igual a sete. O texto bíblico fala também de sete fileiras de
pequenas correntes, de um lírio com quatro côvados de altura e de capitéis com cinco côvados de
altura. Se o capitel tinha uma altura de 5 côvados e os lírios 4, restaria apenas uma altura de um
côvado ) no qual teriam de ser localizadas as sete fileiras de pequenas correntes; estas seriam
então de dimensões muito pequenas e muito pouco visíveis a uma altura de 10 metros.
Na Bíblia não observamos nenhuma menção sobre pedestal e é provável que estes não
existissem; as colunas deveriam ser colocadas diretamente na terra, sobre uma base de pedra.
Essas duas Colunas eram semelhantes e idênticas. Somente suas posições, à direita e à
esquerda, e os nomes que lhes foram dados as diferenciavam.
Riccioti fornece pormenores notáveis:
“De cada lado da entrada do vestíbulo, encontrava-se uma coluna de bronze oca, de uma
altura de 9 m 90 cm (18 côvados), encimada por um capitel arredondado, com uma altura de 2 m 75
cm (5 côvados), ou seja, uma altura total de 12 m 65 cm (23 côvados). O nome da coluna da direita
era Yakhin, “ele tornará estável”, e o da coluna da esquerda Bo’az, “nele há força”; de acordo com
sua forma atual, esses dois nomes deveriam estar relacionados com Yahvé, que mantém o templo

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de pé; mas, a julgar por indicações de antigas variantes, parece que os nomes primitivos eram
Yakhun, “ele é estável”, e Be’oz, “em força”, que deveria ser aplicado ao próprio templo.”

Os Nomes das Colunas


Jachin e Boaz

Jachin, isto é, “ele estabelecerá”; Booz (hebraico Boaz), isto é“na força”as duas palavras
reunidas significam, portanto: Deus estabeleceu na força, solidamente, o templo e a religião de que
ele é o centro.
“A Bíblia nos diz, que as duas colunas de bronze, obra do fundidor tiriano Hirão, foram
erigidas à entrada do Templo de Salomão, uma à direita, sob o nome de Jachin, e a outra à
esquerda, sob o nome de Booz. Jamais houve qualquer contestação sobre o sexo simbólico
dessas duas colunas, a primeira delas suficientemente caracterizada como masculina pelo Iod
inicial que a designa comumente. Com efeito, essa letra hebraica corresponde à masculinidade por
excelência. Beth, a segunda letra do alfabeto hebraico, por outro lado, é considerada como
essencialmente feminina, porque seu nome quer dizer casa, habitação, de onde a idéia de
receptáculo, de caverna, de útero, etc. A Coluna J.’. é, portanto, masculina-ativa, e a Coluna B.’.
feminina-passiva. O simbolismo das cores exige, conseqüentemente, que a primeira seja vermelha
e a segunda branca ou negra.
A palavra Jachin, em hebraico, escreve-se com as letras Iod, Caph, Iod, Nun. Para evitar erro
na pronúncia, escreve-se às vezes Jakin. A palavra Booz escreve-se com as letras Beth, Aïn (letra
que não pode ser traduzida foneticamente senão por uma aspiração sonora, pelo espírito forte do
grego), Zaïn. Muitas vezes escreve-se Booz em lugar de Boaz; no entanto, esta última ortografia
está mais de acordo com o hebraico.
A Bíblia é formal: ela coloca Jachin à direita e Boaz à esquerda, o que está conforme com o
simbolismo tradicional e universal.
O Rito Escocês coloca as duas Colunas desse modo, mas o Rito Francês inverteu as
respectivas posições: ele coloca Jachín à esquerda e Boaz á direita, sendo que nada justifica essa
mudança, nem mesmo o fato de essas colunas terem sido transportadas do exterior para o interior
do Templo.
Maçonicamente o Sol corresponde à Coluna J.’. e a Lua corresponde à Coluna B.’. e lhes
são atribuídas as seguintes cores: Vermelho à Coluna J.’., Branco ou Preto à Coluna B.’., corres-
pondendo assim ao Ativo e ao Passivo.
Se nos ativermos ao texto bíblico, as duas Colunas eram de bronze e ambas da cor natural
desse metal. Para diferenciá-las, decidiu-se adicionar-lhes as cores e tal decisão é arbitrária e
discutível.

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O lugar das Colunas varia de acordo com o lugar em que se coloca o observador: na frente
ou atrás. Para a maioria dos símbolos, é preciso considerar o observador na sua frente.
É fácil notar que a cor branca corresponde perfeitamente à Sabedoria, à Graça e à Vitória; a
cor vermelha, à Inteligência, ao Rigor e à Glória, enquanto que o azul está em harmonia com a
Coroa, a Beleza, o Fundamento; o negro corresponde ao Reino.
Assim, portanto, ao lado direito (positivo) atribuímos a cor branca, ao lado esquerdo
(passivo), a cor vermelha; no centro, a cor azul (neutra) e, na base, a cor negra (matéria).
Atribuindo o Branco à Coluna da direita e, conseqüentemente, a Jachin, respeitamos o
símbolo solar, atribuído a essa coluna, já que a luz do Sol é branca.
As três cores: azul, branco e vermelho figura na bandeira francesa.
A Coluna J.’. devia, portanto, ser branca e a Coluna B.’. vermelha; o azul é a cor do Céu e do
Templo, da Abóbada estrelada. A Maçonaria dá precisamente a cor branca a seus mais altos graus;
a cor vermelha a seus graus intermediários e a cor azul a seus primeiros graus, cujos parti-
cipantes, antes de qualquer coisa, devem praticar a tolerância.

As duas Colunas, como dissemos, assinalam os limites do Mundo criado, os limites do


mundo profano, de que a Vida e a Morte são a contradição extrema de um simbolismo que tende
para um equilíbrio que jamais será conseguido. As forças construtivas não podem agir senão
quando as forças destrutivas tiverem terminado sua tarefa. Essas forças opostas são “necessá-
rias” uma à outra. Não se pode conceber a Coluna J.’. sem a Coluna B.’., o calor sem o frio, a luz
sem as trevas, etc. Todo ser vivo encontra-se constantemente num estado de equilíbrio instável,
formado pela criação de células novas e a eliminação de células mortas. As novas gerações não
podem afirmar-se senão à medida que as antigas lhes cedem o lugar.
Essas duas Colunas são a imagem exata do Mundo, e é conveniente que este fique fora do
Templo. O Templo é sustentado por Pilares, que se situam no mundo dos Arquétipos, onde tudo se
funde numa Luz cujo brilho é inviolável.

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OS TRÊS PILARES
SABEDORIA, FORÇA E BELEZA

Conforme o Rito Escocês os três Pilares devem estar em esquadro nos ângulos
do Quadrado Oblongo: um no ângulo oriente-meio-dia, outro no ângulo ocidente-
meio-dia e o terceiro no ângulo ocidente setentrião.
Não se deve confundir esses três Pilares com as duas Colunas situadas à
entrada do Templo.
O nome dos três pilares, sustentáculos misteriosos de nossos Templos, são
Sabedoria (para inventar), Força (para dirigir) e Beleza (para adornar).
O simbolismo dos três Pilares era idêntico ao das duas Colunas, ás quais
eles aplicam também os adjetivos de Sabedoria e de Força.
Ao ternário: Sabedoria, Força e Beleza, Oswald Wirth faz corresponder os se-
guintes ternários:

Pai, Filho, Espírito Santo;


Espírito, Alma e Corpo;
Ativo, Passivo, Neutro; etc.

Notar-se-á que os nomes desses três Pilares são os de três das Sephiroth da
Cabala. Sabemos que na Cabala hebraica as Sephiroth representam um sistema
particular de emanação divina.
No principio, houve confusão entre Chesed e Tiphereth, pois os três Pilares
visíveis do Quadrado oblongo só podem ser Chochmah, Geburah e Chesed. O quarto
Pilar, que liga diretamente o Visível ao invisível, Binah, a Inteligência Suprema,
estando isolado de toda matéria, existe, mas não se mostra a nossos olhos mortais.
Por outro lado, a disposição desses três Pilares implica na existência virtual do
quarto.
Cada um dos três Pilares corresponde a um dos três principais Oficiais da
Loja: a Sabedoria, ao Venerável; a Força, ao primeiro Vigilante; a Beleza, ao
segundo Vigilante.

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Os três Pilares poderiam ser feitos em pedra talhada, em granito e em
mármore; essas três matérias correspondem respectivamente às três virtudes:
Sabedoria, Força e Beleza.
Cada um dos três Pilares também poderia representar uma das três principais
ordens da arquitetura grega: A DÓRICA, A JÔNICA E A CORÍNTIA.

Os três pilares e os oficiais

A coluna Dórica corresponde à Força, a Geburah; a coluna Jônica à Sabedoria,


Chochmah; a coluna Coríntia à Beleza, Chesed.
Na Maçonaria anglo-saxã, os Pilares figuram em miniatura sobre as plataformas dos
Oficiais. Quando o primeiro Vigilante levanta seu Pilar, o segundo Vigilante abaixa o seu e vice-
versa. Isso indica a preeminência de um princípio sobre outro no transcorrer dos trabalhos.

ORDENS ARQUITETÔNICAS

Uma Ordem no campo da Arquitetura Clássica resume-se na combinação de Pilares incluindo:


Base, Fuste, Capitel e o Entablamento Horizontal, um pilar por si só não pode ser considerado uma
Ordem.

As ordens arquitetônicas foram descritas por Vitrúvio (Marcus Vitrúvius Polo) arquiteto e
engenheiro romano que viveu um século antes da nossa era.

Foram os Romanos que introduziram o Entablamento como material de revestimento do Pilar ou


Pilastra. Esse entablamento servia para embelezar os Pilares que passavam a sustentar e a ornamentar
as construções daquela época.

Durante séculos as instruções detalhadas contidas nos “Dez Livros de Arquitetura” foram

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seguidas mais ou menos fielmente e usadas em toda a extensão durante o tempo do Império
Romano.

Após a queda desse Império, as formas bárbaras de arquitetura foram introduzidas e as


instruções canônicas de Vitrúvio foram ignoradas ou deturpadas.

Os “Dez Livros de Arquitetura” escritos por Vitrúvio, são um computo completo da


arquitetura, desde a educação inicial do arquiteto, passando pelos princípios fundamentais da arte,
da localização geomântica dos templos e das cidades, das casas para moradia, dos materiais, das
formas de arquitetura, até a pintura a maquinária e as artes militares.

Vitrúvio afirma que quando se consegue a comodulação perfeita, ou seja, a ligação de todos
os elementos arquitetônicos com o todo, por meio de um sistema de proporção, consegue-se a
“Eurritmia” que consiste na beleza e conveniência no ajustamento das partes.

Determina que a simetria, é a concordância justa entre as partes da própria obra e a relação
entre os diferentes elementos e todo o esquema geral.

Vitrúvio também demonstra a harmonia simétrica que existe entre o antebraço, o pé, a palma, o

dedo e as outras partes menores do corpo humano.

Compara essas partes ás partes de um edifício, continuando a antiga tradição do edifício


sagrado visto em termos do corpo de um homem, em termos do microcosmo.

Deve-se agradecer a Vitrúvio o fato de ter sido ele quem preservou em seus escritos essas
formas arquitetônicas, em especial as da arquitetura grega, no que diz respeito ás colunas das
ordens Dórica, Coríntia, Jônica, Compósita e Toscana.

As antigas Ordens de Arquitetura reverenciadas pelos Maçons, não são mais que Três, a
Dórica, a Jônica e a Coríntia.

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A Ordem Jônica para honrar Minerva, Juno, Diana, Baco e outros deuses.

A Ordem Dórica era em honra de Hércules e Marte.


A Ordem Coríntia para honrar Vênus, Proserpina, Flora, para a Água da Fonte e para as
Ninfas.
As ordens Compósita e Toscana, são mais simples que a Dórica e em Maçonaria elas não
estão incluídas em nossos estudos.
Cumpre esclarecer que a Dórica provém de Dorus, filho de Hellen, rei de Achaia e do
Peloponésio, caracterizando a Coluna Dórica pela falta de base.
A Coluna Jônica caracteriza-se pelo seu capitel com um duplo enrolamento, chamado voluta
e apresenta em seu fuste 24 meias canas, separadas por filetes, não formando canto vivo, como
acontece na Dórica.
A Coluna Coríntia, tida como a mais bela, o fuste é liso ou canelado e o seu capitel imita um
cestão de folhas de acanto. Ela foi criada pelo escultor Calímaco de Corinto, advindo dai o seu
nome.
Antigos escritores maçônicos referem-se aos Três Grandes Pilares Emblemáticos que
sustentam uma Loja de Maçons - Sabedoria, Força e Beleza – Jônica, Dórica e Coríntia -
representado pelo Ven.’. M.’., 1º Vig.’. e 2º Vig.’.
Se considerarmos a altura, o diâmetro, o fuste, o capitel e o estilo de cada coluna,
poderemos tirar grandes conclusões em relação a: Sabedoria, Força e Beleza.

Desde a metade do Século XVIII, começaram a surgir os Certificados Maçônicos ou


Diplomas impressos, ilustrados com as Cinco Ordens da Arquitetura, alguns com as cinco ordens
e outros com somente as três Ordens Gregas.

Já no Painel do Grau de companheiro daquela época apareciam as Cinco Nobres Ordens


de Arquitetura.
Com o crescimento da maçonaria americana, a mesma passou a colocar uma pequena mesa
no centro da Loja e sobre ela o Livro da Lei Sagrado, os pilares vieram para o centro da Loja
também, formando com seus três, as três extremidades de um Esquadro. Hoje nas atuais lojas
maçônicas essas colunas perderam as características das Ordens Arquitetônicas e passaram a ser
usados os candelabros, sem nenhuma associação com os antigos Pilares.

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De acordo com a Bíblia Lamec teve duas Esposas - Ada e Sela.


Ada pariu dois filhos, Jabal e Jubal. Sela pariu dois filhos também: Tubalcain
e Noema. Dos filhos de Ada, Jabal foi considerado o Pai dos Pastores, dos
Construtores - o Pai da Geometria. Jubal, foi considerado o Pai da Música, daqueles
que tocavam citaras e órgãos. Dos filhos de Sela, Tubalcain, foi considerado o Pai
da Siderurgia, pois era um grande, um exímio fundidor de bronze. Noema, a única
filha, foi considerada a Mãe da Tecelagem, da arte de fiar.
Esses quatro filhos entraram para o mundo das Lendas, ao serem descritos como os pri-
meiros Cientistas do Universo que habitamos.
A Lenda é a seguinte: corria um boato de que o mundo, em breve, ia se acabar, só não se
sabia se era através de um grande e violento incêndio, ou através de um prolongado dilúvio.
Temerosos de que todos os conhecimentos amealhados por eles poderiam se perder para sempre,
resolveram, os quatro, construir duas grandes Colunas, uma de Mármore, para que, no caso de a
Catástrofe ser através de um grande incêndio, o Mármore, não sofresse a ação destruidora do
fogo; e uma outra de Tijolos Queimados, para que, caso contrário, o vaticínio sobre o Dilúvio
estivesse correto, o Tijolo Queimado não sofreria a ação das águas, permanecendo à tona.
Construídas as Colunas, eles gravaram em cada uma delas, todos os conhecimentos que
possuíam do mundo até aquela data. A Coluna que sobrevivesse à Hecatombe Universal, levaria
aos pósteros (se houvesse pósteros), as Ciências desenvolvidas pelos Quatro.
O resultado nós sabemos, foi o Dilúvio, e nem todos sucumbiram a este, e
assim, foram salvas as duas Colunas, gravadas e construídas pelos filhos de
Lamec.
Conta a tradição Lendária, que uma das Colunas, muitos e muitos anos mais
tarde, foi descoberta por Hermus Trimegisto, e a outra foi descoberta por Pitágoras.
Essa Lenda e outras estão nas “Old Charges”, (antigas Obrigações) da
Maçonaria Medieval. Em alguns livros as Old Charges, aparecem com o Titulo de
“Constituições Góticas”, ou mesmo “Manuscrito das Constituições”.
A autoria dessas Lendas Góticas é às vezes, atribuída aos Monges e
Sacerdotes da Idade Média, para dar à Ordem dos Pedreiros Operativos, um caráter
extremamente religioso. E se essa foi a intenção, se esse foi o propósito, cremos
que conseguiram, pois até mesmo o Pastor Presbiteriano Reverendo Ir.’. Dr. James
Anderson andou acreditando em Lendas e publicou-as em suas Constituições, em
1723. Todavia, essa Maçonaria Antidiluviana, sofreu um grande golpe quando foi
excluída da segunda Edição (1738) do Reverendo Ir.’. James Anderson.
A primeira referência feita às Colunas dos Filhos de Lamec, é feita em 1416,

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aproximadamente sessenta anos após a Maçonaria ter se organizado legalmente
(1356) em Londres.
Esses documentos, ou parte deles, só chegaram até nossos dias, através dos
pesquisadores da Grande Loja Unida da Inglaterra e da Quatuor Coronati, de
Londres. É uma Série muito grande de Documentos Manuscritos que estavam
apodrecendo nas prateleiras de muitas Bibliotecas particulares, que aos poucos
foram sendo estudados e constatado seu valor histórico e sua grande importância
na formação histórica da Maçonaria. O povo Inglês, cioso de suas tradições, não é
dado a destruir documentos, a não ser alguns Maçons do começo do Século XIII
que, temerosos de que o imenso acervo de Documentos conseguido fosse
amealhado pelo Ir.’. George Payne, ex-Grão-Mestre da Grande Loja de Londres,
destruíram numa fogueira milhares de Manuscritos Maçônicos. O desastre desse
ato insano, até hoje é sentido pelos pesquisadores ingleses. Alguns desses
Documentos possuíam mais de uma cópia, e essas cópias foram encontradas.
Outros, infelizmente, por possuírem uma única cópia, ficaram destruídos para
sempre.
O zelo exacerbado de alguns lideres religiosos tem privado a humanidade de
grandes conhecimentos. As fogueiras dos regimes políticos de exceções e dos
fanáticos religiosos que vêm manchando a história, têm causado mais males que as
epidemias, as pestes, os abalos sísmicos.
O Manuscrito de Dunfries, nº 4, de 1710, tem uma outra versão que, pela data,
tem grande importância. Esse Manuscrito veio juntar-se a uma serie já existente e
ampla, a Coleção de Perguntas e Respostas (Catecismos) com a interpretação de
muitos itens, com cunho religioso.
Logo na primeira parte do Manuscrito, encontramos estas referências sobre
os filhos de Lamec e suas duas Colunas:
“Perg: Onde estavam as Ciências da Nobre Arte?
Resp: Elas estavam nas Duas Colunas de Pedra queimada para que não
afundassem e na outra para que não queimassem.”
Em seguida vem uma longa sequência de Interpretações de cunho puramente
religioso, afirmando que Salomão nominava essas Colunas, numa singular
deferência às “Vossas duas Igrejas” - A dos Judeus e A dos Gentios.
Todavia, as explicações contidas nos Catecismos de então, eram muito
escassas. Não eram suficientemente explícitas. Somente a partir do Ir.’. William
Preston, é que se começou a estudar a sério esses Símbolos e outros, começando
a dar a cada Símbolo Maçônico um significado simbólico e uma mensagem de
Ordem Moral a cada um deles. O Esquadro passou a significar Retidão nas Ações e
nos Princípios; o Compasso passou a significar Equidade e Justiça, assim como os
demais símbolos que possuem seus significados.

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AS SETE LEIS HERMÉTICAS


1ª Lei do Mentalismo:

O universo é mental ou Mente. Isso significa que todo universo fenomenal é simplesmente uma
criação mental do TODO... Que o universo tem sua existência na Mente do TODO.
Uma outra maneira de dizer isso é: "tudo existe na mente do Deus e da Deusa que nos 'pensa' para que
possamos existir. Toda a criação principiou como uma idéia da mente divina que continuaria a viver, a
mover-se e a ter seu ser na divina consciência."
"O Universo e toda a matéria são consciência do processo de evolução."
Minha opinião é que toda a matéria são como os neurônios de uma grande mente, o universo consciente, que
"pensa".
Todo o conhecimento flui e reflui de nossa mente, já que estamos ligados a uma mente divina que contem
todo o conhecimento.
É claro que não estamos conscientes de "todo o conhecimento" em qualquer momento dado, por que seria
uma tarefa exorbitante manuseá-lo e processa-lo e ficaríamos loucos no processo.
Os cinco sentidos do cérebro humano atuam tanto como filtros como fontes de informação. Eles bloqueiam
uma considerável soma de informação caso contrário seriamos esmagados por informações que nos
bombardeiam minuto a minuto como sons, cheiros e até idéias, não seriamos capazes de nos concentrarmos
nas tarefas especificas em mãos. Mas sob condições corretas de consciência podemos moderar, ou até
desligar o processo de filtração, com a consciência alterada, o conhecimento universal (i.e. Registros
Akáshicos)
torna-se acessível. Abramos nossa mente ao TODO (i.e. o Uno, Deusa + Deus). Deixemos o conhecimento
entrar.

2ª Lei da Correspondência:
"Aquilo que está em cima é como aquilo que está embaixo."
Essa lei é importante porque nos lembra que vivemos em mais que um mundo.
Vivemos nas coordenadas do espaço físico, mas também vivemos em um mundo sem espaço e nem tempo.
A perspectiva da Terra normalmente nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. A
nossa atenção está tão concentrada no microcosmo que não nos percebemos o imenso macrocosmo à nossa
volta. O principio de correspondência diz-nos que o que é verdadeiro no macrocosmo é também verdadeiro
no microcosmo e vice-versa.
Portanto podemos aprender as grandes verdades do cosmo observando como elas se manifestam em nossas

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próprias vidas.
Por isso estudamos o universo: para aprender mais sobre nós mesmos.
Na menor partícula existe toda a informação do Universo.

3ª Lei da vibração:
Todas as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em
repouso.
Das galáxias às partículas sub-atômicas, tudo é movimento.
Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida
ou imóvel , mas oscila de acordo com as temperaturas e com harmonia com as vibrações térmicas do seu
meio ambiente.
A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas cheia de movimento e ritmo.
Ela dança.

4ª Lei da Polaridade:
A polaridade é a chave de poder no sistema hermético. Tudo é dual. Os opostos são apenas
extremos da mesma coisa. Energia negativa (-) é tão "boa" ou "má" quanto energia positiva (+).

5ª Lei do ritmo:
Tudo está em movimento, a realidade compõe-se de opostos.
E os opostos se movem em círculos.
As coisas recuam e avançam, descem e sobem, entram e saem. Mas também giram em círculos e espirais. A
lei do ritmo nos assegura que cada ciclo busca sua complementação. A grande roda da vida esta sempre
fazendo um circulo. O que se muda é o tamanho desse círculo.

6ª Lei do Gênero:
O principio hermético do gênero diz que todos tem componentes masculinos e femininos. É uma
importante aplicação da lei da polaridade. É semelhante ao principio com o principio animas animus que
Carl Jung e seus seguidores popularizaram, ou seja que cada pessoa contém aspectos masculinos e
femininos, independente do seu gênero físico, nenhum ser humano é 100% homem ou mulher, e isso é até
astrologicamente explicado, uma vez que todos somos influenciados por todos os signos (uns mais, outros
menos), e metade do zodíaco é feminino, enquanto que a outra metade é obviamente masculina (Esse é mais
um argumento que suporta a igualdade entre Deus e Deusa).
Em todas as coisas existe uma energia receptiva feminina e uma energia
projetiva masculina, a que os chineses chamavam de Yin Yang (e o que os bruxos chamam de Deusa e
Deus).

7ª Lei de Causa e Efeito:


Em sua forma tradicional, a lei de causa e efeito diz que nada acontece por acaso, que para todo
efeito existe uma causa, e que toda causa é, por sua vez, um efeito de alguma outra causa.

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Tábua de Esmeraldas - Hermes Trismegisto


"Isto é verdade, sem mentira, muito verdadeiro" (a verdade nos três mundos)
"O que está embaixo é como o que está em cima" (Lei da Analogia)
"E o que está em cima é como o que está em baixo" (Lei da Correspondência)
"E como todas as coisas vêm e vieram do Um" (Lei do número)
"Assim todas as coisas são únicas por adaptação" (Lei da Adaptação)
"O Sol é seu pai; a Lua é sua mãe; o vento carregou-o no ventre; a terra é sua nutriz" (os quatro elementos)
"Separarás a terra do fogo, o sutil do espesso, docemente como Grande
Indústria" (Arcano da Salvação, separação da matéria do espírito)
"Ele sobe da Terra para o Céu, e de novo desce a Terra e recebe a força das coisas superiores e inferiores"
(Lei da Evolução/Involução)
"Terás por esse meio toda glória do número e toda escuridão se afastará de ti. É a Força forte de todas as
Forças." (Lei do Amor e do Sacrifício)
"Por que ele vencerá toda coisa sutil, e penetrará toda coisa sólida." (É
pela lei do amor que o espírito move o Universo)
"Assim foi criado o mundo" (Lei da Realização)
"Disso saíram inúmeras adaptações cujo meio está aqui. Por isso fui chamado de Hermes Trismegisto,
possuindo as três partes da filosofia do mundo" (Divino, Astral e Físico)
"O que disse da cooperação do Sol está realizado e aperfeiçoado"

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CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON

Constituição, História, Leis, Obrigações, Ordens, Regulamentos e Usos da Muito Respeitável Fraternidade dos
Pedreiros-Livres Aceites, coligida dos seus Registos Gerais e das suas fiéis tradições de muitas épocas.

I - Respeitando a Deus e à Religião Um Pedreiro é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei
moral. E, se compreende correctamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Mas,
embora, nos tempos antigos, os pedreiros fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país ou nação,
qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens
concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a serem homens bons e leais ou homens
honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por consequência,
a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que
poderiam permanecer sempre distanciadas.

II - Do Magistrado Civil supremo e subordinado Um Pedreiro é um súbdito tranquilo do poder


civil, onde quer que resida ou trabalhe e nunca deve imiscuir-se em planos e conspirações contra a paz e o bem-estar
da nação, nem comportar-se indevidamente para com os magistrados inferiores. Porque, como a Maçonaria tem sido
sempre prejudicada pela guerra, a efusão de sangue e a desordem, assim os antigos reis e príncipes dispuseram-se a
encorajar os artífices por causa da sua tranquilidade e lealdade, por meio das quais respondiam, na prática, às
cavilações dos adversários e concorriam para a honra da Fraternidade, sempre florescente em tempo de paz. Eis
porque, se um irmão for rebelde para com o Estado, não deve ser apoiado na sua rebelião conquanto possa ser
lamentado como um infeliz; e, se não for culpado de nenhum outro crime, embora a Fraternidade leal deva e tenha
de rejeitar a sua rebelião e não dar sombra ou base de desconfiança política ao governo existente, não pode expulsá-
lo da loja e a sua relação para com ela permanece indefectível.

III - Das Lojas Uma Loja é o local onde se reúnem e trabalham pedreiros. Portanto, toda a assembleia
ou sociedade de pedreiros, devidamente organizada, é chamada loja, devendo todo o irmão pertencer a uma e estar
sujeito ao seu regulamento e aos regulamentos gerais. Uma loja é particular ou geral e será melhor entendida pela
sua frequência e pelos regulamentos da loja geral ou Grande Loja, adiante apensos. Nos tempos antigos, nenhum
mestre nem companheiro se podia ausentar dela, especialmente quando avisado para comparecer, sem incorrer em
severa censura, a menos que parecesse ao mestre e aos vigilantes que a pura necessidade o impedira.

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As pessoas admitidas como membros de uma loja devem ser homens bons e leais, nascidos livres e de idade
madura e discreta, nem escravos, nem mulheres, nem homens imorais ou escandalosos, mas de boa reputação.

IV - Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes Toda a promoção entre


pedreiros é baseada apenas no valor real e no mérito pessoal, a fim de que os senhores possam ser bem servidos, os
irmãos não expostos à vergonha e a arte real não seja desprezada. Portanto, nenhum mestre nem vigilante é
escolhido por antiguidade, mas pelo seu érito. Torna-se impossível descrever estas coisas por escrito, e cada irmão
deve ocupar o seu lugar e aprendê-las na maneira própria desta Fraternidade. Fiquem apenas sabendo os candidatos
que nenhum mestre deve tomar aprendiz a menos que tenha ocupação bastante para ele e a menos que se trate de
um jovem perfeito, sem mutilação nem defeito no corpo que o torne incapaz de aprender a arte, de servir o senhor
do seu mestre, e de ser feito irmão e depois companheiro em tempo devido, mesmo após ter servido o número de
anos consoante requeira o costume do país; e que ele provenha de pais honestos; de maneira que, quando
qualificado para tal, possa ter a honra de ser vigilante, depois mestre da loja, grande vigilante e, por fim, grão-mestre
de todas as lojas, conforme ao seu mérito. Nenhum irmão pode ser vigilante sem ter passado pelo grau de
companheiro; nem mestre sem ter actuado como vigilante; nem grande-vigilante sem ter sido mestre de loja; nem
grão-mestre a menos que tenha sido companheiro antes da eleição, e que seja de nascimento nobre ou gentleman
da melhor classe ou intelectual eminente ou arquitecto competente ou outro artista saído de pais honestos e de
grande mérito singular na opinião das lojas. E para melhor, mais fácil e mais honroso desempenho do cargo, o grão-
mestre tem o poder de escolher o seu próprio grão-mestre substituto, que deve ser ou deve ter sido mestre de uma
loja particular e que tem o privilégio de fazer tudo aquilo que o grão-mestre, seu principal, pode fazer, a menos que o
dito principal esteja presente ou interponha a sua autoridade por carta. Estes dirigentes e governadores, supremos e
subordinados, da antiga loja, devem ser obedecidos nos seus postos respectivos por todos os irmãos, de acordo com
os velhos preceitos e regulamentos, com toda a humildade, reverência, amor e diligência.

V - Da Gestão do Ofício no Trabalho Todos os pedreiros trabalharão honestamente nos dias úteis
para que possam viver honradamente nos dias santos; e observar-se-á o tempo prescrito pela lei da terra ou
confirmado pelo costume. O mais apto dos companheiros será escolhido ou nomeado mestre ou inspector do trabalho
do Senhor; e será chamado mestre por aqueles que trabalham sob ele. Os obreiros devem evitar toda a linguagem
grosseira e não se tratar por nomes descorteses, mas sim por irmão ou companheiro; e devem comportar-se com
urbanidade dentro e fora da loja. O mestre, conhecendo-se a si mesmo capaz de destreza, empreenderá o trabalho
do Senhor tão razoavelmente quanto possível e utilizará fielmente os materiais como se seus fossem; nã dará a irmão
ou aprendiz maiores salários dos que ele, realmente, possa merecer. Tanto o mestre como os pedreiros, recebendo
os seus salários com exactidão, serão fiéis ao Senhor e terminarão o trabalho honestamente, quer ele seja à tarefa
quer ao dia; não converterão em tarefa o trabalho que costume ser ao dia. Ninguém terá inveja da prosperidade de
um irmão, nem o suplantará, nem o porá fora do trabalho se ele for capaz de o terminar; porque nenhum homem
pode terminar o trabalho de um outro com o mesmo proveito para o Senhor a menos que esteja completamente
familiarizado com os desenhos e planos daquele que o começou. Quando um companheiro for escolhido como
vigilante do trabalho sob o mestre, será leal tanto para com o mestre como para com os companheiros, vigiando
zelosamente o trabalho na ausência do mestre, para proveito do Senhor; e os seus irmãos obedecer-lhe-ão. Todos os
pedreiros empregados receberão o salário em sossego, sem murmurar nem se amotinar, e nã abandonarão o mestre
até o trabalho estar concluído. Cada irmão mais jovem será instruído no trabalho, para se evitar que estrague os
materiais por falta de conhecimento e para aumentar e continuar o amor fraternal. Todas as ferramentas usadas no
trabalho serão aprovadas pela Grande Loja. Nenhum outro trabalhador será empregado no trabalho próprio da
Maçonaria; nem os pedreiros-livres trabalharão com aqueles que não forem livres, salvo necessidade urgente; nem
ensinarão trabalhadores e pedreiros não aceites como ensinariam um irmão ou um companheiro.

VI - Da Conduta 1. Na Loja, enquanto constituída Não organizareis comissões privadas nem


conversações separadas sem permissão do mestre, nem falareis de coisas impertinentes nem indecorosas, nem
interrompereis o mestre nem os vigilantes nem qualquer irmão que fale com o mestre; nem vos comportarei
jocosamente nem apalhaçadamente enquanto a loja estiver ocupada com assuntos sérios e solenes; nem usareis de
linguagem indecente sob qualquer pretexto que seja; mas antes manifestareis o respeito devido aos vossos mestre,
vigilantes e companheiros e venerá-los-eis. Se surgir alguma queixa, o irmão reconhecido culpado ficará sujeito ao
juízo e à decisão da loja, a qual constitui o juiz próprio e competente para todas as controvérsias desse tipo (salvo se
seguir apelo para a Grande Loja) e à qual elas devem ser referidas, a menos que o trabalho do Senhor seja no

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entretanto prejudicado, motivo pelo qual poderá usar-se de processo particular; mas nunca deveis recorrer à lei
naquilo que respeite à Maçonaria sem absoluta necessidade, reconhecida pela loja.

2. Conduta depois de a Loja ter encerrado e antes dos irmãos terem partido Podeis divertir-vos com alegria
inocente, convivendo uns com os outros segundo as vossas possibilidades. Evitai porém todos os excessos, sem
forçar um irmão a comer ou a beber para além dos seus desejos, sem o impedir de partir quando o chamarem os
seus assuntos e sem dizer ou fazer qualquer coisa ofensiva ou que possa tolher uma conversação afável e livre.
Porque isso destruiria a nossa harmonia e anularia os nossos louváveis propósitos. Portanto, não se tragam para
dentro da porta da loja rancores nem questões e, menos ainda, disputas sobre religião, nações ou política do Estado.
Somos apenas pedreiros, da religião universal atrás mencionada. Somos também de todas as nações, línguas, raças e
estilos e somos resolutamente contra toda a política, como algo que até hoje e de hoje em diante jamais conduziu ao
bem-estar da loja. Esta obrigação sempre tem sido prescrita e observada e, mais especialmente, desde a Reforma na
Grã-Bretanha, ou a dissenção e secessão destas nações da comunhão de Roma.

3. Conduta quando irmãos se encontram sem estranhos mas não em loja formada. Deveis cumprimentar-vos
uns aos outros de maneira cortês, como vos ensinarão, chamando-vos uns aos outros irmãos, dando-vos livremente
instrução mútua quando tal parecer conveniente, sem serdes vistos nem ouvidos e sem vos ofenderdes uns aos
outros nem vos afastardes do respeito que é devido a qualquer irmão, mesmo que não fosse pedreiro. Porque
embora todos os pedreiros sejam como irmãos, ao mesmo nível, a Maçonaria não retira ao homem a honra que ele
antes tinha; pelo contrário, acrescenta-lhe honra, principalmente se ele bem mereceu da Fraternidade, a qual deve
conceder honra a quem for devida e evitar as más maneiras.

4. Conduta na presença de estranhos não pedreiros. Sereis prudentes nas vossas palavras e atitudes, a fim
de que o mais penetrante dos estranhos não seja capaz de descobrir ou achar o que não convém sugerir; por vezes
desviareis a conversa e conduzi-la-eis com prudência, para honra da augusta Fraternidade.

5. Conduta em casa e para com os vizinhos. Deveis proceder como convém a um homem moral e avisado;
em especial, não deixeis família, amigos e vizinhos conhecer o que respeita à loja, etc. mas consultai prudentemente
a vossa própria honra e a da antiga Fraternidade por razões que não têm aqui de ser mencionadas. Deveis também
ter em conta a vossa saúde, não vos conservando fora de casa, depois de terem passado as horas de loja; evitai os
excessos de comida e de bebida, para que as vossas famílias não sejam negligenciadas nem prejudicadas e vós
próprios incapazes de trabalhar.

6. conduta para com um irmão estranho. Deveis examiná-lo com cuidado, da maneira que a prudência vos
dirigir de forma que não vos deixeis enganar por um ignorante e falso pretendente, a quem rejeitarei com desprezo e
escárnio, evitando dar-lhe quaisquer sinais de reconhecimento.

Contudo, se descobrirdes nele um irmão verdadeiro e genuíno, então deveis respeitá-lo; e, se ele tiver
qualquer necessidade, deveis ajudá-lo se puderdes ou então dirigi-lo para quem o possa ajudar. Deveis empregá-lo
durante alguns dias, ou recomendá-lo para que seja empregado. Mas não sois obrigado a ir além das vossas
possibilidades, somente a preferir um irmã pobre, que seja homem bom e sincero, a quaisquer outros pobres em
idênticas circunstâncias.

Finalmente, todas estas obrigações são para observardes, e assim também as que vos serão comunicadas
por outra via; cultivando o amor fraternal, fundamento e remate, cimento e glória desta antiga Fraternidade, evitando
toda a disputa e querela, toda a calúnia e maledicência, não permitindo a outros caluniar um irmão honesto, mas
defendendo o seu carácter e prestando-lhe todos os bons ofícios compatíveis com a vossa honra e segurança e não
mais. E se algum deles vos fizer mal, dirigi-vos à vossa própria loja ou à dele; e daí, podeis apelar para a Grande
Loja, aquando da Comunicação Trimestral, e daí para a Grande Loja anual, como tem sido a antiga e louvável
conduta dos nossos antepassados em todas as nações; nunca recorrendo à justiça a não ser quando o caso não se
possa decidir de outra maneira, e escutando pacientemente o conselho honesto e amigo de mestre e companheiros
quando vos queiram impedir de recorrerdes à justiça com estranhos ou vos incitar a pordes rapidamente termo a
todo o processo, a fim de que vos possais ocupar dos assuntos da Maçonaria com mais alacridade e sucesso; mas
com respeito aos irmãos ou companheiros em juízo, o mestre e os irmãos devem com caridade oferecer a sua
mediação, a qual deve ser aceite com agradecimento pelos irmãos contendores; e se essa submissão for impraticável,
devem então continuar o seu processo ou pleito sem ira nem rancor (não na maneira usual), nada dizendo ou

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fazendo que possa prejudicar o amor fraternal, e renovando e continuando os bons ofícios; para que todos possam
ver a influência benigna da Maçonaria e como todos os verdadeiros pedreiros têm feito desde os começos do mundo
e assim farão até ao final dos tempos. Amen, assim seja.

Fonte: Anderson's Constitutions, Constitutions d'Anderson 1723, texte anglais de l'édition de 1723,
introduction, traduction et notes par Daniel Ligou, Paris, Lauzeray International, 1978, tradução directa do inglês para
português, in A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo - 2ª Edição, de A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Publicações
Dom Quixote, 1983 (pp. 76-82)

DEISMO E TEISMO

A Maçonaria não é uma Religião, como também não é um Partido Político; nem se filia a
nenhuma Filosofia. É uma instituição "sui generis".
Religião (do latim religio) é o conjunto de doutrinas e práticas, que constituem, as relações do homem
com o Ente Supremo ou a Potência Divina. Daí, toda religião ter, essencialmente, os dogmas e o culto.

O instinto religioso existe em todas as raças e em todos os povos. É intrínseco à natureza humana, e
nasceu do sentimento do mistério das cousas, a angústia do desconhecido, e o terror perante as forças naturais.

A Maçonaria proclamou-se uma instituição ecumênica, ou universal. Acolhe indivíduos de todas as crenças
e nacionalidades. Donde, em matéria religiosa, não admitir o sectarismo ou a parcialidade e, por isso, a liturgia
maçônica se fundamenta no denominador comum de todas as religiões.

A Maçonaria preocupa-se com a formação ética, cultural e cívica de seus Obreiros; deixa a individuação
religiosa à própria inclinação de cada um, no regaço de sua Igreja.

Na faixa do sentimento religioso, há uma gradação: ateísmo, agnosticismo, deismo, teismo e misticismo.
Os dois extremos: o ateísmo e o misticismo não cabem na filosofia da Maçonaria contemporânea: O ateísmo
porque é a negação e o misticismo a sua exaltação supranormal.

Estuda a seguir o ateísmo, separando-o em ateísmo negativo e positivo. Informa que a União soviética foi
o primeiro país no mundo a propagar oficialmente o teismo. Apesar disso, a Igreja Ortodoxa Russa não se
extinguiu; ao contrario, está firme e ganha terreno.

Os demais paises comunistas também propagam o ateísmo, numa luta também estéril contra a Religião.

O misticismo está no extremo da linha religiosa. Passa em revista os fundamentos do misticismo, focaliza
os grandes místicos do cristianismo: Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz.

Na linha espiritual da Maçonaria contemporânea encontramos: o agnosticismo, o deismo e o teismo.

Agnosticismo. Filosoficamente é a doutrina que declara vã toda a metafísica e o absoluto inacessível ao


espírito humano. Não indaga do princípio e da essência dos fenômenos físicos e morais, por impossibilidade de
sucesso.

O termo agnosticismo foi criado pelo inglês Huxley Herbert Spencer era agnóstico e admitia um domínio
da Ciência e um domínio do Incognoscível.
Augusto Comte era também agnóstico, porque afirmava que a Origem Primeira, a Substância e o Fim são
inacessíveis ao espírito humano.

O agnóstico não é ateu, nem anti-religioso, nem combate nenhuma religião. Os agnósticos de boa
formação moral ("de bons costumes") praticam o bem, pelo bem, sem esperar a recompensa de Deus, que eles
não alcançam, e sem o temor do inferno, que eles desconhecem.
Deismo. O deismo consiste em honrar um Deus abstrato, Criador e organizador do mundo. Há mais no
deismo o respeito à lei moral, isto é, à religião natural.

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Os deistas não se preocupam com qualquer espécie de revelação divina. Acreditam em Deus, mas um
Deus destituído de atributos morais e intelectuais, considerado apenas como a Força Infinita, Causa de todos os
fenômenos do Universo. Os deistas se abstêm de orar e negam a ação de Deus no mundo.

O deismo não é, pois, propriamente urna doutrina religiosa: é mais um sistema filosófico. O deismo
admite que o que existe tem necessariamente uma Causa. Mais uma vez criado o Universo e os Seres, eles
evoluem por si mesmos. Para os deistas, o Supremo Arquiteto do Universo é o Princípio Criador do Universo e
Orientador da Maçonaria e o trabalho à sua glória consiste em bem servir à inspiração coletiva da humanidade,
para o progresso e a evolução.

Teismo. O teismo é a doutrina religiosa que admite a existência de Deus e a sua ação providencial no
Universo, O deismo não admite a revelação nem a providência "divina". O teista, ao contrário, diz que Deus age
sobre o mundo por sua previdência e manifesta-se ao mundo por sua revelação.
Toda religião representa um conjunto de práticas e doutrinas, que constituem as relações do homem com
a Potência Divina. A palavra "religião", do latim "religio", significa o laço, que une o homem a Deus, traduzido pela
piedade e pela devoção.

O teismo considera Deus infinitamente perfeito, Criador e Regulador do Universo. É um Ser transcendente
ao Universo. Para o teista, Deus tem 5 atributos metafísicos: unidade, simplicidade, imutabilidade, eternidade e
imensidade, e 7 atributos morais: inteligência, ciência, sabedoria, onipotência, liberdade, personalidade e
providência.
Para os teistas, o Supr Arqdo Universo é Deus; trabalhar à sua glória significa trabalhar sob o signo de
Deus e pelo procedimento reto merecer as suas bênçãos.
O IrPalmeira passa a examinar a posição da Maçonaria contemporânea frente ao agnosticismo, ao deismo
e ao teismo.
Comenta o Capítulo 1o das Constituições de Anderson: "O que se refere a Deus e à Religião". Mostra que o
primitivo conceito de religião, aí estatuído, não é o que condiciona a ação maçônica da Grande Loja Unida da
Inglaterra, a Grande Loja Mãe.
Estuda a reação do Grande Oriente de França, operada na reforma de 1876/1877, recusando-se a
qualquer afirmação dogmática, retirando a Bíblia do Ados Je cancelando a expressão; "A glória do Grande
Arquiteto do Universo". O Grande Oriente de França lidera a corrente maçônica agnóstica.
O deismo penetrou grandemente na Maçonaria. O Congresso de Lausanne, em 1875, dos Supremos
Conselhos do Rito Escocês produziu uma Declaração de Princípios inteiramente deista, proclamando a existência
de um Princípio Criador, sob o nome de Grande Arquiteto do Universo.
O teismo, isto é, a crença em um Deus Criador o onipotente e a crença na vida eterna, tem geral
aceitação doutrinária na Maçonaria anglo-saxônica. A Grande Loja Unida da Inglaterra vai mais longe e afirma que
a própria Maçonaria é um culto, fundado em base religiosa.

O conferencista informa que a linha doutrinária maçônica do Grande Oriente do Brasil abrange o
agnosticismo (Rito Moderno), o deismo (Rito Escocês Antigo e Aceito) e o teismo (Ritos Adoniramita, Brasileira,
Schroder e York). Tudo isso se pode exemplificar com os Rituais em vigor.
O Ir:. Palmeira refere-se por fim, como adenda, ao budismo e à presença de Jesus na Maçonaria.
Na faixa do sentimento religioso, o budismo ocupa um lugar especial, porque é uma religião sem Deus. Do
budismo nasceu o lamaismo. Buda, o fundador, chamava-se no século Sidarta Gotama ou Çakia Muni. Fora um
príncipe, retirara-se do mundo aos 29 anos e estivera seis anos em meditação. Ao reaparecer em Benares,
deram-lhe o designativo, de Buda, isto é, o sábio iluminado. Buda não reconhecia nenhum Deus pessoal, não
tinha orações nem templos. Paradoxalmente, depois de morto, passou a ser considerado um Deus, com preces,
templos, estátuas, sacerdotes (estes são os "bonzos" na China e os "lamas" no Tibet).

O conferencista chega ao último ponto de seu trabalho: Jesus e a Maçonaria.

No tempo de Jesus, os judeus se dividiam em três seitas: fariseus, saduceus e essênios.

Os essênios constituam uma fraternidade e viviam em comum. Não tinham escravos, desprezavam as
riquezas, vestiam-se de branco, não se preocupavam com os estudos e sim com a santidade do espírito.

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Possuíam uma tradição secreta, que, transmitiam pela iniciação. Adoravam um Deus Único, criam na
imortalidade da alma e nas penas e recompensas futuras. Os essênios proclamavam a união da alma com Deus,
através de sete estágios de ascensão espiritual. A admissão entre os essênios exigia três anos: um de noviciado e
dois de provas.
São João Batista foi um essênio, Jesus também o foi e os seus primeiros seguidores igualmente o foram. É
interessante a esse respeito o livro de R. S. Clymer: "A iniciação de Jesus". A presença de Jesus é bem visível na
Maçonaria contemporânea, especialmente no grau de Rosa Cruz.
Nas colinas de Vadí Qumran, na margem ocidental do Mar Morto, escavações arqueológicas descobriram
recentemente (1947-1952) o grande mosteiro dos Essênios e preciosos manuscritos. O cardeal Jean Daniélou
publicou, a propósito, "Os Manuscritos do Mar Morto" e Yigael Yadin, vice-Primeiro Ministro de Israel, "O
Pergaminho do Templo".
Dizemos assim, que todas as correntes maçônicas (filosóficas ou religiosas) conduzem a um mesmo fim,
em todo o mundo: a formação espiritual do Homem-Maçom.

BIBLIOGRAFIA:
Este trabalho foi feito através de pesquisa realizada na internet.

DESBASTANDO A PEDRA BRUTA

A pedra é retirada da terra no estado natural, ou melhor, no


estado bruto, com arestas, disforme e pobre de beleza.

Essa pedra é levada para ser lapidada em uma oficina


especializada do ramo, e, após trabalhada e embelezada ocupará lugar
de destaque em vitrinas de lojas, estantes de residências e, conforme o
seu valor, ocupará espaço de honra em exposições. A pedra que durante o seu manuseio não
se desbastar, não retirar ou quebrar as arestas, não possuir brilho e valor retornará ao seu
lugar de origem, ou seja, a terra.
Mas nós vamos falar sobre a pedra que somos e sobre nossa oficina.
Após iniciarmos a retirada dessa pedra da terra, a mesma é levada para um canto da
oficina, e, ali um Mestre experimentado na arte de desbastar a pedra bruta, trabalha sobre o
material impuro durante três anos, lapidando-a, retirando as arestas que essa pedra possue.
Esse primeiro Mestre, visualiza um lugar de destaque para essa pedra na sociedade,
tornando-se honra e glória para a oficina. Após os anos de labuta em torno desse mineral, é
levado para outro canto da oficina e, ali, por mais dois anos os últimos retoques serão dados,
por um outro Mestre, que fará o embelezamento final, a fim de que essa beleza adornada
adquira o seu real valor. Neste estágio final, se porventura ainda houver arestas serão
imediatamente quebradas.
Em seguida, mudará novamente de canto dentro da oficina transportando-se para um
lugar de pedras lapidadas, cada uma com seu valor e medidas internas. Poderão então,
externamente, ocupar lugar de destaque na sociedade e no oriente onde se encontra sua ofi-

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cina de lapidação, para honra e glória dessa casa, e de outras pedras menos afortunadas.
Porém, essa belíssima Obra de Arte, não deverá de maneira nenhuma ser mal manuseada,
pois, poderá cair e as vezes até se quebrar, negando então o conceito de pedra preciosa, e, em
consequência o nome da oficina e dos ourives que nela aplicaram seus conhecimentos do
oficio.
Constantemente, essas lindas pedras são mal usadas, desequilibradas e tentadas a cair
em desgraça pelos manipuladores do mundo profano, conhecidos como: preconceitos, orgulho
e vaidades; para tanto, essas preciosidades devem cair em mãos firmes e de boas ações, a fim
de que os frutos colhidos sejam levados para dentro da oficina de lapidação e aplicar essas
novas técnicas e conhecimentos nas outras que estão ainda, em fase de acabamento, e naque-
las que se acham em estado de saírem em busca do seu valor, para o bem comum de todas. Se
esta pedra por algum motivo se quebrar, voltará ao seu lugar de origem, ou seja, à terra de
onde foi retirada.
Iniciados, trabalhados e laureados dentro de uma “Loja Maçônica”, fora dela, devemos
lembrar e honrar os ensinamentos e compromissos adquiridos, para evitar tropeços e quedas,
senão, nos tornaremos sacrílegos para com o G.'.A.'.D.'.U.'. , e desonrados para com os
Homens.

AS VIRTUDES
FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

[A natureza humana é dotada de forças


habituais, enraizadas, muitas vezes adquiridas
pela repetição constante dos atos
correspondentes. Essas forças são chamadas
habitus. Os habitus podem ser bons ou maus.
Habitus bom, chama-se virtude. Habitus mau
chama-se vício. Estamos, aqui, falando da
natureza, forças comuns a todos os homens,
virtudes naturais].

As virtudes são, então, como que uma força habitual, que não desaparece com
facilidade, que nos leva a viver retamente, praticando o bem e evitando o mal. Elas
sempre acompanham a graça santificante. Nós recebemos as virtudes pela primeira
vez na hora do Batismo.
Quando nós não praticamos atos de virtude, acabamos adquirindo na alma uma força má, que é o
contrário da virtude. Esta força má chama-se vício. Os vícios também são muito difíceis de desaparecer. Por

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isso é preciso muito esforço para não deixar eles entrarem em nosso ser, pois nos levam a pratica de atos
errôneos.

Existem virtudes que nos levam a conhecer e amar a Deus e também a todos
os irmãos - são as virtudes teologais, a Fé, a Esperança e a Caridade.

As Virtudes Teologais
As Virtudes Teologais, como o nome indica, são as virtudes que nos fazem
agir bem em relação a Deus e ao próximo. Elas são essencialmente sobrenaturais,
pois, além de serem dons divinos, elas se dirigem a Deus nos seus atos. E isso deve
nos levar a agradecer muito ao GADU. Além de nos ajudar a praticar os atos de
virtude necessários para o nosso dia a dia, nos infunde na alma virtudes tão
especiais que nos levam à sua intimidade, nos devolve a imagem e semelhança
divinas que perdemos pelo pecado.

Vamos ver que a Maçonaria tem glorificado a Fé, a Esperança e a Caridade.


Sem prejuízo, porém, tem repelido a Fé pela ciência; Tem repudiado quimeras com
as quais o homem infante embalava sua imaginação, e até a Caridade, quando
orgulhosamente revestida da forma de esmola.

A Virtude da Fé( DO LATIM FIDES )


HEBREUS, 11.1 – “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a
prova das coisas que não se vêem."
Deus revelou-nos os seus segredos divinos. Tudo o que Ele diz é verdade, pois
Ele é a Verdade Eterna. Por isso devemos aceitar como verdade tudo aquilo que nos
revelou, sabendo com segurança que tudo é verdade, e edificar nossas vidas sobre
esta base: Devemos crer em Deus.

Não podemos crer, ou seja, praticar atos de Fé, sem a graça de Deus. A Fé é
como os olhos da alma, com os quais podemos perceber, desde já, os mistérios
divinos que contemplaremos face a face no céu.

A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.

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A Virtude da Esperança ( DO LATIM SPERARE )


Sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as

oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta pela vida e os sofrimentos são enfrentados como contingências

passageiras, na marcha para um fim mais alto e de maior valor. Do ponto de vista teológico, a Esperança é uma

virtude sobrenatural, que leva o homem a desejar Deus, como bem supremo.

A virtude da Esperança é uma virtude infusa por Deus em nossa alma.

Sabemos que a Fé nos traz um conhecimento certo de Deus. Sabemos


também que a virtude da Caridade nos traz o verdadeiro amor do Grande Arquiteto.

É justamente por isso que temos a virtude da Esperança. Com ela sabemos
que Deus nunca deixará de nos ajudar com suas graças e por isso estaremos
sempre prontos para lutar contra as coisas erradas e contra nossos vícios. Com isso
fica claro que nossa vida de virtudes nos ajuda a conquistar o bom caminho na
escada de Jacó, pois quando praticamos o bem e fugimos do mal, recebemos a
recompensa de Deus.
Na nossa vida, precisamos viver sempre em função da Fé e da Esperança, pois esta vida se realiza,
na verdade, pelo amor de Deus, que é a terceira virtude teologal, a Caridade.

A virtude da Caridade ( DO LATIM CARITAS )


”A caridade é paciente, é benigna a caridade não é invejosa, não é temerária;
não se ensoberbece, não é ambiciosa; não busca os seus próprios interesses, não se
irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça; mas folga com a verdade; tudo
desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.
AMOR, DE "CARUS"= CARO, de alto valor, digno de apreço, de amor. Identifica-
se hoje, freqüentemente, a caridade como um afeto piegas que se traduz por gestos
de assistência paternalista. O termo evoca, imediatamente, a idéia da esmola, tanto
que a expressão: viver da caridade pública, significa viver de esmola. No entanto,
caridade é algo bem mais profundo. É um amor desinteressado pela pessoa
humana, motivada pelo seu valor excelso e incomparável dignidade. Para o cristão,
ela tem referência teologal: é o amor de Deus, em si mesmo, e amor ao próximo,
enquanto imagem de Deus. A caridade se baseia na mais profunda fraternidade que
une a todos os homens pela participação na mesma vida de Deus. A verdadeira
caridade se expressa também em gestos de esmola. Não é para escamotear os
imperativos da justiça, mas para atender uma dor ou a uma necessidade urgente

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que não sofre delongas. Mas ela sabe que, no mundo moderno, lhe incumbe uma
função social muito mais vasta, que se pode resumir nos seguintes aspectos:

1 ) Ela complementa, não substitui as exigências da justiça, Caridade, sem


justiça, é hipocrisia; mas justiça, sem caridade, não resolve, ou não pode resolver
tudo. Porque a justiça mantém as distâncias; só a caridade supera o dualismo e
propicia o diálogo que descobre os arranjos mútuos sem os quais seria impossível,
muitas vezes, encontrar a solução para problemas individuais e sociais insolúveis à
base exclusiva da justiça;

2 ) Caridade é o espírito que deve inspirar todos os gestos de nosso


relacionamento com o próximo, mesmo os gestos de mais estrita justiça. Uma coisa
é cumprir um dever, dar uma prestação, com um sentimento de rancor, outro é
fazer isto mesmo de coração aberto e amigo.

A justiça obriga a atos exteriores; só a caridade extirpa a raiz amarga do ódio


e purifica os afetos interiores;

3 ) A caridade prepara o caminho da justiça. Muitas iniciativas que se faziam


por caridade foram integradas no âmbito do direito e hoje são obrigações de
justiça. É ela enfim que se traduz no mandamento do amor, o qual, entendido a
fundo e tomado a sério, encerra a solução de todos os problemas sociais: amai-vos
uns aos outros.

Segundo Paulo, a CARIDADE é a terceira e a maior, a mais importante das três virtudes que o
homem deve nutrir.

Assim como a Fé é a virtude que nos dá o conhecimento certo de Deus, assim


também a Caridade é o verdadeiro amor de Deus. Para que nossa alma tenha
verdadeiro amor por uma pessoa é preciso que ela primeiro conheça esta pessoa.
Não podemos amar quem não conhecemos.

A Fé nos dá o conhecimento. A Caridade nos faz amar a Deus como Ele é,


como O conhecemos pela Fé. A Caridade é a terceira virtude teologal, porque é Deus
quem a infunde em nosso coração e, sobretudo, porque ela nos faz amar a Deus. Ela
é toda relativa a Deus.

Amamos a Deus por causa da Sua perfeição infinita e de sua bondade. Deus é
o próprio amor. Por isso, quando amamos alguém na caridade, esse amor nos foi
dado por Deus. O Amor por si mesmo e o Amor ao Próximo

Para manifestar a Caridade na nossa vida, devemos amar a nós mesmos e ao


próximo.

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A virtude da Caridade deve ser praticada sempre.
FONTES DE CONSULTA:

1– A BÍBLIA SAGRADA (duas versões)

2 – OS PODERES DE JESUS CRISTO ( Lauro Trevisan ).

3 – A QUARTA DIMENSÃO ( Pr. Cho )

4 – Considerações realizadas pelo Ir.’. JELLIS FERNANDO DE CARVALHO

Fidelidade pode ser entendida como “constância, firmeza nas afeições,


nos sentimentos; perseverança”. Ainda, “qualidade de fiel, aquele que cumpre
aquilo a que se obriga; leal, honrado”.

A fidelidade está muito ligada à perseverança e à paciência. Santo


Agostinho disse: "Os que perseveram em vossas companhias sejam vossos
modelos. E os que vão ficando pelas calçadas, aumentem vossa vigilância". E o
grande São João Batista ensinava que: "A constância de ânimo, com paz e
tranqüilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as
adversidades, dando-lhes a solução conveniente."

Um maçom não pode nunca, por motivo justificado ou não, ser falso a
seus fatos, suas promessas, seus amigos, seu Deus. Ele é chamado diariamente a
defender os baluartes e preceitos da Ordem, de modo que nunca possa falhar como
líder e como homem.

A Fidelidade é uma característica de Deus, mas devia de ser de todos os


homens. O sinônimo de Fidelidade é a Lealdade. Uma Fidelidade à prova do tempo,
a prova de aflições e mudanças internas e externas, esta sempre acompanhada de
amor. Com um simples olhar no Livro da Lei, podemos encontrar muito a idéia de
que o amor nos leva a fidelidade, ao GADU, aos irmãos, à família e a nossos
devotamentos.

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A Fidelidade e a Lealdade são dois conceitos que na verdade não se
separam. Pois o irmão que é fiel é leal, ou então é submisso. Logo fidelidade sincera
depende de lealdade. E quem é leal é fiel, ou então é apenas um aproveitador. Logo,
lealdade sincera depende de fidelidade.

Nós devemos ser fiéis e leais primeiramente ao Deus de nossos


corações e a nossa consciência. Devemos ser fiéis e leais aos nossos pais e
ancestrais, pois a família é a “célula máter” da sociedade e honrá-la e respeitá-la é
mostrar força de caráter e espírito de união. Todos nós possuímos crenças ou
religiões próprias e a estas também prestamos juramento de fidelidade e lealdade,
geralmente porque nelas encontramos valores e dogmas que são compatíveis com o
que acreditamos, e por isso, este juramento antes de ser com o “Sacerdote” ou com
o “Deus” de determinada crença, é feito com nós mesmos, de honrar e servir com
fidelidade e lealdade aos nossos próprios ideais e isso é o que todos os irmãos de
maçonaria deveria praticar dentro de nossa Ordem Maçônica, pois a Fidelidade é
uma das principais virtudes para que os princípios maçônicos não deixem de ter
valor.

Em maçonaria as vezes praticamos uma Fidelidade Anônima, que nada


mais é do que o modo de realizar algo ocultando a identidade ou o nome do autor.
Assim uma fidelidade anônima seria a atitude oculta e não identificada de cumprir
um compromisso, neste caso o compromisso com os ideais oriundos de nossa
ordem.

Os símbolos maçônicos têm para o maçom uma importância construtiva


no domínio moral e intelectual. A linha reta que nos traça a régua, é o emblema da
direção retilínea de todos nossos esforços e atividades, na qual devem inspirar-se
nossos propósitos e aspirações.
O maçom nunca deve separar-se da exatidão e inflexibilidade da linha
reta de seu progresso, e nunca deve desviar-se de seu Ideal como da Fidelidade aos
Princípios que se propôs seguir. A Fidelidade deve ser sempre praticada e exercida
pelo homem, pois sendo fiel o homem alcançará sempre seus objetivos e terá
sempre a consciência de que praticou a mais pura atitude junto à humanidade e ao
seu próximo.
Os esforços constantes para o bem e sua Fidelidade ao Ideal, com
firmeza e perseverança, são as qualidades que farão evidente a parte mais nobre e
elevada do homem e do irmão maçom, fazendo brilhar sua própria luz interior,
franqueando-se progressivamente o Caminho do Progresso.
.

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FILOSOFIA DO GRAU DE COMPANHEIRO

O Segundo Grau arrima-se, sobretudo, no aforismo do filósofo francês Renê Descartes: "Se
duvido, penso,- se penso, existo". Este é um grau que se situa, filosoficamente, num patamar bem
elevado, abjurando definitivamente das superstições, voltando-se para a verdade científica. Neste grau,
podemos fazer uma síntese das filosofias de Pitágoras, de Parmênides, de Sócrates, além de outros.

Para Varoli, é o Grau principal e o mais histórico da Maçonaria. É dele a afirmação de que não é
maçom o Iniciado que não conhecer bem o Segundo Grau simbólico, cuja doutrina é a mais perfeita
síntese da história da humanidade e a mais completa exposição de que o homem tem passado por
iniciações contínuas.

A primeira grande influência filosófica do Segundo Grau é dos primeiros pré-socráticos. Eles
começaram por Indagar: "O que somos? O que é que existe? De onde vieram as coisas? Para onde
Iremos?" E se viram diante do grande problema do achar o princípio das coisas existentes. O que
desejavam era encontrar uma resposta que se baseasse num ponto de vista lógico ou uma proposição de
aspecto geral que permitisse chegar a conclusões concretas, a partir de si mesmos. Era mister descobrir
as razões das mudanças, talvez até aparentes, que se sucediam constantemente na natureza. O homem
ficava deslumbrado diante do fenômeno que consistia em as coisas mudarem, desaparecerem e a
natureza continuar a mesma. E é o que acontece com o Companheiro, cuja primeira tarefa é fazer uma
análise objetiva da realidade física, a fim de que possa chegar a ter um conhecimento tanto quanto maior
da physis. Já o primeiro filósofo grego, Tales de Mileto, buscou nas coisas aquilo que seria o princípio de
todas as outras coisas, isto é, que coisa merecia ser considerada por ele com a dignidade do ser que
tivesse existência em si e fosse capaz de dar origem a tudo o que existe.

A vida é um enigma e, no Segundo Grau, o tema é abordado filosoficamente. O que sou eu? O que
é a vida? Que estou fazendo neste mundo?

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Neste ponto, faz-se presente a filosofia de Paríriênides de Eléia, talvez o maior entre os pré-
socráticos. Em um dos fragmentos, dentre os que chegaram até nós, o cleata filosofa: "Mas há no mundo
o que importa mais que o mundo: o ser do mundo". Por isso é que dissemos que o pensar tem sempre o
homem como alvo principal. Já o maior dos sofistas, Protágoras, dizia que o homem é a medida de todas
as coisas. Assim, quando se pensa, o ato de pensar estará sempre ligado ao ser e acreditamos que se
não existisse essa ligação, não existiria o pensar, haveria apenas um simples refletir. Por isso, ousamos
discordar de um de nossos rituais quando ali se afirma que "os sistemas filosóficos, embora concebidos
com sinceridade, são'errôneos, porque se originam de convicções e concepções humanas falíveis,
portanto, como tudo o que é humano". Quem escreveu tal coisa, entende de filosofia como o autor destas
linhas entende de economia brasileira.

O Companheiro, já conhecendo melhor o seu EU, faz, através do estudo, o conhecimento


sociológico para poder ter uma visão segura dos valores sociais e individuais, e isto ele consegue por
intermédio de uma análise critica, tal qual fez o filósofo Xenófanes de Cólofon, o primeiro a criticar os dois
maiores poetas da Grécia, Homero e Hesíodo, acusando-os de terem criado toda a mítica dos deuses, o
que prejudicou em muito a vida individual e social da Hélade. O Companheiro tem que ser o defensor da
vida social e inimigo das tiranias que procuram escravizar a inteligência e o espírito do homem. E isto é
tanto mais certo quando se sabe que a Arte Real não admite entraves ao pensamento humano.
Podemos ainda observar que o Segundo Grau sofre grande influência dos pitagóricos, através das várias
interpretações do pentagrama. Ao se falar na Escola Itálica, é bom que não percamos de vista o que diz
Varoli na obra já citada à página 172: "Nem só de Pitágoras vive a Maçonaria, pois a Sublime Instituição é
a síntese de todas as filosofias".

Como o Segundo Grau é especificamente social, o Companheiro há de afeiçoar-se ao trabalho e


entregar-se à prática da filantropia, aplicando-se ao serviço da comunidade; ele tem que ser desprendido
em favor de seus semelhantes.

De Platão, o Companheiro herdou a Realidade Ideal. Platão baseou a sua filosofia no quaternário -
Sabedoria, Fortaleza, Temperança e Justiça -que, eticamente, devem ser o apanágio do Companheiro
Maçom.

Bibliografia: Irm Raimundo Rodrigues de Albuquerque

Este trabalho nos foi enviado via internet pelo Ir.’. Joel de Castro Filho

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FILOSOFIA INICIÁTICA DO GRAU DE COMPANHEIRO


Contestando por seus próprios esforços a pergunta: De onde viemos, o Iniciado do primeiro grau é
conduzido a reconhecer a Unidade do Princípio da Vida, a Dualidade de sua manifestação nos pares dos opostos e
complementares e a Lei do Ternário que faz fecunda esta Dualidade e reproduz ao infinito essa mesma Unidade na
Multiplicação da criação.
Ao iniciado do segundo grau, analogamente lhe compete buscar uma satisfatória resposta a segunda
pergunta da Esfinge, Quem somos?, estudando o enigma de seu próprio ser sob o tríplice aspecto de "produto da
evolução da natureza", de "ser individual dotado de autoconsciência e razão"e de "expressão ou manifestação direta
da Vida única, para a qual tende constantemente com seu progresso".
O Companheiro se enfrenta assim com o gnothi seautón (conhece-te a si mesmo!) dos iniciados helenos, e
nesta contestação, que deve ser individual para que seja individualmente satisfatória, não pode oferecer lhe
nenhuma ajuda os diferentes dogmas e crenças, positivas ou negativas, pelos quais as religiões e ciências profanas
só adormecem as consciências.
Como com a peneira em Eleusis se separavam os grãos amarelos do trigo (consagrados a Ceres) das
negras sementes de papoula (consagradas a Morfeu), assim compete ao Companheiro discernir claramente entre a
clara semente da Verdade que conduz a fonte de Mnomosine, a memória ou conhecimento da Realidade, cuja
bebida se consegue a imortalidade e a negra semente do erro que conduz ao Letes, a Fonte do esquecimento que
produz a morte da consciência, sepultada na ilusão da matéria (1).
A contestação a pergunta: Quem somos?, por meio da Lógica, da Aritmética e da Geometria, e sob o tríplice
ponto de vista de que temos falado, o conduz naturalmente ao estudo das propriedades dos números quatro, cinco e
seis e dos conceitos filosóficos e geométricos que se relacionam com os mesmos.
Meditando sobre estes números e relacionando-os com as propriedades de seu ser, à luz dos
conhecimentos adquiridos com os três primeiros, por meio daquele discernimento que mede e determina
constantemente o progresso iniciático, chegará a orientar-se neste Caminho (simbolizado por cinco viagens) e
descortinando as trevas da aparência, que como o véu de Ísis, escondem a Verdade ao entendimento profano,
alcançara o Oriente, de onde resplandece a Estrela luminosa e, em seu centro, a Letra sagrada, fonte dessa Luz.
Porém este resultado não se consegue lendo muito sem meditar, nem escutando sem refletir, senão
escutando e lendo com "discernimento", e aprendendo a pensar por si mesmo, exercitando-se só, constantemente
no uso de seus próprios instrumentos mentais, com os quais fará perfeitamente justas, planas e polidas as seis faces
do Cubo simbólico de sua Individualidade.
Esta relação da Verdade com a memória e do erro com o esquecimento de nossa própria natureza divina,
está muito claramente ilustrada pela palavra que se usa em grego para expressar a Verdade, aletheya, literalmente
"não esqueço".

BIBLIOGRAFIA: LIVRO DO COMPANHEIRO MAÇOM – REI SALOMÃO-ARTIGOS MAÇÔNICOS

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Ignorância e Fanatismo

Até pouco tempo atrás, as Nações conflitavam-se por conta do regime


político-ideológico, no entanto, devido ao insucesso de experiências vividas, acabaram
chegando à conclusão, de que as teorias dos pensadores são parcialmente aproveitáveis.
Na verdade, até hoje, nenhum ser humano conseguiu criar a formula mágica para a
constituição de uma sociedade perfeita. E foi devido a esse reconhecimento que a antiga
União Soviética, a Alemanha Oriental e outros países, abriram mão de suas ideologias
político-econômicas, partindo para um regime híbrido, preservando os bons ensinamentos
do socialismo e lançando-se a investidas capitalistas.

A maior prova disso ocorreu quando as duas principais potências


acabaram com a guerra fria. Essas Nações deixaram claro, a todo o mundo, que ninguém
é dono da verdade e que não existe um regime ideal, pré-estabelecido. Que os povos são
economicamente limitados e interdependentes e que o regime político-econômico,
adotado por cada País, deve estar em conformidade com a linha globalizada.

Por tais acontecimentos, as facções político-ideológicas, que operaram a


nível mundial, tentando interferir na política interna de alguns países, ficaram
enfraquecidas, vindo o fanatismo e o terrorismo político a imperar somente em âmbitos
regionais.

Agora a situação é bem diferente.

A guerra que estamos presenciando não se limita a confrontos de


pensamentos ideológicos e a distribuição de riquezas, mas a convicções religiosas
extremistas e unilaterais. E esse conflito é muito mais perigoso do que o de outrora. Tal
como na política, o fanatismo religioso, gera o extremismo que, conseqüentemente,
provoca a ação terrorista, no entanto, sendo a religião um sentimento de foro íntimo,
portanto, dotada de excessiva subjetividade, não há limites para tais ações.

Os terroristas religiosos estão sempre isolados dos bons ensinamentos


da religião, são introvertidos ao extremo e sempre fundamentados na “salvação da alma”.
Dessa forma, não existe Pátria, Nação ou qualquer outro parâmetro para eles e nem para
nós, para que possamos identificá-los.

É necessário esclarecer que aqui não tenho a pretensão de criticar


qualquer religião, muito pelo contrário, pois entendo que todas as religiões são boas. Já
quanto aos fanáticos, entendo que sempre existirão e que não podem ser confundidos
com o grupo religioso.

Infelizmente, mais ignorância tem predominando em todo o mundo, por


conta dos desastrosos episódios ocorridos nos Estados Unidos. Em alguns países, os
adeptos da religião Islâmica estão sendo tratados como verdadeiros terroristas, enquanto
que a religião Islâmica opera muito além do simples fundamentalismo.

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Há mais de 700 anos, Mohiddin Ibn Arabi, principal formulador doutrinal
do Islã místico e conhecido como "o maior dos mestres", escreveu o seguinte:

"Meu coração se tornou capaz de todas as formas, é pastagem para as gazelas,


convento para os monges cristãos, templo para os ídolos, a Caaba do peregrino, as tábuas
da Lei [mosaica] e o livro do Corão. Minha religião é a religião do Amor; seja qual for o
caminho que os camelos tomem, esta é minha religião e minha fé”.

Estas palavras são sempre lidas pelos religiosos Islâmicos e é a mais


veemente prova que a religião não se sustenta no fundamentalismo, originário de qualquer
civilização que seja.

Poucos sabem que foram os sábios muçulmanos os responsáveis por


traduzir e transmitir ao Ocidente a sabedoria grega de Pitágoras, Sócrates, Platão e
Aristóteles. E que faz com que o Corão seja, de todas as Escrituras sagradas, a mais
explicitamente universalista e pluralista.

Existe também no Corão um outro famoso versículo, que diz: "Não há


imposição em matéria de religião" (Sura 2: 256).

E no que diz respeito aos cristãos, diz o Corão: "E Nós [Deus] enviamos
também Jesus, filho de Maria, a quem concedemos o Evangelho e infundimos compaixão e
clemência nos corações daqueles que o seguem." (Sura 57:27)

Esses são apenas alguns exemplos, entre uma série de outros


ensinamentos.

Vejamos agora alguns registros históricos da religião Islâmica: Com a


invasão napoleônica do Egito, ao final do século 18, o mundo islâmico passou a se
defrontar com os grandes desafios trazidos pela moderna civilização ocidental.

Desde o final das Cruzadas e de sua presença na Península Ibérica, no


período medieval, o Islã tinha estado relativamente indiferente ao que acontecia na Europa,
a despeito das enormes transformações que lá ocorriam. Estas, em síntese,
representavam um significativo incremento do poder econômico e militar do Ocidente.
Com o desembarque francês no norte da África, os muçulmanos súbita e temerosamente
despertaram por assim dizer da letargia.

Adicionalmente, os outrora pujantes impérios otomano e persa entravam


em decadência e a Índia, "meio muçulmana", caía sob domínio britânico. Estes
importantes acontecimentos históricos foram vistos por muitos de certo modo como uma
tragédia para o Islã.

Certamente que antes de Napoleão, ao longo dos séculos 16 e 17,


portugueses e espanhóis já haviam ocupado algumas bordas do mundo islâmico, como na
costa africana e nas margens do oceano Índico, mas a invasão napoleônica assinalou por
assim dizer um divisor de águas. A partir daí, o mundo islâmico passou a encarar o desafio
representado pela moderna civilização.

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Meus IIr.'., não foi a religião Islâmica que motivou todos esses
acontecimentos, mas somente alguns fanáticos dessa religião. Não se contém a
violência com mais violência. Deve-se perseguir e punir apenas os responsáveis e não um
povo pobre e doente.

Por fim, a maçonaria, por ser uma sociedade universal, de doutrina liberal
e evolucionista, deve perseguir e combater o fanatismo, seja ele, em qualquer âmbito, bem
como, devemos nos empenhar ao máximo, para que o mundo não banalize o preceito e a
intolerância.

Ir∴Carlos Alberto

A LIBERDADE

Falar sobre liberdade é quase o mesmo que falar sobre a história da evolução humana.

Desde os seus primórdios, a humanidade busca,


incessantemente, pela sua liberdade. Pode-se dizer que a Liberdade é o
objetivo de todos os homens.

Uma das primeiras lutas de que se tem notícia pela almejada


liberdade remonta ao tempo em que Moisés, inconformado com o regime de
escravidão que o Faraó impunha ao povo de Israel, retirou-se com ele das
terras do Egito, atravessando o Mar Vermelho.

Sendo um dos pilares em que se apóia a Maçonaria, pode ser


resumida como a constante batalha contra o despotismo, a opressão, as
perseguições de cunho racial, político e religioso.

Interessante lembrar que a liberdade nunca é dada, porém,


sempre conquistada e dificilmente é obtida de forma pacífica. Geralmente
precedida de conflitos e até mesmo de guerras, gera, muitas vezes o
infortúnio de seus perseguidores e, quase sempre, de seus opositores.

Devemos pensar, sempre, que todo e qualquer movimento, seja


ele social, político ou religioso, que busque a modificação de uma estrutura
ou de uma situação existente, reflete um descontentamento. É óbvio que o
descontente não o é simplesmente por sê-lo. Algo o incomoda, reprime.

Verificamos, assim, movimentos como a Revolução Francesa, que


teve como lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" e é considerada como
a mais radical revolução antifeudal. Liquidou ela com o feudalismo na

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França, instituiu um novo ordenamento econômico-social com a burguesia
como classe dominante, desobstruiu o caminho para o desenvolvimento do
capitalismo e difundiu os ideais democrático-burgueses pelo mundo inteiro.
Ideologicamente, foi preparada pela obra dos Enciclopedistas e pela filosofia
do Iluminismo.

Encontramos, mais adiante, a Revolução Russa de 1917, liderada


pelos Bolchevistas (Partido Operário Social-Democrata Russo), cujos nomes
mais expressivos são Lênin, Trotski e Stálin, que inspirados na doutrina de
Marx, instalou o Regime Comunista na União Soviética.

Vemos, então, duas etapas distintas de busca pela liberdade: A


Revolução Francesa derruba o Feudalismo e implanta o Capitalismo; a
Revolução Russa derruba o Czarismo e implanta o Comunismo. Em ambos os
casos, existia uma casta dominante que oprimia a classe dominada. Esta, por
sua vez, buscava a liberdade que, em ambos os casos, somente foi obtida
através de uma revolução.

Sem pretender polemizar ou fazer a apologia de um regime ou de


outro, verificamos que o descontentamento continua existindo e, por via de
conseqüência, a busca pela liberdade permanece: os críticos do comunismo e
do capitalismo apontam, respectivamente, a falta de liberdade existente no
regime ao que se opõem.

Na história pátria, encontramos movimentos libertários que


produziram reflexos. Podemos mencionar, entre outros: a Revolta da
Chibata, liderada pelos marinheiros João Cândido e Francisco Dias Martins,
que tinha como objetivos a abolição dos castigos corporais na armada, a
diminuição das horas de trabalho e o aumento de vencimentos; o
Abolicionismo, que buscava a abolição da escravatura no Brasil e que teve
entre seus pares nomes como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, e André
Rebouças; a Inconfidência Mineira, cujo maior expoente foi o Alferes
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que almejava a Independência
do Brasil; a Guerra dos Farrapos, movimento iniciado no Rio Grande do Sul
por Bento Gonçalves da Silva e que protestava contra o Governo Imperial
por vários motivos, principalmente por sua política de centralização, que
negligenciava os interesses das províncias, e culminou com a proclamação
da República Rio-Grandense, na localidade de Piratini, em 1836, e da
República Catarinense, em 1839; a Conjuração Baiana, também designada
Conjuração dos Alfaiates, resultou do descontentamento da população local
com o monopólio português e os privilégios comerciais concedidos à Grã-
Bretanha, inspirava-se nas idéias da Revolução Francesa, tendo como
principais líderes os alfaiates João de Deus Nascimento e Manuel Faustino; a
Conjuração do Rio de Janeiro, que tem sua origem na fundação da
"Sociedade Literária" teve entre seus líderes o poeta Silva Alvarenga, o
médico José Jacinto da Silva e o sapateiro João de Sá da Conceição e
objetivava a libertação do Brasil; a Revolução Pernambucana, da qual

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participaram os capitães Domingos Teotônio Jorge e José de Barros Lima, os
padres Miguelinho e João Ribeiro de Melo Montenegro, José Inácio Ribeiro
de Abreu e Lima (cognominado Padre Roma), o comerciante Domingos José
Martins e o Ouvidor Antônio Carlos de Andrada e Silva, dentre outros, que
constituiu em Pernambuco um governo provisório de cinco membro
presidido pelo Padre João Ribeiro. Este movimento estendeu-se à Paraíba e
ao Rio Grande do Norte, onde também se formaram juntas de governo. Foi,
então proclamada a República e elaborada uma Lei Orgânica que definia os
direitos individuais e as liberdades democráticas; a Proclamação da
República, rebelião militar comandada pelo Marechal Deodoro da Fonseca
que, em 15 de novembro de 1889, derrubou a Monarquia e implantou o
regime republicano no Brasil.

No período mais recente de nossa história, encontramos


importantes movimentos pela liberdade, tais como o da anistia dos presos
políticos e o das eleições diretas em todos os níveis, denominado "Diretas
Já".

Como podemos ver, a Maçonaria esteve presente em algumas das


mais importantes lutas pela liberdade.

Concluímos nosso trabalho, citando um trecho do livro "Teologia


do Cativeiro e da Libertação", de autoria do Frei Leonardo Boff:

"A libertação só se entende a partir da opressão. Ao analisarmos o


processo de libertação, verificamos que a situação histórica do homem está
envolvida num círculo dialético insuperável: é simultaneamente e sempre
oprimente e libertadora. O homem está continuamente por conquistar sua
liberdade. Este diuturno esforço constitui o processo de libertação que é
somente libertador, na medida em que se mantém como processo
permanente.”

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O Cavaleiro do Oriente ou Cavaleiro da Liberdade representa Zorobabel, o príncipe da tribo de


Judá, descendente de Davi, que chegava da Babilônia com a missão de reconstruir o Grande Templo de
Salomão, arrasado pelos babilônios.
O poderoso Rei, avelhantado, rodeado de concubinas, abusando do vinho de romãs, o
afrodisíaco para lhe permitir uma vida de vício, arrastou o seu povo à escravidão.
A lição foi dura e cruel; jamais alguém tivera tanta glória e tanto poder como
Salomão; mas os poderosos também caem.
As Sagradas Escrituras narram com riqueza de detalhes a saga israelita, fatos históricos
que já não se baseiam em lendas.
Zorobabel foi quem convenceu o poderoso Ciro - Rei da Pérsia a permitir o retorno
dos israelitas escravizados e conduzidos para a Babilônia por setenta anos.
Não só permitiu esse retomo, como auxiliou a construção do segundo Templo, em
Jerusalém, devolvendo tudo o que havia sido levado do Grande Templo.
O primeiro Templo foi
construído em uma época de paz,
vinte e sete anos de harmonia com
os vizinhos de Jerusalém, o que
mais tarde, de forma simbólica, se
repetiria ao nascer Jesus. Quando
o Divino Mestre nasceu, o mundo
estava em paz; compreende-se
porque foi denominado de “O
Príncipe da Paz”.
A construção do Segundo Templo, e não dizemos “reconstrução”, porque o Grande
Templo de Salomão fora totalmente destruído, o foi sob a constante ameaça de inimigos.
Zorobabel erigia a construção, sob a proteção armada dos israelitas, daí a
denominação de Cavaleiro da Espada.
O fato se repetiu em nossos dias: quando Israel restaurado construía as suas
cidades, mantinha os seus campos lavrados, sempre sob grande vigilância; em uma das
mãos, a pá e na outra o fuzil.
A história de Zorobabel é fascinante, um verdadeiro aventureiro, vencendo todos os
obstáculos que se lhe antepunham.

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Zorobabel significa “o libertador” ou “o restaurador”, e realmente conseguiu
congregar o seu povo e restaurar a fé, prosseguindo a trajetória tradicional dos hebreus.
A ficção esotérica diz respeito ao risco que cada maçom passa, de ver seu Templo
destruído, se acaso abandonar o que aprendeu, especialmente conviver com os
obstáculos cada vez maiores, sem se contaminar.
Uma vez “destruído” o Templo que lhe custou tanto trabalho para erguê-lo dentro de
si, outra situação não encontrará, senão a de ser escravo.
Na escravidão, sentirá falta de um lugar, dentro de si, para louvar ao Senhor e tudo
fará para retomar àqueles gloriosos tempos de beleza espiritual e de liberdade total.
O trabalho místico será encontrar-se com Zorobabel para que venha a construir um
segundo Templo, eis que Templo destruído jamais será reconstruído.
Então, a construção demandará luta, ousadia, risco, combate, tudo para escapar dos
inimigos sempre atentos.
Certamente, poderá novamente ter em si, de forma mística, outro Templo, sem as
características do Grande Templo, mas com as mesmas perspectivas de nele encontrar-se
com o “Eu Sou”.
O maçom age como um sacerdote, porque a Iniciação é ad eternum, poderá passar
um período de indiferença e se entregar aos pretensos prazeres profanos; porém chega o
momento preciso da necessidade e então o Maçom não descansa enquanto não construir
em si outro Templo.
A história do povo hebreu nos ensina que também esse Segundo Templo foi
destruído e construído o Terceiro Templo de Herodes.
Esse, o imperador Tito também o destruiu.
O povo israelita, depois da Diáspora, construiu o Quarto Templo, mas o fez sem
alarde; é um templo soberbo, moderno, mas sem as riquezas em metais preciosos dos
templos passados;

A leitura a seguir é extraída do Livro de Esdras, capítulo 3, versículos 8 a 10:

“No segundo ano de sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês,
Zorobabel, filho de Selatiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, sacerdo-
tes e levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém, começaram a obra da Casa
do Senhor e constituíram levitas da idade de vinte anos para cima para a superintenderem.
Então se apresentaram Jesuá com seus filhos e seus irmãos.
Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, para juntamente vigiaremos que faziam a obra na Casa de

Deus, bem como os filhos de Henadade, seus filhos e seus irmãos, os levitas.

Quando os edificadores lançaram os alicerces do Templo do Senhor, apresentaram-

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se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas filhos de Asafe com
címbalos para louvarem ao Senhor, segundo as determinações de Davi, rei de Israel.”

Apesar de ser parte história da construção do segundo Templo de Jerusalém,


partindo dos seus alicerces, nos ensina essa leitura que o Iniciado “deve começar a obra
do Senhor”.
A Casa do Senhor, ou seja, o Templo, agora em sua segunda, tentativa, deve ser começada
após um longo período de cativeiro, quando o homem é escravo de si mesmo, não tendo a tão
almejada liberdade. O homem é livre por direito natural, a preservação da liberdade exige
contínua vigilância. Na construção do segundo Templo, os Obreiros manejavam a ferramenta
com uma das mãos, tendo a espada na outra mão.
Somente a iniciação o libertará desse cativeiro e como resultado, a “Casa do
Senhor” é obra que “deve ser iniciada”.
Chama também a atenção o fato de terem sido chamados para superintender a obra
jovens a partir de vinte anos de idade, numa demonstração de que nunca é cedo e
também, jamais é tarde, para encetar “a obra”.
O Maçom Iniciado constrói em si o Grande Templo místico de Salomão; torna, em
alguma fase de sua vida, a construir um Segundo Templo, o de Zorobabel; depois, um
Terceiro, o de Herodes.
Será que construirá o Quarto Templo? Em que oportunidade, se esse fato é atual?
São questionamentos muito relevantes que cada maçom deve meditar para saber se tem a
necessidade de novas construções, ou se mantém intacto e vivo o seu Grande, Primeiro e único
Templo.

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