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Samuel Victor <smokedim.sv@gmail.

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A idéia de uma escola clássica

Rafael Falcón <contato@rafaelfalcon.com.br> sex., 22 de jul. de 2022 07:59


Responder para: Rafael Falcón <contato@rafaelfalcon.com.br>
Para: <smokedim.sv@gmail.com>

Eu cogitava, inicialmente, escrever-lhes hoje sobre alguma


questão teórica — como a relação entre retórica e lógica ou a
hierarquia das disciplinas liberais. Porém, nesse meio-tempo, as
manifestações de alguns leitores fizeram-me entender que minhas
pequenas críticas a uma ou outra vaca sagrada estavam
produzindo grande perplexidade; tive mesmo a impressão de que
alguns estavam simplesmente desesperados por terem lido o
que, de minha parte, escrevi com o espírito alegre e tranquilo.

Entre tantas expressões de inquietude, li por fim uma pergunta,


que me pareceu derivar do clima geral de insegurança, como que
implorando por um remédio:

— Afinal, como é que seria uma escola que seguisse


verdadeiramente a tradição clássica?

Nunca entendi bem por que se dá tanta importância a uma crítica.


Parece haver a expectativa de que um livro, um autor, uma
corrente de pensamento sejam perfeitos, que nada lhes falte, que
durem para sempre naquela forma primeira, tal como a Bíblia
Sagrada ou a doutrina da Igreja. De fato, creio ter lido nalgum
lugar que, na Antiguidade, quando algo era sacramentado, nele
não se podia tocar; e é bem o que parece ocorrer neste caso, em
que a impressão geral de certas doutrinas é de tamanha pureza e
perfeição, que se aparece alguém apontando-lhes algum defeito,
provoca escândalo. De minha parte, não espero perfeição de
coisa alguma, exceto em matéria de revelação divina, e me
parece naturalíssimo encontrar omissões e defeitos significativos
em quaisquer teorias ou práticas humanas — inclusive e
sobretudo nas minhas, que provavelmente são as que mais
critiquei na vida, já que tenho com elas mais tempo de convívio
que com quaisquer outras.

Assim, muito dificilmente eu poderia oferecer um esquema geral


como o de D. Sayers, e menos ainda um programa burocrático
detalhado para montar a escola perfeita. Para ser curto e grosso,
tal coisa non ecziste, e quem disser que a tem, está a dizer
asneiras. Na construção de uma escola, como de qualquer
empreendimento concreto, muito do que será feito deve
depender de circunstâncias particulares. Não é por uma escola
ter um prédio diferente da outra, ou pelos professores se vestirem
de outra maneira, ou mesmo por alguma diferença pontual no
currículo que nos será possível dizer que uma das duas não
segue a tradição clássica.

Contudo, pode ser de algum proveito esboçar, não um programa


ou teoria, mas um ideal; não com o intuito de criar uma régua por
meio da qual escolas possam ser medidas e corrigidas por algum
funcionário público — o fiscal de filosofia escolar, que decide se
uma escola pode ser chamada “clássica” ou não — mas a fim de
estimular a faculdade de discernimento, sobretudo nos
educadores de elite, que são meu público-alvo com o projeto da
Academia Trivium.

E quanto a este discernimento, importa notar que não se baseia


em categorias exatas e raciocínios matemáticos, mas numa
região da alma tanto mais desprezada pela cultura moderna
quanto mais importante para a existência humana: o
discernimento se dá entre melhor e pior, bem e mal, certo e
errado, e tais coisas não são determinadas por fórmulas e contas,
mas pelo coração — o discernimento tem sua origem na
capacidade de amar. Portanto, tentarei dizer-lhes o que é que
acho amável numa escola, e evidentemente, como amo a tradição
clássica, clássica será a escola deste meu sonho ou delírio de
amor.
Não digam, porém, que isto é coisa da minha cabeça, nada tendo
que ver com a realidade: pois tudo o que amo, amo porque vi, e
se vi, é porque existe. Pode não estar ainda em sua forma mais
perfeita e acabada; pode não coincidir exatamente com o que
descrevo; pode até ser que minha ardilosa imaginação ultrapasse
os limites impostos pela razão e, em vez de servir humildemente à
construção de uma imagem sensível do ideal, ouse contaminá-lo
com suas quimeras. Não obstante, a essência e princípio deste
ideal se encontra na realidade, dela veio e para ela pode retornar
por meio da ação humana. A forma perfeita já está de algum
modo nas coisas naturais, como que à espera de um descobridor;
é missão do homem trazê-la à tona pelo trabalho, e santificá-la
pela oração, e protegê-la contra a corrupção. Pois o Senhor pôs o
homem no Paraíso Terrestre para que o trabalhasse e guardasse:
posuit eum in paradiso voluptatis, ut operaretur et custodiret illum.

I. A formação técnica do corpo docente, e seus efeitos na


pessoa do professor

Comecemos, pois, este quadro de nossa escola clássica pelo


elemento mais importante. Se o objetivo desta instituição é o
ensino, a fonte de toda a sua perfeição está, claramente,
naqueles que ensinam. Eis o primeiro erro de tantas escolas e
universidades, que põem na administração financeira, na
estrutura física e nos cargos de comando toda a sua atenção.
Queres um bom diretor? Seja ele o maior servo dos professores.
Trate de sua formação, de seus salários, de suas condições de
trabalho, como se tais coisas fossem o fundamento de todo o
resto. E os alunos? Se tudo estiver bem com os mestres, os
alunos podem sentar-se sobre palha, sem livros, sem refeições,
vestidos em trapos, e ainda assim terás uma escola melhor que
todas as outras. De fato, em muitas universidades medievais era
essa a situação; enquanto nas nossas, tão equipadas, os bem-
alimentados estudantes só crescem em pança e em ignorança.

Em primeiro lugar, falemos do aspecto mais atraente aos olhos da


carne, e também o mais fácil de obter, que é a formação técnica.
Nossos professores serão, evidentemente, formados nas artes
liberais — pelo menos no trivium, e idealmente, se me permitem
sonhar, também no quadrivium e em algumas das ciências
superiores. Teremos na Academia Trivium muita discussão sobre
o que se entende por artes liberais, e as diversas confusões que
pode haver entre essas disciplinas e suas expressões literárias,
sociais, etc. Há bastante diferença entre grammaticus e
gramático; entre um rhetor e o “retórico”; entre o dialecticus e um
simples lógico. Ao longo de anos de trabalho, eu mesmo usei e
popularizei a expressão “formação literária” para traduzir o
conceito de grammatica do trivium, mas a verdade é que nem
essa tradução basta para cobrir a profunda formação lingüística
que se deve obter junto com o estudo literário, numa unidade
indissolúvel que se atinge dialeticamente na prática didática. Que
dizer das outras artes, se nem a primeira parece facilmente
definível? Vejamos pela experiência sensível, a que temos mais
acesso do que a categorias abstratas.

Por influência da grammatica, os mestres serão peritos na


linguagem humana; saberão distinguir no ato as diversas figuras
do discurso, suas funções e manipulações criativas, as
ambigüidades e polissemias da própria língua; serão também
capazes de expressar-se límpida e elegantemente, com máxima
clareza, e sem perder a distinção e o impacto expressivo do estilo
— pois tudo isto é parte da grammatica; ouviste, Ir. Miriam
Joseph?

Da rhetorica, trarão a sutileza dos argumentos, o manejo dos


diversos graus de veracidade, o domínio da psicologia, a
compreensão do estado social, o senso da lei humana, do direito
divino, de decoro e virtude. Da rhetorica, sim, trarão uma
presença física que será reflexo consciente de suas crenças, de
seus valores, e deixará uma marca nos alunos antes mesmo que
o mestre tenha aberto a boca para falar; por meio desta arte,
possuirão a faculdade do diálogo, a doçura de quem compreende
o próximo, a capacidade de considerar diversas perspectivas sem
deformá-las — e pelo contrário, como que jogando luz sobre elas
e tornando-as as melhores versões de si mesmas.
Da dialectica, tirarão a clareza de pensamento que lhes permitirá
resolver facilmente dúvidas e objeções acadêmicas, dos
discípulos como dos colegas, desfazendo uma das principais
fontes de tensão nas atuais instituições de ensino. Na dialectica,
digo, terão seu principal instrumento, para a formação própria
como para a alheia, do qual dependerá todo o resto, sobretudo a
partir do quadrivium. Mas também é verdade, como já disse
outras vezes e agora repito, que a verdadeira dialética não existe
para quem não tenha digerido as disciplinas anteriores.

Assim é que, ainda que só possuam o trivium e mais nada,


teremos nesta escola doutores sensíveis, astutos, profundos, de
intensa presença e exemplar domínio do idioma. Não prometo
nada que não seja dado pela essência mesma destas artes, para
quem as conhece; nada que eu não tenha experimentado, em
autores que li e no efeito desses estudos no meu próprio
desenvolvimento; e nada que tu mesmo não possas verificar em
qualquer pessoa que os tenha feito decentemente — o que,
apesar de todas as falhas circunstanciais e de todas as omissões
culpáveis, espero que seja o meu caso. Contudo, é bem verdade
que há um grande problema oculto na palavra “decentemente” —
o que nos leva ao segundo tópico.

II. Non solum sermo, imo etiam tota vita

O bem-aventurado Rábano Mauro, chamado “o professor da


Alemanha”, um dos homens mais eruditos que pisaram a face da
terra, ao escrever sobre a educação clerical, lembrou que,
segundo os autores pagãos, o orador devia ser vir bonus dicendi
peritus — um homem bom que sabe como discursar. E
acrescenta o santo: “se tal definição se observava entre os
oradores dos gentios, com muito mais força convém observá-la
entre os de Cristo; não apenas sua linguagem, mas antes também
sua vida inteira deve ser uma doutrina de virtude” (De clericorum
institutione, 3.27).

O leitor arguto há-de reparar que esta é uma das muitas


observações antigas ligando particularmente a disciplina retórica
à moral, e atribuindo-lhe inclusive o poder de ensinar a virtude
com a vida — justamente o que glosei alguns parágrafos atrás:
“uma presença física que será reflexo consciente de suas
crenças, de seus valores, e deixará uma marca nos alunos antes
mesmo que o mestre tenha aberto a boca para falar”. Fique livre
para repensar agora a desconfiança que porventura tenha sentido
ao ler aquelas linhas, como se fossem invencionices de minha
parte.

Seja como for, o que desejo agora é explorar mais a fundo esta
notinha de mestre Rábano: com muito mais força convém
observá-la entre os de Cristo.

As disciplinas liberais são desejáveis, sem dúvida, e respondem


ao sentimento de que nos falta a perfeição da vida natural. Houve
um tempo em que possuíamos todas essas faculdades em grau
máximo, e sem que fosse necessária qualquer instrução. Nós as
perdemos, diz a Escritura, até o ponto de não podermos sequer
nos comunicar uns com os outros: confundamus ibi linguam
eorum, ut non audiat unusquisque vocem proximi sui. Aqui
perdeu-se a linguagem, a mais básica das faculdades humanas
— a última a cair e, portanto, a primeira que deve ser recuperada;
aqui, pois, tornou-se necessário o trivium.

Mas é fácil perder-se no aprimoramento técnico, no remédio


prático da falta, e esquecer sua origem, causa e princípio.

Dotado da força admirável duma linguagem una, o homem


construía sua própria cidade, e desejava elevá-la ao Céu: Venite,
faciamus nobis civitatem et turrim, cujus culmen pertingat ad
caelum: et celebremus nomen nostrum.

Em que és diferente, tu, que desejas reconstruir o que foi


perdido? Será que não buscas a glória daquela antiga cidade? Et
celebremus nomen nostrum. Quando tiveres todo o trivium, terás
encontrado a paz? Sentar-te-ás sobre as altas muralhas de tua
cidadela, e dirás: “Alma minha, tens em depósito muitos bens
para muitos anos; descansa, come, bebe e folga”. Não te lembras
de como tudo começou? Não tiveste aviso bastante?

Mas espera, que ouço um burburinho. Alguns leitores protestam,


em pensamento, contra o que chamam “minha conversa-fiada”:

— Deixa de pregar, e dá-me logo a chave das artes liberais!

Eis-aí a chave, ó intelectualíssimos mentecaptos: ainda que vos


gasteis em estudos pelo resto de vossas vidas, não conseguireis
nada; morrereis secos, enrugados e burros como nunca;
revoltados com vossos anos inúteis; orgulhosos e iracundos
como crianças pequenas; vossa casa arruinada, vossos parentes
estranhados, tudo em nome de uma miragem que jamais tocastes
e jamais poderíeis tocar.

Quereis a ciência natural? Quereis as artes liberais? Cuidai então


que o Autor da inteligência vos julgue dignos delas, e Ele mesmo
vos guiará pelo caminho certo. Desprezai-O, e repetirá de vós o
que dissera antes de vossos pais: são teimosos e obtusos; não
largarão suas idéias tolas até que venha o terrível resultado. Nec
desistent a cogitationibus suis, donec eas opere compleant.

Se o centro da vida escolar, e sobretudo da vida dos mestres, não


for Deus — e mais: se não for Nosso Senhor, Jesus Cristo — e se
não for o Senhor, digo ainda, quem constrói a nossa casa, em vão
teremos trabalhado. Labutaremos pela grammatica, e colheremos
apenas regrinhas áridas e elegantes versinhos a embolorar-se na
memória; lutaremos pela rhetorica, e nos tornaremos meros
pedantes, inflados por ares pútridos de superioridade; sofreremos
pela dialectica, e acabaremos num frenesi intelectual, viciados em
achar contradições aparentes no discurso alheio — como certos
loucos, cujo semblante é tomado por grande seriedade ao catar
os piolhos de um companheiro, para depois assumir uma
expressão altiva e esnobe enquanto os comem um por um.

E não falo só da freqüência aos sacramentos da Igreja; não, nem


mesmo lhes atribuo o primeiro lugar em importância. Pois (como
podeis confirmar com quem o entenda mais que eu) nem os
sacramentos, nem o próprio Deus podem forçar a vontade do
homem. Haverá algo mais triste do que esses, que comungam
diariamente o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor, e depois se
entregam a vaidades, como se com isso não profanassem o amor
que logo antes Lhe tinham jurado? Esses que, todos os dias,
consagram-se à Santíssima Virgem, vestem solenemente seus
escapulários, e depois correm a farejar dinheiro, vendendo a mãe
e o pai, indo do pranto ao riso para conseguir mais vinte por
cento de lucro?

Pensas que tua concupiscência é melhor, por ser dos olhos? Crês
que a torre de Babel foi erguida por empresários? Acho mais
provável que tenha sido por intelectuais. Vocatum est nomen ejus
Babel, quia ibi confusum est labium universae terrae: “Babel”
significa confusão, e confusão é a obra mais freqüente dos
intelectuais mundanos — que não a produzem aos poucos e
individualmente, mas aos montões; e imaginam construir assim
uma altíssima torre de saber, quando acumulam é uma montanha
de matéria putrescente.

E não me venham com este papinho de “amor à verdade”,


referindo-se a suas ciências vãs e impessoais, pois a Verdade
com V maiúsculo é uma só, e tem conosco uma ligação
pessoalíssima: amou-nos, criou-nos, tornou-se uma de nós e, por
nossa causa, morreu crucificada por nossas próprias mãos. Se
quiserdes cultuar a vossa própria curiosidade, louvando-a com a
sublime linguagem da religião, só ofendereis mais ainda Àquele
que é a verdadeira Verdade, e não aceita substitutos. Ou não
lembrais que Seu primeiríssimo mandamento foi: não tereis outros
deuses diante de Mim?

Que estudem, sim, por amor a Deus, para louvá-Lo pelos rastros
de Si que deixou em Suas criaturas; servi-Lo na formação dos
discípulos, que Ele amou e criou e destinou a Sua obra; glorificá-
Lo no esclarecimento da sociedade, que Ele deseja iluminar e
salvar. Mas ocupem-se mais, e muito mais, da oração e das
obrigações de estado, que de acumular tesouros de
conhecimento natural para que venha roê-los depois a traça.
Tenham por modelo a Sto. Alberto, chamado “o Grande”, cuja
ciência universal deve ter rivalizado com a de Salomão; na
velhice, foi privado da razão, e morreu demente, completamente
ignorante — porém igualmente santo. Se tal acontecer contigo,
resistirás ao desespero? Podes passar sem teu estudo? Tirando-
te a vida do intelecto, resta algo? Ou não és senão um glutão de
palavras, avarento com livros, lascivo por idéias, iracundo com os
ignorantes, invejoso dos intelectuais famosos, preguiçoso para
orar e cumprir tuas obrigações, orgulhoso de tuas invenções e
conceitos? Olha bem, que teu “amor pela verdade” não te
poupou de nenhum dos pecados capitais.

Deseja antes a prudência que o conhecimento, e lembra-te de


que a divina Sabedoria, que é Cristo, é fonte de toda ciência. Ama
primeiro a Deus, e o resto te será dado no tempo certo; educa-te,
como dizem as biografias de muitos santos medievais, non solum
in liberalibus disciplinis, verum etiam in spiritualibus; e sê mestre
de virtude, não só no que dizes, mas por meio de tua vida inteira.

III. O resultado nos alunos, que são o fim de todo este


negócio

Se os professores são homens de Deus, e receberam de seu


Mestre as virtudes divinas, não lhes faltarão também as humanas;
se possuem as virtudes divinas e humanas, não lhes faltará
humildade, disciplina, inteligência e prudência com que aprendam
as artes liberais e dominem a faculdade especial de cada uma. E
os alunos, expostos a tais exemplos de cultura e sobriedade,
elegância e humildade, inteligência e fé, não poderão deixar de
sofrer alguma impressão. Com o tempo, alguns se encorajarão a
imitar o exemplo constantemente recebido, e se tornarão como
que docentes entre discentes, mestres entre discípulos; por fim,
mesmo os mais covardes e preguiçosos acabarão aceitando,
senão o exemplo dos professores, ao menos o dos colegas, que
parecerá mais fácil de reproduzir. E assim se estenderá uma
corrente de amor pelo conhecimento e pela virtude, por causa de
Deus e do próximo.
Pode ser que, no começo, a multidão dos ignorantes e pecadores
tente vencer a minoria que se esforça por atingir a perfeição. Isto
não é novidade, e já se repetiu em muitos ambientes e
circunstâncias. Se a virtude dos melhores é verdadeira, vencerão
com paciência e fortaleza, suportando a humilhação sem queixas,
aplicando a justiça sem escusas. E não contarão só com o poder
da persistência, mas saberão que de sua humildade e caridade
depende o influxo da Graça divina, que é verdadeiramente o que
há-de transformar seus algozes em irmãos.

Quem pode descrever o que teremos no fim de tudo? Quanta


caridade, quanta virtude, quanta religião, quanta justiça, e
combinadas aos atributos humanos mais admiráveis: a
perspicácia dos sábios pagãos com a humildade dos santos; a
elegância do político romano com a simplicidade das crianças de
Cristo; a beleza de Virgílio com a doutrina da Igreja.

E tudo isto já não aconteceu antes? A primeira coisa, em S.


Tomás; a segunda, em Sto. Antônio; a terceira, em Dante Alighieri
— produtos famosos da educação medieval.

Não digas que não pode ser feito; já foi. Não digas que é só para
santos; é daí que os santos virão. E se alguns, ainda assim,
insistirem na inquietude e no desespero, por compararem o ideal
que tracei ao estado presente das coisas e da própria vida,
lembrem-se de que a educação medieval foi instituída entre os
descendentes de tribos bárbaras, ébrias e sanguinárias, e que
muito mais fácil é construir uma escola assim, do que ressuscitar
um morto — quem fez o último, pode fazer o anterior. Eu não fiz,
nem tu, e para nós, nada é possível; mas há um Alguém para
quem todas as coisas são possíveis.

E tu, crês nisto?

Um abraço do

Rafael F.
P.S. Está acabando o prazo para inscrever-se na Academia
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