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A idéia de uma escola clássica

Eu cogitava, inicialmente, escrever-lhes hoje sobre alguma questão teórica —


como a relação entre retórica e lógica ou a hierarquia das disciplinas liberais.
Porém, nesse meio-tempo, as manifestações de alguns leitores fizeram-me
entender que minhas pequenas críticas a uma ou outra vaca sagrada estavam
produzindo grande perplexidade; tive mesmo a impressão de que alguns
estavam simplesmente desesperados por terem lido o que, de minha parte,
escrevi com o espírito alegre e tranquilo.

Entre tantas expressões de inquietude, li por fim uma pergunta, que me


pareceu derivar do clima geral de insegurança, como que implorando por um
remédio:

— Afinal, como é que seria uma escola que seguisse verdadeiramente a


tradição clássica?

Nunca entendi bem por que se dá tanta importância a uma crítica. Parece
haver a expectativa de que um livro, um autor, uma corrente de pensamento
sejam perfeitos, que nada lhes falte, que durem para sempre naquela forma
primeira, tal como a Bíblia Sagrada ou a doutrina da Igreja. De fato, creio ter
lido nalgum lugar que, na Antiguidade, quando algo era sacramentado, nele
não se podia tocar; e é bem o que parece ocorrer neste caso, em que a
impressão geral de certas doutrinas é de tamanha pureza e perfeição, que se
aparece alguém apontando-lhes algum defeito, provoca escândalo. De minha
parte, não espero perfeição de coisa alguma, exceto em matéria de revelação
divina, e me parece naturalíssimo encontrar omissões e defeitos significativos
em quaisquer teorias ou práticas humanas — inclusive e sobretudo nas
minhas, que provavelmente são as que mais critiquei na vida, já que tenho
com elas mais tempo de convívio que com quaisquer outras.

Assim, muito dificilmente eu poderia oferecer um esquema geral como o de D.


Sayers, e menos ainda um programa burocrático detalhado para montar a
escola perfeita. Para ser curto e grosso, tal coisa non ecziste, e quem disser
que a tem, está a dizer asneiras. Na construção de uma escola, como de
qualquer empreendimento concreto, muito do que será feito deve depender de
circunstâncias particulares. Não é por uma escola ter um prédio diferente da
outra, ou pelos professores se vestirem de outra maneira, ou mesmo por
alguma diferença pontual no currículo que nos será possível dizer que uma
das duas não segue a tradição clássica.

Contudo, pode ser de algum proveito esboçar, não um programa ou teoria,


mas um ideal; não com o intuito de criar uma régua por meio da qual escolas
possam ser medidas e corrigidas por algum funcionário público — o fiscal de
filosofia escolar, que decide se uma escola pode ser chamada “clássica” ou
não — mas a fim de estimular a faculdade de discernimento, sobretudo nos
educadores de elite, que são meu público-alvo com o projeto da Academia
Trivium.

E quanto a este discernimento, importa notar que não se baseia em


categorias exatas e raciocínios matemáticos, mas numa região da alma tanto
mais desprezada pela cultura moderna quanto mais importante para a
existência humana: o discernimento se dá entre melhor e pior, bem e mal,
certo e errado, e tais coisas não são determinadas por fórmulas e contas,
mas pelo coração — o discernimento tem sua origem na capacidade de amar.
Portanto, tentarei dizer-lhes o que é que acho amável numa escola, e
evidentemente, como amo a tradição clássica, clássica será a escola deste
meu sonho ou delírio de amor.

Não digam, porém, que isto é coisa da minha cabeça, nada tendo que ver com
a realidade: pois tudo o que amo, amo porque vi, e se vi, é porque existe. Pode
não estar ainda em sua forma mais perfeita e acabada; pode não coincidir
exatamente com o que descrevo; pode até ser que minha ardilosa imaginação
ultrapasse os limites impostos pela razão e, em vez de servir humildemente à
construção de uma imagem sensível do ideal, ouse contaminá-lo com suas
quimeras. Não obstante, a essência e princípio deste ideal se encontra na
realidade, dela veio e para ela pode retornar por meio da ação humana. A
forma perfeita já está de algum modo nas coisas naturais, como que à espera
de um descobridor; é missão do homem trazê-la à tona pelo trabalho, e
santificá-la pela oração, e protegê-la contra a corrupção. Pois o Senhor pôs o
homem no Paraíso Terrestre para que o trabalhasse e guardasse: posuit eum
in paradiso voluptatis, ut operaretur et custodiret illum.

I. A formação técnica do corpo docente, e seus efeitos na pessoa do


professor
Comecemos, pois, este quadro de nossa escola clássica pelo elemento mais
importante. Se o objetivo desta instituição é o ensino, a fonte de toda a sua
perfeição está, claramente, naqueles que ensinam. Eis o primeiro erro de
tantas escolas e universidades, que põem na administração financeira, na
estrutura física e nos cargos de comando toda a sua atenção. Queres um
bom diretor? Seja ele o maior servo dos professores. Trate de sua formação,
de seus salários, de suas condições de trabalho, como se tais coisas fossem
o fundamento de todo o resto. E os alunos? Se tudo estiver bem com os
mestres, os alunos podem sentar-se sobre palha, sem livros, sem refeições,
vestidos em trapos, e ainda assim terás uma escola melhor que todas as
outras. De fato, em muitas universidades medievais era essa a situação;
enquanto nas nossas, tão equipadas, os bem-alimentados estudantes só
crescem em pança e em ignorança.

Em primeiro lugar, falemos do aspecto mais atraente aos olhos da carne, e


também o mais fácil de obter, que é a formação técnica.

Nossos professores serão, evidentemente, formados nas artes liberais — pelo


menos no trivium, e idealmente, se me permitem sonhar, também no
quadrivium e em algumas das ciências superiores. Teremos na Academia
Trivium muita discussão sobre o que se entende por artes liberais, e as
diversas confusões que pode haver entre essas disciplinas e suas expressões
literárias, sociais, etc. Há bastante diferença entre grammaticus e gramático;
entre um rhetor e o “retórico”; entre o dialecticus e um simples lógico. Ao
longo de anos de trabalho, eu mesmo usei e popularizei a expressão
“formação literária” para traduzir o conceito de grammatica do trivium, mas a
verdade é que nem essa tradução basta para cobrir a profunda formação
lingüística que se deve obter junto com o estudo literário, numa unidade
indissolúvel que se atinge dialeticamente na prática didática. Que dizer das
outras artes, se nem a primeira parece facilmente definível? Vejamos pela
experiência sensível, a que temos mais acesso do que a categorias abstratas.

Por influência da grammatica, os mestres serão peritos na linguagem humana;


saberão distinguir no ato as diversas figuras do discurso, suas funções e
manipulações criativas, as ambigüidades e polissemias da própria língua;
serão também capazes de expressar-se límpida e elegantemente, com
máxima clareza, e sem perder a distinção e o impacto expressivo do estilo —
pois tudo isto é parte da grammatica; ouviste, Ir. Miriam Joseph?
Da rhetorica, trarão a sutileza dos argumentos, o manejo dos diversos graus
de veracidade, o domínio da psicologia, a compreensão do estado social, o
senso da lei humana, do direito divino, de decoro e virtude. Da rhetorica, sim,
trarão uma presença física que será reflexo consciente de suas crenças, de
seus valores, e deixará uma marca nos alunos antes mesmo que o mestre
tenha aberto a boca para falar; por meio desta arte, possuirão a faculdade do
diálogo, a doçura de quem compreende o próximo, a capacidade de
considerar diversas perspectivas sem deformá-las — e pelo contrário, como
que jogando luz sobre elas e tornando-as as melhores versões de si mesmas.

Da dialectica, tirarão a clareza de pensamento que lhes permitirá resolver


facilmente dúvidas e objeções acadêmicas, dos discípulos como dos colegas,
desfazendo uma das principais fontes de tensão nas atuais instituições de
ensino. Na dialectica, digo, terão seu principal instrumento, para a formação
própria como para a alheia, do qual dependerá todo o resto, sobretudo a partir
do quadrivium. Mas também é verdade, como já disse outras vezes e agora
repito, que a verdadeira dialética não existe para quem não tenha digerido as
disciplinas anteriores.

Assim é que, ainda que só possuam o trivium e mais nada, teremos nesta
escola doutores sensíveis, astutos, profundos, de intensa presença e
exemplar domínio do idioma. Não prometo nada que não seja dado pela
essência mesma destas artes, para quem as conhece; nada que eu não tenha
experimentado, em autores que li e no efeito desses estudos no meu próprio
desenvolvimento; e nada que tu mesmo não possas verificar em qualquer
pessoa que os tenha feito decentemente — o que, apesar de todas as falhas
circunstanciais e de todas as omissões culpáveis, espero que seja o meu
caso. Contudo, é bem verdade que há um grande problema oculto na palavra
“decentemente” — o que nos leva ao segundo tópico.

II. Non solum sermo, imo etiam tota vita

O bem-aventurado Rábano Mauro, chamado “o professor da Alemanha”, um


dos homens mais eruditos que pisaram a face da terra, ao escrever sobre a
educação clerical, lembrou que, segundo os autores pagãos, o orador devia
ser vir bonus dicendi peritus — um homem bom que sabe como discursar. E
acrescenta o santo: “se tal definição se observava entre os oradores dos
gentios, com muito mais força convém observá-la entre os de Cristo; não
apenas sua linguagem, mas antes também sua vida inteira deve ser uma
doutrina de virtude” (De clericorum institutione, 3.27).

O leitor arguto há-de reparar que esta é uma das muitas observações antigas
ligando particularmente a disciplina retórica à moral, e atribuindo-lhe inclusive
o poder de ensinar a virtude com a vida — justamente o que glosei alguns
parágrafos atrás: “uma presença física que será reflexo consciente de suas
crenças, de seus valores, e deixará uma marca nos alunos antes mesmo que
o mestre tenha aberto a boca para falar”. Fique livre para repensar agora a
desconfiança que porventura tenha sentido ao ler aquelas linhas, como se
fossem invencionices de minha parte.

Seja como for, o que desejo agora é explorar mais a fundo esta notinha de
mestre Rábano: com muito mais força convém observá-la entre os de Cristo.

As disciplinas liberais são desejáveis, sem dúvida, e respondem ao


sentimento de que nos falta a perfeição da vida natural. Houve um tempo em
que possuíamos todas essas faculdades em grau máximo, e sem que fosse
necessária qualquer instrução. Nós as perdemos, diz a Escritura, até o ponto
de não podermos sequer nos comunicar uns com os outros: confundamus ibi
linguam eorum, ut non audiat unusquisque vocem proximi sui. Aqui perdeu-se a
linguagem, a mais básica das faculdades humanas — a última a cair e,
portanto, a primeira que deve ser recuperada; aqui, pois, tornou-se necessário
o trivium.

Mas é fácil perder-se no aprimoramento técnico, no remédio prático da falta, e


esquecer sua origem, causa e princípio.

Dotado da força admirável duma linguagem una, o homem construía sua


própria cidade, e desejava elevá-la ao Céu: Venite, faciamus nobis civitatem et
turrim, cujus culmen pertingat ad caelum: et celebremus nomen nostrum.

Em que és diferente, tu, que desejas reconstruir o que foi perdido? Será que
não buscas a glória daquela antiga cidade? Et celebremus nomen nostrum.
Quando tiveres todo o trivium, terás encontrado a paz? Sentar-te-ás sobre as
altas muralhas de tua cidadela, e dirás: “Alma minha, tens em depósito muitos
bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga”. Não te lembras de
como tudo começou? Não tiveste aviso bastante?
Mas espera, que ouço um burburinho. Alguns leitores protestam, em
pensamento, contra o que chamam “minha conversa-fiada”:

— Deixa de pregar, e dá-me logo a chave das artes liberais!

Eis-aí a chave, ó intelectualíssimos mentecaptos: ainda que vos gasteis em


estudos pelo resto de vossas vidas, não conseguireis nada; morrereis secos,
enrugados e burros como nunca; revoltados com vossos anos inúteis;
orgulhosos e iracundos como crianças pequenas; vossa casa arruinada,
vossos parentes estranhados, tudo em nome de uma miragem que jamais
tocastes e jamais poderíeis tocar.

Quereis a ciência natural? Quereis as artes liberais? Cuidai então que o Autor
da inteligência vos julgue dignos delas, e Ele mesmo vos guiará pelo caminho
certo. Desprezai-O, e repetirá de vós o que dissera antes de vossos pais: são
teimosos e obtusos; não largarão suas idéias tolas até que venha o terrível
resultado. Nec desistent a cogitationibus suis, donec eas opere compleant.

Se o centro da vida escolar, e sobretudo da vida dos mestres, não for Deus —
e mais: se não for Nosso Senhor, Jesus Cristo — e se não for o Senhor, digo
ainda, quem constrói a nossa casa, em vão teremos trabalhado. Labutaremos
pela grammatica, e colheremos apenas regrinhas áridas e elegantes versinhos
a embolorar-se na memória; lutaremos pela rhetorica, e nos tornaremos
meros pedantes, inflados por ares pútridos de superioridade; sofreremos pela
dialectica, e acabaremos num frenesi intelectual, viciados em achar
contradições aparentes no discurso alheio — como certos loucos, cujo
semblante é tomado por grande seriedade ao catar os piolhos de um
companheiro, para depois assumir uma expressão altiva e esnobe enquanto
os comem um por um.

E não falo só da freqüência aos sacramentos da Igreja; não, nem mesmo lhes
atribuo o primeiro lugar em importância. Pois (como podeis confirmar com
quem o entenda mais que eu) nem os sacramentos, nem o próprio Deus
podem forçar a vontade do homem. Haverá algo mais triste do que esses, que
comungam diariamente o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor, e depois se
entregam a vaidades, como se com isso não profanassem o amor que logo
antes Lhe tinham jurado? Esses que, todos os dias, consagram-se à
Santíssima Virgem, vestem solenemente seus escapulários, e depois correm
a farejar dinheiro, vendendo a mãe e o pai, indo do pranto ao riso para
conseguir mais vinte por cento de lucro?

Pensas que tua concupiscência é melhor, por ser dos olhos? Crês que a torre
de Babel foi erguida por empresários? Acho mais provável que tenha sido por
intelectuais. Vocatum est nomen ejus Babel, quia ibi confusum est labium
universae terrae: “Babel” significa confusão, e confusão é a obra mais
freqüente dos intelectuais mundanos — que não a produzem aos poucos e
individualmente, mas aos montões; e imaginam construir assim uma
altíssima torre de saber, quando acumulam é uma montanha de matéria
putrescente.

E não me venham com este papinho de “amor à verdade”, referindo-se a suas


ciências vãs e impessoais, pois a Verdade com V maiúsculo é uma só, e tem
conosco uma ligação pessoalíssima: amou-nos, criou-nos, tornou-se uma de
nós e, por nossa causa, morreu crucificada por nossas próprias mãos. Se
quiserdes cultuar a vossa própria curiosidade, louvando-a com a sublime
linguagem da religião, só ofendereis mais ainda Àquele que é a verdadeira
Verdade, e não aceita substitutos. Ou não lembrais que Seu primeiríssimo
mandamento foi: não tereis outros deuses diante de Mim?

Que estudem, sim, por amor a Deus, para louvá-Lo pelos rastros de Si que
deixou em Suas criaturas; servi-Lo na formação dos discípulos, que Ele amou
e criou e destinou a Sua obra; glorificá-Lo no esclarecimento da sociedade,
que Ele deseja iluminar e salvar. Mas ocupem-se mais, e muito mais, da
oração e das obrigações de estado, que de acumular tesouros de
conhecimento natural para que venha roê-los depois a traça. Tenham por
modelo a Sto. Alberto, chamado “o Grande”, cuja ciência universal deve ter
rivalizado com a de Salomão; na velhice, foi privado da razão, e morreu
demente, completamente ignorante — porém igualmente santo. Se tal
acontecer contigo, resistirás ao desespero? Podes passar sem teu estudo?
Tirando-te a vida do intelecto, resta algo? Ou não és senão um glutão de
palavras, avarento com livros, lascivo por idéias, iracundo com os ignorantes,
invejoso dos intelectuais famosos, preguiçoso para orar e cumprir tuas
obrigações, orgulhoso de tuas invenções e conceitos? Olha bem, que teu
“amor pela verdade” não te poupou de nenhum dos pecados capitais.

Deseja antes a prudência que o conhecimento, e lembra-te de que a divina


Sabedoria, que é Cristo, é fonte de toda ciência. Ama primeiro a Deus, e o
resto te será dado no tempo certo; educa-te, como dizem as biografias de
muitos santos medievais, non solum in liberalibus disciplinis, verum etiam in
spiritualibus; e sê mestre de virtude, não só no que dizes, mas por meio de tua
vida inteira.

III. O resultado nos alunos, que são o fim de todo este negócio

Se os professores são homens de Deus, e receberam de seu Mestre as


virtudes divinas, não lhes faltarão também as humanas; se possuem as
virtudes divinas e humanas, não lhes faltará humildade, disciplina, inteligência
e prudência com que aprendam as artes liberais e dominem a faculdade
especial de cada uma. E os alunos, expostos a tais exemplos de cultura e
sobriedade, elegância e humildade, inteligência e fé, não poderão deixar de
sofrer alguma impressão. Com o tempo, alguns se encorajarão a imitar o
exemplo constantemente recebido, e se tornarão como que docentes entre
discentes, mestres entre discípulos; por fim, mesmo os mais covardes e
preguiçosos acabarão aceitando, senão o exemplo dos professores, ao
menos o dos colegas, que parecerá mais fácil de reproduzir. E assim se
estenderá uma corrente de amor pelo conhecimento e pela virtude, por causa
de Deus e do próximo.

Pode ser que, no começo, a multidão dos ignorantes e pecadores tente vencer
a minoria que se esforça por atingir a perfeição. Isto não é novidade, e já se
repetiu em muitos ambientes e circunstâncias. Se a virtude dos melhores é
verdadeira, vencerão com paciência e fortaleza, suportando a humilhação
sem queixas, aplicando a justiça sem escusas. E não contarão só com o
poder da persistência, mas saberão que de sua humildade e caridade
depende o influxo da Graça divina, que é verdadeiramente o que há-de
transformar seus algozes em irmãos.

Quem pode descrever o que teremos no fim de tudo? Quanta caridade, quanta
virtude, quanta religião, quanta justiça, e combinadas aos atributos humanos
mais admiráveis: a perspicácia dos sábios pagãos com a humildade dos
santos; a elegância do político romano com a simplicidade das crianças de
Cristo; a beleza de Virgílio com a doutrina da Igreja.

E tudo isto já não aconteceu antes? A primeira coisa, em S. Tomás; a segunda,


em Sto. Antônio; a terceira, em Dante Alighieri — produtos famosos da
educação medieval.
Não digas que não pode ser feito; já foi. Não digas que é só para santos; é daí
que os santos virão. E se alguns, ainda assim, insistirem na inquietude e no
desespero, por compararem o ideal que tracei ao estado presente das coisas
e da própria vida, lembrem-se de que a educação medieval foi instituída entre
os descendentes de tribos bárbaras, ébrias e sanguinárias, e que muito mais
fácil é construir uma escola assim, do que ressuscitar um morto — quem fez o
último, pode fazer o anterior. Eu não fiz, nem tu, e para nós, nada é possível;
mas há um Alguém para quem todas as coisas são possíveis.

E tu, crês nisto?

Um abraço do

Rafael F.

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