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FICHAMENTO
MACEIÓ
2021
DARLAN DO NASCIMENTO LOURENÇO
FICHAMENTO
MACEIÓ
2021
BACHELARD, Gaston. A Epistemologia. tradução: Fátima Lourenço Gondinho,
Mário Carmino Oliveira. 1ª ed. Lisboa, Portugal. Edições 70, 2006. Pp. 15-29; 110-
190.
“[...] Com efeito, a unidade da experiência aparece sob um duplo ponto de vista:
para os empiristas, a experiência é uniforme na sua essência porque tudo vem da
sensação; para os idealistas a experiência é uniforme porque é impermeável à
razão. Tanto na adoção como na recusa, o ser empírico forma um bloco absoluto.
[...]” (p. 15)
“[...] É inútil levar a análise até isolar sob todos os pontos de vista um objeto único,
porque, segundo parece, no mundo da microfísica, o único perde as suas
propriedades substanciais. [...]” (p.16)
“[...] aquilo que o homem faz numa técnica científica [...] não existe na natureza e
não é sequer uma continuação natural dos fenômenos naturais.” (p. 19)
Comentário: o sujeito epistêmico é encarado como um ser que lida com formas de
conhecimentos que representam formas de saber distante da realidade concreta do
mundo.
Comentário: quando o espírito científico encontra uma barreira, esta, por sua vez,
está relacionada a um problema mal posto e, isso, colabora para que a própria
ciência reveja o pensamento e proponha uma metodologia que dê condições de
superar tal fronteira que impede o conhecimento.
“[...] O papel da filosofia das ciências é recensear essa variedade e mostrar como os
filósofos se poderiam instruir se quisessem meditar no pensamento científico
contemporâneo. [...]” (p. 118)
“[...] Não é possível fundamentar as ciências físicas sem entrar no diálogo filosófico
do racionalista e do experimentador [...]” (p. 120)
“[...] nem racionalidade vazia, nem empirismo desconexo, eis as duas obrigações
filosóficas que fundamentam a estreita e precisa síntese da teoria e da experiência
na física contemporânea.” (p. 121)
“[...] O pensamento científico não pode encontrar as suas formas sólidas e múltiplas
nessa atmosfera de solidão, nesse solipsismo que é o mal congénito de todo o
idealismo. O pensamento científico necessita de uma realidade social, o
assentimento de uma cidade física e matemática. [...]” (p. 123)
Comentário: o pensamento científico, para bem localizado e legítimo, necessita de
uma contextualização que dê validade aos seus pressupostos evitando, portanto, o
exagero abstrato e a centralidade desmedida.
“[...] o homem que tivesse a impressão de que nunca se engana, estaria sempre
enganado. [...]” (p. 129)
“[...] Não é o objeto que designa a precisão, é o método. [...]” (p. 132)
Comentário: o método oferece o melhor caminho para lidar com o objeto de
trabalho.
“[...] É necessário, pois, conhecer o método para conhecer, para captar o projeto a
conhecer, isto é, no reino do conhecimento metodologicamente valorizado, o objeto
suscetível de transformar o método de conhecer. [...]” (p. 135)
Comentário: o progresso é o motor que move o espírito científico na medida que faz
emergir as variadas especialidades na ciência e estas são marcas efetivas do
progresso promovido pelo espírito científico.
“[...] o pensamento filosófico, tal como o pensamento científico, não pode interessar-
se senão por fenômenos estruturados, sistemas definidos, sistemas que, através de
uma sequência de aproximações bem conduzidas, podem ser definidos num
isolamento. [...]” (p.157)
Considerações finais
“[...] cabe considerar que a expressão “teoria da educação” não tem um sentido
unívoco. Aliás, o próprio título, ao colocar essa expressão no plural, já aponta essa
questão. Na verdade, o significado da teoria da educação deve ser aferido no âmbito
da concepção em que se insere. E, como podemos detectar diferentes concepções
de educação, inevitavelmente nos deparamos, também, com diferentes teorias da
educação.” (p. 16)
“[...] a pedagogia tecnicista vai se pôr como uma teoria que busca explicar o
fenômeno educativo a partir de sua descrição empírica, visando chegar a
enunciados operacionais suscetíveis de orientar a prática educativa e dando origem,
assim, à prática pedagógica tecnicista. [...] Filosoficamente, a matriz dessa corrente
pedagógica remete ao positivismo, na versão que se difundiu na segunda metade do
século XX sob a forma do estrutural-funcionalismo. A filosofia da educação própria
da concepção produtivista é, pois, de teor estrutural funcionalista.” (pp. 17-18)
Comentário: a pedagogia tecnicista é disposta como uma teoria que busca explicar
o fenômeno educativo por meio da descrição empírica, por meios de seus
enunciados operacionais capazes de orientar a prática educativa, originando uma
prática pedagógica tecnicista. Tendo como origem filosófica o positivismo da
segunda metade do século XX sob a forma do estrutural-funcionalismo e, neste
sentido, uma filosofia da educação de matriz estrutural funcionalista.
Comentário: o conceito de pedagogia diz respeito a uma teoria que se dá por meio
de uma prática educativa. Neste sentido, levasse em consideração a relação
educador-educando, especialmente na escola, orientado o processo ensino-
aprendizagem. Sendo assim, não se constituem pedagogia as teorias que analisam
a educação por meio da sua relação com a sociedade, caso das teorias ditas crítico-
reprodutivistas.
“[...] Dado que interferem na educação diversos fatores, compreendê-la implica levar
em conta diversas perspectivas, o que acarreta uma dispersão traduzida ou num
enciclopedismo vacilante ou na oscilação entre os diferentes enfoques decorrentes
das várias abordagens, supostamente científicas, que incidem sobre a educação.
[...] A pedagogia seria o recurso que nos permitiria unificar as perspectivas e eliminar
a diversidade de abordagens; haveria, para lá e acima da diversidade, uma e
mesma abordagem: a abordagem pedagógica. [...]” (p. 20)
“[...] Há os que definem a pedagogia como a ciência da educação. Outros lhe negam
caráter científico, considerando-a predominantemente como arte de educar. Para
alguns ela é antes técnica do que arte, enquanto outros a assimilam à filosofia ou à
história da educação, não deixando de haver, até mesmo, quem a considere como
teologia da educação [...]. Outra forma de entender a pedagogia é dada pelo termo
teoria, definindo-a como teoria da educação. Mas há, também, definições
combinadas, como ciência e arte de educar; ciência de caráter filosófico que estuda
a educação apoiada em ciências auxiliares; e teoria e prática da educação.” (p. 20)
Comentário: existe uma controvérsia entre a pedagogia ser ou não-ser uma ciência
da educação. Resumindo-a, para quem a nega, como uma arte de educar. Outros a
sugerem enquanto uma técnica educativa, ou filosofia, história, teologia e ou teoria
da educação.
“Como ocorre, em geral, com toda prática humana, a prática educativa também se
desenvolveu inicialmente de forma espontânea, como uma atividade indiferenciada
no interior da prática social global. Nessas condições, os procedimentos que
caracterizam a prática educativa foram se estabelecendo e adquirindo
características próprias no âmbito do senso comum, tendo como guia o bom senso
de seus agentes.” (p. 20)
Considerações finais