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FACULDADE CATÓLICA DE BELÉM

CURSO DE FILOSOFIA

DARLEY LIMA CARVALHO

SÍNTESE DE CAPÍTULO/LIVROS DAS OBRAS:


A POLÍTICA DE ARISTÓTELES; A REPÚBLICA DE PLATÃO; AS LEIS DE PLATÃO

ANANINDEUA-PA
2023
DARLEY LIMA CARVALHO

SÍNTESE DE CAPÍTULO/LIVROS DAS OBRAS:


A POLÍTICA DE ARISTÓTELES; A REPÚBLICA DE PLATÃO; AS LEIS DE PLATÃO

Trabalho apresentado à Faculdade Católica de


Belém como requisito parcial de avaliação no
curso de Filosofia na disciplina Filosofia
Política e educação ambiental, ministrado pela
Profª. Dra. Fátima Fonseca.

ANANINDEUA-PA
2023
A POLÍTICA DE ARISTÓTELES

LIVRO III, CAPÍTULOS I - V.

O Livro terceiro da obra: A política de Aristóteles versa sobre alguns assuntos


relacionados a cidade e o cidadão, bem como a organização do Governo. O livro III está
estruturado em XII capítulos subdivididos em parágrafos.
Aristóteles propõe uma discussão sobre a real definição de cidade, pois essa definição é
atribuída em muitos contextos como o local onde se estabelece o governo ou a constituição
política, ou até como objeto de onde acontecem as ações do legislador. Mediante a essas várias
definições, o autor apresenta uma análise minuciosa, apontado caminhos como definir
primeiramente o que é um cidadão. Dessa maneira ele afirma que o cidadão não pode ser aquele
que participa de uma oligarquia e uma democracia ao mesmo tempo.
Cidadão não se define como aquele que está estabelecido em um lugar, pois dessa
maneira também os estrangeiros seriam considerados. Cidadão não seria também os mais
jovens e nem os mais velhos, bem como os que foram exilados, dessa forma, Aristóteles define
cidadão como aquele apto a ser juiz e magistrado, que tem poder.
Aristóteles destaca que tal cidadão tem o privilégio de deliberar e julgar, quando estiver
na função de magistrado, ou seja, ele possui uma autoridade judiciária. E aquela visão simples
de que devia ser filho de pai e mãe cidadão, já não valeria mais, esta nova visão deveria ser
mais ampla e não poderia ser imposta aos primeiros fundadores de cidades.
Ainda mais um pouco, o autor apresenta algumas considerações a respeito da diferença
que pode ocorrer na mudança de Democracia para Oligarquia e até mesmo tirania. Ou ainda
mediante a mudança estrutural das pessoas, se a cidade é cercada ou não, ou se a cidade for
substituída por povos de outras nações, tudo é levado em consideração para a definição ou não
de uma cidade.
No capítulo II, o autor apresenta a questão da virtude no homem na condição como
sujeito de bem ou como bom cidadão, então ele questiona se são as mesmas. Diante desse
impasse, Aristóteles considera que cada pessoa tem uma função específica no meio coletivo.
Para o cidadão é necessário que seu comportamento seja de acordo com o ser político, e
mediante algumas condições não é possível que o bom cidadão possua a mesma virtude que o
simples homem de bem.
No parágrafo seguinte Aristóteles aponta o fato de que a republica perfeita é aquela em
que todos os cidadãos tenham a virtude de homens de bem. Porem sempre haverá uma diferença
entre aquém que manda e o que obedece, as virtudes em cada estado de vida são dissemelhantes.
O autor apresenta um fator interessante a respeito dos três tipos de gênero pessoas, o
homem de bem, o homem de estado e o bom cidadão, em meio a essa diversidade existe aquele
que é destinado para obedecer e aquele que é destinado para mandar, sendo este chamado de
autoridade política.
O capítulo III, apresenta a dúvida a respeito do artesão, se ele pose ser considerado
cidadão com direitos de magistratura. A argumento defendido diz respeito a utilidade de tais
sujeitos para o desenvolvimento político da cidade e consequentemente a sua existência.
Portanto as crianças e os homens feitos por exemplo não possuem capacidade de decidir,
portanto ainda possuem a esperança de serem cidadãos um dia, são imperfeitos.
A virtude política caberia somente ao homem livre, aquele que não precisa trabalhar.
Por outro lado, do contrário o escravo precisa trabalhar para viver e os artesãos trabalham tendo
em vista um público e por isso não são senhores do ócio.
Aristóteles fala da possibilidade de outras formas de governo que o artesão pode ter
possibilidade de participar, porém esta não pode ser na forma de Aristocracia, pois sendo
trabalhador, não seria possível praticar a virtude.
A oligarquia também poderia ser uma forma de governo que o artesão poderia fazer
parte, uma vez que existiam pessoas ricas nesse ramo do comércio.
O capítulo encerra afirmando que em alguns casos o homem de bem e o bom cidadão
podem compartilhar da mesma possibilidade de serem virtuosos e consequentemente cidadão
que podem assumir os governos, em outros casos essa relação se separa.
O capítulo IV, trata das constituições de governo, tais como Democracia, Oligarquia,
Aristocracia. Na democracia o povo que é soberano, na Oligarquia é um pequeno número de
pessoas, e nesses dois as constituições de governo são diferentes.
Trata da necessidade do homem viver em sociedade, os interessem em comum, resultando em
felicidade para ambos. Depois o texto trata das formas de autoridade, existentes entre senhor e
escravo, a família e os senhor que a governa, e essa determinação pode ser inversa em alguns
casos.
Não é diferente na administração da cidade em que todos que desejam o mesmo ideal
de bem queiram alguma vez ter o controle do governo, exercendo sua autoridade. Nesse
contexto o governante magistrado que busca interesses comuns é considerado como justo, do
contrário, quando busca interesses pessoais, essa atitude é considerada como alguém que
falhou, dessa forma é preciso definir bem as constituições que regem desde a escolha dos
governantes até suas atitudes tendo como base a virtude.
O Capítulo V, revela algumas definições de governo, a autoridade desse governo pode
ser concentrado na mão de uma só pessoa (tirania), de várias pessoas (oligarquia) ou uma
multidão de pessoas (democracia), todas tendo em vista o bem comum, promovendo interesses
coletivos e não individuais, o que caracteriza como governo corrompido.
Realeza é o nome dado ao que tem interesses gerais. Aristocracia é aquele governo que
está sobre a administração de um número reduzido de homens. E república é quando é
governado por uma multidão. Para todos esses grupos é necessário agir conforme a virtude,
Segundo Aristóteles, são poucos os que chegam al mais alto grau de perfeição em todos os
aspectos da virtude.
Os desvios das constituições são: a tirania, correspondendo à monarquia, a oligarquia à
aristocracia e a democracia ao governo constitucional, de fato, a tirania é a monarquia
governando no interesse do monarca, a oligarquia é o governo dos ricos, e a Democracia é o
governo no interesse dos pobres. Logo em seguido Aristóteles explica o caráter de cada governo
diante dos padrões de riqueza e número de representantes.
Por fim, Aristóteles estabelece aquilo que forma uma cidade, sendo então aquela que
faz participarem as famílias e os seus descendentes da felicidade de uma vida independente,
perfeitamente ao abrigo a miséria.

A REPÚBLICA DE PLATÃO
CAPÍTULO I
Os personagens da obra são o filósofo Sócrates, o rico Céfalo, exemplo da classe rica,
seu filho Polemarco, um fervoroso democrata, Glaucon e Adimanto, irmãos do próprio Platão
e expoentes da aristocracia, e Trasímaco, sofista raivoso e impulsivo, teórico da injustiça como
virtude, todos esses personagens juntam-se para um discussão que é assistida por várias outras
pessoas.
Sócrates narra o seu dia anterior, o diálogo começa com a cena onde ele se encontra com
seus amigos para as festividades de uma deusa, após as festividades quando já estavam
retornando para a cidade foram vistos por Polemarco filho de Céfalo, a permanecerem na
cidade, eles concordam em ficar. Em seguida, seguem para casa de Polemarco, na casa do
mesmo, estavam diversos de seus familiares inclusive o pai de Polemarco chamado Céfalo, já
bastante Idoso.
Sócrates aproveita esse evento e começa a compartilhar sua experiência e a adquirir
mais conhecimentos a partir da experiência de vida de Céfalo. Então ele pergunta a Céfalo
sobre como ele se sente nessa fase atual da vida, Céfalo diz que muitos na velhice sentem
desconfortos e sofrem bastante e culpam a velhice por isso.
Sócrates pergunta se a riqueza é o que o faz suportar tão bem a velhice. Ele responde
que é a tranquilidade com quem encara a sua velhice, fruto de uma vida justa, não de uma vida
de riqueza material, por esse motivo não haveria com que se preocupar com a proximidade de
sua morte.
Nesse momento o discurso começa a girar em torno da temática justiça. Céfalo também
diz a Sócrates que a vida justa consiste em dar a cada um o que ele pertence. Sócrates então
questiona a definição de Céfalo, dando seguinte exemplo: se um amigo emprestar uma arma e
tempos depois tendo se tornado louco a pedisse de volta, seria justo devolver ele a arma mesmo
sabendo que esse amigo poderia tentar contra a própria vida?
Então eles concluem que a justiça não é em todos os casos dar a cada um o que lhe
pertence. O Diálogo segue a partir de então com o filho de Céfalo, este, chama-se Polemarco,
para este, a justiça é fazer bem aos amigos e mal aos inimigos. Sócrates diz que do mesmo jeito
que o calor é dado aquecer e não contrário um homem injusto não deve cometer injustiças.
Segundo Sócrates, não deve pertencer ao conceito de justiça, em nenhuma hipótese a
ideia de prejudicar alguém.
Outra figura entra no diálogo, que é Trasímaco, este profere sua definição de justiça:
“Justo é aquilo que é mais vantajoso para os mais fortes”. Sócrates usando exemplos de um
governante sobre o governo de um cidade o de um médico que está a serviço do doente, ele
quer explicar que a maior vantagem de quem governa é conseguir a quem precise de seus
serviços, ou seja, um está para o outro, ou para o seu oposto.
No decorrer do Diálogo após muita discussão raciocínios, Trasímaco formula sua
segunda definição de justiça para ele: A vida injusta é proveitosa, enquanto a vida justa não é.
Trasímaco também diz que o homem injusto é mais sábio e também prevalece a sua vontade
sobre todos.
Sócrates então segue dando o seguinte exemplo: Do mesmo jeito que o mestre música
não busca prevalecer sobre outro mestre e sim sobre um ignorante em música a fim de ensinar-
lhe, e, tal mestre sendo sábio, do mesmo modo o sábio não quer permanecer sua vontade sobre
seu semelhante, um outro sábio e sim sobre seu oposto, o ignorante.
Sócrates diz então, ironizando Trasímaco, concluindo que como ele mesmo disse, o
homem justo prevalece a sua vontade sobre todos seus semelhante e seu oposto e que o homem
sábio tem a pretensão de prevalecer apenas sobre seu oposto, o ignorante, portanto nessa linha
de raciocínio de Trasímaco, o conhecedor de música é sábio e o sábio é assumido por ambos
como sendo bom e por isso consequentemente, justo, e como justo, prevalece apenas sobre o
seu oposto, o injusto.
Na fala de Trasímaco, o justo acaba por ser bom e sábio e o injusto, mal e ignorante.
Após esse exemplo, Sócrates segue com outro exemplo tomando a figura de ladrões que passam
a ser injustos, dificilmente eles iriam conseguir êxitos em suas conquistas, por outro lado, atos
bons levariam a conquistas, criando cooperação e amizade.
O diálogo segue então em outra linha de compreensão, tomando exemplos das partes do
corpo em que cada um possui uma função específica, para eles a alma também tem a sua função
de ser virtuosa, e o fato de não ser, só pode ser um defeito, da mesma maneira que um ouvido
que não escuta é defeituoso.
Ser virtuoso, no exemplo de Sócrates é viver bem. Por outro lado o homem que não vive
a virtude é mal e infeliz. Sócrates conclui dizendo que ainda não definiu o que é justiça. Essa
discussão é tomada no livro seguinte.

AS LEIS DE PLATÃO, LIVRO I


O texto As leis de Platão é o último texto do filósofo grego Platão e traz a fase final de
seu pensamento. É um texto denso, embora tenha ficado inacabado reflete sobre as cidades, o
indivíduo, como construir uma república teoricamente perfeita.
Nesta obra também encontramos a intenção de realizar a ordem divina presente no
cosmo e na cidade humana. Tem como centro principal, evitar os conflitos de classe sociais,
pois esta tarefa, antes de ser um dever político é um compromisso moral. Portanto o texto vai
descrever qual a melhor conduta do cidadão.
No primeiro livro das leis, Platão compara o homem a uma marionete, quase um
brinquedo nas mãos de Deus. Pode-se imaginar que cada um de nós é como uma marionete,
construída pelos deuses e sustentada por múltiplos fios, porém emaranhados como uma grande
meada.
Esses fios seriam então nossas paixões, elas nos puxam, levando-nos em diferentes
direções e fazendo-nos agir de maneiras diferentes ou tendendo ao vício ou a virtude. No
entanto há um fio que sempre, e, só nos conduz à virtude: é o fio de ouro da razão ou seja o
direito comum do Estado. Os cidadãos podem seguir este fio graças a uma educação correta.
Dessa maneira, o fio de ouro introduzido no homem pela divindade é o de Sophia, a
sabedoria da vida que domina os sentimentos estabelecendo o que é bom e o que é ruim. A
razão constitui, para o homem instruído, o guia mais seguro no caminho da civilização.
Para Platão, a lei serve para ajudar a natureza humana que tem que lidar com as paixões.
O importante é que em um estado a legislação seja coerente com as virtudes da sabedoria e da
justiça e tenha um fundamento sólido, ou seja, a religião.
Platão aconselha que o cidadão deva ser um homem sábio, se for casar não gaste no
casamento além das posses, que chame no máximo cinco ou seis convidados de cada lado e não
inicie uma nova vida endividada.
Em relação ao estado todos devem ter direito a ter uma posse mínima e o Estado tem
que zelar para que essa posse seja mantida de forma a evitar que a miséria afete o cidadão, para
que uns não sejam escravizados pelos outros.
Platão faz as leis para outros cidadãos, ele admite a instituição do escravo, admite a
desigualdade entre as pessoas. O contexto é em volta do mundo Grego, sempre pensando no
mundo do cidadão, a cidade, ou seja o homem livre.
Outro pensamento no livro, trata das leis propriamente dita, tratam da comunhão com
vários cidadãos e uma vez aprovadas todos deveriam seguir e quem não concordasse não
poderia questionar e deveria ir embora da cidade.
Platão defende que devem ser instituídas algumas sanções, que deveriam ser vistas como
forma de punição para corrigir os erros cometidos pelos cidadãos, nesse sentido as Leis se
tornam a manifestação da inteligência do homem.
Sobre os habitantes da cidade, eles deveriam escolher uma divindade que estivesse de
acordo com os valores da cidade, treinar, educar as pessoas para serem cidadãos no sentido
pleno não apenas para o negócio, deveriam entender de política para entender de mentira, para
refletir sobre o governo quem é governado.
Outro conselho que Platão ensina é dar vinho para as pessoas, embebedá-las para saber
sua verdadeira opinião, após provadas quando elas estiverem conscientes, elas teriam valor de
verdade, caso contrário se elas mentissem, tais pessoas não teriam acesso às organizações do
Estado.
REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES, A Política. Trad. De Nestor Silveira Chaves. 2ª ed. Bauru, SP: Edipro, 2009.
PLATÃO. A República. Tradução de Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2006. Disponível em:
http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdf Acesso em 10 mar 2023.
PLATÃO. As Leis: Incluindo Epinomis. Tradução de Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2ª ed.
Vol.1, 2010. Disponível em: https://www.baixelivros.com.br/ciencias-humanas-e-
sociais/filosofia/as-leis Acesso em: 15 mar 2023.

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