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Disciplina: Introdução à Filosofia do Direito (DIR03042)

Professor: Guilherme Boff


Aluno: Renan Ziglioli de Sousa

Resenha do livro “Política”, de Aristóteles, Livros 2 e 3

Nos livros 2 e 3 da obra “Política” de Aristóteles, o filósofo abordará a questão


da cidade (polis) e como ela se constitui, no caso, explanando sobre os cidadãos que
a compõem bem como a cidadania. Para abordar a questão da constituição política,
explicita que esta se relaciona à ordem dos habitantes que a compõem. Em suma, o
filósofo se refere as questões atinentes ao Estado (o qual se relaciona com a política
e o governo) que poderia ser definido como a multidão das partes que compõem uma
totalidade, ou seja, a ideia da “universalidade dos cidadãos”.

Considerando a relação direta que há entre a formação da cidade e o cidadão,


o pensador faz questão de distinguir o conceito de “habitante” do conceito de
“cidadão”. Cidadão, no presente livro, é aquele que tem a capacidade de exercer o
poder público em favor de sua pátria, ou seja, votar nas assembleias e decidir os
rumos da polis. Assim, diferencia-se o cidadão dos escravos e estrangeiros, posto que
estes últimos não tinham poder político (jurisdição e deliberação) e nem participavam
das decisões atinentes à pólis. Relata ainda que há diversos tipos de cidadãos,
havendo uma exaltação (chamado “verdadeiro cidadão”) aquele que efetivamente
assume cargos públicos.

Na íntegra, tece reflexões sobre que virtudes seriam inerentes ao bom cidadão
e ao bom homem. Neste ponto, relata não ser possível que um Estado seja composto
de homens perfeitos, cabendo a cada um dos que o constitui executarem suas funções
da melhor maneira possível. Quanto aos cidadãos, destaca o dever destes para que
conserve a sua comunidade e, por conseguinte, o Estado. Contudo, por serem
distintas as virtudes que identificam um bom cidadão das que identificam um homem
de bem, ressalta que há diferenças entre os conceitos, mais especificamente quanto
à questão dos “méritos” de cada um.

Há também diversos tipos de Estado, bem como diversos tipos de cidadãos,


nos levando à conclusão de que (como refere Aristóteles), há também uma
diversidade de virtudes cívicas. Dada a diversidade de Estados e, portanto, distintas
formas de governo, em seu Livro 3, Aristóteles as aborda sob vários prismas, tais
como os critérios que os distinguem (número, justiça), retomando alguns conceitos
vistos em explicações de aulas anteriores (tais como a monarquia, a república, a
tirania, a oligarquia e a democracia). Discorre assim sobre o que hoje se aproxima do
que chamamos de três poderes (deliberativo, executivo e de jurisdição), bem como a
forma que se dá a monarquia e as repúblicas, apontando os pontos positivos e
negativos referentes a cada modelo. No caso da república, trata sobre a questão da
igualdade e de como essa também deve (segundo seu pensamento) apresentar
limites, assim como os diversos tipo de democracia e sua alternância.

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