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ALUNOS:
BRUNA ANTUNES
LARISSA MARTINS
MATHEUS BRITO
RAFAELA TARGINO
TEÓRICA DA ARQUITETURA
PETRÓPOLIS
DEZEMBRO, 2018
SUMÁRIO
1. CONTEXTO HISTÓRICO..............................................................................................3
2. ILUMINISMO.................................................................................................................5
6. CONCLUSÃO................................................................................................................14
7. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................15
TEORIA DA ARQUITETURA E ILUMINISMO
REFLEXOS DO PENSAMENTO ILUMINISTA SOBRE A PRODUÇÃO
TEÓRICA DA ARQUITETURA
1. CONTEXTO HISTÓRICO
A “Filosofia das Luzes”, como também era conhecido o iluminismo, surgiu mais precisamente
na França do século XVII. Defendia o domínio da razão e do saber sobre a visão teocêntrica que
dominava a Europa desde a Idade Média e era contra o absolutismo monárquico, o poder da igreja e o
mercantilismo. As idéias iluministas ganharam adeptos muito rapidamente, pois, além de ter como
aliado a burguesia, classe de grande influência e poder, haviam importantes publicações como a
enciclopédia e os jornais que estavam circulando com maior freqüência.
Junto a essas mudanças de pensamento, o processo que levou a substituição das ferramentas
pelas maquinas e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril, estava em andamento, a
chamada revolução industrial. A Inglaterra foi pioneira no processo de industrialização devido as suas
largas reservas de carvão mineral, a principal matéria prima na época, fonte de energia para
movimentar as maquinas a vapor e mineiro de ferro. A burguesia industrial sedenta por maiores lucros
e por custos cada vez menores passou a investir na elaboração de projetos para o aperfeiçoamento das
técnicas de produção, conseguindo assim, produzir em larga escala.
A sociedade francesa por volta de 1750 era composta por três grupos sociais. Os dois
primeiros, primeiro e segundo Estado, eram constituídos pela Nobreza e Clero. Eram os grupos mais
privilegiados da época e não pagavam impostos ou contribuições. Diferente do Terceiro Estado,
formado por burgueses, camponeses e os trabalhadores urbanos, que sustentava as mordomias da
Nobreza pagando altos impostos desprovidos de direitos sociais. A insatisfação era tão grande, que a
população saiu às ruas para pressionar o Rei Luis XVI e seu primeiro alvo foi a bastilha, símbolo da
monarquia Francesa. A queda da bastilha, em 1789, marca o início da revolução francesa.
Em um momento em que as pessoas buscavam meios e força para combater a injusta forma de
governo, o Iluminismo surgiu como uma base pra dar veemência aos revolucionários. Os iluministas
pregavam crescimento crítico para melhorar a educação e a situação social de um povo. No início do
século XVIII, a linha de pensamento eram questões da razão e natureza. Sobretudo no entendimento
dos fenômenos físicos. Depois de algum tempo os pensadores se afastaram desses ideais e começaram
a se basear em teorias sociais. Base para o tema que estamos discutindo por meio deste trabalho.
2. O ILUMINISMO
Os iluministas tinham uma visão antropocêntrica, onde o homem era o centro de tudo e não
mais teocêntrica – Deus no centro de tudo - e por isso, defendiam o uso da razão, do questionamento,
estudo e experimento como busca de respostas para questões que antes, eram respondidas pela igreja.
Segundo eles, a fé sem questionamento, bloqueava a evolução do homem. Acreditavam também que a
Liberdade, a justiça e a igualdade eram o caminho para uma sociedade equilibrada e livre de
problemas sociais. Criticavam o absolutismo e as regalias da nobreza que eram sustentadas pelos
trabalhadores e defendiam o liberalismo econômico.
A principal contribuição de Cordemoy para a teoria da arquitetura foi seu tratado chamado
Nouveau Traite de Toute I’architecture (Novo tratado de toda arquitetura) que estava entre os
primeiros estudos da arquitetura eclesiástica e cuja influência direta foram os escritos de Michel De
Frémim e Claude Perrault. O primeiro, crítico francês, autor de Mémories Critiques d’architecture
(Memoranda Arquitetônica Crítica), e o segundo, um famoso arquiteto francês, conhecido pela sua
tradução e comentário crítico dos 10 livros do tratado da arquitetura de Vitrúvios.
Frémim defendia abordagens racionais do design através das delimitações dos materiais,
custos e as necessidades dos usuários. Enxergava a arquitetura de alguns edifícios góticos medievais
como obras lógicas e acreditava que as ordens e regras do classicismo não se bastavam e não tinham
muito sentido, com isso, rejeitava sua superioridade por completo e exigia uma abordagem prática e de
senso comum na arquitetura. “A ordenação é o que dá a todas as partes de uma construção a justa
grandeza que lhes é própria em relação ao seu uso.” (Kruft. História e Teoria da Arquitetura... Página
294)
Cordemoy não possuía nenhum conhecimento efetivo sobre a arquiterura grega, por isso, via
a antiguidade através dos olhos de Perrault. O arquiteto acreditava na Bienséance, com o papel
atribuído à estética, como uma grandeza que não é positiva e que é dependente do costume e da
função. Para Perrault, a beleza não é uma qualidade universal, não depende de leis precisas e
imutáveis de proporção ou de harmonia matemática. Ela é contingente, sem previsão e com base na
imaginação.
Em seu tratado há uma abordagem moderna da beleza fazendo relação entre a beleza positiva e
a beleza arbitrária. Beleza positiva que tem por base razões cuja presença nas obras é obrigatória para
que possa agradar a todos. São elas: riqueza dos materiais, a magnificência do edifício, a precisão da
execução e simetria que consiste na relação que as partes têm coletivamente. Em oposição, ele diz que
a beleza arbitrária é determinada por nosso desejo de dar uma proporção ou forma definitiva para
coisas que possam ter uma forma diferente e ainda sim sejam admiráveis não com o objetivo de ser do
agrado de todos.
Para ele, os escritores até então atribuíam à proporção um papel definitivo para percepção da
beleza. Ele acreditava que a beleza de um edifício está menos na fidelidade de suas proporções ou no
tamanho dos elementos que o constitui e mais na graça da sua forma. No entanto, apesar deste
discurso libertador ele reconhece que existem regras detalhadas das quais não se pode fugir sem retirar
do edifício parte de sua graça e elegância.
Além disso, Claude Perrault dizia que tradicionalistas têm um respeito exagerado pela
antiguidade e que eles acreditam genuinamente que sua glória é considerada infalível e insuperável.
Isso o colocou na elite do debate cultural na Querela dos antigos e dos modernos, que foi uma
polêmica intelectual nascida na Academia francesa em que os antigos achavam que certas coisas da
antiguidade foram tão excepcionais e incomparáveis que não podia ser ultrapassado por nada na era
moderna. Já os modernos acreditavam na perfeição e supremacia cada vez maiores da era moderna e
que devia se exaltar o rei inspirando-se em obras próximas da história do cristianismo ou do presente.
Este pensamento racional e profundo sobre a arquitetura e como ela deveria ser projetada
influenciou os pensamentos do Abade Cordemoy. Através de Frémin, Perrault e Vitrúvio, ele refletiu
sobre essas teorias e escreveu seu tratado. Tratado este que é dividido baseado na mesma percepção
que Vitrúvio: Ordonnance, Disposition e Bienséance relacionados respectivamente como ordem,
distribuição e conveniência.
A primeira, ordem, que essencialmente está ligada à função e seus usos, foi repensada com
base em Frémin. São as ordens arquitetônicas atreladas da submissão à função. A distribuição é o
arranjo adequado das partes. Ordem e distribuição são categorias que levavam em conta a proporção
correta das ordens clássicas e a sua disposição apropriada enquanto a conveniência era a aplicação
adequada dos elementos nas estruturas. Atrelado ao pensamento de Perrault sobre beleza positiva,
Cordemoy acrescenta neste pensamento a importância de considerar também a qual camada social
pertence quem encomenda a construção.
Estes termos, que são ligados diretamente à integridade da natureza e à estrutura, anunciam a
essência para os conceitos modernos de funcionalismo e verdade nos materiais, que é o debate
recorrente sobre a arquitetura muito discutido por Laugier na cabana primitiva. Cordemoy foi uma
grande influência na busca da verdade, simplicidade e expressão honesta da forma.
Cordemoy não fornece nenhuma ilustração sobre as suas propostas, mas seu principal
argumento era que a estrutura deveria ser baseada nas ordens utilizando da clareza clássica, que a
construção deveria ter uma distribuição apropriada para obter uma composição que através de uma
regra teria uma interpretação irrefutável. Ornamentos e até mesmo molduras em fachadas eram
desnecessários e deveria ser evitado. Para um edifício expressar seu propósito ele deveria ser, nada
mais, nada menos do que desenhado baseado na natureza e na antiguidade.
Cordemoy apelava para sua condição pertencente à classe eclesiástica no que diz respeito
principalmente à construção de igrejas no cristianismo primitivo. Em sua observação, assim como
Michel De Frémin que citou Sainte-Chapelle and Notre Dame como exemplos de uma arquitetura
lógica, ele elogiava esta arquitetura por expressar tão claramente suas funções e seus propósitos e
também por sua elegância estrutural.
A principal oposição à cordemoy foi o engenheiro Amédée François Frézier que era
conhecedor da arquitetura gótica. Seus debates eram publicados na revista mensal Mémoires de
Trévoux e a principal crítica do engenheiro a Cordemoy era o papel da coluna como elemento
principal da estrutura. O abade defendia a ideia de que a arquitetura gótica poderia ser refletida nas
colunas e vergas. Além disso, ele apresentava o discurso de uma arquitetura grego-gótica, pois
acreditava que as duas são igualmente elevadas por expressarem claramente suas funções.
Os escritos e teorias do Abade Cordemoy influenciou algumas obras e dentre delas uma
importante: O Panteão de Paris. O Arquiteto francês Jacques Germain Soufflot, responsável pela obra,
se inspirou nas características racionais das construções góticas e combinou com a sua admiração
pelas ordens clássicas. Baseado nos princípios de ordem, distribuição e conveniência refletidos e
defendidos pelo abade, Soufflot fez uma espacialidade e forma, numa estrutura translúcida, com
proporção correta e uso adequado das ordens clássicas.
Pode-se dizer que Laugierera leigo em teoria da arquitetura, mas tinha um grande interesse no
diz respeito à mesma. Produziu muitos inscritos, mas especificamente dois deles foram voltados para
essa área, são eles: o Essaisurl’architecture (Ensaio sobre arquitetura), publicado anonimamente em
1753, e o Observationssurl’archicture(Observações sobre a arquitetura), de 1765. Logo após as
resenhas à primeira edição de seu Ensaio Laugier foi acusado de Plagiar Cordemoy, no qual se
defendeu alguns anos depois na segunda edição de sua publicação.
Seu ensaio segue a mesma linha dos diferentes tratados franceses do século XVIII,
onde desenvolvem com veracidade as medidas e as proporções arquitetônicas, mas nenhuma obra
anterior à suase estabeleceu com tanta exatidão os princípios da arquitetura, no qual apresenta o real
espirito da obra e que se disponha de regras próprias para definir o gosto.Ele acredita que o projeto
não deve ser apenas realizado através de normas tradicionais, ou seja, um padrão construtivo e
estético, mas sim diversos preceitos que justifiquem sua forma, sua função, que respeite sua natureza,
seu caráter e seus princípios.
A arquitetura clássica foi um exemplo de manifestação concebida por Laugier, onde
questionava que ela produzia cópias das obras antigas e que apenas alterava as formas originais e
transformavam os elementos como, por exemplo, as colunas onde converteram para pilastras. A
Cabana Primitiva, segundo Laugier, seria o modelo originário de toda lógica construtiva e sua prática.
A ideia de que a arquitetura surgiu da Cabana Primitiva vem sendo exposta desde a
versão Vitruviana até as versões dos tratadistas franceses, porém nenhum deles concretizou a ideia a
respeito da mesma. Apenas Laugier teorizou a ideia de que esse abrigo era concebido por esteios
verticais, uma cumeeira e duas águas, no qual seria o modelo seguido fundamental a toda criação das
arquiteturas seguintes. Idealizando o seu preceito de que a forma arquitetônica ideal engloba o que é
natural e intrínseco.
https://www.hochparterre.ch/nachrichten/kultur/blog/post/detail/huettenzauber-an-der-manifesta/1465805956/?L=njptlmdjxz
A ilustração da Cabana Primitiva de Charles Dominique Eisen foi o frontispício da
segunda edição de Ensaio da Arquitetura de Laugier. Essa imagem foi um das mais icônicas da
história da arquitetura, tornando o tratado mais acessível ao leitor. A mensagem era bastante clara,
onde sugeria uma nova ordem para a arquitetura. A imagem era compreendida como a arquitetura
sendo representada pela personificação de uma mulher sentada em colunas e capiteis gregos,
chamando a atenção da humanidade, representada por uma criança angelical, para as formas perfeitas
da natureza. Ou seja, a arquitetura está apontando para uma nova percepção e clareza estrutural
encontrada na natureza, e não para as ruínas do passado.
Para Laugier a arquitetura grega serviu como fonte primária da arquitetura ocidental e o
embrião de uma arquitetura clássica. A partir disso, surge uma forma artística, que por ser primitiva, e
feita à imagem e semelhança da arquitetura de madeira da cabana rústica, simbolizava uma evolução
direta dos preceitos essenciais que tinham formado a arquitetura grega (a origem das formas das
construções de madeira para a arquitetura de pedra desenvolvida pelos gregos). Sendo assim, ele
afirma que a arquitetura grega é mais verdadeira que a romana e que a partir dela surgem todos os
preceitos.
A arte neoclassicista foi fundada na Europa em torno de 1750 até as primeiras décadas do
século XIX, marcada principalmente pelo estímulo das formas greco-romanas. Mais que apenas a
renovação da Antiguidade, o neoclassicismo esteve diretamente relacionado a eventos políticos,
sociais e econômicos. Esse movimento artístico foi concebido por duas essenciais razões, a primeira
foi o avanço do homem na sua forma de pensar e a segunda foi a busca pela arte ideal, tendo como
base os princípios do clássico.
Neste contexto, houve o estímulo de maior produção e novos conhecimentos que provocaram
novas organizações técnicas e também o aparecimento das ciências humanistas, fruto do Iluminismo.
Os artistas neoclassicistas buscaram substituir o exagero do Barroco e a luxúria do Rococó por um
estilo que fosse guiado pela coerência, solenidade, e de caráter moralizante. Quando os movimentos
revolucionários se estabeleceram na França e na América, os novos governos acolheram o
neoclassicismo como o estilo ideal para sua arte oficial. Para os artistas neoclássicos deveria haver um
ajuste dos princípios da era clássica com a realidade contemporânea, eles acreditavam que essa nova
arte deveria ter um caráter didático, deveria passar um ensinamento para o observador.
O estilo Neoclássico aflorou em diversos ramos da arte plástica, como na pintura, literatura,
escultura, arquitetura e outras áreas da arte, como cinema e teatro. Na Literatura, os textos apresentam
como características principais clareza e perfeição gramatical na busca do belo e da perfeição até
mesmo nas palavras. Na pintura, utilizaram-se predominantemente as cores frias e a valorização da
perspectiva, fazendo com que um novo estilo de pintura fosse desenvolvido. Na área da escultura,
apresentou forte influência das formas clássicas produzidas durante o Renascimento Italiano. Ao
contrário dos escultores barrocos, os artistas neoclássicos optaram pela cor branca do mármore,
fazendo com que a cor natural dos materiais utilizado nas esculturas fosse exposta em seu aspecto
natural, assim como os escultores clássicos greco-romanos.
Independente da área de atuação dessa arte, o principal objetivo do neoclassicismo era por em
pratica a teoria aristotélica da arte como imitação da natureza, continuar com as normas impostas pela
antiguidade clássica, retornar a firmeza, equilíbrio e a simplicidade dos modelos clássico-
renascentistas, apresentarem o cenário da vida campestre como meio ideal, resgatar a simplicidade,
adotar a arte com a finalidade moral e didática, além de representar o ideal do homem.
A principal ideia difundida nos escritos foi a busca da razão como meio de projetar, para os
arquitetos, e compreensão, para a sociedade. Os tratadistas da época trouxeram novas concepções pro
campo dessa arte tridimensional, onde se deveria entender primordialmente seu caráter, função e
natureza. Todo esse raciocínio foi idealizado na arquitetura neoclássica, com uma premissa na
antiguidade clássica e com a sua conclusão na compreensão da filosofia do iluminismo.
Portanto, será sempre necessária uma leitura para se ter um melhor entendimento dos
processos teóricos que permitiram evoluir a arquitetura de uma disciplina prática para um novo
conceito arquitetônico. Seguiu a orientação de manuais que se multiplicaram no século XVIII, como
uma arte teórico-conceitual, foi capaz de produzir uma vivacidade criativa e uma conscientização
cultural. A arquitetura moderna deve a esses pensadores, em especial aos Abades Cordemoy e
Laugier, muitos dos conceitos e das ideias que formaram uma nova maneira de ver a arquitetura.
7. BIBLIOGRAFIA
KRUFT, Hanno-Walter. História e Teoria da Arquitetura. São Paulo: Editora EDUSP, 2016.
LAUGIER, Marc-Antoine. Essay sur L’ Architecture, Paris: M.D.CC.LV, 1753.
PRACCHI, A t t i l i o . L’architettura dell’Illuminimo: alcuni aspetti della ideologia e della prassi. In:
PATETTA, Luciano (org.). Storia dell’Architettura II. Milão, Facoltà di Architettura di Milano/
Istituto di Umanistica, 1974.
Links:
https://www.archdaily.com.br/br/01-169735/ensaio-sobre-a-arquitetura-slash-marc-antoine-
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https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resumo-Historia-Critica-Da-Arquitetura-
Moderna/333317.html (Vários Acessos)
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Moderna/344006.html (Vários Acessos)
https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Luz-Da-Raz%C3%A3o-e-Da/542049.html (Vários
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