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É exatamente por causa disso que o diabo tem se esforçado para impor a
esta faixa etária um total desvirtuamento, seja no campo biológico, seja
no campo psicológico, seja no campo espiritual. A erotização infantil, que
ocasiona o desenvolvimento precoce da sexualidade, é um eficaz exemplo
de como o adversário tem agido, de forma a causar um completo
desequilíbrio na vida da nossa juventude, com conseqüências drásticas
para toda a sociedade.
É por isso que uma Igreja precisa, também para o trabalho com os jovens,
dos dons espirituais de profecia e da palavra de sabedoria. Situações há
em que a experiência do mais velho, em que a habilidade no trato pessoal
com os jovens é totalmente insuficiente. É preciso que, de modo
sobrenatural, o Espírito Santo venha a admoestar os jovens, venha a
trazer palavras de advertência ou agir de modo a criar circunstâncias, de
forma equilibrada, que possa levar o jovem à humildade e submissão.
Esta constatação devemos ter, também, na Igreja. Deus vela pela Sua
Igreja, mas confiou à Igreja a tarefa de formar quadros, de aperfeiçoar os
santos, através dos dons ministeriais e espirituais por Ele concedidos. Se
Deus dá estes dons é porque espera que os utilizemos, que dele façamos
uso. É nossa tarefa a de formar a Igreja que, caso Jesus não venha,
prossiga a obra que foi confiada pelo Senhor para que a fizéssemos.
É preciso que o adulto acompanhe o mancebo, com ele conviva, que haja
diálogo entre pais e filhos, entre jovens e adultos na igreja local, que os
adultos participem das atividades e do cotidiano dos jovens, que tenham
acesso e conheçam a fundo o que está sendo oferecido aos jovens, para
que, então, possamos construir uma plêiade de homens e mulheres de
Deus que venha a nos suceder nesta caminhada rumo ao céu.
Aqui, também, por vezes, o trabalho com os jovens exige algo mais do que
habilidades naturais. É preciso que se demonstre o dom do discernimento
de espíritos para que saiba a origem de tudo aquilo que for oferecido aos
jovens na sociedade, notadamente pela mídia, ainda mais quando sabido o
nível de infiltração de satanismo em todos os setores, inclusive os
relativos ao chamado “segmento gospel do mercado” (em especial, no
campo da música). Também de grande necessidade é o dom da palavra do
conhecimento, que permitirá a revelação de tudo quanto estiver oculto e
de tudo o que for necessário para a sólida edificação espiritual da
juventude.
Embora saibamos que os dias tendem a piorar cada vez mais, em virtude
da multiplicação da iniqüidade, não podemos ter uma visão de curto prazo,
mas, sim, observar que o desenrolar do processo histórico é feito por Deus
e que nos está destinado o gozo eterno, a substituição destes céus e terra
por outros onde habita a justiça (II Pe.3:13). Sendo assim, o futuro não é
para ser visto com ceticismo, mas como, no mínimo, a proximidade ainda
maior da nossa redenção (cfr. Rm.13:11). Deste modo, a geração seguinte à
nossa está mais próxima do que a nossa da redenção e, por isso, deve ser
ainda melhor preparada para servir a Deus e ser instrumento do Seu amor.
É interessante notar que o mesmo Salomão que afirma que não há coisa
alguma nova debaixo do sol (Ec.1:9,10) é o que adverte que não devemos
ser nostálgicos, precisamente porque não se pode achar que o tempo
passado é melhor que o presente se persistem as mesmas circunstâncias.
Esta presunção de os adultos se acharem superiores aos mais jovens só
por terem mais experiência de vida é um sentimento que não podemos ter,
pois isto nada mais revela que falta de sabedoria, ou seja, falta de visão
espiritual, pois, se bem analisarmos, nada, na verdade, muda, a situação
espiritual do homem continua a mesma até que o Senhor venha restaurar
o indivíduo e, no final dos tempos, todas as coisas.
A busca dos dons espirituais por parte dos adultos, pois, evidencia-se
como uma necessidade uma vez mais nesta nossa meditação. Como
portadores de dons teremos condição de bem nos colocarmos diante do
Senhor como Seus agentes, como Seus instrumentos e não quereremos
surgir como beneficiários dos mais jovens, como donos da verdade, mas,
tão somente, como filhos do único dono da verdade, a própria Verdade, o
nosso Deus (Jr.10:10a).
A experiência dos mais antigos tem como fundamento não a exaltação dos
adultos, como, infelizmente, muitas vezes se faz, mas, antes, a
demonstração prática do que deve e do que não deve ser feito na
juventude, uma vez que tudo o que for feito nesta idade terá suas
conseqüências na idade adulta. Assim, os erros cometidos por nós,
adultos, devem ser os primeiros a ser mostrados aos jovens, para que não
venham a cometê-los. Os adultos têm a vantagem de não somente mostrar
que os erros não devem ser cometidos, como também comprovar as
conseqüências nefastas que eles trouxeram à vida de cada um.
Neste passo, para finalizarmos este estudo, nos cabe observar como deve
o jovem ser encaminhado para uma vida de disciplina espiritual.
Para que isto não seja de modo algum um sentimento presente na Igreja,
o Senhor fez questão de deixar ressaltado que os filhos e filhas, ou seja,
os jovens, aqueles que não têm experiência, vivência ou quaisquer outros
atributos, também poderiam ser canais da manifestação do poder de Deus
para a consolação, edificação e exortação do Seu povo. Ao ouvirmos um
jovem profetizando, trazendo uma mensagem de edificação para a Igreja,
teremos a convicção de que as palavras cheias de experiência, vivência e
discernimento não provêm da mente de alguma pessoa mais madura, mas
imediatamente do Senhor, já que a pessoa que será usada pelo Espírito
Santo não tem esta condição materialmente falando.
Mas, para que haja este envolvimento com os dons espirituais, é preciso
que, antes, os jovens sejam regenerados, o que se dá não pela
hereditariedade, mas pelo arrependimento dos pecados mediante a ação
do Espírito Santo, por meio da Palavra de Deus (Rm.10:17), Palavra esta,
aliás, que é o alimento espiritual do cristão.
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