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COMO LIDAR COM OS ATAQUES SUTIS AOS ADOLESCENTES

SINAL DE ALERTA! COMO LIDAR COM OS ATAQUES SUTIS AOS ADOLESCENTES

Não é de hoje que os adolescentes são chamados de forma pejorativa de “aborrescentes” por
seus comportamentos tidos como rebeldes, ou pela oscilação de seus sentimentos entre altos e
baixos, vivendo momentos alegres, e em outros afundados no poço da tristeza. Também não é
difícil encontrar pais que têm medo de seus filhos adolescentes, e encaram o período como uma
batalha a ser vencida.

Historicamente, o termo “adolescente”, fase que abrange dos 12 aos 18 anos, foi criado acerca
de setenta anos, ainda no período da Segunda Guerra Mundial. Antes disso, não havia uma fase
que separasse a infância da fase adulta. Os meninos se tornavam homens cedo. E as meninas
encontravam a responsabilidade adulta logo que o período das bonecas terminava.
Possivelmente, antes dos vinte anos, o jovem já tinha alguma forma de trabalho, seja no campo,
seja em uma fábrica, para sustentar sua esposa e filhos.

Com o advento da fase de separação da infância e fase adulta, e sendo esta, repleta de estudos
que procuram compreender a mente dos adolescentes, aparentemente uma série de conflitos
nas mentes e corações dos adolescentes começaram a surgir, levando pais, professores,
psicólogos e quando não, líderes em nossas igrejas a procurar planos de ação para ajudar nossos
jovens a sobreviver a esta fase. A partir de então, passar pela fase da adolescência se tornou
uma luta de sobrevivência. Acrescido a isso, vivemos em “dias maus”, e não é fácil ser um
adolescente cristão em um mundo tão hostil.

Mas, biblicamente, deveríamos encarar este período como uma busca por sobrevivência, ou
encontrar a oportunidade de discipularmos nossos adolescentes e levá-los a refletir a imagem
de Cristo em suas vidas? Será que as Escrituras vão endossar a tentativa de sobreviver à fase da
adolescência apenas dedicando a eles programas que vão preencher seu tempo e entretê-los
enquanto esperamos impacientemente que esta fase passe?

O evangelho é poder de Deus para a salvação do homem. Seja ele em qual período de vida
estiver. Portanto, ele é suficiente para dar esperança ao adolescente que encara as lutas comuns
de sua idade.

HORMÔNIOS OU OPORTUNIDADES?

Há um pensamento popular que o adolescente nada mais é que uma bomba de hormônios
preparada para explodir a qualquer momento em que um fio errado seja cortado.

Paul Tripp, em seu livro, “Idade da Oportunidade”, faz um alerta:

“A mentalidade da “sobrevivência” expõe a pobreza desta visão dos adolescentes. Muitos pais
que vêm conversar comigo sobre seus filhos adolescentes falam sem esperança e os vêem como
vítimas dos hormônios que os levam a fazer loucuras. Embora jamais o digam, a teologia que se
esconde atrás desta visão é que as verdades das Escrituras, o poder do Evangelho, a comunicação
bíblica e os relacionamentos que agradam a Deus não são páreos para os anos da adolescência.
Sim, cremos que a Palavra de Deus é poderosa e eficaz, exceto se alguma pobre alma está
tentando aplicá-la a um filho entre catorze e dezenove anos! Agora até temos uma categoria de
crianças chamadas ‘pré-adolescentes’.”

Há um risco muito grande quando, como pais, ou líderes de adolescentes, endossamos o tipo de
pensamento que isenta o adolescente de qualquer compromisso com uma vida que glorifique a
Deus, por ele estar vivendo uma fase de mudança hormonal apenas. Eximir o adolescente de
suas responsabilidades fará muito mal ao futuro adulto. Uma fase de “experiências” pode
enterrar um período tão propício para espelhar(?) a glória de Deus.

O perigo está ao encobrir o foco na pessoa de Deus, que é Santo, e exige uma santidade, que
somente ele pode oferecer. A natureza humana é inclinada a buscar o que mais lhe agrada. É
inclinada a buscar conforto. E a busca pelo conforto emocional pode ser exponencialmente
maior. Se Deus é santo, e exige de nós santidade, uma explosão hormonal não deve ser desculpa
para uma vida desregrada do adolescente.

Tripp continua:

“A tendência de todo pecador, não importando a sua idade, é bem capturada por Paulo em
Romanos 1:25, isto é, a tendência de trocar a adoração e o serviço ao Criador pela adoração e o
serviço à criatura. Sim, é ali na vida do adolescente que deixa as suas convicções em troca da
aprovação de seus amigos, mas está presente tão fortemente no adulto que negligencia a família
e as prioridades espirituais em troca de sucesso profissional.”

Buscar uma agenda de aventuras e emoções para o adolescente, como um atalho para a
passagem por esta fase, e não uma busca por moldar seu caráter pelas Escrituras acabará
afastando-o da imagem verdadeira do Deus Santo, e Pai, e acabará levando-os para a imagem
de um tirano que exige obediência para aplacar sua ira, ou para um Deus liberal, que tudo aceita
em troca da felicidade humana.

Devemos amar o adolescente. Somente assim as oportunidades de ministrar a seus corações


não serão apenas momentos de confrontação irada, mas de exortação amorosa; em vez de
agredi-los com palavras, enchermos seus corações de esperança, conduzindo-os a Cristo;
momentos de tristeza depressiva ou ira pecaminosa, podem se tornar oportunidades de
apresentá-los a Cristo, que na cruz por seu sangue os lavou e libertou de todo pecado que tenta
os escravizar.

CHEIOS DE DÚVIDAS, E TEMOS AS RESPOSTAS

Este período na vida do adolescente é repleto de dúvidas. Questões que vão desde a busca por
sua identidade, qual seu lugar no mundo, o motivo de tantas regras para se viver, até questões
teológicas acerca da existência de Deus e Sua bondade em meio ao sofrimento.

Quando a vida começa a ser encarada por eles, quando tudo parece ser incerto para eles, temos
a oportunidade de ajudá-los a encontrar as respostas que tanto procuram, porém, serão
incapazes de encontrar no mundo que oferece respostas na aparência física, nos
relacionamentos, em ideologias e vidas de aparência das redes sociais.

A resposta para vida confusa que o adolescente pode apresentar está na formação de uma
cosmovisão bíblica do mundo que os cerca. Uma roda de discussão, uma pergunta durante a
aula de escola bíblica, um lanche numa tarde, são oportunidades para apresentar a eles o Deus
da Bíblia, a história da redenção, o propósito de Deus para o homem, e tantas outras lentes que
os guiarão neste mundo tão confuso para eles.

Temos as respostas, não em nós mesmos, como responsáveis em algum momento pelo ensino
e discipulado deles, muito menos, podemos levá-los a encontrar as respostas que precisam neles
mesmos. A resposta está no conselho de Paulo a Timóteo: “Pregue a Palavra” (2Tm. 4.2). A
esperança que eles precisam para todas as fases de sua vida está em Deus. O que precisamos é
aproveitar todas as oportunidades que temos para levá-los a olhar para as Escrituras e encontrar
as respostas em Deus para seus conflitos, anseios e dúvidas.

PAIXÕES NÃO CORRESPONDIDAS

Como chegar à fase adulta, sem viver uma experiência de luta por sobrevivência? O apóstolo
Paulo responde em 2Timóteo 2.22: “Fuja de tudo que estimule as paixões da juventude…” (NVT).

Que paixões são estas que atraem o coração do adolescente e não devem ser correspondidas?
Com certeza, uma delas envolve a sexualidade. Toda forma de experiência sexual que seja ilícita
deve ser recusada. Mas, o apóstolo vai além. O coração do jovem pode ser atraído pelo orgulho
de saber mais que seus pais e líderes, pois os tempos, “são outros”. O desejo de conquistar uma
carreira profissional a todo custo, e a qualquer custo. A auto-afirmação e o espírito de ira em
busca de novas discussões para se posicionar. O desejo de se tornar conhecido, criando uma vida
de ilusão nas redes sociais.

A melhor resposta para o coração do adolescente, que talvez procure ser feliz neste período,
está na compreensão de que ele não encontrará a felicidade em ter ou ser algo que seu coração
deseje, a menos, que suas ambições sejam moldadas por aquilo que Deus quer que eles sejam.

CADA COISA EM SEU LUGAR

O adolescente precisa aprender a colocar cada coisa no seu devido lugar em seu coração, e Deus
no trono de sua vida. Amá-lo acima de todas as coisas. Eles precisam entender que sua vida não
tem finalidade em si mesma. Nem para glória de seus pais, nem para sua própria glória, mas
para a glória dAquele a quem eles pertencem.

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