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WADI
Um vale ou ravina que fica seco exceto durante a estação chuvo­
sa; também o riacho que por ali corre. A palavra é árabe, mas
tornou-se um termo técnico entre os estudiosos, para indicar essa
conformação geográfica.
WARREN, CANAL (ESCAVAÇÃO) DE
Uma das mais interessantes descobertas arqueológicas, relacio­
nadas à cidade de Jerusalém, foi o engenhoso sistema subterrâneo
que supria água à cidade. De fato, essa fonte de água potável foi a
única que Jerusalém teve, até o século XIX.
Ao estabelecer a sua capital, Davi escolheu Jerusalém, contígua
ao vale do Cedrom, porquanto ficava perto da fonte de Geom, que
prometia ser um manancial permanente de água, importantíssimo em
uma terra árida. E, a fim de proteger esse suprimento de água, dos
ataques de inimigos, ele planejou um impressionante sistema subter­
râneo, e uma maneira de armazenar a água canalizada desde a
fonte de Geom. Em períodos de assédio, por parte de exércitos
inimigos, visto que a água era trazida para o interior da cidade por
meios subterrâneos, não lhe faltaria o precioso líquido, sem importar
quais dificuldades os seus habitantes tivessem de experimentar.
Davi mandou escavar um túnel horizontal, em plena rocha, com
33,5 m. sob a cidade. Esse túnel levava a uma perfuração velical,
com 12,80 m. de alto a baixo. A água proveniente da fonte de Geom
corria primeiramente por um canal, em seguida descia pela perfura­
ção vertical e, finalmente, escoava pelo túnel horizontal. Mediante
esse elaborado sistema, a água era levada até à cidade, no interior
de suas muralhas. No fundo da perfuração vertical também havia um
depósito de água, até onde era possível às pessoas se aproximarem
por meio do túnel. Os geólogos determinaram que a perfuração verti­
cal não fora feita pelo homem. Antes, era uma falha geológica natu­
ral, que ali já existia, quem sabe desde quando? Davi, pois, incorpo­
rou essa perfuração natural em seu sistema subterrâneo. Ele con­
quistou Jerusalém, até então pertencente aos jebuseus, penetrando
pelo túnel horizontal que levava diretamente da fonte ao interior da
cidade. Porém, uma vez tendo incorporado a fenda natural ao siste­
ma fornecedor de água, nenhum inimigo era capaz de repetir o ato. A
fenda precisou ser desimpedida, o que os engenheiros fizeram com
grande técnica. Essa perfuração foi descoberta pelo arqueólogo
Charles Warren, em 1857, o que explica o nome da escavação.
Atualmente, os visitantes da cidade podem percorrer o túnel com
três mil anos de antigüidade, que leva até a fenda natural. Pode-se
ouvir as águas provenientes da fonte de Geon fluindo pelas paredes
da fenda, até o fundo. Salomão, por sua vez, ampliou ainda mais o
sistema, formando o poço de Siloé. Ezequias (aí por volta dos fins do
século VIII A.C.), ampliou o sistema com o chamado túnel de Ezequias,
que tem quase 460 m. de extensão. Esse túnel continua intacto até
hoje. A parte construída por Davi forma, atualmente, um local muito
interessante da cidade de Davi (vide), que ainda recentemente foi
franqueada aos pesquisadores e arqueólogos.
Quando a uma possível referência bíblica à Fenda de Warren,
ver o trecho de II Samuel 5:8. Diz ali a nossa versão portuguesa:
«Davi naquele dia mandou dizer: Todo o que está disposto a ferir os
jebuseus suba pelo canal subterrâneo e fira os cegos e os coxos...»
Esse canal fica na colina sudeste, cujo sopé começa nas proximida­
des da fonte de Geom e data de tempos pré-israelitas. Quanto
coube a Davi construir no canal horizontal, e quanto ele já achou
feito, é algo que minhas fontes informativas não esclarecem.