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INSTITUTO CATÓLICO DE ESTUDOS SUPERIORES DO PIAUÍ – ICESPI

LICENCIATURA EM FILOSOFIA
DISCIPLINA: Ética
PROFESSOR: Me. Elisângela Amaral O.
ALUNO: Alexandre Nascimento Freitas

Resumo do livro I de Ética a Nicômaco de Aristóteles

Aristóteles foi o primeiro pensador a sistematizar a Ética. E na sua obra: Ética a


Nicômaco ele traz dez questões fundamentais para pensar a moral. No primeiro livro o
Estagirita aborda a temática do Bem. Todos os seres humanos agem em função do Bem.
Para o filósofo o Bem é a finalidade de todas as ações, ou seja, é a finalidade da vida.
Para Aristóteles toda ação humana é realizada em vista de um fim, e esse fim é o
Bem. É notório que a ética aristotélica é teleológica. O discípulo de Platão aborda no
primeiro livro assuntos como o Sumo Bem (ou Bem Supremo), bens particulares e a
felicidade. Todos estão intimamente ligados. Por exemplo, o Bem Supremo é a
felicidade, isto é, a realização última do ser humano.
A felicidade é caracterizada como o Bem Supremo pelo fato de ser um bem em
si mesmo, ou seja, um bem que não tem outro fim além dele mesmo, e é a busca da
felicidade que justifica toda ação boa vinda do homem.
Aristóteles afirma que “toda arte e toda indagação, assim como toda ação e todo
propósito, visam a algum bem; [...] o bem é aquilo a que todas as coisas visam”. Isto
mostra que todos os bens são meios para atingir o bem maior que é a felicidade. É
natural do homem sempre direcionar suas ações para uma finalidade., portanto tais
ações devem ter um término. O Estagirita apresenta uma hierarquia de bens, no qual ele
divide entre: bens relativos, que são aqueles necessários para a vida cotidiana, e
intrínsecos ao homem, que são auto-sufucientes, ou seja, são os bens supremos.
Os bens relativos podem ser denominados de bens particulares que podem ser
elencados em quatro conquistas para chegar à felicidade. A primeira delas é que para se
ter uma vida feliz deve-se ter uma condição material, ou seja, Aristóteles acreditava que
o dinheiro, por exemplo, é um meio para a felicidade. Outra conquista é os amigos, ter
amigos influencia na conquista do Bem Supremo. Depois tem o prazer que também é
via para a felicidade. E por fim, a excelência tanto intelectual como moral.
Sendo assim, pode-se, em boa parte dos casos, afirmar que o homem que possui
amigos, casa, dinheiro, conhecimento, saúde e prazeres, tem boas condições para viver e
ser feliz. Estas conquistas, ou bens, são denominados por Aristóteles como bens
relativos, pelo fato de serem apenas pré-requisitos para o alcance da felicidade, são
apenas meios para chegar ao fim último que é o Bem Supremo.
O Estagirita aborda uma questão interessante. Ele afirma que o homem tem um
elemento essencial que o diferencia dos outros seres vivos. É a racionalidade. O homem
dotado de razão carrega em si toda a potencialidade de ser virtuoso. Para o filósofo, a
virtude é a atividade da alma responsável pelo agir do homem e é adquirida pelo hábito.
É agindo virtuosamente que o homem se torna virtuoso. A virtude adquirida pelo habito
e aperfeiçoada pela razão é a excelência moral do homem e por ela se alcança a
felicidade. A felicidade só pode ser atingida pelo homem quando suas ações estão em
conformidade com a atividade racional.
Portanto, a felicidade é o Bem Supremo, auto-suficiente, realizado por si e por
causa de si e nunca em vista de outro bem. Ela não é algo estático, mas um movimento
que dá vitalidade ao homem, é um bem propriamente humano e essencial para a vida
humana. Porém, nenhum homem pode ser feliz sozinho e é aí que Aristóteles entra com
sua teoria do homem como ser político.
O homem não conseguir viver sozinho e por isso sua completa realização se dá
na pólis, pois é lá que acontece a completude da felicidade. O Estagirita não ver sentido
em ser virtuoso se não for para compartilhar com os demais cidadãos. A felicidade na
pólis deve visar sempre o bem comum. Portanto, a felicidade é a arte de viver bem e é o
Bem Supremo sob o qual todas as ações do homem estão voltadas.

Referência Bibliográfica
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 4ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 5-29.

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