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ÉTICA GREGA

O problema ético surge acentuadamente no século V a.C.,


durante o período clássico da Filosofia.
Para os gregos, a ética englobava o homem enquanto
cidadão da pólis, sendo, portanto, estritamente ligada à
política. Diferente dos dias atuais, em que a ética cada vez
mais se concentra nos direitos individuais.
É importante enfatizar que a ética grega antiga não é
homogênea e apresenta variações conceituais. Contudo,
algumas características da ética grega podem ser destacadas,
tais como a ênfase na valorização da virtude e da sabedoria,
a definição de felicidade e o domínio racional sobre as Prof. Cainan
paixões e desejos.
Platão
Platão seguiu o mesmo caminho de seu
mestre Sócrates propondo uma ética
racionalista, dando ênfase na separação
corpo e alma.

Platão considerava a sabedoria como a


virtude fundamental, capaz de unificar
todas as outras virtudes. De forma similar a
Sócrates, ele associava a sabedoria à virtude
e a ignorância ao vício. Alcançar o bem está
relacionado ao “compreender bem”.
Platão

Platão dizia que o corpo é a morada das paixões e dos desejos, podendo desviar o homem
do caminho do bem.
Ele argumentou que era necessário se afastar do mundo material para alcançar a ideia de
bem. No entanto, o ser humano não conseguiria fazer isso sozinho, por isso necessita da
sociedade, ou seja, da pólis.

Para Platão, somente o filósofo consegue atingir o mais alto nível de sabedoria, sendo seu
dever ter a virtude da justiça e governar a cidade. Aos outros membros da pólis, com os
soldados e os trabalhadores comuns, é exigida a virtude da temperança, moderação, etc.
Em A República, é possível notar no mito da caverna que apenas o sábio consegue se
libertar das amarras que o forçavam a observar apenas as sombras; ao conseguir se
libertar, ele é capaz de contemplar o sol, que representa a ideia do Bem.
Aristóteles
Aristóteles desenvolveu uma ética racionalista. Na ética aristotélica
encontramos as noções de: felicidade, virtude,
meio-termo ou justo meio, justiça.
1. Felicidade
Nas suas investigações éticas, Aristóteles definiu a felicidade como o
fim último do ser humano. Embora todos busquem a felicidade,
alguns acreditam encontrá-la na riqueza, no prazer ou na honra. No
entanto, Aristóteles discorda completamente dessa visão.
Segundo Aristóteles, a felicidade consiste na vida contemplativa, isto
é, no aperfeiçoamento da nossa razão. A nossa essência é ser
racional, portanto, o caminho para a felicidade consiste no
desenvolvimento das virtudes intelectuais.
Aristóteles
2. Virtude
A virtude é um hábito adquirido através da repetição e esforço de um indivíduo.
Para Aristóteles, o indivíduo bom é aquele que, em suas ações, não pensa somente em si, mas guia suas ações de
modo a beneficiar os outros.
3. Justo meio
O estagirita é defensor da ética do meio-termo, do equilíbrio entre dois extremos: deficiência e excesso. A coragem,
por exemplo, é uma virtude que está entre a covardia (deficiência) e a temeridade (excesso).
4. Justiça
Na concepção aristotélica, a justiça consiste em dar a cada um aquilo que lhe é devido, nem mais, nem menos, ou
seja, é uma questão de encontrar o meio-termo. É preciso, segundo Aristóteles, haver uma proporção entre a
recompensa e o mérito.
O pensamento ético de Aristóteles está ligado também à vida política, já que o ser humano é um ser social, ele
necessita viver em sociedade para ser feliz e alcançar a perfeição de sua natureza.

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