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2º TERMO - Filosofia

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O que é felicidade? Provavelmente, cada pessoa que resolver responder a esta
pergunta apresentará uma resposta própria, pois a felicidade, num certo sentido, é
algo individual, pessoal e intransferível. Por outro lado, há uma ideia de felicidade que
pertence ao senso comum e é compartilhada pela esmagadora maioria das pessoas:
felicidade é ter saúde, amor, dinheiro suficiente etc. Além disso, a ideia de felicidade
não é uma coisa recente. Com certeza, ela acompanha o ser humano há muito tempo
e faz parte de sua história.
A referência filosófica mais antiga de que se dispõe sobre o tema é um fragmento de
um texto de Tales de Mileto, que viveu entre as últimas décadas do século 7 a.C. e a
primeira metade do século 6 a.C. Segundo ele, é feliz “quem tem corpo são e forte,
boa sorte e alma bem formada”. Vale atentar para a expressão “boa sorte”, pois disso
dependia a felicidade na visão dos gregos mais antigos. Bom demônio Em grego,
felicidade se diz “eudaimonia”, palavra que é composta do prefixo “eu”, que significa
“bom”, e de “daimon”, “demônio”, que, para os gregos, é uma espécie de semi-deus ou
de gênio, que acompanhava os seres humanos. Ser feliz era dispor de um “bom
demônio”, o que estava relacionado à sorte de cada um. Quem tivesse um “mau
demônio” era fatalmente infeliz.

Virtude e justiça
Sócrates (469 a.C./399 a.C.) deu novo rumo à compreensão da ideia de felicidade,
postulando que ela não se relacionava apenas à satisfação dos desejos e
necessidades do corpo, pois, para ele, o homem não era só o corpo, mas,
principalmente, a alma. Assim, a felicidade era o bem da alma que só podia ser
atingido por meio de uma conduta virtuosa e justa.
Entre os discípulos de Sócrates, Antístenes (445 a.C./365 a.C.) acrescentou um toque
pessoal à ideia de felicidade de seu mestre, considerando que o homem feliz é o
homem autossuficiente. A ideia de autossuficiência (que, em grego, se diz “autarquia”,)
continuará diretamente vinculada à de felicidade nos setecentos anos seguintes.

Uma função da alma


Mas o maior discípulo de Sócrates, que efetivamente levou a especulação filosófica
adiante de onde a deixara seu mestre, foi Platão (427 a.C./347 a.C.), o qual
considerava que todas as coisas têm sua função. Assim, como a função do olho é ver
e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo
a virtude e a justiça, ela obtém a felicidade.
A ligação entre ética e política estará ainda mais definida na obra do mais importante
discípulo de Platão, Aristóteles (384 a.C./322 a.C.), o qual dedicou todo um livro à
questão da felicidade: a “Ética a Nicômaco” (que é o nome de seu filho, para quem o
livro foi escrito). Amigo de Platão, mas, em suas próprias palavras, “mais amigo da
verdade”, Aristóteles criticou o idealismo do mestre, reconhecendo a necessidade de
elementos básicos, como a boa saúde, a liberdade (em vez da escravidão) e uma boa
situação socioeconômica para alguém ser feliz.
Prazer e salvação da alma.
Os filósofos voltaram a se debruçar sobre o tema na Idade Moderna. John Locke
(1632/1704) e Leibniz (1646/1716), na virada dos séculos 17 e 18, identificaram a
felicidade com o prazer, um “prazer duradouro”. Algumas décadas depois, o filósofo
iluminista Immanuel Kant (1724/1804), na obra “Crítica da razão prática” definiu a
felicidade como “a condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida,
tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”.

Egocentrismo e infelicidade
É também no âmbito da filosofia anglo-saxônica, no século 20, que se encontra uma
nova reflexão sobre nosso assunto. O inglês Bertrand Russell (1872/1970) dedicou a
ele a obra “A conquista da felicidade”, usando o método da investigação lógica para
concluir que é necessário alimentar uma multiplicidade de interesses e de relações
com as coisas e com os outros homens para ser feliz. Para ele, em síntese, a
felicidade é a eliminação do egocentrismo.
3º B e 3ºC - continuação do texto felicidade. ( AULAS DE FILOSOFIA)

Virtude e justiça
Sócrates (469 a.C./399 a.C.) deu novo rumo à compreensão da ideia de felicidade,
postulando que ela não se relacionava apenas à satisfação dos desejos e
necessidades do corpo, pois, para ele, o homem não era só o corpo, mas,
principalmente, a alma. Assim, a felicidade era o bem da alma que só podia ser
atingido por meio de uma conduta virtuosa e justa.
Entre os discípulos de Sócrates, Antístenes (445 a.C./365 a.C.) acrescentou um toque
pessoal à ideia de felicidade de seu mestre, considerando que o homem feliz é o
homem autossuficiente. A ideia de autossuficiência (que, em grego, se diz “autarquia”,)
continuará diretamente vinculada à de felicidade nos setecentos anos seguintes.

Uma função da alma


Mas o maior discípulo de Sócrates, que efetivamente levou a especulação filosófica
adiante de onde a deixara seu mestre, foi Platão (427 a.C./347 a.C.), o qual
considerava que todas as coisas têm sua função. Assim, como a função do olho é ver
e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo
a virtude e a justiça, ela obtém a felicidade.
A ligação entre ética e política estará ainda mais definida na obra do mais importante
discípulo de Platão, Aristóteles (384 a.C./322 a.C.), o qual dedicou todo um livro à
questão da felicidade: a “Ética a Nicômaco” (que é o nome de seu filho, para quem o
livro foi escrito). Amigo de Platão, mas, em suas próprias palavras, “mais amigo da
verdade”, Aristóteles criticou o idealismo do mestre, reconhecendo a necessidade de
elementos básicos, como a boa saúde, a liberdade (em vez da escravidão) e uma boa
situação socioeconômica para alguém ser feliz.

Prazer e salvação da alma.


Os filósofos voltaram a se debruçar sobre o tema na Idade Moderna. John Locke
(1632/1704) e Leibniz (1646/1716), na virada dos séculos 17 e 18, identificaram a
felicidade com o prazer, um “prazer duradouro”. Algumas décadas depois, o filósofo
iluminista Immanuel Kant (1724/1804), na obra “Crítica da razão prática” definiu a
felicidade como “a condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida,
tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”.

Egocentrismo e infelicidade
É também no âmbito da filosofia anglo-saxônica, no século 20, que se encontra uma
nova reflexão sobre nosso assunto. O inglês Bertrand Russell (1872/1970) dedicou a
ele a obra “A conquista da felicidade”, usando o método da investigação lógica para
concluir que é necessário alimentar uma multiplicidade de interesses e de relações
com as coisas e com os outros homens para ser feliz. Para ele, em síntese, a
felicidade é a eliminação do egocentrismo.
3º B E C – AULAS DE SOCIOLOGIA
Exercícios:

1- A felicidade para Aristóteles é “uma atividade da alma segundo a virtude perfeita numa vida
completa”. Dessa forma, podemos dizer que seu conceito de felicidade está intimamente relacionado
com o conceito de virtude, ou seja, o caráter de um homem é determinante para que este alcance a
felicidade. O aspecto ativo da felicidade nos mostra que um homem feliz é aquele que não apenas
é virtuoso, mas age de acordo com sua virtude. Nota-se também que, ao dizer que a felicidade
envolve a alma, Aristóteles dá conta de explicar como a razão, traço distintivo da humanidade,
está presente em nosso bem maior. A felicidade pode assim ser entendida como prazer ou bem-estar.
O que está dito acima acerca da concepção aristotélica de felicidade é:
a) Verdadeiro.
b) Falso, porque a felicidade e a virtude são conceitos totalmente independentes e não se pode explicar o que
é felicidade usando para isso a virtude.
c) Falso, porque a felicidade é um estado e portanto não envolve o uso da virtude em atitudes
concretas – é suficiente ser virtuoso para ser feliz.
d) Falso, porque a razão não está presente na alma, mas no espírito, e, portanto, não existe nenhum traç
o da razão na definição aristotélica de felicidade.
e) Falso, porque a felicidade não pode ser identificada com o prazer, uma vez que o próprio Aristóteles rejeita
que o prazer seja o bem maior do homem. (ALTERNATIVA CORRETA)

2- Aristóteles define a virtude como “uma disposição o da alma relacionada com a escolha de
ações e emoções consistente num meio termo determinado pela razão”. Acerca da concepção
aristotélica de virtude, assinale a alternativa incorreta:
a) A virtude não é algo que se alcança por uma ação única, mas só existe quando há uma inclinação para agir
de determinada forma. O homem virtuoso não é o que age bem por acaso, mas porque já tem uma disposição
para agir dessa forma.
b) A virtude é uma disposição para agir no meio termo entre dois excessos, que são vícios. Assim, ao
reconhecer os extremos, os homens virtuosos podem determinar pela razão o meio termo exato e
absoluto entre os dois e agirem todos nesta medida em todas as situações de suas vidas. (ALTERNATIVA
CORRETA)
c) A virtude pode ser adquirida pela imitação das ações de pessoas virtuosas para que agir virtuosamente se
torne um hábito, constituindo então uma inclinação para a ação boa.
d) A virtude envolve tanto ações quanto emoções, porque é uma virtude também saber controlar o medo, a
raiva e a paixão, emoções estas que estão claramente envolvidas na virtude da coragem, por exemplo.
e) A razão utilizada na determinação do meio termo é a razão prática, que leva em conta a situação específica
da ação.

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