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A Necessidade de Deus e da verdade para a obtenção da vida feliz na

filosofia agostiniana

Emílio Mikhael Benício Morais 1


Miqueias Douglas da Silveira Araújo 2
Maria Vera Lúcia Pessoa Porto3
Telmir de Sousa Soares4

Resumo:
A busca da verdade é certamente algo presente na vida do homem e nas inquietações filosóficas
desde os pré-socráticos. Desde a Grécia antiga, os filósofos se dedicaram a debater sobre esta
questão. É visando esta incessante busca desde a antiguidade que este trabalho possui o objetivo
de realizar uma breve investigação da relação entre a verdade e a felicidade em uma ótica: a da
real necessidade da figura divina, Deus, considerando a filosofia Agostiniana. Assim, trilhando
os passos filosóficos que Agostinho deu ao se deparar com as obras de Cícero e ser
consequentemente influenciado pela filosofia Ciceroniana, não se contentando e partindo à
criação de seus próprios pensamentos; adentrando nas obras de Platão, o que influenciará toda
a sua investigação, e escritos, como o que utilizar-se-á como base para esta investigação: A vida
Feliz. Dentro dessa investigação buscamos adentrar a bibliografia agostiniana no que se refere
a felicidade e a figura de Deus, com o intuito de esclarecer os diferentes fatores que levariam
ao estado de felicidade por parte do homem e se a figura divina seria necessário para atingir
esse objetivo ou não, também foi investigado as influências que levaram a construção desse
pensamento por parte de Agostinho desde os filósofos da antiguidade até os neoplatônicos de
sua contemporaneidade, ao término da investigação pode-se concluir que a obtenção da vida
feliz e a forma proposto por agostinho para obter a mesma estão ligados a sua fé crista nesse
caso a figura de Deus seria a fundamentação necessária na vida do homem para a obtenção da
felicidade, porem o homem pode buscar a vida feliz sem estar necessariamente relacionado a
figura de Deus, porem a plenitude da alma e a verdadeira felicidade nunca seria alcançada pelo
mesmo.

Palavras-chave: Agostinho. Verdade. Felicidade.

1
Discente do 3º período do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais
– FAFIC, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN.
2
Discente do 3º período do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais
– FAFIC, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN.
3
Professora Adjunta IV, do Departamento de Filosofia – DFI, Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais –
FAFIC, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Graduada em Filosofia e com mestrado
em filosofia prática pela Universidade Estadual do Ceará. Doutorado sanduíche nas Universidade Federal da
Paraíba – UFPB e Universidade Católica de Louvain-la-neuve, Bélgica.
4
Professor Adjunto IV, do Departamento de Filosofia – DFI, Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais –
FAFIC, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Graduado em Filosofia e com mestrado
em filosofia prática pela Universidade Estadual do Ceará. Doutorado sanduíche nas Universidade Federal da
Paraíba – UFPB e Universidade Católica de Louvain-la-neuve, Bélgica.
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Introdução
A incessante busca pela verdade se deu desde a antiguidade, na Grécia, quando o
homem – filósofo - parou para observar o mundo em que habita e passou a se questionar sobre
a veracidade das coisas existentes nele, passou então, a busca de fundamentos. Ao decorrer dos
séculos, o homem moderno persiste nessa busca inquieta pela verdade, e assim como todo
homem almeja encontrar a verdade, este também anseia encontrar a felicidade. Muitos filósofos
da antiguidade relacionavam a felicidade com a verdade, pois para alguns, sem a verdade, este
thelos - finalidade última do homem - não haveria como obter a felicidade.

O filósofo Agostinho de Hipona percorrerá um árduo caminho até que de fato


encontre a verdade que ao longo de sua vida tanto almejou, procurou por vários meios e é na
sua interioridade que vai encontra-la. É visando a longa trajetória Agostiniana que esta pesquisa
pretende abordar, mesmo que de forma superficial, o conceito de verdade. Com tal objetivo,
será demonstrando alguns processos históricos imprescindíveis à época. Também será objetivo
da pesquisa demonstrar o verdadeiro encontro da verdade do filósofo Agostinho e elucidar
pontos importantes da sua filosofia, após elucidados estes pontos, buscar-se-á em seu livro, A
vida Feliz, a real importância de Deus como objeto para a obtenção da vida feliz.

Dessa forma, serão tratados os conceitos de Livre Arbítrio, Amor, Mal e Verdade de acordo
com a visão da filosofia agostiniana, tentando perceber de que forma eles estão interligados na
busca e obtenção da Vida Feliz. Desta feita, é que será investigado sobre Deus nessa
peregrinação em busca do Sumo Bem, da Verdade e do Logos, que foi iniciada na filosofia
grega primordial, teve uma revolução no pensamento de Sócrates e de seu mais ilustre discípulo,
Platão, e de alguma forma veio a influenciar os pensamentos dos filósofos do período da
antiguidade tardia e da alta idade média, pensadores esses, que contribuíram para a construção
da filosofia de Agostinho, por consequência da filosofia cristã. É assim que tentar-se-á
compreender, por meio, do estudo da obra do filósofo Agostinho de Hipona o que é a Vida Feliz
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e como o homem poderia obter esse estado de vida e alcançar a plenitude da alma, do corpo e
do espirito.

1 Verdade e felicidade: sua busca na antiguidade


A busca da verdade é uma discussão amplamente debatida há vários séculos dentro de
toda a história filosófica, sendo este um conceito recorrente da filosofia ocidental e na Europa
no período Medieval. Esta é, e sempre foi, uma constante busca pela verdade, mas que verdade
estamos abordando? Uma verdade epistemológica, ontológica ou até mesmo metafísica? Se
voltarmos aos pré-socráticos têm-se que a busca primordial era compreender como se deu o
início de todas as coisas, através do logos, os filósofos da physis estavam preocupados em
encontrar a arché de todas as coisas, ou seja, procuravam encontrar uma verdade fundamental
para estabelecer o começo de tudo, buscando fundamentar o início do universo (Rua, 1998, p.
34).

A atual concepção de mundo com sua filosofia ocidental hegemônica tem uma origem
representada no pensamento dos filósofos atuantes no período áureo da Filosofia
Grega: Sócrates, Platão e Aristóteles. Vale destacar que esses cânones da Grécia
Clássica vão receber influências (opostas ou não) dos pensadores de uma vertente
filosófica antecedente (não necessariamente cronológica): os filósofos pré-socráticos
ou cosmológicos. É nesse cenário que se inicia o processo de sistematização da Teoria
do Conhecimento ou Gnosiologia (do grego gnosis: conhecimento). Também
conhecida como Epistemologia (do grego epistéme: ciência), ela estuda a construção
do conhecimento, diferenciando o que é ciência de senso comum e visa demonstrar a
validade do saber científico, dentre outras questões (KANADANI, 2021, p. 2).

Todavia, no período antropológico, que se inicia com o filósofo Sócrates, este irá se
preocupar com a busca pela verdade - Alétheia em grego clássico: ἀλήθεια; ou verdade, no
sentido de desvelamento -, “a qual estivesse dotada de questões para além de indagações
míticas, vai ser consolidada com as ideias de Sócrates, inaugurando assim uma tradição racional
em busca do conhecimento verdadeiro” (KANADANI, 2021, p. 2). Todavia, em seu aspecto
antropológico, o que se fez ainda mais significativo no contexto e período em que o pensamento
humano se encontrava, o foco primeiro é o homem da “Pólis” e suas relações sociais dentro da
mesma, este período é muito importante pois influenciará os filósofos posteriores que tratarão
da questão última do homem, a felicidade.

O período helenístico situa-se entre a época da grande expedição de Alexandre Magno


(334-323 a. C) e a conquista do Antigo Egito pelos romanos (30 a.C.). Esse momento
histórico gerou profundas transformações na cultura helênica, sendo considerado pela
maioria dos historiadores, como um dos períodos mais importantes da história da
civilização ocidental. Para as escolas filosóficas que então surgiam, a tarefa que se
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impunha era a de mostrar ao homem que, em meio a tantas crises políticas, sociais e
culturais e com a perda de antigos valores e crenças, era possível ser feliz
internamente. (GUIMARÃES, 2019, p. 35-36).

Com o domínio da Macedônia sobre a Grécia Antiga e com a expansão cultural do


mundo grego para o oriente, levando consigo a cultura grega, surgiram novas escolas
filosóficas, a saber: o epicurismo e o estoicismo, as quais, serão de suma importância para
compreender a influência que Agostinho receberá ulteriormente. Assim, os filósofos
helenísticos, estavam agora preocupados não mais com o que originou todas as coisas do
universo, da phisys, mas, com o direcionamento da vida humana, ou seja, estavam preocupados
com a busca da “Ataraxia” - busca pela felicidade e bem estar do homem na imperturbabilidade
da alma. Conforme Guimarães, este novo modo de vida também obtivera influência do filósofo
Aristóteles, que em sua Ética, partirá em busca desse Telos - finalidade última do homem:
felicidade -, ao encontro deste bem estar humano (GUIMARÃES, 2019, p. 35-36).

1.1 O encontro da verdadeira felicidade na filosofia Agostiniana

A busca e o entendimento da verdade é uma relação perpetuada e definida em vários


momentos históricos, cada um a sua maneira, entretanto, sua ânsia de compreendê-la continua
sendo um desejo unânime e universal para a raça humana, pois todo ser humano, em sua plena
consciência, busca possuir a verdade, e tal desejo torna a alma humana inquieta e obsessiva.
[...] todos os homens procuram estar de encontro com a verdade, sendo assim, encontraremos
indivíduos com opiniões, crenças e pensamentos diversos sobre vários assuntos, mas todo ser
humano tem algo em comum, e este é o desejo, a inquietação e a curiosidade do conhecimento
verdadeiro (RODRIGUES, 2017, p. 15-16).

Santo Agostinho (354-430) foi um dos primeiros filósofos cristãos, porém até sua
filosofia chegar à maturidade, ele passou por uma conversão na fé em Jesus Cristo e
em sua Igreja, pois estas influenciariam no seu modo de vida, abrindo novos caminhos
para o seu pensamento. Agostinho assumia que esta fé precedia o trabalho da razão,
através do desenvolvimento do intelecto, do conhecimento. A partir daí Agostinho
defende o seu conceito de iluminação Divina. Era essa a base principal da metodologia
que ele utilizava para tentar obter o bem supremo, a verdade-Deus, garantia da
Felicidade. Agostinho tem muito a oferecer no atual debate em torno da felicidade e
vem lembrar de que a vida feliz não depende de uma série de coisas que estão fora de
nós, mas de um único bem, da verdade, por sua vez, habita em nosso interior.
Agostinho nos mostra que a felicidade está em nós mesmos, mais, ele adverte de que
a felicidade pessoal remete a felicidade do interior (FOGAÇA, 2017, p. 15).
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A leitura das Confissões mostra conhecer grande parte do caminho extenso percorrido
por Agostinho de Hipona em direção a verdade, veremos que seu interesse pela busca da
verdade se deu antes mesmo de sua conversão ao cristianismo, época em que vivia mergulhado
num imenso sentimento de vazio existencial, assim como numa vida desregrada e repleta de
vaidades mundanas “longe de se ater aos limites de uma investigação pessoal, ele transpôs o
limiar dos seus próprios interesses e em suas investigações procurou pela vida feliz entendendo-
a sempre como finalidade humana” (BRACHTENDORF, 2012, p. 10).
O prestigioso trabalho das Confissões de Santo Agostinho tem o intuito de convencer
os homens de que não há boa ação fora da verdade-Deus e que as más ações são realizadas à
custa do próprio homem, por ser o homem livre em sua vontade. “Eis, então a ocasião de sua
conversão, fato que marcará profundamente o rumo à felicidade, pois, a partir dela tornou-se
possível a aquisição das respostas aos questionamentos pessoais, assim como deu início à
escrita de suas obras” (BROWN, 2005, Apud AGOSTINHO, 2011, p. 67). Sendo assim, ele
buscou encontrar uma verdade segura, que pudesse abraçar e que assim pudesse lhe guiar para
uma vida plena, satisfazendo sua alma.
Ressalto que a filosofia Agostiniana é toda voltada para a expansão do cristianismo e
embora seu discurso fizesse críticas à razão, dela se utilizou com extrema habilidade para
conquistar fiéis naquele momento histórico. Todavia, em meio a essa experiência, ainda na
juventude e em sua vida pré-cristã, aconteceu o contato com a filosofia de Cícero, quando em
seus estudos conheceu e leu a obra de Cícero, o “Hortensius”, que lhe mostrou a filosofia como
a arte de viver bem, típica do estilo Helenístico e Eudaimônico, ou seja, o nosso Bispo de
Hipona aprendeu, com as obras de Cícero que a filosofia era muito mais do que apenas teoria,
a filosofia era uma sabedoria, uma arte de viver bem que possibilitaria o homem encontrar a
verdade, mas não só a verdade ele aprende com o Cícero, mas que é somente através da filosofia
que o homem poderá encontrar a verdadeira felicidade (LUÍS, 2021, p. 23-45).
A obra de Cícero teve a função e o poder de despertar Agostinho das ilusões em que
vivia em sua juventude, ou seja, foi uma espécie de primeira revelação que o levou a defrontar-
se com a busca da verdade. Todavia, como ele mesmo descreve em sua obra confissões ao
tomar contato com o estilo da oratória Ciceroniana, apenas uma coisa o incomodava que era o
fato de não ter encontrado uma menção sobre Cristo nas obras de Cícero, ou seja, nas palavras
do filósofo Africano, “Agostinho lamenta não ter encontrado nela o nome de Cristo: ‘Uma só
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coisa me magoava no meio de tão grande orador: não encontrar aí o nome de Cristo’” (BROWN,
2005, p. 18).
Visto que a filosofia de Cícero não lhe proporcionava um conforto para a alma e uma
verdade que pudesse satisfazer o seu espírito inquieto, o Bispo de Hipona adere ao Cristianismo.
Desse modo, estando já convertido ao Cristianismo, ele apresenta uma nova fonte de orientação
da verdade, que não é mais a filosofia ou a razão, mas sim o exercício da interioridade da alma,
ou seja, a Fé se torna o elemento responsável pela iluminação divina da verdade-Deus. Em
outras palavras, o filósofo de Hipona afirma que o exercício da filosofia unicamente não é o
suficiente para fazer o homem feliz, porque segundo ele a filosofia não pode dar ao homem a
participação da verdade apropriada da iluminação divina, esta encontrada apenas interiormente
na alma (FOGAÇA, 2017, p.23).
Portanto, a iluminação divina da Fé é fundamental neste processo. Todavia, de que
forma esse processo ocorre? O sábio para Agostinho é aquele que possui a iluminação do
conhecimento divino de Deus. Nesse sentido, a Fé sendo a substância de vida e pensamento da
alma humana vai atravessar a revelação divina da verdade interna habitada no homem. E para
mostrar que a Fé revela a verdade interior na alma humana, Agostinho desenvolve a teoria da
iluminação divina que tem por base a teoria da reminiscência das almas do Platão, segundo a
qual as ideias já residiriam em nossa alma e caberia ao filósofo despertá-las (GRACIOSO, 2010,
p. 90- 115).
O ponto central de toda filosofia Agostiniana, para o alcance da Verdade, encontra-se
na sua Teoria da Iluminação. Esta, compreendida como uma cristianização ou até
mesmo superação da teoria da reminiscência platônica, é capaz de conduzir o homem
ao caminho da sua interioridade à Verdade Eterna que habita em seu interior. Para o
filósofo, a teoria do conhecimento de Platão, fruto da teoria da reminiscência, era
insuficiente para explicar como o homem alcança as noções universais, uma vez que
Agostinho como cristão, não concebia a ideia de uma vida passada, encontrando na
iluminação divina a sua completude (SOUZA, 2009, p. 2463).

Diante disso, Agostinho demonstrará que é no homem interior que habita a verdade-
Deus, a verdade está dentro de nós, porque quando Deus cria o homem (criatura), ou seja,
quando a inteligência divina, o intelecto divino cria a mente humana, ele o gera a sua imagem
e semelhança. E é por causa dessa semelhança que o criador deixa na criatura-homem, uma
centelha, ou seja, uma luz natural - lume naturale - que nos dá a capacidade de entender as
verdades eternas, isto é, que nos revela às verdades eternas. E quanto maior for a nossa Fé, esta
“centelha”, maior será essa luz interior e o grau de compreensão da verdade (GRACIOSO,
2010, p. 90-115).
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Vemos que a teoria do conhecimento Agostiniana possui uma certa influência da


filosofia platônica, pois restabelece conceitos e descrições como a de espírito, alma, mente e
interiorização do homem, no sentido de redirecionar o homem para o seu interior, para a sua
dimensão ultraterrena e incorpórea. São referenciais para o homem conhecer a si mesmo e a
sua natureza. Dessa forma temos a iluminação divina como uma experiência vivenciada no
íntimo da alma humana, esse contato com a luz da verdade proporciona ao homem uma
contemplação não só da verdade imutável, mas também da felicidade que está em Deus
(GRACIOSO, 2010, p. 90-115).
Por fim, podemos estabelecer que a chamada doutrina da iluminação divina caracteriza-
se por uma luz que não é material, e que se atinge quando ocorre o encontro com o
conhecimento da verdade para que o homem possa ter uma vida feliz na beatitude “Deus”. Pois
na perspectiva de Agostinho, somos humanos, falhos e imperfeitos, assim precisando sempre
da iluminação de Deus para ascender à verdade, isto é, para iluminar as verdades que estão
niveladas no mundo dos homens. Portanto, a verdade vem do mundo do homem, mas a verdade
entre os homens é transmitida por Cristo e somente em Cristo, ou seja, ela origina-se em Cristo
no próprio Deus, e isso não é algo de que o homem seja capaz de buscar exteriormente, sendo
assim, o ser humano só é feliz quando está vivendo com a verdade, mas a verdade de sua
interioridade (SÍLVIA, 2011, p. 18-82).

1.2 Deus como objeto essencial para a obtenção da vida feliz

A busca pela felicidade é intrinsicamente relacionada a busca pela verdade, vista nas
obras filosóficas gregas do período antigo. No período medieval, mais especificamente no
período da patrística, o filósofo Agostinho de Hipona desenvolveu a relação da vida feliz
almejada pelo indivíduo com a necessidade da Suma Medida, Verdade e Deus na vida do
indivíduo como condição primária para a realização da plenitude do ser, por conseguinte o
mesmo tornar-se-ia obtentor da virtude suprema, a participação do espírito em Deus por meio
da justa medida e da fé em Jesus Cristo.
Agostinho descreve em sua obra, Vida Feliz, as condições necessárias para alcançar o
objetivo final do homem, a felicidade, de acordo com a visão agostiniana o ser humano é
composto de corpo e alma e por esse motivo para alcançar a felicidade seria necessário suprir
a carência de ambos, o corpo e alma, dessa forma não seria possível para um homem ser feliz
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suprindo somente o corpo e relegando a alma a inanição. No entanto se faz necessário que o
indivíduo não peque por falta ou excesso, pois a justa medida é essencial para a o sucesso na
busca pela verdade e por conseguinte Deus, por conseguinte o alimento da alma na visão
agostiniana, é o conhecimento e, assim como um corpo que sofre as mazelas da inanição as
demonstra por meio de doenças, a alma ignorante, demonstra esses males por meio dos vícios
e falta de moderação, por meio desses vícios o ser degeneraria sua essência e tornar-se-ia o não
ser, ou seja, o mal na visão de Agostinho, o oposto do sumo bem que seria Deus. Agostinho
afirma da seguinte forma:
Pois, do mesmo modo como o corpo, privado de alimento, fica exposto a doenças e
reações malignas decorrentes de sua inanição, assim o espírito ignorante está
impregnado de doenças provenientes de suas carências. Os antigos justamente
queriam que fosse chamada malignidade essa decomposição que é mãe de todos os
vícios, pois vem a ser o nada e o vazio. (AGOSTINHO, 1998, p.126)

Por conseguinte, para alcançar a plenitude da felicidade o homem não deve se ater
somente em bens materiais pois os mesmos estão submetidos a sua natureza perecível e
degenerativa, não é possível ter como base para a plenitude da alma algo que não é eterno e
perene, pois a angústia de vir a perder esse bem mina a felicidade da alma, e um homem que
vive com essa dor está tão próximo da vida feliz quanto aquele que nada tem e que vive na
indigência. Esse mesmo desvio do caminho para a vida feliz pode ser demonstrado em outra
faceta, o homem que não se contenta com o que possui e tem como meta a obtenção de uma
vida opulenta, sofre da mesma angústia que o tipo anterior, tornando como base de sua vida
algo degenerável, que nunca é suficiente para saciar a fome da alma, e quem sempre necessita
mais e que o mero pensamento de vir a perder esse bem desencadeia em seu âmago uma
angústia devastadora, esse homem não pode obter a vida feliz. Na visão de Agostinho:

Isso significa ser necessário que se procure um bem permanente, livre das variações
da sorte e das vicissitudes da vida. Ora, não podemos adquirir à nossa vontade,
tampouco conservar para sempre, aquilo que é perecível e passageiro. [...] Ainda que
alguém tivesse a certeza de não perder tais bens frágeis, contudo, nunca viria a se
contentar com o que já possui. Portanto, a pessoa seria infeliz pelo fato de querer
sempre mais. (AGOSTINHO, 1998, p.129 – 130)

Diante disto Agostinho descreve o comportamento que deve-se ter para estar próxima a
Deus e consequentemente obter a vida feliz, são descritas três situações, a primeira, é feliz a
pessoa que faz o que Deus deseja; a segunda, a pessoa vive bem e, a terceira, a pessoa que está
isenta de impurezas em seu espíritos, todavia a visão agostiniana é distinta das apontadas
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anteriormente, é afirmado que fazer o que Deus deseja e viver bem são a mesma coisa, pois
quem faz o que Deus pede, está fazendo o bem, e quem vive bem e pratica o bem estar fazendo
o que Deus deseja, já o terceiro ponto é ressaltado que para estar isento de impurezas no espírito
é necessário viver bem, ser o que Deus deseja, por fim é afirmado que em suma para estar
próximo de Deus e obter a vida feliz é necessário fazer o que Deus quer, ou seja, o bem.
Segundo Agostinho:

Uns estimaram que possui a Deus quem faz o que Deus quer. Outros opinaram que o
possui quem vive bem. Os demais afirmaram Deus estar presente naqueles em quem
não reside o espírito denominado impuro. [...], mas, talvez, com palavras diferentes,
exprimistes, no fundo, uma só e mesma ideia. Pois, se considerarmos os dois primeiros
pareceres, vemos que quem vive bem faz a vontade de Deus; e quem faz o que Deus
quer vive bem. Não constituem coisas diferentes: viver bem e fazer o que agrada a
Deus. (AGOSTINHO, 1998, p. 137 – 138)

Todavia é levantada outra questão a possibilidade da vida feliz para o homem que ainda
está na busca de Deus, porém ainda não o encontrou. Agostinho aponta que para ser feliz
devemos obter aquilo que desejamos, ou seja, quem busca Deus, porém não o encontrou não
pode ser feliz. Desta forma, questiona-se, Deus seria mau pois seria negligente com aqueles que
o busca. Por conseguinte, a visão agostiniana do tema é que aquele que busca Deus e ainda não
o encontrou não é feliz, todavia tem Deus como amigo e favorável para com ele, aquele que
busca Deus e o encontrou é feliz e o tem como amigo e favorável e aquele que não procura a
Deus não pode ser feliz e não goza da benevolência de Deus. O caminho que deve ser seguido
para encontrar a Deus é ter uma vida boa, fazer o que Deus deseja, dessa forma a pessoa está
buscando Deus mesmo que indiretamente, ela terá a benevolência de Deus, e assim que o
encontrar por sua própria vontade será feliz, no entanto aqueles que vivem uma vida de vícios,
de amor as coisas do mundo que são perecíveis e corruptíveis, estará se distanciando de Deus e
do bem, dessa forma não poderá encontrar Deus e também não gozará de sua benevolência,
estando por fim, distante da vida feliz. Agostinho afirma:

Porque não posso crer que Deus seja molesto a quem o procura. E se não é justo
afirmar tal coisa, segue-se que Deus será propício a todo aquele que o procura. [...],
Por conseguinte, chegas a estas distinções: tudo o que encontrou a Deus e o tem
benévolo é feliz. Tudo o que ainda busca a Deus tem-no benévolo, mas ainda não é
feliz. E, enfim, tudo o que se afasta de Deus, por seus vícios e pecados, não somente
não é feliz, mas sequer goza da benevolência de Deus. (AGOSTINHO, 1998, p. 141
– 142)

Por conseguinte, Agostinho aponta que a virtude da alma seria a sabedoria, e que a
indigência, seria a falta de medida, e nela moraria o pecado, onde os vícios do homem se
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manifestaria por diferentes facetas, essas seriam o excesso e a falta, um homem que vivesse na
opulência teria em sua alma as mesmas carências daquele que vivesse na indigência, pois a falta
de modéstia é inimiga da plenitude da alma. A verdadeira carência seria ocasionada pela
estupidez, que ocorreria quando houvesse a falta de sabedoria, que na visão agostiniana seria a
verdadeira virtude da alma, dessa forma agostinho relaciona a insensatez com a infelicidade, o
mesmo afirma que toda insensatez esta acompanhada de infelicidade, um homem que fosse
insensato e não medisse suas ações estaria fadado a infelicidade. Agostinho relaciona a justa
medida da alma e os vícios que impedem a plenitude da mesma com a expressão frugalitas et
nequitia essa expressão explicita a relação entre o fértil e o estéril, a justa medida e a
intemperança, o ser e o não ser. Por fim ele afirma que a estultícia, palavra essa que reuniria
todas as carências e a maior delas, a estupidez, seria a indigência da alma e a sabedoria, seria o
que reuniria todas as virtudes e a maior delas, seria a plenitude da alma. Na visão de Agostinho:

Segue-se que a estupidez é verdadeira carência. Ora, como todo insensato é infeliz,
do mesmo modo todo infeliz é insensato. Assim, pois, está demonstrado como toda
carência equivale a infelicidade, e do mesmo modo toda infelicidade implica carência.
[...] Justamente, se a estultícia é indigência, a sabedoria será plenitude. E, com razão,
muitos consideram a moderação como sendo a mãe de todas as virtudes.
(AGOSTINHO, 1998, p. 149 – 153)

Agostinho afirma que a sabedoria de Deus seria a virtude suprema que ocasionaria a
plenitude da alma, e que essa sabedoria seria a Verdade que foi objeto de busca dos filósofos
antigos da Grécia e do mundo, essa Verdade possui intrinsicamente uma Suma Medida em si
mesma, ela não deriva de nada externo, dessa forma aquele que busca a “Vida Feliz” deve
buscar a Verdade.

Mas que sabedoria será digna desse nome, a não ser a Sabedoria de Deus? Justamente
aprendemos pela autoridade divina, que o Filho de Deus é precisamente a Sabedoria
de Deus (1Cor 1,24); e o Filho de Deus, evidentemente, é Deus. [...], mas, na vossa
opinião, qual há de ser essa Sabedoria senão a Verdade? Com efeito, também está
dito: "Eu sou a Verdade" (Jo 14,6). Ora, a Verdade encerra em si uma Suma Medida:
da qual procede e à qual se volta inteiramente. E essa Suma Medida assim é, por si
mesma, não por alguma imposição extrínseca. E sendo perfeita e suma é também a
verdadeira Medida. E tal como a Verdade é gerada (gignitur) pela Medida, assim
também a Medida se manifesta pela Verdade. Por conseguinte, nunca houve Verdade
sem Medida, nem Medida sem Verdade. Quem é o Filho de Deus? Já o dissemos e
está escrito: "A Verdade!" Quem é aquele que não possui progenitor, a não ser a Suma
Medida? (o Pai). Logo, todo aquele que vier à Suma Medida pela Verdade será feliz.
E isso é possuir a Deus na alma, gozar de Deus. Quanto às outras coisas criadas, Deus
as possui, mas elas não possuem a Deus. (AGOSTINHO, 1997, p. 155 – 156).
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Seria então, a Suma Medida, a Sabedoria de Deus, na visão Agostiniana expressada na


figura de Jesus Cristo, o Filho de Deus, e o Filho de Deus é Deus, Deus é a Suma Medida em
si, pois ele não depende de nada e nada veio antes dele, ele sempre existiu e sempre existirá,
mesmo após o fim da humanidade, dessa forma aquele que possui Deus possuiria também a
“Vida Feliz”, somente assim o homem poderia alcançar a plenitude da alma. Agostinho diz:

2 O Livre Arbítrio, o Problema do Mal e o Amor

Agostinho descreve o Livre Arbítrio como uma dádiva dada por Deus, por meio desta o
homem pode escolher seguir o caminho da virtude ou do pecado, pois de forma alguma valeria
para Deus o amor do homem que não teve escolha de amar ou não a ele, um homem sem vontade
não pode ser responsabilizado ou recompensado por quaisquer atos que venha a tomar, já um
homem dotado de livre arbítrio pode e o será.
Por conseguinte Agostinho descreve como o amor e o livre arbítrio estão relacionados
para obter uma resposta para a existência do Mal no mundo, a visão agostiniana aponta que por
intermédio do livre arbítrio o homem pode escolher o que amar, existem dois objetos que podem
vir a ser alvo desse amor, e existem dois amores diferentes para direcionar, o primeiro objeto
que pode ser amado são as coisas do mundo, que estão presentes na realidade em que vivemos,
compostos por matéria e fadados a serem cópias imperfeitas das ideias que participam de Deus,
e por esse motivo sua natureza é degenerativa e perecível, o outro objeto é o próprio Deus, O
Ser, o Sumo Bem, suficiente em si mesmo, imperecível e eterno que por intermédio de sua
vontade sustenta a criação. As duas formas de amor estão caracterizadas nos conceitos de ‘’uti’’
e ‘’frui’’, ou seja, o primeiro amor em que o homem ama por utilidade ou como um meio para
um fim e o segundo amor em que o homem ama algo em si mesma, sem uma visão de meio,
mas no seu sentido mais puro e por ela mesma. De acordo com Agostinho:

Ao grande problema do mal, conseguiu Agostinho apresentar uma explicação


que se tornou ponto de referência durante séculos e ainda hoje conserva a sua
validade. — Se tudo provém de Deus, que é o Bem, de onde provém o mal?
Depois de ter sido vítima da explicação dualista maniquéia, como vimos, ele
encontra em Plotino a chave para resolver a questão: o mal não é um ser, mas
deficiência e privação de ser. (AGOSTINHO, 1995, p. 17).

Por fim, Agostinho descreve o que seria o mal, para isso ele apresenta três níveis para o
que seria o mal: o mal metafisico, o mal moral e o mal físico, no entanto iremos nos ater somente
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ao conceito do mal moral em relação a Vida Feliz. O mal moral em suma, se trata do pecado, o
resultado da má vontade, e acontece quando o homem por intermédio de seu livre arbítrio
escolhe amar as coisas do mundo em si mesmas e amar a Deus como um meio para um fim. Na
visão de Agostinho o mal não foi criado por Deus pois Deus é o Sumo Bem, e tudo que Deus
criou é Bom, tende para o Bem. Todavia as coisas do mundo material, por natureza se tornam
em corruptelas da criação de Deus e por meio da degeneração se distanciam de Deus,
consequentemente se distanciando de seu propósito originário, do Bem, esse distanciamento de
Deus é o que ocasiona a existência do Mal levando a criação ao estado de não-ser, ou seja, o
propósito do homem é amar a Deus em si mesmo por intermédio de sua vontade, dessa forma
o homem poderia obter a Vida Feliz. Segundo Agostinho:

Quando Deus castiga o pecador, o que te parece que ele diz senão estas palavras: “Eu
te castigo porque não usaste de tua vontade livre para aquilo a que eu a concedi a ti”?
Isto é, para agires com retidão. Por outro lado, se o homem carecesse do livre-arbítrio
da vontade, como poderia existir esse bem, que consiste em manifestar a justiça,
conde-nando os pecados e premiando as boas ações? Visto que a con-duta desse
homem não seria pecado nem boa ação, caso não fosse voluntária. Igualmente o
castigo, como a recompensa, seria injusto, se o homem não fosse dotado de vontade
livre. Ora, era preciso que a justiça estivesse presente no castigo e na recompensa,
porque aí está um dos bens cuja fonte é Deus. (AGOSTINHO, 1995, p. 55)

No entanto o homem que degenera seu propósito e se distancia de Deus está fadado ao
ostracismo da graça divina e tornar-se-á impossibilitado de obter a Vida Feliz por todo o tempo
em que peregrinar pelo caminho da infelicidade e do não-ser, em última instância é isso que é
o mal para Agostinho, o não-ser

Conclusão
Ao término da investigação acerca da necessidade de Deus para a obtenção da vida feliz,
pode-se concluir que Deus como a representação da verdade ontológica na visão agostiniana é
essencial para a construção de uma teoria ética cristã e, deve orientar o caminho a ser
peregrinado por todas as pessoas para tornar possível a obtenção da Vida Feliz, essa verdadeira
felicidade somente pode ser contemplada através dos ensinamentos de Deus que são propostos
ao homem por intermédio de Jesus Cristo.
Compreendeu-se com a pesquisa que só será possível se ter um vislumbre de tal
plenitude por intermédio da marca que Deus deixou na criação. Pois, somente por intermédio
da plenitude da sabedoria de Deus na persona de Jesus é possível a total contemplação da
Verdade, e por meio desta é possível peregrinar pelo caminho da virtude que nos mantêm longe
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da degeneração da matéria, da tentação das corruptelas do mundo e nos permitem elucidar


nossas dúvidas e termos total plenitude para escolher qual caminho seguir, o do Bem ou do
Mal.
Dessa forma seria inerente ao homem, em total controle de suas faculdades mentais e
elucidado das dúvidas ocasionadas pelo distanciamento de Deus, seguir pelo caminho do Bem,
pois o mesmo já veio a busca-lo e por este motivo já havia iniciado sua peregrinação por meio
dele, ou seja, a ação de buscar o caminho, já é o início do próprio caminho do Bem que leva a
Deus, já aquele que permanece na ignorância e na obscuridade, esta condenado ao ostracismo
de Deus, por toda a extensão de tempo que decidir permanecer dessa forma, porém é sábio a
decisão de permanecer dessa forma é responsabilidade única do homem, pois Deus dotou a
todos os seres humanos com a dadiva do Livre Arbítrio, uma escolha quando feita não pode ser
desfeita, mas por intermédio de Cristo mesmo aqueles que permaneceram na obscuridade ainda
podem contemplar a Verdade de Deus e obter a Vida Feliz.
Por fim a peregrinação feita por Santo Agostinho de Hipona e por todos os seus
predecessores se trata da busca para saber a natureza do Ser e do Não Ser, essa é a escolha que
deve ser feita, o homem deve escolher entre consumar sua finalidade e preservar a sua natureza,
estabelecida por Deus no momento da criação e por intermédio desse participar de uma ínfima
fração do Ser que é o Deus ou por escolha própria distanciar-se de Deus, da Verdade e do Ser,
e dessa forma, se tornar algo totalmente diferente da criação de Deus e como tudo que Deus
cria é Bom e participa do Ser de Deus por meio de sua própria vontade, a escolha de negar essa
dadiva e negar a participação da plenitude divina acarreta na criação do mal e no não-ser, ou
seja, aquele que está próximo de Deus, que peregrina o caminho de Deus é o único que pode
obter a Vida Feliz.
Em último destaque, é importante ressaltar que a investigação acerca dos temas
abordados nesse trabalho não foi esgotada, apesar da finalidade do trabalho ter logrado êxito,
ele contempla apenas um pequeno recorte da extensa bibliografia acerca dos temas da Verdade,
Livre Arbítrio, Amor, Mal e Deus, essa pesquisa pode ser expandida em um futuro e possui
margem para ser continuada por outros investigadores da filosofia em suas diversas áreas.
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KANADANI, Fabio da Silva Yoiti. REFLEXÕES E POSSIBILIDADES EXERCIDAS
PELO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NO PERÍODO SOCRÁTICO. Mestrando do
Programa de Gestão do Conhecimento nas Organizações, Campus Maringá/PR, Universidade
Cesumar – UNICESUMAR, 2021. fsykanadani@gmail.com. Orientadora, Doutora. Professora
do Programa Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento nas Organizações, UNICESUMAR.
Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI.
claudia.menegassi@unicesumar.edu.br
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