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CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO

CURSO DE PSICOLOGIA

Patrícia Cristina Vidal Sato

RGM 29619858

RESENHA CRÍTICA DOS LIVROS I,II,III,IV - ÉTICA A NICÔMACO

CARAGUATATUBA

2022
Patrícia Cristina Vidal Sato

RESENHA CRÍTICA DOS LIVROS I,II,III,IV - ÉTICA A NICÔMACO

Trabalho apresentado como requisito


parcial para a complementação avaliativa
do primeiro semestre da Disciplina de Ética
do curso de Psicologia.

Professora: Roseli Almeida Costa Ameni

Turma: 1º C

CARAGUATATUBA

2022
ÉTICA A NICOMACO
ÉTICA a NICOMACO é a principal obra do pensador Aristóteles sobre ética, escrita
a mais de 2350 anos atrás, nessa obra ele se propõe a examinar a natureza da
felicidade, as virtudes morais e intelectuais assim como o conhecimento, a
sabedoria o discernimento. Discute ainda a natureza do raciocínio pratico as
diferentes formas de amizade e a relação entre a virtude individual, a sociedade e o
Estado.

SOBRE O BEM E A FINALIDADE

No primeiro livro Aristóteles explica que a finalidade em tudo que fazemos é o bem,
mas que existe um bem supremo que ele define como felicidade, para ele o bem
supremo só pode ser considerado quando é absoluto em si mesmo e nunca em
função de outra coisa, e cita exemplos para simplificar e ajudar o nosso
entendimento; por exemplo: a saúde é a finalidade da medicina, a riqueza a
finalidade da economia, sendo assim a saúde e a riqueza estão em função de outra
coisa. Aristóteles chama de bem absoluto aquilo que é desejável em si mesmo e a
Felicidade corresponde a essa descrição.

Talvez esteja aí a resposta para hoje vermos um mundo tão volúvel e descartável, a
maioria das pessoas ainda não conseguiu entender o que é, onde está e como
alcançar o Bem Supremo, acabam se distraindo pelo percurso com pequenos e
momentâneos prazeres que só aumentam a angustia e o vazio.

O mundo de hoje tem pressa usa de subterfúgios e buscam no externo, aquilo que
só encontraremos no interno, ou seja, em nós mesmos. Ele continua dizendo que
todo Ser na face da Terra nasce com uma função determinada, e quanto antes
descobrirmos qual é a nossa e a fizermos bem então seremos nobres, e através da
prática chegaremos a excelência.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS A VIRTUDE MORAL

Para Aristóteles é impossível separar o conhecimento da prática por isso devemos


sempre procurar o mediano, ou seja, nem tanto o prazer nem tanto a dor.

Ele explica dizendo que sobre os dois tipos de virtudes: Moral e intelectual, a
intelectual vem através da educação e leva tempo, já a moral vem pelo hábito,
nenhuma vem de nós mesmos, são aperfeiçoadas através da prática e precisamos
primeiro aprender para depois fazer e de tanto fazer chegaremos a excelência,
sendo assim aquele que não pratica se torna destruidor da virtude.

Assim surgem as diferenças de caráter, tudo depende de como praticamos e


lidamos com os desafios da vida. Aristóteles questiona o que precisamos para
sermos bons? A resposta está em analisarmos nossos atos, como os praticamos, e
o resultado determina nosso caráter.

Lendo cada página do livro de Aristóteles me pergunto por que não li antes? Essa
leitura teria me poupado anos de sofrimentos, embora o mesmo livro me mostre que
nenhum sofrimento é em vão, já que cada sofrimento produz em nós uma lição que
nos leva para mais perto da virtude.

Todo esse processo em busca de ser um homem virtuoso, é demorado demanda


tempo, boa vontade e alto conhecimento, em cada situação vivida tendo feito a
escolha do prazer ou da dor, percebo que essas situações vão nos trazendo
equilíbrio, e cada dia mais que a praticamos, as escolhas vão se tornando mais
naturais, não precisamos pensar muito, já sabemos o resultado esperado, até que
chegará o dia dessas atitudes acontecerem naturalmente, nesse dia poderemos ser
considerados virtuosos.
A VONTADE

Nesse livro Aristóteles faz reflexões sobre o voluntario e o involuntário e mais uma
vez nos leva ao profundo sobre a reflexão sobre o assunto. Eu que sempre soube o
significado dessas duas palavras tão simples e obvias, percebo que quase nada sei
de verdade.

Ele ensina que o voluntário está dentro de nós no nosso poder de escolha já o
involuntário está a quem da nossa vontade está no externo, e então ele coloca
situações em que somos colocados à prova e percebo que o assunto é muito mais
complexo do que aparenta ser. Aristóteles continua explicando o que devemos ter
como voluntário e involuntário e a situação vai se complicando à medida que
percebo quantas vezes na minha vida usei a raiva como desculpa para justificar
uma atitude grosseira, como se a raiva fosse algo involuntário, mas segundo ele as
ações que procedem da raiva também são humanas, então não podemos tratar
como involuntárias. Ele continua falando sobre a diferença entre desejo e escolha e
ensina que desejo está relacionado ao fim das coisas enquanto a escolha está
relacionada à ação que devemos praticar para chegar ao fim desejado.

Mas uma lição e mais um tapa de realidade, percebo quantas vezes desejamos
algo, mas não fazemos as escolhas para chegar ao ideal desejado. É como se o
desejo fosse o fim almejado e a escolha o caminho a ser percorrido. Quantas vezes
desejo, mas fico parada nas escolhas? Desejo perder peso, o caminho é a dieta
saudável e exercícios, olho para o desejo, mas não foco no caminho, que, vai me
levar até ele, e fico esperando uma atitude involuntária da minha parte que me faça
percorrer o caminho. Então o que eu já sabia fica ainda mais claro, emagrecer
depende de uma atitude voluntária da minha parte nunca chegarei ao fim desejado
que é pesar menos se não fizer a escolha de percorrer o caminho.
LIBERALIDADE

Aqui Aristóteles da uma lição sobre o dinheiro, fala sobre liberalidade de uma
maneira única e profunda, Ele explica como o homem se relaciona com o dinheiro e
como essa relação pode dizer muito sobre o seu caráter. Ele fala sobre o homem
liberal, que não olha para si tem um caráter doador, não valoriza a riqueza em si
mas a vê como uma maneira de praticar sua liberalidade, ele usa seus recursos
com responsabilidade , sabe quem ajudar, como ajudar e em que momento ajudar.

Já a definição de Aristóteles para o homem mesquinho, mas uma vez me faz pensar
como ele usa cada palavra com exatidão. Ele diz: ¨ O homem mesquinho tem
deficiência em dar e o excesso em tomar. ¨

Ele Continua dizendo sobre aqueles que obtêm grandes lucros, saqueiam cidades,
esses são perversos, ímpios injustos. Triste perceber o quanto somos vítimas
desses homens, que saqueiam as Cidades, Estados o país inteiro, sem vergonha ou
escrúpulos, sem arrependimento, usam o poder como uma fonte inesgotável de
recursos para seu bel prazer.

CONCLUSÃO

O Livro Ética a Nicômaco apesar de ter sido escrito há tantos anos, seus
ensinamentos são tão importantes e atemporais que até hoje reverberam na nossa
sociedade trazendo reflexões profundas. Se as pessoas se dispusessem a fazer
essa leitura teriam uma grande aula sobre comportamento humano e seus
princípios, um livro para ler e reler ao longo da vida.

SOBRE O AUTOR

Aristóteles (em grego antigo: Ἀριστοτέλης, transl. Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. —
Atenas, 322 A.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o
Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as
leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a
biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão),
Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C.
torna-se tutor de Alexandre da Macedônia, na época com 13 anos de idade, que
será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre assume
o trono e Aristóteles volta para Atenas, onde funda o Liceu.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. The Nicomachean Ethics of Aristotle. 4. Ed. Tradução de F. H.


Peters. Londres: Kegan Paul, Trench, Trubner,1891.

ARISTÓTELES. Nicomachean Ethics. Tradução de W.D.Ross. Edição Bilíngue


grego-inglês. Oxford: Oxford University Press/ Clarendon,1908.

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