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ESCOLAS HELÊNICAS

 Aristóteles morre em 322 a.C


 Alexandre Magno morre em 323 a.C

PERÍODO

 As conquistas alexandrinas
 Expansão territorial da macedônia e a cultura grega (helenística)
 Os gregos perderam a condição de ser cidadão na Polis: processo de
dominação
Efeitos:
 Perda do referencial político do ateniense
 Perda da autonomia que definia o grego
 Questionamento das filosofias sistemáticas: Platão e Aristóteles são acusados
de ineficientes
 O homem passa a ser “cidadão do mundo”; um expatriado
 Geram novas atitudes filosóficas que são consideradas “doutrinas” e não mais
sistemas filosóficos

O QUE A ESCOLA HELÊNICA OFERTA PARA MUDAR ESSA REALIDADE?

EPICURISMO: PRAZER

ESTOICISMO: ATARAXIA (impertubilidade da alma / eliminar sentimentos ruins)

CINISMO: CONVENÇÕES (viver uma vida desapegada de tudo: riquezas e hábitos)

CETICISMO: NEGAÇÃO DA VERDADE (despreocupar-se)

O que essas filosofias (Epicurismo e Estoicismo) perseguem? Elas buscam remédios.


Para Epicuro, o remédio está em buscar o prazer, que é a AUSÊNCIA DE DOR. Para
o estoicismo o remédio está em submeter-se a razão. Em todos, portanto, a moral é
uma regra de vida. SE ELE NÃO É LIVRE MAIS EM SUA PÁTRIA, NA POLIS,
AGORA O INDIVÍDUO GANHA NOVO SENTIDO DE LIBERDADE = SUA PÁTRIA
INTERIOR. VOLTA-SE PARA A SUBJETIVIDADE E NECESSIDADES DO
INDIVÍDUO.
Essas duas escolas retomam a necessidade de extrair da natureza as regras de
conduta moral para a natureza humana. Retirar dela o exemplo para uma vida simples
e feliz. É UMA RESSIGNIFICAÇÃO DA IDEIA DE FELICIDADE; DE VIVER BEM.
Abandonam a polis como referencial moral, e tomam a natureza como referência.

Para o epicurismo o homem nasceu para ser feliz, portanto tudo aquilo que é
impedimento para a felicidade do homem deve ser retirado de sua vida: política, medo
da morte, temor a deus, a opinião que temos da dor. A filosofia é aquela que
compreende quais são os obstáculos que impedem o homem de ser feliz e atua para
que este identifique-os e os removam da vida do homem.

A comunidade de Epicuro acolhe, portanto, homens livres que buscam o prazer como
regra de vida: homens, mulheres, escravos, prostitutas, estrangeiros. Diferentemente
das leis da polis. “A filosofia serve, tanto ao velho, servindo-a para rememorar e
encontrar felicidade na reflexão de sua história (os dias bons), e para o jovem
ensina como viver bem”.

A ideia de sujeito político VAI PARA O ESPAÇO. Não se reforma mais o indivíduo
para ordenar as estruturas do estado, mas o homem se molda para si próprio. Neste
mundo, portanto, que não tenho controle sobre o mundo, mas sobre mim, surge um
conceito fundamental: o homem é senhor de sua interioridade. O mundo pode estar
uma desgraça, se ele estiver bem, está top!

Epicuro escrevia para sua comunidade instruindo os a seguir as regras para uma vida
prazerosa – desprovida de temores. Nos jardins de Epicuro as pessoas escutavam os
discursos de Epicuro – geralmente a tarde. Todos poderiam participar, desde que
aderissem as regras da comunidade da qual compactuavam dos mesmos princípios.
Eram retirados da vida política, pois ela não é benéfica ao homem.

(José Américo Mota Peçanha – Epicuro)

O PROBLEMA A HETERONOMIA E DA AUTONOMIA

Evoca-se a ideia de lei, não politicamente, mas na formação do indivíduo.


Como os estoicos trataram essa formação da personalidade moral do homem? Os
estoicos pensaram esse problema a partir do conceito de livre arbítrio – entendiam
como a LIBERDADE DA VONTADE. O livre arbítrio nos estoicos mostra-se dividida
entre as exigências contrastantes da razão teórica e da razão prática.
A razão teórica, no estoicismo, evoca a ideia de uma espécie de visão unitária
e totalitária da realidade; que só existe porque o estoicismo compreende que nela
existe uma ordem casual – uma espécie de destino ou providencia – que atua na
natureza/mundo e rege o cosmos.

O estoico compreende que há uma razão que perpassa toda as coisas; as


matérias animadas e inanimadas e governam as coisas. Como se o universo fosse
dotado de uma racionalidade que domina e organiza todas as coisas. DEVE O
HOMEM ENTÃO ORGANIZAR-SE AO CURSO NATURAL DESSA
RAZÃO/PROVIDÊNCIA OU DESTINO. É ESSE MOVIMENTO QUE PROVOCA EM
NÓS CERTOS MOVIMENTOS QUE TENDEM A SER CONSIDERADOS NÃO
NATURAIS. POR EXEMPLO: MORRER É UMA CNDIÇÃO NATURAL, MAS O MEDO
DA MORTE NÃO É NATURAL NO HOMEM. OS ESTOICOS COMPREENDEM QUE
NOSSAS MÁS OPINIÕES FORMADA DAS COISAS É QUE SÃO DSNOSAS PARA O
HOMEM E NÃO AS COISAS EM SI MESMAS. AS OPINIÕES É QUE SÃO
EQUIVOCADAS – DE DEUSES, DE DESTINO, DA FELICIDADE, DO PRAZER, DA
MORTE, ETC.

O sábio se afasta da multidão, para meditar refletir, para em seguida voltar


para a cidade como um bom combatente. O sábio é aquele que governa sua própria
vida e que sabe viver bem sozinho; afinal, nunca está só, pois a sua melhor
companhia é si próprio.

VIVER A APATIA = INDIFERENÇA = IMPERTURBABILIDADE.


É a natureza que te ensina como viver, não a política. A experiência sensível é critério
da verdade. Para Epicuro todas as nossas noções provem da experiência e das
marcas que elas deixam em nossa memória. Essas marcas deixadas em nós, Epicuro
chama de pre-noções ou antecipações; são inatas, mas adquiridas pela experiencia. A
noção é inata, mas a sensação é produzida pela experiência. A NOSSA SENSAÇÃO
NÃO ERRA, O QUE ERRA SÃO OS JUÍZOA QUE TEMOS. Mas a experiência nos dá
capacidade de antecipar; de dar pré-noções das coisas PREVISÕES. Neste sentido,
se viver uma vida desordenada, viverá brevemente. O critério de valor nunca é o juízo
formado pelas coisas, mas o calculo que é feito pautado nas sensações.

ASPECTOS IMPORTANTES DA FILOSOFIA EPICURISTA

1º. Qual é a natureza da filosofia epicurista? O primeiro aspecto é dado pelo próprio
autor quando diz “nunca se protele o filosofar quando é jovem, nem canse quando se
é velho, pois ninguém é demasiado maduro para afastar-se da filosofia”. Ela nos dá
uma boa perspectiva do que é a filosofia para ele: é uma serva da vida; é servil, no
sentido de que o autor ataca principalmente a segunda navegação (metafisica
platônica e aristotélica), mostrando que a filosofia tem uma outra função que não é
teorética; mas uma maneira sábia de viver. Há uma mudança radical entre os
platônicos e Epicuro. A vida boa em Epicuro não é uma vida contemplativa, mas, ativa.
Em Epicuro existe o abandono da vida contemplativa para uma vida ativa que
possibilita ao indivíduo viver feliz, por isso, ela se aplica a qualquer fase da vida e a
qualquer indivíduo. Deve possibilitar ao indivíduo aquilo que ele chama de saúde da
alma.

2º. A firmação da vida em sua natureza. Quais são as consequências existenciais do


epicurismo?

a) A filosofia é exercício da vida; a filosofia é exercício pleno da sabedoria; para


alcançar a liberdade.

b) Aa ética como modelo possível de vida; de uma vida feliz. Ela se sustenta no
conceito de prazer, mas não no sentido platônico, mas uma norma de vida.

c) A vida é finita. A morte iguala a todos em sua condição perecível. Neste aspecto
particular se assemelha com Platão ao ponto que não enxerga a morte como uma
negação da vida, mas parte da vida.

Portanto não deve apontar para a transcendência a possibilidade de alcançar a


felicidade, mas, ao contrário, se a vida é finita é nesta vida que se deve buscar aa
felicidade. Como se deve viver então? Ataraxia. Aplica-se os remédios: treta-
phármacos:

1º Não temer os deuses: eles existem, porém, estão despreocupados da vida do


homem. Nos servem apenas como modelo de vida e não se pode conhecer.

2º A dor é suportável.

3º Não se deve temer a morte.

4º É possível viver uma feliz em meio ao caos. Como? praticando a filosofia.


ONDE RESIDE OS FUNDAMENTOS DA ÉTICA?

O primeiro pressuposto da ética Epicuro chama de canônica: é aquelas


ciências que nos permite estabelecer um critério de conhecimento e de verdade. Todo
conhecimento é oriundo das sensações (nada de transcendente). As

;sensações são, portanto, critérios que validam o conhecimento. O erro não


está nos sentidos, mas nos juízos que fazemos dos sentidos.

Sensações → prolepses (imagens) → sentimento (critério de escolha: prazer ou dor)

O segundo pressuposto é a física. É da física que Epicuro retira a


compreensão da natureza. É da física que ele retira o entendimento de quê nada
nasce do não ser. Nada provém do nada. Ele vai para física para tentar demostrar que
não há causa a priori. Também, é da física que o autor retira o cerne da ética: é na
natureza que se encontra o movimento perfeito e perene dos corpos, e é dela que se
retira os ditames par um agir moral: vida simples.

O terceiro pressuposto é o de que o prazer é o princípio e fim para a vida feliz.


O prazer é a ausência da perturbação e da dor. Quando se elimina as causas da dor,
o prazer vigora. O prazer aqui defendido é uma vida feliz; sem perturbação.

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