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Eu estóico?, sim! E você?

Mas Zé, quem pode ser considerado estóico?

Ora, meu amigo! O estóico preza a fidelidade a informação e conhecimento foca em tudo que
estiver ao seu alcance, ao seu controle. Menospreza variados sentimentos externos e
estremados.

O Pai desta doutrina é Zenão de Cítio há cerca de 300 a.C. que se fortaleceu ao chegar em
Roma. Sua espinha dorçal defendia que todo o cosmo, micro o macro, é governado pelas
racionais e inquebrantáveis leis da natureza.

Alcançar a felicidade dependerá apenas das “virtudes”, ou seja, as informações,


conhecimentos e valores, cavando masmorras aos vícios.

O estoicismo instrui a manter uma mente calma e racional, independente do que aconteça,
para que assim não se esmoreça. Ensina que isso ajuda o ser humano a reconhecer e se
concentrar naquilo que pode controlar e a não se preocupar e aceitar o que não pode
controlar.

Destaques do estoicismo:

A virtude é o único bem e caminho para a felicidade;

A pessoa deve sempre priorizar o conhecimento e o agir com a razão;

O prazer é um inimigo do sábio;

O universo é governado por uma razão universal natural e divina;

As atitudes têm mais valor que as palavras, ou seja, o que é feito tem mais importância do que
é dito;

Os sentimentos externos tornam o ser humano um ser irracional e não imparcial;

Não se deve perguntar porque algo aconteceu na sua vida, e sim aceitar sem reclamar, focando
apenas no que pode ser modificado e controlado naquela situação;

Agir prudentemente e assumir a responsabilidade sobre os seus atos;

Tudo ao nosso redor acontece de acordo com uma lei de causa e efeito;

A vida e as circunstâncias não são idealizadas. O indivíduo precisa conviver e aceitar a sua vida
da forma que ela é.

A partir desses princípios é possível entender que uma pessoa estoica é aquela que não se
deixa levar por crenças, paixões e sentimentos capazes de tirar a racionalidade de uma pessoa
na hora de agir, como desejos, dor, medo e prazer. Isso por essas circunstâncias serem
infundadas e irracionais.
A pessoa estoica busca agir racionalmente, mesmo com a existência desses sentimentos. Não
que o estoico seja um indivíduo sem sentimentos, mas ele não é prisioneiro deles.

Os ensinamentos da filosofia estoica

A filosofia estoica tem o foco na vida prática, nas ações e acontecimentos do cotidiano e em
como o ser humano lida com esses acontecimentos racionalmente.

Segundo o pensamento estoico, há coisas que não estão sob o controle das pessoas e há coisas
que são possíveis de serem controladas. Neste caso, sobre o que não é possível controlar, como
o clima, por exemplo, não há nada que possa ser feito para alterar o seu estado.

A ataraxia, a autossuficiência, a negação de sentimentos externos e o enfrentamento dos


problemas através da razão são ensinamentos da filosofia cujo objetivo é mostrar que o
indivíduo deve se concentrar apenas no que é possível controlar. Deve ser grato ao que já
possui e negar os prazeres e emoções extremas.

Segundo a filosofia estoica, os acontecimentos que estão fora do seu controle não podem
proporcionar a felicidade. A felicidade depende unicamente dos acontecimentos dos quais se
pode controlar.

Os principais ensinamentos da filosofia estoica são:

Ataraxia

O foco da filosofia estoica é a conquista da felicidade por meio da ataraxia, um ideal de


tranquilidade em que é possível viver serenamente e com paz de espírito.

Para os estoicos, o indivíduo apenas poderia conseguir essa felicidade através das suas próprias
virtudes, ou seja, dos seus conhecimentos.

Autossuficiência

A autossuficiência é um dos principais objetivos dos estoicos. Isso porque o estoicismo prega
que cada ser deve viver conforme a sua natureza, ou seja, deve agir de forma responsável com
o que acontece na sua própria vida.

Assim sendo, como ser racional que é, o ser humano deve se valer das suas próprias virtudes
em prol da conquista do seu maior propósito: a felicidade.

Negação de sentimentos externos

Os estoicos consideram que os sentimentos externos (paixão, luxúria, etc.) são nocivos ao ser
humano, pois fazem com que ele deixe de ser imparcial e se torne irracional.
Todos esses sentimentos são tidos como vícios e como causadores de males absolutos que
comprometem as tomadas de decisões e a organização dos pensamentos de forma lógica e
inteligente.

Enfrentar os problemas através da razão

Na busca pela vida tranquila e feliz, a filosofia estoica defende que todos os fatores externos
que comprometem a perfeição moral e intelectual devem ser ignorados.

Mesmo na adversidade, em situações problemáticas ou difíceis, as pessoas devem optar por


reagir sempre com calma, tranquilidade e racionalidade, sem deixar que os fatores externos
comprometam a sua capacidade de julgamento e ação.

Diferenças entre o Estoicismo e Epicurismo

O epicurismo também foi uma escola filosófica da Grécia Antiga, fundada entre 341 a 270
antes de Cristo, por Epicuro. Esta doutrina filosófica acreditava que o indivíduo só alcança a paz
e a tranquilidade se encontrasse a ausência da dor.

Enquanto o estoicismo ensina que deve utilizar a razão, negar os prazeres terrenos e aceitar as
dores e problemas, lidando apenas com o que pode ser controlado, o epicurismo prega que os
indivíduosdevem procurar prazeres moderados para alcançar um estado de tranquilidade e de
libertação da dor.

No entanto, os prazeres não podem ser exagerados, pois, podem apresentar perturbações que
dificultam o encontro da serenidade, felicidade e saúde corporal.

Enquanto isso, o estoicismo, contrariando o epicurismo, prega que a busca da felicidade está
na eliminação dos prazeres e nas ações racionais diante de qualquer circunstância.

O epicurismo, por seu turno, é materialista. Não compreende que o universo possua uma
ordem racional natural, não há uma razão universal que governa todo o universo, do qual a
alma humana faça parte.

Enquanto isso, o estoicismo acredita que o universo é governado por uma ordem natural e
divina.

Principais filósofos estoicos

Zenão de Cítio

Zenão foi o filósofo fundador do estoicismo. Nascido na ilha de Chipre, foi o criador da escola
estoica.

Zenão de Cítio

Escultura representando Zenão de Cítio

O sentido da vida consiste estar de acordo com a natureza.

Marco Aurélio
Marco Aurélio era um imperador romano poderoso, que seguiu o estoicismo durante os seus
19 anos de reinado. Ficou conhecido por sua paz e tranquilidade, mesmo em meio aos
problemas enfrentados pelo seu reino, encarando as circunstâncias racionalmente.

Ele compilou os seus pensamentos e conclusões sobre a vida no livro intitulado "Meditações".

Uma frase de Marco Aurélio que resume bem o pensamento estoico é:

“A felicidade da sua vida depende da qualidade dos seus pensamentos.”

Epiteto

A segunda maior referência do estoicismo é Epiteto, que nasceu como escravo e, ao longo da
vida, fundou a sua própria escola estoica, ensinando algumas pessoas muito influentes de
Roma, dentre os quais o próprio imperador Marco Aurélio.

Seus ensinamentos estão compilados no livro "Manual de Epiteto". Uma das frases do filósofo
que explica a doutrina estoica é:

“Desterra de ti desejos e receios, e nada terás que te tiranize.”

Sêneca

Tutor e conselheiro do famoso imperador romano Nero, Sêneca também foi um grande político
e escritor. Como filósofo, foi um dos principais representantes do estoicismo no Império
Romano.

Os seus pensamentos e ensinamentos foram compilados em alguns livros, sendo o principal


"Cartas de um Estoico". Uma de suas frases mais célebres é:

“Às vezes, até mesmo viver é um ato de coragem.”

Fases do estoicismo

O estoicismo é dividido em três principais períodos: ético (antigo), eclético (médio) e religioso
(recente).

Fase 1

O chamado estoicismo antigo ou ético foi vivido pelo fundador da doutrina, Zenão de Cício
(333 a 262 a.C.), e foi concluído por Crisipo de Solunte (280 a 206 a.C.), que teria desenvolvido
a doutrina estoica e a transformado no modelo conhecido na atualidade.

Fase 2

Já no estoicismo médio ou eclético, o movimento começa a se disseminar entre os romanos,


sendo Panécio de Rodes (185 a 110 a.C.) o principal motivador da introdução do estoicismo na
sociedade romana.

A característica mais marcante deste período, no entanto, foi o ecletismo que a doutrina sofreu
a partir da absorção de pensamentos de Platão e Aristóteles. Posidônio de Apaméia (135 a.C. a
50 d.C.) foi o responsável por esta mistura.

Fase 3

Por fim, a terceira fase do estoicismo é conhecida como religiosa ou recente. Os membros
deste período enxergavam a doutrina filosófica não como parte de uma ciência, mas como uma
prática religiosa e sacerdotal. O imperador romano Marco Aurélio foi um dos principais
representantes do estoicismo religioso.

Bibliografia:

STOCK, George. Estoicismo: Guia Definitivo. São Paulo: Montecristo, 2020.

GRIMAL, Pierre. Marco Aurélio, o Imperador Filósofo. Rio de Janeiro: Zahar. 2018.

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