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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR EDGAR BARBOSA

ROTEIRO DE APRENDIZAGEM

DISCIPLINA FILOSOFIA / 4º bimestre




PROFESSORA Mª ALICE

SÉRIE/TURMA 1º anos / D

ALUNO/A
Júlia Gomes Da Silva

Esta atividade do 4º bimestre pode ser feita em grupo de até 3 pessoas (no máximo).

Filosofia do período Helenístico ou pós-socrático.

“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém [...]". (Carta do Apóstolo Paulo aos cristãos. I Coríntios 6:12).
Tudo posso, tudo quero, mas eu devo? Quero, mas não posso. Até posso, se burlar a regra; mas eu devo?

Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, “ética é o conjunto de valores e princípios que [todos] usamos para
definir as três grandes questões da vida, que são: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não
posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero”.

Cortella complementa: "Quando temos paz de espírito? Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é
o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009).
AS QUATRO ESCOLAS FILOSÓFICAS DO HELENISMO

Introdução:

A morte de Alexandre III em 323 a.C. assinala, tradicionalmente, o fim da polis como modelo de unidade
política e o começo da difusão da cultura grega no Oriente. Nem mesmo a meteórica expansão de Roma
e a conquista das monarquias helenísticas foram capazes de afetar, posteriormente, a predominância
cultural do helenismo em todo o Mediterrâneo Oriental. Durante o conturbado Período Helenístico, o
homem deixou de ser o componente mais importante de uma comunidade restrita para se tornar um
simples cidadão de vastos impérios. A perda da importância política individual fez muitos se dedicarem
cada vez mais à busca da felicidade pessoal através da religião, da magia ou da Filosofia. As principais
escolas filosóficas do Período Helenístico foram o cinismo, o ceticismo, o epicurismo e o estoicismo.
Todas procuravam, basicamente, estabelecer um conjunto de preceitos racionais para dirigir a vida de
cada um e, através da ausência do sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar. Das antigas escolas
filosóficas, a Academia _ fundada por Platão _ envolveu-se durante algum tempo com o ceticismo, e
depois voltou ao caminho original, traçado por ele; o Liceu, fundado por Aristóteles, afastou-se cada vez
mais da filosofia e da erudição e se devotou, principalmente, à literatura. O Período helenístico
caracterizou-se por um processo de interação entre a cultura grega clássica e a cultura dos povos
orientais conquistados. Substituiu-se a vida pública pela vida privada como centro das reflexões
filosóficas. A reflexão política foi abandonada pela Filosofia. Na filosofia Greco-romana, que corresponde
à fase militar de Roma, não houve grandes novidades, pois os principais pensadores dedicaram-se
basicamente à tarefa de assimilar e desenvolver as contribuições culturais herdadas da Grécia Clássica.
As principais correntes filosóficas desse período vão tratar da intimidade, e da vida interior do ser
humano. Entre as principais tendências desse período destaca-se o epicurismo, o estoicismo, o
Pirronismo.

EPICURISMO: O PRAZER

O epicurismo, de Epicuro (324-.C.) propunha a ideia de que o ser humano deve buscar o prazer da
vida. No entanto, distinguia, entre os prazeres, aqueles que são duradouros e aqueles que acarretam
dores e sofrimentos, pois o prazer estaria vinculado a uma conduta virtuosa. Para Epicuro, o supremo
prazer seria de natureza intelectual e obtida mediante o domínio das paixões. Os epicuristas procuravam
a ataraxia, termo grego que usavam para designar o estado em que não havia dor, de quietude,
serenidade, imperturbabilidade da alma. O epicurismo, posteriormente, serviu de base ao hedonismo,
hedoné, filosofia que também defende a busca do prazer, mas que não diferencia os tipos de prazeres,
tal como faz Epicuro. Defendia que o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. Os prazeres para
Epicuro seriam de três tipos: os naturais e necessários, como: comer, beber e dormir; os naturais, mas
não necessários, como: comer, beber e dormir de forma luxuosa; os desejos não naturais e não
necessários, como: fama e riqueza. Deveríamos dirigir a nossa vida apenas aos desejos naturais e
necessários, pois estes não trazem sofrimentos. Epicuro defendia ainda dois grandes grupos de prazeres.
O primeiro reúne prazeres mais duradouros, que encantam o espírito, como a boa conversação, a
contemplação das artes, a audição da música etc. O segundo inclui os prazeres mais imediatos, muitos
dos quais são movidos pela explosão das paixões e que, ao final, podem resultar em dor e sofrimento.
Para desfrutar dos prazeres do intelecto é necessário dominar os prazeres exagerados da paixão.

ESTOICISMO: O DEVER

O estoicismo, de Zenão de Cício (334-262 a.C.) Os representantes desta escola, conhecidos como
estoicos, defendiam uma atitude de completa austeridade física e moral, baseada na resistência do
homem ante os sofrimentos e os males do mundo. Seu ideal de vida, designado pelo termo grego
apathéia (que costuma ser mal traduzido por "apatia"), era alcançar uma serenidade diante dos
acontecimentos fundada na aceitação da "lei universal do cosmos", que rege toda a vida. Fundado pelas
ideias de Zenão de Cício, Defendiam a noção de que toda a realidade existente é uma realidade racional.
O que chamamos de Deus, nada mais é do que a fonte dos princípios racionais que regem a realidade
para os estoicos. Zenão propõe o dever, vinculado à compreensão da ordem cósmica, como o melhor
caminho para a felicidade. Também defende, como o epicurismo, o domínio e controle das paixões ou de
qualquer afetação do espírito e a indiferença aos acontecimentos exteriores.
CETICISMO: A SUSPENSÃO DO JUÍZO

O ceticismo (pirronismo), de Pirro de Élis (365-275 a.C.). Segundo suas teorias, nenhum conhecimento é
seguro, tudo é incerto. O pirronismo defendia que se deve contentar com as aparências das coisas,
desfrutar o imediato captado pelos sentidos _ empirismo _ e viver feliz e em paz, em vez de se lançar à
busca de uma verdade plena _ racionalismo _, pois seria impossível ao homem saber se as coisas são
efetivamente como aparecem. Assim, o pirronismo é considerado uma forma de ceticismo, que professa
a impossibilidade do conhecimento, da obtenção da verdade absoluta. Fundado a partir das ideias de
Pirro de Élis, foi uma corrente filosófica que defendia a ideia de que tudo é incerto, nenhum
conhecimento é seguro, qualquer argumento pode ser contestado. Desse modo, aceitando que das
coisas só se podem conhecer as aparências e desfrutando o imediato captado pelos sentidos, as pessoas
viveriam felizes e em paz.

CINISMO: ALÉM DAS CONVENÇÕES

O termo cinismo vem do grego kynos , que significa “cão”, e designa a corrente dos filósofos que se
propuseram a viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto. Levavam ao
extremo a filosofia de Sócrates, segundo a qual o homem deve procurar conhecer a si mesmo e
desprezar todos os bens materiais. Por isso Diógenes, o pensador mais destacado dessa escola, é
conhecido como o “Sócrates demente”, ou o “Sócrates louco”, pois questionava os valores e as tradições
sociais e procurava viver estritamente conforme os princípios que considerava moralmente corretos. São
inúmeras as histórias e acontecimentos na vida desse filósofo que o tornaram uma figura instigante da
história da filosofia. Cínico, do grego kynicos , significa “como um cão”. Designa assim a corrente dos
filósofos que se propuseram a viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade e conforto.
Levavam ao extremo a tese socrática de que o ser humano deve procurar conhecer a si mesmo e
desprezar todos os bens materiais.

FONTE: COTRIM, G. Fundamentos da filosofia. São Paulo: Saraiva, 2005, pp.105-106.

Exercício:

1. Caracterize, em termos gerais, a filosofia helenística desenvolvida depois do período clássico: _Já o
período helenístico (após 323 a.C.) espalhou a cultura grega pelo império de Alexandre, resultando em
fusão cultural com o oriente. Surgiram novas escolas filosóficas práticas, como o estoicismo e o
epicurismo, buscando a felicidade e tranquilidade mental._______________________________________2.
Confronte o epicurismo com o estoicismo, destacando semelhanças e diferenças: Para os epicuristas,
diferente dos estoicos, os homens eram movidos por interesses individuais e o dever de cada um estava
em buscar nos prazeres a felicidade. Para os estoicos, a alma deveria ser cultivada, enquanto os
epicuristas não acreditavam na reencarnação. 3. Por que o Pirronismo é considerado uma forma de
ceticismo?

Busca pela verdade e ceticismo na Filosofia Grega

Se a busca pela verdade é o grande sentido filosófico da filosofia, os céticos pirrônicos constataram que a
grande maioria daqueles que se lançam sobre essa busca sofrem por constante insatisfação pelos
resultados alcançados.

4. Explique o que significa ataraxia e como as quatro escolas helenísticas alcançavam esse Estado, o que
propunham para isso? A ataraxia (paz de espírito ou imperturbabilidade da alma) sendo o objetivo moral
de Epicuro. O conceito de ataraxia é equivalente a medicina ou cura da alma. Esse cuidado com a saúde
da alma era um ponto em comum em todas as escolas
helenísticas.________________________________________________________________________________5. Explique a
origem da palavra Cinismo, destacando sua relação com a corrente da filosofia que o denomina: O termo
Cinismo tem origem no grego kynismós, que significa "como um cão" e reflete a forma de vida dos
adeptos dessa filosofia. Os filósofos cínicos eram identificados por possuírem apenas um manto dobrado
como vestimenta, um bastão para auxiliar nas caminhadas e uma sacola para carregar algum donativo.
Boa atividade!!

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