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● Introdução:

"Os Maias" é um dos romances mais famosos da literatura portuguesa, escrito por José
Maria de Eça de Queirós. Publicado pela primeira vez em 1888, é considerado uma das
obras-primas do realismo em Portugal.

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O romance narra a história da família Maia, uma família aristocrática portuguesa do século
XIX. A trama gira em torno de três gerações da família e desenvolve-se principalmente em
Lisboa. A história é rica em detalhes sobre a sociedade da época, suas crenças, valores e
contradições. Além disso, a trama aborda questões sociais, políticas e culturais da época,
incluindo a influência da monarquia, o conservadorismo da classe alta e as mudanças
sociais que estavam a ocorrer em Portugal durante o século XIX.

A obra é conhecida pela sua análise psicológica profunda dos personagens e pela sua
crítica social afiada. Eça de Queirós utiliza um estilo literário rico e irónico para retratar a
hipocrisia da sociedade da época e os seus personagens complexos e multifacetados.

● Personagens

Os personagens principais do romance incluem Carlos da Maia, um médico idealista e


protagonista da história, e Maria Eduarda, uma mulher misteriosa e encantadora que se
torna o objeto do desejo de Carlos. A trama aborda temas como o amor proibido, o
adultério, a decadência da aristocracia e a corrupção moral. A relação entre Maria Eduarda
e Carlos é marcada pela tragédia, resultando em consequências profundas para ambos os
personagens. O adultério e a obsessão por ela desencadeiam uma série de eventos que
afetam diretamente a família Maia e têm impacto duradouro na vida de Carlos.

● Caracterização da Maria Eduarda

Maria Eduarda é uma das personagens centrais do romance "Os Maias" de José Maria de
Eça de Queirós. Ela é uma figura complexa e enigmática, que exerce uma influência
profunda sobre a vida dos personagens principais e desempenha um papel fundamental na
trama do livro.

Maria Eduarda também é vista como um símbolo da decadência da alta sociedade de


Lisboa. A sua presença na vida dos Maias e de outros personagens revela a corrupção
moral e os valores em declínio da sociedade aristocrática da época.

É uma personagem ambígua do ponto de vista moral. Ela é ao mesmo tempo vítima e
provocadora das tragédias que ocorrem ao longo do romance. É descrita como sendo
apaixonada, bela, misteriosa e sedutora, destacando-se no meio das outras mulheres
contemporâneas.

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Contexto: Página 94 - 105 (contexto)


No capítulo XIV de Os Maias, Castro Gomes, o suposto marido de Maria Eduarda,
apresenta-se perante Carlos da Maia no Ramalhete, afirmando que, no Rio de Janeiro,
havia recebido uma carta. Diz, porém, que o conteúdo da carta lhe era completamente
indiferente.

Na carta, o escritor anónimo denuncia o caso entre Carlos e Maria, bem como a existência
da Toca, onde Carlos visitava a amante, e afirma que o nome de Castro Gomes “anda pelas
lamas da capital”.

Carlos, ao ouvir isto, sente-se extremamente humilhado e constrangido. Para ele, era um
“fim imundo para um sonho divino”. Foi ingénuo, sentindo-se por isso furioso e decidindo
confrontar Maria Eduarda, escrevendo-lhe uma carta.

● História de vida de Maria Eduarda

A história de vida de Maria Eduarda, contada pela própria, passa-se em 4 locais: viena,
paris, londres, paris novamente e, por fim Portugal. É marcada por mistério e tragédia.
Maria Eduarda é uma mulher de origem estrangeira que chega a Lisboa e se torna uma
figura fascinante e enigmática na sociedade lisboeta do século XIX. Aqui está um resumo
da história de vida de Maria Eduarda no contexto do romance:

VIENA

● Maria pensa ter nascido em Viena e afirma recordar-se de pouco acerca dos seus
tempos de criança, na verdade, nascera em Portugal. Sabia pouco sobre o seu pai,
a não ser que era nobre e belo. A sua irmã, Heloísa, morreu aos dois anos de idade.

● Na sua adolescência, a sua mãe não tolerava que lhe questionassem acerca do seu
passado pois “remexer a memória de coisas antigas prejudicava tanto como sacudir
uma garrafa de vinho velho”

PARIS

● As suas primeiras memórias mais nítidas eram da altura de quando ela morava em
Paris. A sua mãe já era viúva e Maria estava de luto pelo seu avô, que havia
falecido. Tinha uma aia que, todas a manhãs, a leva passear

● À noite, via a sua mãe decotada num quarto luxuoso, cheio de cetins e de luzes,
juntamente com um homem loiro, brusco, fumador e que lhe, de vez em quando, lhe
trazia uma boneca.

● A mãe meteu-a num convento, porque apesar de já saber cantar e tocar piano, não
sabia soletrar
● No início, a mãe visitava-a todos os meses e trazia com ela vários presentes, juntas,
davam passeios de carruagem pelos arredores de Tours, e haviam sempre oficias
de cavalo que tratavam a sua mãe por “tu”

● A mãe deixou de a visitar por um ano, no qual esteve a viajar pela Alemanha, e,
quando regressou, estava magra e de luto. Passou todo o dia abraçada a Maria e a
chorar

● Com 16 anos, era uma menina de modos doces e graves e que ganhara a afeição
da sua madre superiora do convento

● Um dia, foi retirada do convento e levada de volta para Paris, para o lado da mãe, o
que a deixou muito triste, uma vez que não queria deixar aquele sítio

● A casa da sua mãe, no parque Monceaux, era uma casa de jogo, luxuosa e séria

● A mãe de Maria relaciona-se com Mr. Trevernnes, ficando sob o seu domínio. um
dia, a jovem ouviu gritos. encontra a mãe desmaiada num tapete, e mais tarde, foi
informada que teria ocorrido uma desgraça

● Mudaram-se para outra casa e, um dia, apareceu Mac Gren, um irlandês muito
moço

● Maria, lentamente, foi-se juntando ao estilo de vida da mãe.

● Mac Green apaixonou-se por Maria e prometeu casar-se com ela; implorava-lhe que
fugisse com ele, custava-lhe muito ver maria no meio daqueles homens que
cheiravam a álcool e naquele meio depravado e brutal

● A mãe estava a perder o senso e era irresponsável, chorava repetidamente por


causa do Mr. Trevernnes

● Uma noite, tiveram de fazer as malas e ir dormir um hotel, sendo que o Mr.
Trevernnes começava a olhar para a mãe de Maria de uma maneira que a
assustava profundamente

● A mãe deixou-a só, e Mac Green visitou-a no hotel em paris, e eles fugiram para
Fontainebleau, com o objetivo de apresentarem perante a avó do moço e obterem a
sua indulgência, casarem e serem felizes

● A mãe de Maria acabou por ir ao encontro deles e queria agredir o jovem, mas
acabou por perdoá-los, sugerindo ir viver com eles

● Nasce uma filha deste casal, a Rosa, e eles preocupam-se em legitimar a sua união;
no total vive com ele 4 anos, sendo-lhe fiel
● A mãe, um dia, apareceu em Fontainebleau, com as malas, cansada da vida, e
afirmando que havia terminado com Mr. Trevernnes, mas acabou por melhorar e de
começar a adorar o moço, passando os dias com ele

● A França entrou então em guerra com a Prússia, e MAc Green alistou-se, e lutou
pela França

● Tendo o imperador ficado prisioneiro, após algumas batalhas perdidas na fronteira,


Maria fica preocupada com o seu amado e decide ir a Paris procurar por notícias
dele, mas sem sucesso, ficando apenas por saber que tinha sido proclamada a
república

● Vários dias se passaram e Maria continuava sem ter notícias de Mac Green, várias
batalhas perdidas e os prussianos começavam a invadir Paris

● Uma vez que o duro inverno se aproximava, não podiam ficar em Fontainebleu,
então venderam os seus pertences à pressa e, com o dinheiro que Mac Green lhes
deixara, partiram para Londres

LONDRES

● Em Londres, Maria encontrava-se doente e desorientada na enorme e estranha


cidade, deixando-se levar pelas ideias tontas da sua mãe, que queria montar uma
casa de jogo em Londres, tal como a de Paris

● Maria e a sua mãe, sem rendimentos e gastando sempre, encontravam-se pobres e


com várias contas a pagar

● Trabalha como professora de piano, mas tudo falhou; fica alguns dias sem lume e a
ver Rosa esfomeada

● Venderam todas as suas jóias e alugaram 3 quartos num bairro pobre, sujos e
solitários

● tinham uma criada

● Uma noite, Maria perdeu-se em Londres, perseguida por dois homens que
cheiravam intensamente a álcool e para lhes fugir entrou num táxi que a levou
diretamente para casa, mesmo sem ter como lhe pagar. Começou a chorar e o
homem, com pena dela, acabou por a deixar ir

● Maria não encontrava um emprego e as 3 passavam fome

● Pôs-se um fim ao cerco de Paris e Maria queria voltar

● um dia, um amigo de mac gren, também irlândes, visita-as e decide ajudá-las


● O irlandês recolhe, em Londres, tudo o que elas precisavam para conseguir
regressar a Paris, contando também que Mac Gren havia falecido numa batalha

REGRESSO A PARIS

● Já em Paris, Maria continuava a passar fome e sem arranjar emprego

● Acabou por arranjar um emprego, cujo salário dava apenas para pagar as contas e
para as necessidades básicas

● Rosa ficava cada vez mais desanimada e a mãe de Maria vinha a demonstrar
sintomas de uma doença de coração que a viria a matar, o que fazia Maria ficar
extremamente ansiosa

● Foi então que conheceu Castro Gomes, que a acolheu

● Foi levada por ele e apenas via Rosa de vez em quando

● Passa 3 anos com Castro Gomes em Paris e depois vão para lisboa

LISBOA

● no Hotel Central ela dormia com ele no estabelecimento, “para todos os efeitos do
hotel”, era sua mulher

● Usava o nome dele emprestado e era paga por ele, sendo que o seu nome
verdadeiro era Madame Mac Gren

CONCLUSÃO

Em conclusão, "Os Maias" são amplamente reconhecidos como um dos grandes romances
realistas da literatura portuguesa e uma obra essencial para quem deseja compreender a
sociedade e a cultura de Portugal do século XIX.

A história de Maria Eduarda é extremamente dolorosa e comovente para o leitor, sendo o


motivo pelo qual Carlos da Maia acaba por pedi-la em casamento.

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