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Aluísio de Azevedo
O Mulato
01 02 03
CONTEXTO EM RESUMO DO CRÍTICAS À
QUE A OBRA FOI ENREDO DA OBRA
ESCRITA OBRA
1. O Maranhão colonial
Decadência econômica – queda na produção agrícola;
A abolição da escravatura já era vivenciada em outras partes do país,
mas no Maranhão a prática ainda era muito difundida e apoiada;
Introdução das ideias positivistas e do pensamento racional e
científico por alguns jovens intelectuais, sendo um destes, Aluísio de
Azevedo.
2022
2. Resumo do enredo
A história se passa na cidade de São Luís;
O primeiro local apresentado é a região
do centro, com foco na Rua da Estrela e
na Praia grande;
O autor dá um panorama geral dessa
região, das atividades econômicas
desenvolvidas, do clima e das pessoas;
Manuel Pescada fora casado com Mariana, uma mulher que nunca o amou
verdadeiramente, pois era apaixonada pelo agitador José Cândido. O
romance dos dois nunca foi possível;
Quando José morreu, Mariana sucumbiu pouco tempo depois, pois estava
em profunda tristeza;
Antes de Mariana falecer, em seu leito de morte, deixou alguns conselhos
à sua filha Ana Rosa acerca do casamento;
Após a morte de Mariana, Manuel chamou sua sogra, dona Maria Bárbara,
para morar com ele e a filha, Ana Rosa, em um casarão na Rua da Estrela.
• Ana Rosa era uma moça muito bonita e
dada aos romances, assim como seus
ideais de relacionamento, casamento e
maternidade;
• Quando entrou na puberdade, principiou-
se a esperar por um noivo e, como este
demorava a aparecer, Ana começou a
emagrecer e empalidecer, acometida de
profunda tristeza;
• Seu pai, a fim de que ela melhorasse, a
mandou para uma estada de três meses na
Praia Grande. Lá, ela conheceu dona
Eufrasinha, que lhe explicou muitas coisas
sobre a vida conjugal.
Quando retornou à casa de seu pai, Ana Rosa começou a ser
questionada por ele acerca de seu pretendente Luís Dias, caixeiro de
seu pai;
Ana Rosa não suportava nem a ideia de se relacionar com o homem;
Luís Dias era um homem submisso, passivo e, aparentemente
humilde, mas isso era só uma máscara que encobria sua verdadeira
índole: era um homem mesquinho, cego por suas ambições, capaz de
fazer qualquer coisa e passar por cima de qualquer pessoa para
alcançar riquezas.
Como Ana Rosa não se agradava da ideia de casar com Dias, seu pai
chamou o cônego Diogo para conversar sobre o assunto;
Diogo era querido por toda a família e amigos, sempre tido como um
homem sábio e que possuía a palavra de Deus. No entanto, escondia
um passado criminoso e vergonhoso em Rosário que dividia apenas
com o falecido José da Silva;
José era um comerciante português que enriqueceu com o tráfico de
escravos e fugiu para o Maranhão com uma de suas escravas,
Domingas, com a qual teve um filho, Raimundo.
José chegou a Rosário com Domingas, mas
especificamente na região de São Brás e
comprou uma fazenda. Pouco tempo depois,
casou-se com uma senhora brasileira, de
muitas posses e muito apreço por homens
brancos portugueses. Era dona Quitéria
Inocência.
Quitéria era uma mulher cruel, dona de muitos
escravos e que muitos deles morreram devido
à fome, à sede e aos castigos físicos que a
mulher os submetia.
Certo dia, percebendo que José tinha um
carinho especial por Raimundo, Quitéria
deduziu que este era seu filho bastardo com
uma escrava. A partir desse dia, começaram as
perseguições contra Domingas, que culminou
em um episódio desumano e aterrorizante.
José levou Raimundo para São Luís, para a casa
de Manuel;
Quando retornou à fazenda, encontrou Quitéria e
Diogo num ato de adultério;
Em um acesso de raiva, estrangulou a esposa;
José e o vigário fizeram um pacto.
José retorna a São Luís, adoece e é visitado pelo vigário, que se
apresenta como amigo da família de Manuel;
Ainda na estada na casa de Manuel, José conversa com Raimundo e
deixa toda a sua herança para o menino;
Quando melhora, retorna a Rosário novamente, mas é assassinado no
meio da estrada a mando do vigário.
Raimundo é mandado a Portugal, estuda nas melhores escolas e
posteriormente cursa Direito.
José retorna a São Luís, adoece e é visitado pelo vigário, que se
apresenta como amigo da família de Manuel;
Ainda na estada na casa de Manuel, José conversa com Raimundo e
deixa toda a sua herança para o menino;
Quando melhora, retorna a Rosário novamente, mas é assassinado no
meio da estrada a mando do vigário.
Raimundo é mandado a Portugal, estuda nas melhores escolas e
posteriormente cursa Direito.
Raimundo resolve retornar à sua terra natal com o pretexto de dar
uma finalidade em relação à herança deixada a ele por seu pai. No
entanto, sua alma está inundada de incertezas em relação ao seu
passado e sua filiação;
Essas incertezas acabam sendo o estopim de sua vinda ao Maranhão;
Chegando à casa de seu tio Manuel, é recepcionado pela família e
algumas velhas amizades dos parentes, como a família Sarmentos,
Freitas e sua filha, Lindoca, Eufrasinha, dona Amancia Sousellas etc;
A chegada de Raimundo causa rebuliço na cidade.
Ana Rosa começa a se sentir incomodada pelo fato de o primo ser um
dos únicos a não prestar atenção nela, nas suas feitorias ou na sua
aparência;
Isso faz com que ela queira, de alguma forma, chamar a atenção do
moço;
Depois de um tempo, começa a devanear com o rapaz.
Ana Rosa sente, a priori, um desejo carnal por Raimundo. A atração
que ela sente se dá por conta da aparência forte, fria e austera do
rapaz.
Raimundo, no entanto, não corresponde, em um primeiro momento,
aos desejos de Ana;
Somente com o passar do tempo, quando ele percebe que é ignorado,
malvisto e maltratado por todos da província, que começa a enxergar
na prima uma fonte de carinho, amizade e amor;
A esse tempo, Ana já está perdidamente apaixonada por ele e se põe a
bisbilhotar seu quarto quando ele não está em casa.
Quando Ana se declara a Raimundo, ele promete a ela que pediria sua
mão em casamento ao seu pai em um momento oportuno;
Raimundo, no entanto, se sente cada vez mais angustiado pelo modo
como é tratado tanto pela própria família, como pelos provincianos.
Isso faz com que ele se isole cada vez mais esperando pelo dia que
finalmente irá a Rosário resolver negócios;
Finalmente esse dia chega e partem ele e Manuel para o interior, a
bordo do vaporzinho Pindaré.
Quando chegam a Rosário, se hospedam na fazenda de Luís Cancela;
Cancela, aos poucos, conta alguns detalhes sobre o lugar, inclusive a
lenda que se formou após o fatídico acontecimento da morte de José
da Silva;
Nessa mesma noite, Raimundo vê uma assombração no quarto em
que está dormindo;
Cancela, no outro dia, explica-lhe que são apenas escravos sem-teto
fugidos de seus senhores que estão à procura de comida e não fazem
mal a ninguém.
Mesmo sabendo da lenda que permeia São Brás, Raimundo decide ir
até o local. Manuel reluta a acompanha-lo, mas acaba cedendo.
Durante a viagem, Raimundo pede a mão de Anica em casamento ao
seu pai, mas este recusa;
Raimundo fica extremamente chateado com a falta de explicação;
Chegando à fazenda do Barroso, em São Brás, Raimundo se dirige à
capela do lugar e encontra a mesma “assombração” que o tinha
visitado havia pouco tempo na fazenda de Cancela.
• A fazenda estava
completamente abandonada,
tomada pelo mato e pelas teias
de aranha;
• Manuel e Raimundo resolvem
voltar para casa;
• No caminho de volta,
Raimundo insiste numa
explicação acerca da recusa,
por parte de Manuel, de casar
sua filha com o moço;
• Manuel cede e explica que é
porque ele é filho de uma
escrava e é mulato.
Raimundo decide voltar à corte, pois não aguenta mais o suplício de
ver Ana todos os dias e não poder tocá-la nem casar com ela;
Ele pede a Manuel que dê uma explicação à filha;
O navio partiria em pouco tempo e, durante esse período, Raimundo
mudou-se para a rua Pantaleão, acompanhado por uma preta que fazia
as tarefas de casa;
Parou de estudar, emagreceu muito e deu-se ao vício de fumar.
• Ana, enquanto isso, sofria muitíssimo.
Se sentia completamente desiludida e
precipitou a adoecer novamente de
tristeza;
• A família e principalmente dona Maria
Bárbara e o cônego se encarregaram de
proferir maledicências e difamar
Raimundo, a fim de confortar o coração
de Ana e fazer ela se interessar por
Dias;
• Nada melhorava o humor da menina e
ela ainda insistia na ideia de se casar
com seu amado.
Raimundo, um dia antes de sua partida, recebe uma carta grosseira e
amarga, escrita por Luís Dias, mas assinada como “O Mulato disfarçado”;
Ele resolve escrever uma carta a Ana Rosa, falando sobre seu amor e do
quanto queria se casar com a moça, mas que o amor deles era impossível;
No dia do embarque, ele vai até a casa de Manuel e entrega a carta à
menina;
Enquanto isso, Manuel e o cônego esperam ansiosamente por
Raimundo no cais, a fim de despachá-lo para o Rio de Janeiro.
Naquele mesmo dia, após sair da casa
de Manuel, Raimundo faz de tudo para
se atrasar para o embarque;
Por fim, retorna à casa de Manuel com
o pretexto de se despedir do tio que o
acolheu com tanto apreço no período
em que esteve na província;
Chegando lá, Ana surta e não o deixa ir
embora. Os dois têm sua primeira vez;
Após o ocorrido, eles decidem se casar e
armam um plano.
Por fim, Raimundo não embarca, mas Manuel “mente” a Ana
Rosa dizendo que ele foi embora, sim.
Raimundo voltou a Rosário;
Nos dias que se sucederam, a família começou a desconfiar do
humor risonho e feliz de Ana Rosa. Ora pensavam que ela havia
esquecido o mulato, ora desconfiavam que ainda mantivesse
contato com ele.
Nesse ínterim, Diogo e Dias já estavam a par do plano dos dois e
planejavam arruinar tudo a qualquer custo.
O cônego Diogo, por muitas vezes, tentou arrancar confissões da
pobre Ana Rosa;
Maria Bárbara deu uma missa em homenagem à ida do mulato;
Ana, durante essa missa, confessou estar grávida ao padre;
Nos dias que se sucederam, Diogo não contou nada a Manuel;
Ana se preparava ansiosamente para o dia de sua fuga com o
amado Raimundo.
No dia escolhido para a fuga, os dois foram surpreendidos por
Diogo e Dias, juntamente a quatro praças que a polícia local
havia disponibilizado para impedir o “sequestro”;
A confusão foi iniciada e todos foram ter com Manuel e família;
Raimundo enfrentou tanto o cônego como Manuel e Maria
Bárbara;
Manuel disse que daria sua resposta final no dia seguinte.
Raimundo não foi para casa naquela noite.
Passou horas vagando pelo centro da cidade,
esperando ansiosamente o dia seguinte.
O cônego Diogo e o Dias perceberam que seu
plano era incerto e que, provavelmente,
Manuel daria Ana Rosa em casamento a
Raimundo;
Diogo, então, resolve apelar pelo crime
novamente: deu uma arma a Dias e disse que
Raimundo não merecia Ana Rosa;
Por fim, Dias acata o conselho do cônego;
Às três horas da manhã, Raimundo é
assassinado.
O dia seguinte amanheceu nublado;
Na casa de Manuel, Ana estava
histericamente ansiosa e nervosa;
Um tempo depois, ouviu um sino
badalar, anunciando a morte de
alguém;
Vieram algumas pessoas carregando
um corpo enrolado em um lençol e o
despejaram à porta da casa de Manuel;
Ana finalmente descobriu que era
Raimundo.
...
3. CRÍTICAS À OBRA FEITAS PELA
LITERATURA
Acerca da divulgação e da recepção da obra pela sociedade
maranhense;
Acerca da leitura como prática relacionada somente à elite
ludovicense;
Acerca da legitimação da escravidão e a oposição de Aluísio de
Azevedo em relação a essa visão etnocêntrica.
3.1 CRÍTICAS À OBRA FEITAS PELOS
AUTORES DO TRABALHO
Acerca das caricaturas dos personagens provincianos;
Acerca da denúncia da hipocrisia das autoridades clericais do
maranhão;
Acerca do racismo estruturado e a audácia de Aluísio de Azevedo ao
publicar uma obra tão polêmica quanto O Mulato numa cidade com
características tão coloniais.
DÚVIDAS E QUESTIONAMENTOS