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Era uma noite no Ramalhete, com vários amigos: D. Diogo; General Sequeira; Cruges;
Eusebiozinho; Steinbroken; Taveira; Marquês – o Marquês refere algo sobre “Ega e a
mulher do Cohen”. Ega, algo marotamente, apaixonou-se por uma mulher casada
chamada Raquel Cohen (casada com Cohen) . Carlos salva uma mulher chamada
Marcelina, mulher do padeiro, com os seus cuidados médicos. Assim, ganhou fama e
prestígio com o seu consultório. Ega convence Carlos a conhecer a família Gouvarinho.
Depois de este encontro com os amigos de Ega, Carlos repara que a condessa de
Gouvarinho fica interessada nele (mesmo sendo casada).
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Ega instala-se na vila Balzac (casa que ele comprou ) e convida Carlos para a visitar.
Carlos conta que se sentiu muito atraído pela Gouvarinho no inicio, mas que já não
tinha qualquer interesse. Carlos costumava ser assim com as mulheres e Ega critica-o
por isso. Pouco depois, há um jantar no Hotel Central, que era no Cais Sodré. Nesse
jantar estava Carlos, Ega, Craft, Alencar, Dâmaso, Cohen ( marido da amante de Ega,
constrangedor ) e Ega dedica um prato a Cohen. Antes de começar o jantar, Carlos
avista uma mulher linda e ficou a sonhar com ela. Depois desse jantar, Alencar
acompanha Carlos a casa e este conta-lhe a historia dos seus pais e irmã.
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Depois do almoço no Ramalhete, Afonso e Craft jogam uma partida de xadrez. Carlos
vai tendo poucos doentes e, portanto, vai trabalhando num livro. Dâmaso ( à semelhança
de Craft ) tornara-se intimo da casa dos Maias, seguindo Carlos para todo o lado e
procurando imita-lo. Ega ocupado com a organização de um baile de mascaras na casa
dos Cohen. Carlos na companhia de Steinrobken vê pela segunda vez Maria Eduarda, a
deusa que o deslumbrara no Hotel Central, acompanhada pelo marido. A condessa de
Gouvarinho, com a desculpa de que o seu filho estava doente, procura Carlos no
consultório evidenciando uma audácia picante.
Durante o serão, no Ramalhete, joga-se domino, ouve-se música e conversa-se. Carlos
convida Cruges para ir a Sintra no dia seguinte, pois tomara conhecimento, por
intermedia de Taveira, que Maria Eduarda se encontrava na companhia do seu marido e
de Dâmaso.
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Carlos recebe um convite para jantar em casa dos Gouvarinho. Dâmaso pede a Carlos
para ver a menina dos Castro Gomes, Rosa, que estava doente. Os pais estavam fora e
Rosa estava com Miss Sara (a governanta). Depois de observar, Carlos constata que não
é nada de grave. Mais tarde, quando Carlos se preparava para um baile de mascaras, Ega
conta que Cohen descobriu o seu caso com a sua mulher. Devido a isso, Cohen
espancou a sua mulher e depois mudaram- se para Inglaterra. Abalado, Ega deixa
Lisboa.
Carlos vai ficando cada vez mais próximo da condessa de Gouvarinho e
insensivelmente e irresistivelmente acabam por se envolver.
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Três semanas depois, Carlos começa a ficar cansado da Gouvarinho e continua com
Maria Eduarda na sua cabeça.
Chega o dia de corrida de cavalos, um evento que junta a Elite de Lisboa. Aí Carlos
encontra Gouvarinho, que propõe que se encontrem em Santarém. Um pouco
contrariado, Carlos acaba por aceitar. Dâmaso conta a Carlos que o marido de Maria
Eduarda ia para longe da mulher durante três meses. Quando Carlos chega a casa, vê
que tinha uma carta da senhora Castro Gomes, a Maria Eduarda, a pedir que a visite no
dia seguinte para ver uma pessoa de família que estava doente. Carlos ficou contente
com esta informação.
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Carlos finalmente visita a senhora Castro Gomes e descobre o seu nome, Maria
Eduarda. A doente era Miss Sara, a governante, e tinha bronquite. Nessa noite Carlos
tinha o tal encontro em Santarém com a Gouvarinho, mas, felizmente para Carlos,
Gouvarinho cancelou o encontro. Dâmaso vai para fora e quando regressa encontra
Carlos com a cadela de Maria Eduarda. Ao ver Dâmaso, a cadela rosna ferverosamente
o que o deixou furioso e ciumento.
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Ega regressa a Lisboa e diz a Carlos que os Gouvarinhos o convidaram para jantar.
Nesse jantar, a Gouvarinho deixa claro que sabe a sua proximidade com Maria Eduarda
e ainda assim beija-o. Depois de uma tarde de marotices com a Gouvarinho, Carlos vai
a casa de Maria Eduarda. Enquanto estes conversavam, Dâmaso aparece, mas Maria
Eduarda recusa-se a recebê-lo, o que o deixa furioso. Maria revela a Carlos que quer
mudar de casa e ele decide comprar a casa de Craft para ela. No seguimento da
conversa, Carlos e Maria envolvem-se. Embora fique magoado por não ter sabido de
nada até então, Ega percebe que Carlos estava realmente apaixonado e que não era um
caso passageiro, mas sim “um grande amor (..) absorvente, eterno, e para bem ou para o
mal tornando-se daí por diante, e para sempre, o seu irreparável destino.”.
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Ega conta a Carlos que Dâmaso anda a difamá-lo, a ele e a Maria Eduarda. Carlos fica
furioso e ameaça-o .
A Maria visita a sua nova casa nos Olivais. Depois do almoço, ela e Carlos envolvem-se
sexualmente. Afonso da Maia faz anos e ao jantar com todos os amigos da casa no
Ramalhete, aí se descobre que Raquel Cohen (ex-amante de Ega) estava a trair de novo
o marido e desta vez com Dâmaso. A Gouvarinho aparece para falar com Carlos e
discutem, era o fim do seu caso (Carlos e Gouvarinho “acabam”).
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Afonso parte para Santa Olávia. Maria Eduarda instala-se nos Olivais e Carlos passa a
frequentar a casa dela ( a que chamavam de “Toca” ) todos os dias. Falam sobre fugir
para Itália e casar, mas Afonso teria um desgosto enorme.
Como já não o fazia a algum tempo, Carlos decide visitar o seu avô Afonso, mas antes
leva Maria a conhecer o Ramalhete. Ela diz que Carlos faz-lhe lembrar a sua mãe, que
era “uma senhora da Madeira que casou com um austríaco, com quem teve uma filha
que morreu em pequena.”. Cera noite, o senhor Castro Gomes apareceu no Ramalhete e
confrontou Carlos com uma carta anonima que tinha recebido que indicava que Maria
Eduarda tinha um amante que se chamava Carlos da Maia. Ao reconhecer a letra da
carta, Carlos percebeu que foi Dâmaso quem a enviou. Surpreendentemente, Castro
Gomes revela que não é casado com Maria Eduarda, apenas vivia com ela e que ela nem
se chamava Maria Eduarda, mas sim Madame Mac Gren. Ela era, na realidade, uma
menina que ele pagava. Carlos ficou furioso com Maria e ela pediu perdão e disse que
não contou a verdade com medo de que ele a deixasse. Dito isto, Maria Eduarda contou
toda a sua verdadeira história a Carlos e este pediu-a em casamento depois.
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Sabendo a história de Maria Eduarda, Ega aconselha a Carlos a esperar que o avô
morra antes de casar, pois ele está velho e não aguentaria o desgosto. O casal começa a
dar jantares nos Olivais de forma regular e todos os amigos de Carlos começam a se
habituar a Maria.
Carlos descobre um artigo de um jornal a revelar toda a sua história com Maria
Eduarda, difamando-os. Furioso e decidido a matar o autor do artigo, descobre que
Dâmaso está por detrás de tudo. É aqui que vão ameaçá-lo e Dâmaso escreve uma carta
a pedir desculpa a Carlos descrevendo-se como um bêbado incorrigível. Carlos fica
satisfeito com a carta e entrega-a a Ega- Este, vendo Dâmaso com Raquel Cohen,
publica a carta no jornal e envergonha Dâmaso. Este não aguenta a vergonha e acaba
por ir para Itália.
Afonso regressa a Santa Olávia e Maria deixa a sua casa nos Olivais (“A Toca”).
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Ega conhece sr. Guimarães, um tio de Dâmaso que vivia em Paris. Este (sr. Guimarães)
diz-lhe que tem um cofre, um cofre da mãe de Carlos para entregar à família. No meio
da conversa, Ega descobre que Carlos tem uma irmã e Guimarães diz que os viu aos três
numa carruagem, Ega, Carlos e a sua irmã, Maria Eduarda. Carlos e Maria
perdidamente apaixonados eram afinal irmãos. Ega ficou tão chocado que pediu ajuda a
Vilaça (filho) para contar tudo a Carlos.
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Vilaça e Ega confrontam Carlos com a situação. Carlos fica desnorteado e vai falar com
o avô Afonso que lhe confirma tudo. Em segredo, Afonso conta a Ega que já sabia que
Carlos tinha um caso com Maria Eduarda. Carlos decidiu ir contar tudo a Maria para
terminar a relação e fugir. Em vez disso, Carlos e Maria Eduarda envolveram-se mais
uma vez (incesto consciente), continuavam a amar-se e o facto de serem irmãos não
mudava isso. Afonso da Maia percebe que os seus netos continuavam a envolver-se
sexualmente e fica desolado (desolado- desamparado / devastado) . Ega fica furioso
com Carlos e confronta-o - “Que estás a fazer com a tua vida?” – e Carlos decide partir
para Santa Olávia.
Na manha seguinte, Carlos encontra o seu avo deitado no quintal e rapidamente
percebeu que estava morto. Carlos fica destroçado e culpa-se pela morte do seu avô.
Depois do funeral, Carlos parte para Santa Olávia e Maria para Paris. Nas belas palavras
de Eça – “Maria Eduarda, grande, muda, toda negra na claridade, à portinhola daquele
vagão que para sempre a levava.” .
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Carlos e Ega fazem uma viagem longa pelo mundo. Um ano e meio depois, Ega
regressa com a intenção de escrever um livro e conta que Carlos ficou em Paris e que
não queria voltar a Portugal.
Dez anos depois, Carlos regressa e poe a conversa em dia com Ega. Carlos conta que
recebeu uma carta de Maria Eduarda que dizia que ela ia casar com um homem francês
e que comprou uma quinta em Orliaes . Este casamento representava um final para
Carlos. Ao nadar num mar de recordações tristes, os dois amigos constatam que não
vale a pena viver. Por mais que se tente lutar para mudar a vida, não vale a pena o
esforço, pois tudo são desilusões e poeira.
“Falhámos a vida, menino!” - disse Ega
Ao que Carlos respondeu – “ Creio que sim… mas todo o mundo mais ou menos a
falha. Isto é, falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação.
Diz-se: “Vou ser assim, porque a beleza está em ser assim.” E nunca se é assim, é-se
invariavelmente assado. (…) Às vezes melhor, mas sempre diferente.”.
Final