Você está na página 1de 4

O Ramalhete

-caracterização
- Carrega grande simbolismo, estando ligado a evolução da família ao longo do tempo.
- O seu nome deriva do painel de azulejos com um ramo de girassóis pintados que se
encontrava no lugar heráldico
Nele destacam-se quatro elementos:
• o cipreste,
• o cedro,
• Vénus Citereia
• cascatazinha.
1ºfase
A aparência de abandono reflete o sofrimento de Afonso devido à morte de Pedro.
O cipreste e o cedro
 simbolizam a morte de Pedro
- São árvores que vivem muitos anos, unidos de forma incorruptível pelas suas raízes
que a tudo resistem, estão associadas aos cemitérios e também simbolizam os laços
entre Afonso e Carlos.
Vénus, a deusa do amor,
 símbolo de amor e sedução, representa as mulheres fatais desta obra,
sugerindo a fuga de Maria Monforte.
Cascatazinha seca simboliza
 a ausência de vida, remetendo outra vez para a morte de Pedro.

2ºfase
A estátua de Vénus surge
- Anunciando a felicidade que Carlos viverá com o aparecimento de Maria Eduarda,
não deixando, no entanto, de estar ligada à desgraça futura, enquanto símbolo
feminino desestabilizador.
O cipreste e o cedro
Amizade de Carlos e Ega
Cascatazinha com água.
- esperança na vida de Carlos, realizações profissionais.
3ºfase
Vénus Citereia
 degradada, com feiura, representa o incesto.
O cipreste e o cedro
 símbolo de envelhecimento. Infelicidade e abandono.
Cascatazinha
 escorriam lágrimas.

O Ramalhete era um palacete que estivera muitos anos desabitado e o monsenhor


Buccarini, representante do Vaticano tentara compra-lo.
Prós:
• “gravidade clerical do edifício”
• “paz dormente do bairro”
• disposição do palácio.
Contras:
•Buccarini “necessitava na sua vivenda os arvoredos e as águas de um jardim de luxo”
•O Ramalhete possuía um terraço de tijolo, um pobre quintal inculto e abandonado.
Vilaça, procurador da família Maia pediu um valor demasiado alto e o interesse
desapareceu.
O Vilaça Júnior considerava o Ramalhete, um “inútil pardieiro”

 Afonso regressa de Inglaterra (tinha-se dedicado à Abrilada, corridas de Epsom)


pela morte do pai e conhece Maria Eduarda Runa.
Afonso casa com Maria e tem um filho, o Pedro.
As ideias políticas de Afonso levaram o casal a partir de novo para Inglaterra, em exílio.
Afonso queria mandar o seu filho para Coimbra, mas quando a sua mulher soube da
notícia implorou para que não o fizesse pois não queria estar afastada da pessoa que
mais amava, e naturalmente o seu esposo cedeu.
Maria Eduarda, uma mulher extremamente frágil, católica excessivamente debota, não
se habitua à falta de sol e ao protestantismo inglês. Chama um homem da igreja
portuguesa para educar Pedro.
Pedro cresce frágil, medroso e mimado.
Com o passar do tempo, a tristeza de Maria Eduarda ia aumento, sentia demasiada
falta da sua casa em Benfica. E para aumentar a tristeza de Maria Eduarda e da sua
família, a tia Fanny morreu de pneumonia, em Março.
Maria Eduarda adorava a tia Fanny por ela ser irlandesa e católica. Para a distrair deste
triste acontecimento, Afonso, seu marido, levou-a Itália, mas nem assim a senhora
animou, continua a querer ir para Lisboa.
A saúde de Maria Eduarda (pequena e morena) piora e a família volta para Lisboa,
onde ela acaba por morrer, para grande desgosto de Pedro, de apoplexia em Benfica.
Depois de uma vida repleta de “lupanares e botequins”, prostitutas e bares, devoções
doentias. Pedro apaixona-se por Maria Monforte, filha de um negreiro.
Afonso não achou graça a este envolvimento.
Pedro foi ter com o pai e pediu a este para casar com Maria Monforte, e o pai,
insatisfeito disse ao filho que nunca lhe tinha falado sobre ela e que ela era filha de um
assassino, de um negreiro. Para Afonso o facto de Pedro casar com Maria era uma
vergonha, mas não foi isso que ia impedir de Pedro casar com a sua amada. Dois dias
depois desta situação, Vilaça foi a correr contar o que se tinha passado nessa
madrugada: Pedro tinha casado e ia partir para Itália com a noiva. E a partir desta
situação, nunca mais se falou no Pedro da Maia.
OUTONO DE 1875:
Os Maias eram uma antiga família da Beira, nunca foram muito numerosos, composta
pelo chamado Afonso da Maia e o seu neto Carlos que estava a estudar medicina em
Coimbra.
Esta família vivia na Quinta de Santa Olávia, nas margens do Douro.
Após a chegada de Carlos, já formado em medicina, da longa viagem pela Europa,
Afonso deixa St. Olávia e vai viver para o Ramalhete.
Ao voltarem para Lisboa decidiram encarregar Vilaça de restaurar o Ramalhete, este
mostra descontentamento,

 visto as inúmeras obras necessárias,


 as condições dos jardins
 segundo a lenda «eram sempre fatais aos Maias as paredes do
Ramalhete». Afonso ri-se perante isto.

Afonso foi apoiante do liberalismo, para desgosto do seu pai, Caetano,


apoiante do absolutismo, sendo expulso de casa pelo mesmo.
A sua mãe ainda conseguiu que Afonso recebesse a Quinta de St. Olávia.

Você também pode gostar