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OS MAIAS

Sequências narrativas

- Apresentação do Ramalhete, casa de residência, em Lisboa, de Afonso da Maia e seu


neto, Carlos da Maia.
- Apresentação da família Maia com destaque para a caraterização física e psicológica de
Afonso da Maia.
- Exílio de Afonso da Maia por ser partidário das ideias liberais.
- Casamento de Afonso da Maia com D. Maria Eduarda Runa, uma mulher conservadora
e com ideais opostos aos do marido.
- Nascimento de Pedro da Maia.
Cap. I
- Educação de Pedro da Maia - modelo educacional imposto pela mãe e contrário aos
valores de Afonso da Maia.
- Morte de D. Maria Eduarda Runa.
- Depois de um período de lágrimas e lamúrias, Pedro entrega-se a uma vida dissoluta, até
encontrar a mulher com quem virá a casar-se.
- Contra a vontade do pai, Pedro da Maia casa-se com Maria Monforte, a “negreira”, uma
mulher muito elegante e muito bela, com toilettes muito deslumbrantes, mas de vida
duvidosa.
- Partida de Pedro e Maria Monforte para Itália, onde tencionam passar o Inverno «numa
felicidade de novela».
- Maria Monforte, enfastiada de Roma, suspira por Paris e deseja «gozarem ali um lindo
Inverno de amor!».
- Gravidez de Maria e regresso a Lisboa.
- Pedro da Maia, antes de regressar, escreve uma carta comovida ao pai, Afonso da Maia,
informando-o da sua chegada e dando-lhe a notícia de que iria ter um neto, pensando com
isto mudar a atitude do pai relativamente a Maria Monforte, o que não virá a acontecer.
- Chegada a Lisboa. Ida de Pedro a Benfica, onde era suposto encontrar o pai, o qual, para
Cap. II não se encontrar com Pedro e Maria Monforte, tinha partido para a quinta de Santa Olávia.
- Nascimento da filha, Maria Eduarda – Pedro, que continua magoado com a atitude do
pai, não o informa do nascimento da neta.
- Pedro, ferido com a posição tomada pelo pai, tenta esquecê-lo e fixa-se com Maria em
Arroios, onde ambos se entregam a uma vida social bastante intensa, promovendo festas
atrás de festas, as quais, segundo Alencar, o poeta que se tornara íntimo da casa, “tinham
um saborzinho de orgia distinguée como os poemas de Byron”.
- Nascimento de Carlos Eduardo da Maia. Nova tentativa de reconciliação de Pedro com o
pai.
- Tancredo, o napolitano, começa a frequentar os serões na casa de Arroios.
- Numa caçada, Pedro fere, inadvertidamente, o Tancredo, trazendo-o para a sua casa de
Arroios, para que recuperasse dos ferimentos sofridos.
- Fuga de Maria com Tancredo. Maria leva com ela a filha.
- Ida de Pedro a casa do pai (em Benfica), levando o filho consigo.
- Depois de uma conversa com o pai, pondo-o ao corrente do sucedido e reconhecendo o
seu erro por não lhe ter dado ouvidos, Pedro suicida-se.
- Partida de Afonso da Maia com o neto para a quinta de Santa Olávia. Todos os criados o
acompanham.
- Alguns anos mais tarde, Vilaça, procurador dos Maias, vai, nas vésperas da Páscoa, a
Santa Olávia.
- Caracterização de Carlos, enquanto criança.
- Mr. Brown é o precetor de Carlos da Maia, que é educado segundo o modelo inglês.
- O abade Custódio, os criados e os frequentadores da quinta de Santa Olávia criticam o
tipo de educação que é ministrada a Carlos.
- Diferentemente da rigidez com que Carlos é educado, Eusébiozinho recebe uma
educação tipicamente à portuguesa.
- Vilaça traz notícias de Maria Monforte, notícias que lhe foram transmitidas pelo Alencar.
Cap. III - História de Maria Monforte, agora Madame de l'Estorade.
- Tentativas, por parte de Afonso da Maia, de localizar a neta – Maria Eduarda, filha de
Pedro da Maia e Maria Monforte.
- Afonso da Maia confirma ao neto de que seu pai, num momento de loucura, se tinha
suicidado.
- O primo de Afonso da Maia, André de Noronha, envia-lhe notícias de Maria Monforte,
agora na Alemanha.
- Vilaça morre de apoplexia e deixa ao filho, Manuel Vilaça, a procuradoria da casa dos
Maias.
- Carlos entra na Faculdade de Medicina em Coimbra.
- Carlos encontra-se em Coimbra matriculado em Medicina.
- Carlos habita uma linda casa em Celas, Coimbra.
- Teresinha e Eusébiozinho – sua situação na adolescência.
- Início da relação de amizade entre Carlos e João da Ega, que cursava Direito.
- Vida boémia de Carlos em Coimbra, onde mantém sucessivamente relações com a
mulher de um empregado do Governo Civil (a Hemengarda) e com a espanhola
Cap. IV
Encarnacion, a sua grande “topada sentimental”.
- Festa da formatura de Carlos, em Celas.
- Partida de Carlos para uma longa viagem pela Europa, durante um ano. A sua vida
sentimental continua efervescente e inconstante. Mantém relações com a coronela de
hussardos em Viena e com Madame Rughel.
- Chegada de Carlos a Lisboa, no outono de 1875, instalando-se no Ramalhete.
- Projetos grandiosos de Carlos – montar um consultório luxuoso e um laboratório
ultramoderno. Esses grandiosos projetos revelam-se, contudo, pouco funcionais, devido à
vida ociosa de um Carlos dândi e diletante.
- Ega, exuberante e feliz, visita Carlos e anuncia-lhe a publicação do seu livro Memórias
de um Átomo. Dandismo e diletantismo de ambos.
- A “flirtation de praia” entre Ega e a mulher do Cohen.
- Craft e os frequentadores habituais do Ramalhete.
- Crítica à situação social e política de Portugal: alude-se à “importação” que caracteriza o
país: «Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilo, indústrias,
modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete.»
- Serões no Ramalhete: Afonso da Maia e os seus amigos jogam whist e bilhar. Habituais
frequentadores do Ramalhete: D. Diogo, general Sequeira, Vilaça, Cruges, marquês
Silveirinha (o Eusébiozinho de Santa Olávia) e o conde Steinbroken.
- Crítica à política, à administração pública, à sociedade, em geral.
- Carlos visita e recebe os seus primeiros doentes.
- Carlos, enquanto diletante, desinteressa-se do seu laboratório.
- Idílio do Ega com a mulher do Cohen.
Cap. V - Caraterização da Raquel Cohen e transformação que ela opera em Ega.
- João da Ega lê entusiasticamente a Carlos um episódio das Memórias de um Átomo
intitulado «A Hebreia» - nítida alusão a Raquel Cohen.
- Ega propõe a Carlos ser apresentado aos Gouvarinhos (“vamo-nos gouvarinhar.”), que
desejavam conhecê-lo, especialmente a condessa.
- Caraterização da condessa de Gouvarinho e do seu marido.
- Crítica ao jornalismo.
- Carlos conhece os Gouvarinhos numa soirée em S. Carlos.
- Carlos visita de surpresa a Vila Balzac, a casa onde Ega se instala para se encontrar com
Raquel Cohen – descrição da casa, com particular destaque para o quarto.
- Carlos não fica muito entusiasmado com a condessa de Gouvarinho.
- Carlos sente-se falhado no amor.
- Ega fala no determinismo no amor.
- Através de Ega, Carlos conhece Craft, que tinha uma rica casa em Olivais, um “sublime
bricabraque” – sua descrição.
Cap. VI - Ega, para homenagear Cohen, dá um jantar no Hotel Central.
- Carlos, ao dirigir-se para o jantar, vê no peristilo do Hotel Central, uma senhora muito
elegante, «maravilhosamente bem feita» e «com um passo soberano de deusa» – primeira
visão dos Castro Gomes, família que Dâmaso Salcede, o do “chique a valer”, já conhecia
de Paris e que tinha acabado de chegar a Lisboa, vinda de Bordéus.
- Primeira referência a Guimarães, tio de Dâmaso Salcede – Mr. Guimaran, como é
conhecido em Paris.
- Caraterização de Alencar.
Alencar defendia o Romantismo e Ega o Naturalismo – discussão acérrima entre os dois.
(p. 162 e seguintes)
- No jantar discute-se criticamente, para além da literatura (Romantismo e Naturalismo), a
política, as finanças, a arte e a crítica literária. (p. 165 e seguintes)
- Perdido o seu poder argumentativo, Tomás de Alencar recorre à calúnia, à linguagem de
baixo nível, chamando "caloteiro" a Simão Craveiro, um poeta realista ("poesia moderna")
e "porca" e "meretriz de doze vinténs em Marco de Canaveses!".
- Tomás de Alencar fala, depois, com nostalgia, do passado feliz e aproveita para fazer,
mais uma vez, crítica política.
- No seu quarto, “estirado numa chaise-longue”, Carlos evoca a história dos seus pais que
lhe tinha sido contada por Ega e confirmada pelo avô.
- “Num meio adormecimento”, Carlos visualiza a deslumbrante mulher que vira no peristilo
do Hotel Central.
- Craft torna-se íntimo no Ramalhete.
- Caracterização de Dâmaso Salcede (caricatura), com saliência para o seu carácter
fanfarrão e bajulador.
- Dâmaso quer, a todo o custo, ser amigo de Carlos. Passa a imitá-lo “com uma
minuciosidade inquieta”.
- Ega pede dinheiro a Carlos para pagar dívidas, sobretudo uma à “ascorosa lombriga e
imunda osga”, que era o Eusebiozinho.
- Ega fala da condessa de Gouvarinho e da paixão que ela nutre por Carlos.
Anúncio do baile de máscaras em casa dos Cohens, no aniversário de Raquel.
Cap. VII - Carlos encontra no Aterro a senhora que vira no peristilo do Hotel Central. Os olhos de
ambos fixam-se profundamente.
- A condessa de Gouvarinho vai ao consultório de Carlos sob pretexto de o filho estar
doente, mas o que a move é o interesse que tinha em se encontrar com Carlos.
- Dâmaso desaparece do convívio do Ramalhete para acompanhar os Castro Gomes a
Sintra.
- Taveira diz a Carlos que Dâmaso tinha ido para Sintra com os Castro Gomes.
- Artigo de Ega sobre os Cohens na “Gazeta Ilustrada”.
- Carlos convida Cruges a acompanhá-lo a Sintra, no intuito de ver a senhora que
encontrara no Aterro.
- Carlos parte para Sintra, na companhia de Cruges, com a intenção de se encontrar com
a senhora que vira no Hotel Central.
- Carlos pensa e reflete sobre os motivos que o levaram a Sintra: «mas havia duas
Cap. VIII semanas que ele não avistara certa figura que tinha um passo de deusa pisando a Terra,
e que não encontrava o negro profundo de dois olhos que se tinham fixado nos seus».
- Inicialmente Carlos pensara alojar-se no Lawrence, mas decide repentinamente ir para o
Nunes.
Carlos encontra, no Nunes, Eusebiozinho, com duas espanholas. Eusebiozinho apresenta-
lhe o seu amigo Palma.
- Passeio de Carlos e Cruges, com intuito de encontrarem a senhora do Hotel Central.
- Encontro com Alencar.
- Ida dos três a Seteais.
- Carlos sabe por meio de um criado do Lawrence que os Castro Gomes haviam já partido
para Mafra e que depois iriam para Lisboa.
- Desapontamento e desilusão de Carlos – «Sintra, de repente, pareceu-lhe
intoleravelmente deserta e triste».
- Regresso de Carlos a Lisboa com Cruges e Alencar.
- Cruges esquecera-se das queijadas que prometera à mãe aquando da partida para
Sintra.
- Soirée dos Cohens.
- Carlos recebe um convite do Gouvarinho para jantar.
- Dâmaso pede a Carlos para fazer uma visita médica à filha dos Castro Gomes que se
encontrava doente. Os Castro Gomes tinham partido para Queluz.
- Contacto de Carlos com a intimidade da mulher que ama, apesar da sua ausência.
- Dâmaso tenciona ter um romance com a mulher de Castro Gomes logo que ele parta
para o Brasil.
- Chegada de Ega a casa de Carlos, mascarado de Mefistófeles. Desesperado e ultrajado,
conta a Carlos que tinha sido «posto na rua» pelo Cohen.
- Intenção de Ega em desafiar Cohen para um duelo.
Cap. IX
- Carlos e Craft tentam acalmar e aconselhar Ega.
- Os três amigos aguardam na vila Balzac o possível desafio de Cohen; todavia, quem
chega é a Sra. Adélia, criada e confidente de Raquel que os informa da partida dos Cohens
para Inglaterra após se terem reconciliado.
- Fim do romance entre Ega e Raquel Cohen.
- Partida de Ega para Celorico.
- Carlos continua apaixonado pela mulher de Castro Gomes, no entanto não quer pedir a
Dâmaso que a apresente.
- Carlos vai lanchar a casa dos Gouvarinhos.
- Carlos beija a condessa de Gouvarinho “junto do busto” do conde.
- As relações entre Carlos e a condessa de Gouvarinho duram já há três semanas, mas
Carlos começa agora a pensar como desembaraçar-se dela.
- Ega encontra-se em Celorico e andava a escrever uma comédia que se deveria chamar
"O Lodaçal".
Cap. X
- Carlos continua a ver a mulher de Castro Gomes e decide pedir a Dâmaso que lha
apresente, o que não vem a acontecer.
- Corridas no hipódromo de Belém.
- Carlos aposta no cavalo “Vladimiro”, para espanto de todos, e ganha.
- Dâmaso informa Carlos de que Castro Gomes partira para o Brasil.
- Carlos recebe um bilhete de Maria Eduarda para, no dia seguinte, ir visitar uma pessoa
de família que se encontrava doente.
- Carlos visita Madame Gomes, cuja casa se situava na rua de S. Francisco.
- Carlos ouve pela primeira vez o nome da mulher de Castro Gomes: Maria Eduarda.
- Carlos observa Miss Sara e diagnostica-lhe uma “bronquite ligeira”, que “Em todo o caso
necessitava resguardo, toda a cautela...”.
- Início do namoro entre Carlos e Maria Eduarda.
- Carlos visita diariamente Maria Eduarda.
Cap. XI
- Carlos desloca-se a Santa Apolónia e encontra o Gouvarinho que ia com a mulher para
o Porto. Carlos libertava-se, assim, «de um incómodo compromisso». Entretanto, Dâmaso
ia a Penafiel para o funeral de um tio, o irmão de Guimarães.
- Dâmaso e Carlos encontram-se em casa de Maria Eduarda.
- Ega escreve a Carlos anunciando-lhe a sua chegada a Lisboa.
- Regresso dos Cohen a Lisboa, vindos de Southampton.
- Ega regressa a Lisboa e instala-se no Ramalhete.
- No comboio, a condessa convidou Ega e Carlos a jantarem na segunda-feira.
- Ega abandona a comédia "O Lodaçal" e tencionar continuar as "Memórias de um Átomo".
- Afonso da Maia critica a ociosidade de Carlos e de Ega.
- Dâmaso, em tom difamatório, informa Ega da relação amorosa de Carlos com Maria
Eduarda.
- Ega e Carlos vão jantar a casa dos Gouvarinhos onde está Sousa Neto, oficial superior
da Instrução Pública.
Cap. XII - A Condessa, asperamente, acusa Carlos de a trocar pela “brasileira”.
- A Gouvarinho combina um novo encontro com Carlos, em casa da “titi”.
- Esse “encontro” acaba por acontecer na manhã seguinte.
- Carlos frequenta a casa de Maria Eduarda.
- Dâmaso vai à Rua de S. Francisco, mas Maria Eduarda recusa recebê-lo.
- Carlos declara-se a Maria Eduarda.
- Carlos aluga a Craft uma casa, nos Olivais, para aí alojar Maria Eduarda, depois de esta
lhe ter expressado o seu desejo de viver num “cottage” tranquilo e discreto.
- Carlos confidencia os seus amores a Ega.
- Ega espera ansiosamente uma carta de Raquel Cohen. Entretanto, cruza-se com o
marido dela na Rua do Ouro.
- Carlos recebe uma carta da Gouvarinho a acusá-lo de faltar ao rendez-vous em casa da
titi.
Cap. XIII
- Ega critica o comportamento hipócrita da condessa de Gouvarinho e incita Carlos a não
responder à carta que ela lhe endereçou e a acabar de uma vez por todas com esse
romance.
- Ega e Alencar informam Carlos da infâmia de Dâmaso contra ele e Maria Eduarda.
- Carlos encontra no Chiado o Gouvarinho, o Cohen e o Dâmaso e ameaça este último de
lhe arrancar as orelhas no caso de continuar a difamá-lo.
- Carlos e Maria Eduarda visitam a casa que alugaram a Craft, a “Toca”.
- Descrição do quarto onde se dá a consumação do incesto inconsciente.
- Festa dos anos de Afonso da Maia.
- O marquês alude aos amores entre Dâmaso e Raquel.
- A condessa de Gouvarinho aparece numa tipoia, às 9 horas da noite, para conversar com
Carlos, numa última tentativa de continuar a manter uma relação com Carlos, mas dá-se a
rutura sentimental entre os dois.
- Partida de Afonso da Maia para Santa Olávia no dia em que Carlos instalara, nos Olivais,
Maria Eduarda.
- Partida de Ega para Sintra deixando uma carta a Carlos.
- Taveira adverte Carlos sobre as intenções do Dâmaso.
- Os Cohen também foram para Sintra passar o Verão.
- Alencar refere-se, de novo, ao tio de Dâmaso, o Guimarães.
- Carlos e Maria Eduarda continuam no seu idílio amoroso e projetam uma viagem a Itália
nos fins de Outubro.
- Carlos surpreende Miss Sara deitada na relva, numa noite de amor com um homem que
parecia um jornaleiro... e fica, hipocritamente, escandalizado!...
- Craft, ao regressar de Santa Olávia, diz a Carlos que o avô está muito desgostoso por
ele ainda não o ter visitado.
- Para tentar remediar a situação, Carlos decide ir a Santa Olávia.
- No dia da partida, Maria Eduarda visita o Ramalhete.
- Maria Eduarda confessa a Carlos que ele se parece com a sua mãe.
Cap. XIV
- Ega, de regresso de Sintra, dirige-se ao Ramalhete, onde encontra Carlos e Maria
Eduarda.
- Castro Gomes, vindo do Rio de Janeiro, visita o Ramalhete e mostra a Carlos uma carta
anónima, na qual lhe relatam os amores de Carlos e de Maria Eduarda. Então, informa o
protagonista da intriga de que Maria Eduarda não é sua mulher.
- Castro Gomes esclarece ainda Carlos que Maria Eduarda é, afinal, Mme. Mac Gren e,
para que não restassem dúvidas, Rosa não era sua filha.
- Carlos fica profundamente abalado e humilhado com esta revelação e conclui que a
mulher por quem estava apaixonado não passava de uma «cocotte».
- Depois, desabafa com Ega acerca desta situação.
- Por fim, vai a casa de Maria Eduarda com a intenção de lhe remeter um cheque e de se
despedir com palavras frias.
- No caminho para os Olivais, encontra a criada de Maria Eduarda que lhe diz que Castro
Gomes tinha estado com a senhora e que ela ficara muito transtornada.
- Maria Eduarda, em tom justificativo e explicativo, fala a Carlos do seu passado - analepse.
- Após esta conversa, Carlos que inicialmente recriminava Maria, fica comovido e
convence-se de que ela não era a mulher vulgar que imaginara ainda há pouco e acaba
por pedi-la em casamento.
- Maria Eduarda conta a Carlos todo o seu passado (analepse): nascera em Viena; não
sabia nada do pai, apenas que era nobre e belo; tinha uma irmã que morrera; lembrava-se
do avô que lhe contava histórias de navios; foi educada num colégio de freiras; recorda a
vida da mãe (pouco edificante e com vários amantes); juntou-se com Mac Gren, um irlandês
que morrera na guerra, e de quem tem uma filha – Rose; vida difícil para Maria Eduarda, a
mãe e a filha; regresso a Paris, onde Maria Eduarda, sem amor, se junta a Castro Gomes.
- Carlos conta a Ega a história de Maria Eduarda e sente-se apreensivo por saber que o
avô nunca irá compreender o passado dela.
- Ega sugere que Carlos case apenas com Maria Eduarda após a morte do avô.
- Jantar na "Toca" com Ega e o maestro.
- Apresentação do marquês de Sousela a Maria Eduarda, ou melhor, a Madame Mac Gren.
- A pedido de Maria, Carlos recomeça a sua atividade literária, compondo artigos de
medicina para a Gazeta Médica e rascunhos para o seu livro Medicina Antiga e Moderna.
- Palma Cavalão publicara, a pedido de Dâmaso, na "Corneta do Diabo", um artigo
difamatório contra Carlos em que aludia, num tom infame e em calão, aos seus amores
com Maria Eduarda.
Cap. XV
- Ega informa Carlos de que, mediante o pagamento de quinze libras, comprou toda a
tiragem do "Corneta do Diabo", com exceção de dois números, um para a "Toca" e outro
para o Paço.
- Ega vai falar com o Palma e propõe-lhe que, também a troco de dinheiro, identifique a
pessoa que lhe encomendou o artigo difamatório contra Carlos e lhe forneça as respetivas
provas.
- Carlos envia Ega e Cruges a casa do Dâmaso a desafiá-lo ou para um duelo ou a retratar-
se.
- Ega vai a casa de Dâmaso, casa que tem uma decoração espampanante, contrastante
com a baixeza moral do seu proprietário. Com efeito, “apertado” por Ega e por Cruges,
Dâmaso opta, cobardemente, por assinar uma carta, redigida pelo próprio Ega, afirmando
que tudo o que fizera publicar na "Corneta" sobre Carlos e Maria Eduarda fora invenção
falsa e gratuita e se devia a um estado de embriaguez, um hábito hereditário.
- Afonso da Maia regressa de Santa Olávia e Carlos e Ega contam-lhe o episódio
comprometedor de Dâmaso, omitindo-lhe os amores de Carlos.
- A carta de Dâmaso é publicada no jornal "A Tarde", a troco de dinheiro.
- Ega vai jantar à Rua de S. Francisco com Carlos e Maria Eduarda.
- A instâncias de Ega, Carlos vai ao sarau de beneficência, em favor das vítimas das
Cap. XVI cheias, no Teatro da Trindade. No sarau intervêm: Rufino, que fala da caridade e do
progresso, recorrendo a imagens pouco originais, num registo inflamado e apelando à
emoção e à sensibilidade do público; Alencar, que recita uma poesia intitulada «A
Democracia»; e Cruges, que toca a "Sonata Patética", de Beethoven, apelidada pela
marquesa de Soutal, umas páginas mais à frente, de "Sonata Pateta", numa demonstração
de ignorância crassa e de desprezo pela arte, muito comum na burguesia lisboeta
oitocentista e, por extensão, em toda a sociedade portuguesa.
- Guimarães, tio do Dâmaso, pede a Alencar para ser apresentado a Ega por se sentir
atingido com o teor da carta que Ega redigira e onde Dâmaso declarava ter sido coagido a
assiná-la.
- O intuito de Guimarães era que Ega declarasse que não o considerava bêbado.
- Carlos agride Eusebiozinho por este ter participado no caso da "Corneta do Diabo".
- Guimarães confia a Ega - por saber que é íntimo de Carlos - um cofre que continha papéis
importantes e que lhe tinha sido confiado, em Paris, pela mãe de Carlos, antes de morrer.
Ega fica surpreendido e intrigado quando Guimarães, que estava de partida, lhe pede para
entregar o cofre ou a Carlos ou à irmã.
- Perante a estupefação de Ega, Guimarães revela-lhe que Maria Eduarda era irmã de
Carlos, pensando que Ega estava ao corrente desta situação.
- O que Guimarães relata a Ega, acerca de Maria Eduarda, coincide com a história que
esta contara a Carlos.
- Ega, horrorizado, dirige-se com o cofre ao Ramalhete e resolve pôr Vilaça ao corrente
desta situação, pedindo-lhe para ser ele a dar a notícia a Carlos.
- Ega procura Vilaça para lhe contar o parentesco entre Carlos e Maria Eduarda e lhe
entregar o cofre.
- Ega leu um documento do cofre, assinado por Maria Monforte da Maia, em que esta
declarava que Maria Eduarda era filha de seu marido, Pedro da Maia, e nora de Afonso da
Maia.
- Vilaça entrega a Carlos os papéis do cofre.
- Carlos vai pedir explicações a Ega que lhe conta pormenorizadamente a conversa que
tinha tido com Guimarães.
- Carlos conta ao avô as terríveis revelações, esperançado de que ele soubesse alguma
coisa que pudesse desmentir o que lhe tinha sido contado.
Cap. XVII - Afonso da Maia diz a Ega que conhecia a paixão e os amores entre Carlos e Maria
Eduarda.
- Carlos dirige-se a casa de Maria Eduarda para esclarecer a situação em que se encontra;
todavia não consegue fazê-lo. Dominado pela paixão e atração física, dorme com ela, agora
plenamente consciente do incesto.
- Carlos regressa ao Ramalhete, vindo de casa de Maria Eduarda e encontra o avô cujos
olhos esgazeados e cheios de horror o fixam profundamente lendo o seu segredo. No dia
seguinte, Afonso da Maia morre.
- Carlos parte para Santa Olávia.
- Ega revela a Maria Eduarda o sucedido, pede-lhe que parta para Paris e dá-lhe dinheiro
e a carta da mãe onde se revelava o segredo.
- Partida de Maria Eduarda para Paris e de Ega para o Norte. Apanham os dois o mesmo
comboio e despedem-se no Entroncamento, onde Ega vê Maria Eduarda pela última vez.
- A "Gazeta Ilustrada" noticia, na sua coluna do High Life, a viagem de Carlos e de João
da Ega.
- Passado ano e meio, Ega regressa a Lisboa e anuncia o seu novo livro – Jornadas da
Ásia.
- Nos finais de 1886, Carlos escreve a Ega dizendo-lhe que virá a Portugal, após uma
ausência de quase dez anos.
- Em Janeiro de 1887, Carlos e Ega almoçam no Hotel Bragança.
- Ambos passeiam por Lisboa e comentam a estagnação, a indolência, a decadência e a
Cap. XVIII
ociosidade em que continua mergulhado o país.
- Visitam ambos o Ramalhete e comentam o casamento de Maria Eduarda com o fidalgo
francês Mr. Trelain.
- Ambos explanam a sua filosofia e teoria da vida: nada desejar e nada recear e comentam
que falharam a vida, isto é: «falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com
a imaginação».
- Ambos desatam a correr para apanhar o americano que, entretanto, viram ao longe, no
escuro, com a sua lanterna vermelha.

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