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Eça de Queirós
Episódios mais relevantes:
NOTA:
Analepse: técnica narrativa que consiste em relatar acontecimentos anteriores
ao tempo presenta da história ou anteriores ao início da ação – recuo no tempo
Elipse: omissão intencional de um dado período de tempo ou acontecimentos
Intriga Secundária
Pedro envolveu-se e desenvolveu uma relação com Maria Monforte, a
negreira. Porém esta não era do agrado de Afonso já que, o pai da mesma, o
Negreiro era conhecido por razões negativas como o transporte de escravos.
Afonso viu a num jantar.
Um dia, Pedro dirigiu-se a Afonso pedindo-lhe permissão para se casar
com Maria Monforte. Afonso recusa o pedido, porém Pedro afirma que: “Pois
pode estar certo, meu pai, que hei de casar” – Pedro como uma personagem
com personalidade oscilante, ora determinada ora frágil.
Afonso revela-se desgostoso e frio para com a situação.
Maria e Pedro, no entanto, viajavam Itália – referência a um “amor de
novela”, critica ao romantismo, presença do realismo já que na vida real o amor
não é uma novela e pode ser interpretado que este se trata de um amor de
ficção.
Maria revela-se aqui completamente fútil - não se contenta com qualquer
coisa tendo gostos extravagantes.
Pedro continuava chateado com o pai, porém, Maria Monforte,
manipuladora, consegue convencê-lo a escrever ao seu pai. Por exigência
desta claro já que, estarem bem com a família de Pedro, importante e
reconhecida, punha Maria Monforte nas boas graças e numa posição favorável
em Lisboa- interesseira.
Pedro escreve com muita emoção ao pai, no entanto este não os
recebe, gerando ainda mais separação entre estes. Nasce Maria Eduarda.
Maria faz chantagem emocional a Pedro dizendo-lhe que ninguém os
ama. Esta é fortemente critica pela vida de falso luxo que levava. Era tão
admirada pelos homens que revela ym lado mais ciumento de Pedro o que
revela a sua insegurança.
Nasce Carlos e Pedro queria ver o pai. Maria tinha todo um plano
elaborado, iria pedir a bênção a seu filho a Afonso, porém Maria adoece e o
plano cai por terra.
Surge um italiano pelo qual Maria se apaixona rapidamente.
Pedro queria a reconciliação com o pai, porém Maria não o queria
ELIPSE
Numa noite de dezembro, Pedro surge em Benfica e lança-se aos
braços de seu pai, e este recebe o filho como se nada se tivesse passado.
Pedro afirma que Maria havia partido e fugido com o italiano, tendo levado
consigo a filha, Maria Eduarda, deixando Carlos para trás.
Pedro reconhece culpa e que seu pai havia tido de facto razão em não
confiar naquela mulher. Aqui, Afonso revela o seu lado mais pragmático e
racional.
Afonso corre até Carlos, contemplando a sua inocência perante o que se
estava a passar, demonstrando desde já uma grande empatia
Haviam passado 3 anos.
Nessa noite Pedro refugia-se no seu quarto a escrever e Afonso revela-
se preocupado. Pedro suicida-se a tiro ao lado de duas velas que se
extinguiam – simbolismo da morte - deixando uma carta para trás “Para o
papá”
Educação de Pedro
Afonso e sua mulher tinham definições e ideias de religião muito diferentes.
Maria tem uma crença exacerbada e vive o catolicismo de forma exagerada,
sendo esta muito visual e de atividades mais do que fé. Assim, Afonso quer
colocar Pedro num colégio católico, mas maria não concorda. Pedo vive assim
obcecado com a mãe, sendo demasiadamente protegido pela mesma. Afonso
quer tirá-lo das saias da mãe devido à fragilidade crescente de Pedro, cada vez
mais inseguro.
Surgem muitos presságios da morte de Maria que passava os dias a rezar.
PEDRO: nervoso como Maria Eduarda, tendo pouca raça de Maias. Era em
tudo fraco com espaços e crises de melancolia negra. O seu único sentimento
vivo, intenso fora a paixão pela mãe até este momento.
Maria acaba por morrer e Pedro passa de uma loucura intensa a uma tristeza
completa e melancólica - num curto espaço de tempo vive as suas emoções
nos extremos revelando a sua personalidade oscilante
Educação de Eusebiozinho
Descrito com muito diminutivos que revelam a sua fragilidade e debilidade tanto
física como mental. Era sonolento e fazia aquilo que era obrigado a fazer no
sentido em que era muito protegido e chantageado.
No episódio em que Eusebiozinho e Carlos estão juntos, todos aconselham a
que o primeiro se afaste do segundo o máximo possível, tendo medo que estes
convivam. Carlos queria brincar e Eusebiozinho depressa começou a chorar
sendo preciosamente protegido logo de seguida. Afonso ordena que Carlos vá
dormir mesmo perante os pedidos contrários do neto. Perante estes métodos
rígidos, muitos achavam que Afonso não amava sequer o neto, porém este
afirmava que “É preciso método, é preciso método”
Educação de Carlos
Desde cedo que dorme sozinho sem lamparina e tem rotinas rígidas. Ao
contrário de Pedro que estava sempre encerrado em casa, Carlos desde cedo
que estava sempre em contacto com a Natureza e ao ar livre. Afonso
considerava ridículo o estudo do latim já que se trata de uma língua morta,
preferindo o latim,
Excerto importante na página 67 – “Que clássicos..
Lisboa:
Símbolo da sociedade portuguesa da regeneração, incapaz de se modernizar e
que agoniza da contemplação de um passado glorioso. (706)
Santa Olávia:
Lugar para onde a família se desloca para recuperar as forças perdidas, é o
lugar onde Afonso se refugia co Carlos após o suicídio de Pedro (cap. III).
Trata-se do oposto de Lisboa, contraria o ambiente citadino. É um local de
restabelecimento e regeneração, uma espécie de retiro que se associa ainda à
infância de Carlos. (699 e 57)
Coimbra:
Símbolo da boémia estudantil, artística e literária; Espaço de formação
académica e cívica de Carlos onde este teve suas primeiras aventuras.
Sintra:
Espécie de paraíso romântico perdido, um refúgio campestre purificador e
salutar que as pessoas procuravam para fugir do tédio da capital. É ainda o
espaço de eleição dos homens da capital para encontros furtivos com outras
mulheres, fugindo do espaço familiar. (228)
Espaços interiores
Ramalhete:
Bom gosto e requente; acompanha o percurso da família. O jardim altera com a
presença ou ausência de amir, refletindo o estado de espírito da família. (264-m)
A Toca:
Covil de um animais, é onde se escondem para se proteger. Reflete de certa
forma o amor escondido de Mª Eduarda e Carlos onde estes revelam atitudes
animalescas. Gosto exótico e sensual – vivência de uma paixão marginal e
proibida; local que representa tragicidade. Encontra-se repleto de indícios
trágicos que pressagiam o final – está decorado com animais embalsamados e
com uma decoração em tons de vermelho que tanto pode simbolizar a morte
como a paixão. (438)
Consultório de Carlos:
Revela o diletantismo de Carlos, os seus entusiasmos passageiros e os seus
projetos inacabados. Requintada e luxuosamente decorado. (103)
Crónica de Costumes
As intrigas principal e secundaria advêm do título da obra; do subtítulo
realçam inúmeros episódios de foro social (o jantar no Hotel Central e em casa
dos Gouvarinho, as corridas de cavalos, os jornais) que dão corpo à crónica de
costumes. Esta desenvolve-se em alternância com a intriga principal sendo o
seu elo Carlos. Com ele, movimenta-se personagens que atuam a nível da
intriga que conjuntamente com personagens figurantes vão relatar a vida da
alta sociedade da época. Outras ações secundárias surgem na obra, tais como
a história amorosa de Ega e Raquel Cohen, os amores adúlteros de Carlos e a
Gouvarinho e ainda a trafulhice e hipocrisia política aliada à importância da
educação.
As corridas de cavalos:
Os objetivos deste episódio são:
O contacto de Carlos com a alta sociedade Lisboeta (o rei);
Uma visão panorâmica desta sociedade sobre o olhar crítico de Carlos,
tentativa frustrada de igualar Lisboa às demais capitais europeias;
Denunciar o cosmopolitismo postiço da sociedade.
A visão caricatural é dada pelo espaço do hipódromo: “parecendo u arraial”,
as pessoas não sabem ocupar os seus lugares e as senhoras traziam vestidos
de missa. O buffet tinha um aspeto nojento. As corridas terminaram
grotescamente e a 1ª terminou numa cena de pancadaria.
Realçamos deste episódio o fracasso dos objetivos das corridas, o atraso
da sociedade lisboeta e a sua falta de civismo.
O Jantar no Hotel Central:
Episódio que integra a intriga principal, sendo aqui que Carlos vê pela
primeira vez Mª Eduarda.
Neste jantar, desfilam as principais figuras propiciando a Carlos um
primeiro contacto com o meio social lisboeta.
Este jantar pretende
homenagear o banqueiro Cohen (Ega pretende agradá-lo para
conseguir estar mais perto da sua mulher Raquel)
apresentar a visão crítica de alguns problemas;
proporcionar a Carlos a visão de Mª Eduarda.
Discute-se, neste jantar, a literatura e a crítica literária. As finanças são
também um tema debatido. A degradação financeira do país é tema de
conversa e é Cohen quem a comenta com cinismo, sendo embora um dos
beneficiários da situação.
O estado da dependência do país aparece acentuado sendo o perigo da
ameaça espanhola aflorado, o que não deixa de denunciar a mentalidade
retrógrada deste grupo social destacado.
Deste jantar sobressalta a falta de personalidade de Ega e Alencar, que
mudam de opinião quando Cohen quer (saliente-se que Ega era amante da sua
esposa) e de Dâmaso que foge de todos os assuntos. Sobressai também a
falta de cultura e civismo
Neste jantar, os assuntos acabam por cair em ataques pessoais, o que
demonstra a falta de argumentação das pessoas. As discussões pessoais
rapidamente surgem daí a pouca credibilidade e seriedade em Portugal.
Alencar permanece ao longo de toda a obra de modo a salientar o facto de,
apesar da passagem do tempo, o romantismo continuar presente na sociedade
portuguesa.
PRESSÁGIOS
CAP I
Pág 9 - “eram sempre fatais aos Maias as paredes do Ramalhete”
Pág 24 – semelhança de Pedro com um antepassado que se havia suicidado
Pág 32 – A sombrinha escarlate de Mª Monforte tapa Pedro e parece a Afonso uma larga mancha
de sangue
CAP IX
Pág 268- origem dos olhos de Rosa
CAP X
Pág 349 – Carlos afirma que nunca se sabe se o que nos acontece é, na verdade, bom ou mau
CAP XIV
Pág 466 – Adiamento da viagem para Itália- presságio de um futuro onde tudo é confuso e escuro
Página 478 - Maria vê em Carlos parecenças com a sua mãe;
CAP XI
Pág 353 – Quando vai a casa de Mª Eduarda para observar a governanta, em cima da mesa há
uma jarra com três lírios murchos que simbolizam os três Maias.
Pág 352 – Semelhança dos nomes de Carlos Eduardo e Maria Eduarda;
Pág 421 – Ega pressente que algo de mal se irá passar com Carlos
CAP VI PRESENÇA DO
DESSTINO
415/417/423 – Expressões que rementem para a inevitabilidade do destino e encontro das duas
personagens
655 – Afonso afirma que sente que está destinado a ver a sua família na desgraça.
CAP XII
O Epílogo