Você está na página 1de 6

Português

Trabalho heterónimo FP + Maias


Tarefas: 7/8/9
7- Caracterização das personagens principais

Agora, no nosso trabalho precisamos de comparar o poema “As rosas amo”, com os
Maias, mais precisamente vamos verificar as personagens principais e as suas
características psicológicas e trágicas (que marcam os personagens e encaminham
para o desfecho, do capítulo 18, é uma “explicação” também de alguns
comportamentos).

Nos Maias existe 2 intrigas, uma intriga principal e uma intriga secundária:
 Principal- História de amor entre Carlos e Maria Eduarda (que são irmãos);
 Secundária- História entre Pedro e Maria Monforte (pais de Maria Eduarda e
Carlos)
E depois vamos analisar também um dos personagens principais: Afonso da Maia

 Afonso da Maia
Características Psicológicas
sério, rígido e pessoa rigorosa (no que toca a aplicação dos princípios morais,
ideias e costumes);
sereno, risonho, paciente e carinhoso (sobretudo com as crianças, mas também
ajuda os + pobres e os mais fracos), generoso (para os amigos e gosta de
companhia apesar de) individualista;
suporte (é uma espécie de suporte ou amparo para a família quando algo está mal
ou há problemas);
culto (sempre foi uma pessoa de ler muito), destaca-se pela sabedoria e
experiência de vida; podendo ser considerado também, clássico duro e
ultrapassado (como Maria Monforte vai caracterizar);
fidalgo, nobre e rico (graças a um conjunto de heranças que a família recebeu e
que por isso nunca teve um trabalho na vida, habituando-se a ser individualista);
os 3 personagens principais homens (Afonso, Pedro e Carlos da Maia) vão
representar gerações e acontecimentos em Portugal, diferentes, por isso terem
personalidades muito diferentes; no caso, Afonso representa a geração das lutas
entre absolutistas e liberais, revolucionário (liberalista) e absolutista (por tal furor
revolucionário, foi exilado por seu pai em Santa Olávia. Afonso, mais tarde, teve de
partir para a Inglaterra, outra vez para o exílio, com mulher e filho, justamente
devido às suas ideias liberais; e isto deve-se por oposição a Caetano da Maia (pai)).

Caraterísticas trágicas
não consegue impor-se à mulher Maria Eduarda Runa em relação à educação
portuguesa do filho, Pedro da Maia, considerado frágil (inclusive era tratado
algumas vezes como Pedrinho, propositadamente mostrando ser um menino frágil,
que precisa sempre de acompanhamento e proteção, da mãe ou das criadas) e por
isso era muito apegado à mãe, e implicitamente é um dos motivos mostrados que
justifica ter-se suicidado quando foi deixado pela Maria Monforte; não apoiante da
relação de Pedro da Maia com Maria Monforte inclusive deixam-se de falar, só
voltando Pedro a casa do pai quando deixado e onde se suicida;
Afonso fica mal com a morte do filho porém, o neto é o que o ajuda a ultrapassar;
Sobrevive à morte do filho mas morre “solitariamente” (o que o autor quer
mostrar é que foi logo após ter sabido da relação entre os netos) porém morre de
apoplexia (hemorregia cerebral)

 Pedro da Maia
Características Psicológicas
Representa a geração ultraromântica; então vai ter as características de nervoso;
crises de melancolia; ansioso; exagerado (sentimentos); instável emocionalmente (e
Afonso vai revelar que isto tudo deve-se a sair à mãe, e à proteção excessiva desta
com Pedro)

Caraterísticas trágicas
educação tradicionalista e conservadora portuguesa (desvalorizou a criatividade e o
juízo crítico, não tendo vontade ou opinião própria, sendo influenciado e ingénuo,
arrastou os indivíduos para a decadência física e moral); criado pelas criadas e pela
mãe, levou-o a um “amor doentio” pela mãe uma Devoção histérica, que quando esta
morre entra em loucura; e tornou-o incapaz de encontrar uma solução para a sua vida,
quando Maria Monforte o abandonou.
É considerado o herói romântico por ter emoções e sentimentos muito fortes,
sobretudo por Maria Monforte que foi amor à primeira vista e precipitado, por ser
instável e ter-se suicidado por amor e desespero.

 Maria Monforte
Características Psicológicas
personalidade fútil, sem preocupações culturais ou sociais (por isso não era muito
bem vista por pai de Pedro da Maia e pela sociedade no geral);
fria, caprichosa, cruel (Chamava D.Fuas, o Barbatanas, um cavaleiro dos tempos
passados e homem muito idoso)
e interesseira.
Caraterísticas trágicas
fatalidade filha de Monforte, conhecida como “a negreira” porque seu pai enriqueceu
com transporte de humanos (negros), por isso só via dinheiro à frente; e vai ser
interesseira e cautelosa como o pai
As mulheres, personagens principais vão simbolizar a desgraça e a fatalidade; vai casar
com Pedro da Maia e têm 2 filhos Carlos da Maia e Maria Eduarda; apaixona-se por
um italiano o Tancredo, levando Maria Eduarda com ela, abandonando Carlos e
Pedro, levando ao suícidio deste; foge com a filha e com o italiano ; o italiano vai
morrer num duelo, e ela fica muito mal na vida entregando a Guimarães um cofre com
documentos de identificação da filha.
 Carlos da Maia
Características Psicológicas
Vai representar a geração de Portugal da altura , que vai ser uma espécie de
critica, pois o seu personagem vai começar muito bem, mas vai começar a ser
só aparências, acabando por não evoluir como Portugal, e como este mesmo o
vai criticar tantas vezes, devido à corrupção e à estagnação, comparando
Portugal com outros países para mostrar o seu atraso, havendo aqui uma
hipocrisia, pois acaba por ficar na mesma situação;
Vai ser inteligente; cavalheiro , espiríto livre ( por isso vai para fora duarnte
uns tempos estudar medicina; e viajar duarnte tanto tempo, isso deve-se à
educação inglesa que teve graças ao avô, como este quis para Pedro mas nunca
conseguiu; mostrando a diferença de personagelidades entre pai e filho );
bondoso (pratica medicina para ajudar os outros e pretende dar
soluções/curas; e até mesmo vai ajudar os mais pobres não cobrando as
consultas);
características dos pais: exagerado pelo luxo como a mãe e levado pelo amor
sem dar por isso, como o pai.

Caraterísticas trágicas
depois do suicídio do pai, vai viver com o avô onde tem uma Educação inglesa,
desenvolvimento da inteligência graças ao conhecimento experimental; vida ao ar
livre; pelo contacto direto com a Natureza, pelo gosto das línguas vivas. Isso vai ajudar
a que não tenha a mesma atitude que o pai, sendo mais racional depois do desgosto
de amor, de se apaixonar pela irmã, então decide viajar com Ega. No entanto, mesmo
não sabendo ainda que era sua irmã, estava apaixonado por ela sendo esta casada,
praticando adultério; e embora tenham praticado incesto inconsciente, passou a
consciente depois de saber a verdade.

 Maria Eduarda
Características Psicológicas
equilibrada consciência moral e social, sensata, generosa e humanitária (pelos mais
desfavorecidos); educação culta (devido a ter estado num convento)
Também as falas e gestos de Maria, indiretamente, expressam um pensamento
sofisticado e moderno, um humor ameno e agradável, uma pose sensual mas
discreta; gostando de luxo, tendo características então presentes de Maria Monforte

Caraterísticas trágicas
Abandonada pela mãe;
Apesar da educação culta, foi confrontada mais tarde com uma realidade muito vulgar
quando vive com a mãe que a adota e está a viver num sítio de prostituição);
dizia-se viúva de Mac Green, tendo a Rosa, filha de ambos;
Simboliza a desgraça e fatalidade pois Carlos apaixona-se imenso por ela, provocando
a morte do avô;
Vai para Paris onde casa novamente, para fugir de Carlos uma vez que a única solução
era a separação, depois de praticar incesto involuntariamente.

Análise do texto da pag.73 + cap.18 Maias


Análise do texto

Cap.18 Maias
É o fim do romance onde se vê o futuro dos personagens
Maria Eduarda depois de saber a verdade, que praticou incesto
involuntariamente, vai de viagem e parte para França;
No jornal Gazeta Ilustrada sai a notícia que Carlos e Ega partem numa viagem
pelo mundo;
Ega volta e escreve um livro, Carlos continua a viagem pois perdeu o interesse
por Portugal;
10 anos depois Carlos volta a Lisboa não tenciona ficar muito tempo apenas
tratar de assuntos e matar saudades dos amigos ;
Ega conta novidades a Carlos enquanto almoçam no hotel, aparecendo mais
tarde o Alencar e sobrinha deste + Cruges (maestro);
Carlos e Ega vão visitar o Ramalhete, onde notam que está tudo na mesma,
inclusive as pessoas, logo Portugal não evolui, e a personagem de Carlos mostra
isso mesmo, que Portugal não evolui, sem originalidade (tirando o alto da
cidade) onde encontram Dâmaso pelo caminho tendo casado ;
Encontram Eusebiozinho que tinha casado obrigado com uma mulher porque
foi apanhado com ela ;
Carlos recorda o artigo que escreveram na Corneta do Diabo onde contam a
relação de Carlos com Maria, a mando de Dâmaso e Eusebiozinho;
Chegam à casa onde a inspecionam, recordam momentos e pessoas, sobretudo
Afonso;
Carlos conta a Ega que Maria Eduarda lhe escreveu a dizer que ía a casar ;
Carlos só tinha vivido 2 anos lá mas sentia que estava lá a sua vida toda, Ega
não se admira pois tinha vivido uma grande paixão;

Resumindamente:
Portugal não evoluiu, assim como os personagens, que todos falharam na vida,
a começar com Pedro e Maria Monforte, acabando com Carlos e Maria
Eduarda; até mesmo as personagens secundárias (Eusebiozinho, ou Dâmaso,
que não estão satisfeitos com a vida); ou seja, não correu para nenhum
personagem o que tinham planeado, sobretudo os principais, com as situações
mais dramáticas.
Por fim, para comparamos ao poema, no final do último capítulo Carlos e Ega
vão falar sobre o fatalismo muçulmano.
Consiste em não ter esperanças ou expectativas sobre ter o controlo na vida,
uma vez que todos tentaram e não correu bem com ninguém.
Chegaram à conclusão que nada na Vida vale o esforço, não valia a pena correr
atrás de nada, do amor, dinheiro, poder e etc
No passeio final por Lisboa, Carlos e Ega definem a sua “teoria da existência”,
“o fatalismo muçulmano”, baseada na ausência de desejos e de paixões, para,
assim, se poder alcançar o pouco de felicidade a que temos direito nesta vida

Como exemplo, Vão apanhar um americano (meio transporte tipo autocarro mais
pequeno) e pensam em correr, mas depois do que acabaram de falar, decidem não
correr porque não vale a pena correr por nada na vida, apenas acelerar o passo para
irem jantar ao hotel com amigos pois estavam atrasados

Comparação de Maias com Ricardo Reis


A “teoria da vida” sobre o fatalismo muçulmano que Carlos e Ega têm no final
do capítulo 18, como expliquei há pouco, vai coincidir com a de Ricardo Reis.
Não terem expectativas sobre a vida, abdicar das coisas supérfluas da vida.
Podemos comprar com o que disse há pouco e no poema, linha 8 de R.R em que
este diz: “Nada desejar e nada recear”. Isto vai em busca a uma vida mais
tranquila e de aceitação, como R.R diz no poema: “Tudo aceitar.
Ou seja, não planear ou pensar tanto nas coisas, vai levar a uma vida mais
tranquila e feliz. E como se viu no cap.18, todo o esforço que os personagens
fizeram na vida, não serviu de nada pois todos falharam, e isso vai de encontro
com o que R.R disse: “inutilidade de todo o esforço”, l. 15; ou seja, a inutilidade
da vida ou de a tentar controlar/organizar.
Wikipédia
https://pt.slideshare.net/anjoferdes/os-maias-personagens-31489033
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$educacao-em-os-maias
http://dp.uc.pt/conteudos/entradas-do-dicionario/item/242-afonso-da-maia

Você também pode gostar