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Resumo do livro “O mulato”

O enredo de “O mulato” gira em torno de um amor impossível entre Ana Rosa e Raimundo.
A história se passa na província do Maranhão, na segunda metade do século XIX. A região
até então era considerada uma das mais atrasadas do ponto de vista dos costumes e
crenças. Temas como abolicionismo e democracia não estavam entre os assuntos mais
populares.Neste local, marcado fortemente pela cultura católica, nasceu Raimundo, filho
bastardo de José, um fazendeiro que se engraça com a escrava Domingas.Tal
relacionamento não se mostra uma boa fortuna a pobre Domingas, pois a mulher de José,
Quitéria, descobre o caso do marido e resolve se vingar da escrava, a torturando.José,
testemunhando a tortura de Domingas com o seu filho, manda o garoto para a casa do seu
irmão Manuel.Quis o destino que Raimundo fosse criado apenas pelo seu tio, pois seu pai
acabou sendo assassinado após enviá-lo para a casa do parente. Desse modo, Manuel se
encarregou de cuidar da criança e de sua educação.Já crescido, encaminha o filho bastardo
de José a Europa, para se formar em Direito na famosa Faculdade de Coimbra e, após as
glórias do diploma, regressa para a fazenda de seu tio.

O retorno da Europa
Raimundo, por mais que se mostrasse homem privilegiado intelectualmente, nunca era
tratado como um igual, pois sofria preconceito por ser mestiço. Outra característica deste
personagem é que, por mais que tivesse origem escrava, ele possuía muitos traços físicos
herdados do pai.
Se, na Europa, lugar dito como “mais avançado”, ele era obrigado a se ver vítima de
preconceito, imagine numa das regiões mais atrasadas do Brasil onde era visto não só
como mulato, mas como filho bastardo?
Terminando os estudos no velho continente, Raimundo volta ao Brasil, sua terra natal, onde
deseja saber mais sobre as suas origens, ocasião em que conhece Ana Rosa – a prima Ana
Rosa, pois era filha de seu tio Manuel.

Um amor proibido
Raimundo e Ana Rosa se apaixonam. Mas, é um amor proibido na sociedade de seu tempo,
marcada pelo preconceito racial. Além dessa questão, havia também o fato da família saber
a origem de Raimundo, saber quem era o pai de Raimundo e que era filho de uma escrava.
A família jamais admitiria ter o seu “sangue sujo” por uma mistura dessas. Resistência
esperada que se concretizou. A família do tio Manuel Pescada se mostrou fortemente
contrária a essa união de Ana Rosa e Raimundo e logo criou obstáculos para esse enlace.
Racistas em ação
O primeiro entrave ocorre naturalmente. Em um contexto com forte preconceito racial,
pretos e mulatos tendem a ficar isolados, excluídos do convívio social com os brancos,
exclusão posta em prática ao tratá-los com frieza, insinuações e provocações.
Toda a família de Manuel que morava na “casa grande” vivia para lembrar o protagonista de
sua origem.Mas uma ação mais direta e cruel contra Raimundo em razão da união com sua
prima Ana Rosa foi lançada pelo cônego Diogo, amigo da família.

Prometida a contragosto
Ana Rosa é prometida em casamento para um empregado de seu pai, mas, claro que isso
não fazia o desejo dela, pois estava apaixonada pelo filho de uma escrava, o filho bastardo
de seu tio José – Raimundo, o mulato. O pai de Ana Rosa e família foram irredutíveis,
exerceram pressão enorme para que ela aceitasse o pedido de casamento e fizeram de
tudo para afastar Raimundo, o mulato, o filho bastardo, a herança maldita de José deixada
a Manuel Pescada. Ana Rosa se recusa com todas as forças a aceitar o casório e resolve
fugir com Raimundo.

Fuga e assassinato
Ana Rosa e Raimundo fogem, no entanto, são surpreendidos no meio da fuga pelo cônego
Diogo (que se mostra um grande vilão) junto a outros homens. A discussão rapidamente
progride para um confronto aberto e Raimundo é assassinado por um dos homens em
companhia do padre Diogo.

Final amargo
Ana Rosa estava grávida de Raimundo e acabou perdendo o bebê de forma espontânea ao
vivenciar as fortes emoções daquele dia trágico.Ela é obrigada a se casar com o homem
que matou o amor de sua vida e tem com ele três filhos – um desfecho que, sem dúvida, vai
totalmente contra o final feliz típico do Romantismo e foca na denúncia da hipocrisia social
que caracteriza tão fortemente o Maranhão daqueles dias.

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